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Paparazzi - Trilogia Vance - Vol.01

Paparazzi - Trilogia Vance - Vol.01

Ivi Raise

5.0
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571
Leituras
2
Capítulo

**DARK ROMANCE LEVE** Alpha Vance está obcecado por Hattie Dirksen e fará de tudo para consegui-la, até mesmo forçá-la a amá-lo.

Capítulo 1 |000| O grande dia

[ALERTA DE GATILHO COM BULLYING ESCOLAR]

•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•°•

Eu não entendia muito bem sobre o sentimento de absoluto medo e vergonha até meus sete anos.

Meu papai tinha conseguido um emprego em uma empresa grande poucos meses antes do meu aniversário de oito anos. Não entendia nada do que ele dizia, mas gostava de ver a animação presente no seu rosto e na empolgação em sua voz; esses momentos eram raros.

Minha mãe estava tão feliz que papai ganharia mais dinheiro no novo trabalho, que prometeu comprar a Barbie que eu quisesse de presente de aniversário e que faria uma festa com o tema que eu escolhesse.

Meu irmão mais velho, Daniel, não gostava de brincar comigo por causa da diferença de idade entre nós, e porque também existia Alexia. Enquanto a diferença entre Daniel e eu era de cinco anos e dois meses, dele com nossa irmã era de apenas dois anos e quinze dias.

Aprendi desde pequena a gostar de brincar sozinha, mesmo tendo dois irmãos dentro de casa que ainda brincavam. Eu não ficava magoada com isso, eles conversavam comigo todos os dias e às vezes deixavam eu participar das brincadeiras deles. Esses momentos eram divertidos e mais especiais do que seriam se fossem comuns para mim, assim como eram os momentos em que eu meus pais diziam abertamente que me amavam.

Eu amava meus irmãos e tinha certeza que eles me amavam também, da maneira deles, até "O grande dia" chegar.

Minha festa de aniversário seria feita no sábado, um dia antes do dia real. Era sexta-feira e eu já tinha entregado os convites para meus colegas de classe.

Daniel tinha se mudado para uma escola particular no mês passado. Nossa mãe havia convencido papai de que deveriam investir no futuro dele o mais rápido possível e Daniel estava treze anos atrasado para ser alguém importante.

Era hora do intervalo e eu estava com os cinco convites restantes para entregar para os amigos de Daniel. Como ele não estudava mais com eles, ficou para eu convidá-los, já que a festa era para mim e Alexia convidaria suas próprias amigas.

As turmas mais velhas gostavam de ficar no lado do pátio perto das salas deles, a maioria sentava nas escadas que tinham para ir para o segundo pavilhão de salas. Havia também uma mesa retangular e velha que não era mais utilizada por algum professor. Ela ficava perto das escadas e só algumas pessoas podiam sentar nela.

Meu irmão e seus amigos podiam e era por isso que naquele dia eu tinha cruzado o pátio em direção a eles pela primeira vez.

Meus dedos seguravam os convites com força, mesmo que eu estivesse com medo de amassá-los.

Richie Green foi o primeiro que viu eu me aproximar deles. A beleza do rosto dele estava obscurecida por uma carranca sombria demais para alguém de quatorze anos e os olhos...

Não consegui olhar diretamente para eles por mais de um segundo, abaixando o olhar como fazia na escola.

Parei em frente a eles, ainda sem coragem de encará-los, principalmente Green.

Engoli em seco, tomando mais um segundo para encontrar coragem. Ergui meu olhar e foquei na orelha direita do garoto na minha frente.

- Sábado vai ter minha festa de aniversário e Daniel e eu ficaríamos felizes se vocês fossem - falei, a voz soando um pouco mais alta que um sussurro.

Antes que eu pudesse oferecer o primeiro convite, Green puxou um deles. Ele analisou o pedaço retangular de papel por menos de três segundos antes de começar a rir.

Me encolhi com o som horrível da risada. Era daquelas que às vezes papai dava de alguma coisa que ele tinha contado e que me deixava desconfortável, mas sentia que precisava forçar uma risada também. Só que a de Richard Green era pior que a de papai: ela conseguia soar mais cruel, um timbre rouco como se houvessem um monte de pregos sendo triturados na garganta dele. O som era perturbador.

Ele desviou o olhar do papel, ainda com o resquício daquela risada estrondosa e olhou para mim. Eu podia jurar que aqueles olhos castanhos brilharam em vermelho como os olhos de um dos monstros das histórias em quadrinho que meu irmão gostava de ler.

- Você não pode ser irmã do Daniel sendo assim - disse ele, olhando para o meu rosto. Senti minhas bochechas pegarem fogo. Ele levantou o convite na direção do garoto ao lado dele. - E não me diga que vai estar vestida de Bela - zombou, sem mais sorrir.

O garoto ao lado dele olhou para mim depois de ver a estampa de "A Bela e a Fera" impressa no papel. E então riu, assim como Richard riu.

- Ela com certeza vai ser a Fera - disse, fazendo os outros rirem também. Parecendo gostar da atenção continuou, falando mais alto: - Talvez seria melhor trocar de tema para "A princesa e o sapo", com ela sendo o sapo. As fotos iam ficar verídicas.

Richard riu novamente, um brilho cruel naqueles olhos queimavam que nem brasas.

Eu estava congelada no lugar, sem conseguir reagir.

- Um olho na câmera e outro no convidado ao lado - falou Richard, arrancando risadas de todos.

Meu coração acelerou, minha mente girava em círculos; olhava freneticamente ao redor, vendo as pessoas olharem para mim e rirem enquanto os amigos de Daniel continuavam zombando de mim sem que eu conseguisse escutar o que eles diziam.

Finalmente, meus olhos encontraram alguém para me socorrer. Alexia estava sentada com seus amigos na escada olhando fixamente para mim. Sua expressão estava séria.

Implorei que ela viesse me ajudar com o olhar, ou pelo menos tentei, mas ela apenas virou o rosto para Diana, a melhor amiga dela e me ignorou.

Meu coração acelerou ainda mais, meu corpo começou a doer e minha visão perdeu a nitidez com o passar do tempo, não me lembrava bem como consegui sair de lá, só que eu corri para o banheiro e chorei.

Chorei até a coordenadora me tirar de lá porque tinham ligado para minha mãe vir me buscar.

Ao contrário do que minha família achou, quando cheguei em casa, ainda triste, não foi pelas palavras dos garotos. Naquela noite, eu chorei porque tinha caído a ficha de que meus irmãos não gostavam de mim como eu gostava deles. E isso, partiu meu coração permanente.

Não teve festa.

Talvez fosse o destino tentando impedir ao máximo meu encontro iminente com Alpha Vance, só que doeu. Muito.

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