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Capítulo

Jonathan está cansado de viver em um casamento sem amor. Sua esposa só se importa com o seu trabalho e não tem tempo para ele. Ele se sente solitário e infeliz. Em certo momento da sua vida ele começa a suspeitar que esteja sendo traído e isso o deixa ainda mais desanimado com tudo, até que conhece Verônica, uma jovem descolada que muda a sua vida. Ela é a convidada de honra na festa de aniversário do seu filho, e ele se apaixona à primeira vista. Uma garota vinte anos mais nova do que ele, mas com uma ambição e uma determinação que ele passa a admirar.

Capítulo 1 Uma festa

Jonathan olhou para o relógio na parede da sala e suspirou. Eram quase dez da noite e Cátia ainda não tinha chegado em casa. Ele sabia que ela estava trabalhando em um projeto importante, mas isso não diminuía a sua frustração. Ele se sentia abandonado, ignorado e indesejado. E se perguntava se ela ainda o amava, ou se ele era apenas um peso na sua vida.

Em um momento de raiva ele se levantou do sofá e foi até a cozinha. Abriu a geladeira e pegou uma cerveja. Não tinha vontade de comer nada, apenas queria afogar as suas mágoas. Ele voltou para a sala e ligou a televisão. Zapeou por um tempo pelos canais, mas nada lhe interessava. Na verdade, só queria um pouco de companhia, de carinho…

Ele pensou em ligar para ela, mas desistiu. Ela provavelmente não atenderia, ou diria que estava ocupada e que ligaria mais tarde. Já tinha ouvido essa desculpa tantas vezes que tinha perdido a conta. Jonathan estava em uma fase que se sentia como um estranho em seu próprio casamento e com isso vinham as diversas duvidas. Ele se perguntava se Cátia tinha alguém, se ela o estava traindo, mas não tinha provas, nem tinha confiança mais. Aquilo havia se perdido em algum lugar do caminho em seus vinte e dois anos de casado.

Enquanto bebia ele se lembrou de como eles eram felizes no início.

Se conheceram na faculdade, se apaixonaram rápido e se casaram. Eles tinham planos, sonhos e projetos. No começo, queriam viajar pelo mundo, ter filhos. Sonhavam em envelhecer juntos, mas algo mudou ao longo dos anos.

Cátia se tornou uma advogada bem-sucedida, ele um médico importante. Ambos se dedicavam cada vez mais aos seus trabalhos, porém, ele sempre tentou não perder a chama da paixão que nasceu na faculdade. Até que percebeu que era o único a fazer isso e ele se sentiu cada vez mais sozinho.

Eles se distanciaram.

O som foi ligado na casa da piscina e Jonathan olhou pela janela vendo que os amigos de Fernando estavam chegando para sua festa. Seu filho estava comemorando seus dezenove anos e tinha optado por aproveitar a noite enchendo a cara de gin de melancia com os amigos enquanto fumavam narguilé. Jonathan, relutou contra aquilo, mas acabou por ceder aos pedidos do filho.

Jonathan sentiu uma pontada de culpa por não estar presente na festa do seu filho. Sabia que Fernando queria que ele fosse, mas ele não tinha ânimo para isso. Não se sentia parte daquela vida do filho.

Ele olhou para o seu celular e viu que Cátia ainda não tinha ligado. Pensou se ela se lembrava que era o aniversário do seu filho e se ela se importava com isso.

Jonathan sentiu uma onda de raiva e de tristeza invadir o seu peito. Ele jogou o seu celular no sofá e pegou outra cerveja. Ele bebeu de um gole só e sentiu o álcool queimar a sua garganta. Ele queria esquecer o descaso de Cátia.

Ele não aguentava mais ficar sozinho na sala. Caminhou até o banheiro e se olhou no espelho. Seus cabelos estavam encharcados de gel e penteados para trás. Ele ainda usava o terno que tinha vestido para o trabalho, mas resolveu tirar o paletó e a gravata. Tentou dar um ar mais casual ao seu visual, apesar dos seus 43 anos, e soltou um suspiro.

Ele se animou e caminhou em direção à casa da piscina. Seus passos eram firmes e confiantes, e ele logo se misturou à multidão de jovens que lotavam a casa. Uma música agitada ecoava pelo ambiente, com uma letra que falava de subir pelas paredes do quarto.

Algumas garotas dançavam como a mulher loira do telão e Jonathan riu ao lembrar das festas que ia na sua época de faculdade.

— Pai! — Ele ouviu o grito de Beatriz e virou-se para ver a sua filha. Ela segurava um copo enorme de gin na mão e sorria para ele. Ele sentiu uma mistura de orgulho e preocupação ao olhar para ela.

Beatriz era uma jovem de vinte anos que tinha herdado a beleza da mãe. Mas, ao contrário dela, gostava de se vestir com roupas ousadas e modernas, que sua mãe nunca aprovaria.

Naquele dia ela usava uma saia extremamente curta, que deixava as suas pernas bronzeadas à mostra. Ela combinou a saia com uma blusa branca de alcinhas, que realçava o seu busto. Ela completou o look com um par de sandálias de salto alto e uma bolsa de franjas. Como ela tinha costume de dizer: Estava pronta para arrasar na festa do seu irmão.

Jonathan caminhou até a filha, que sorria para a moça ali perto. A moça exibia longos e lisos cabelos negros, que faziam um belo contraste com a sua pele oliva. Os seus braços eram cobertos por tatuagens variadas, e uma delas se destacava no centro do seu peito. Os seus olhos verdes brilhavam com intensidade, atraindo todos os olhares.

Ela usava roupas pretas bem coladas, que realçavam as suas curvas e a sua atitude. Parecia não ter medo de mostrar o seu corpo, nem de expressar a sua personalidade. Ela era uma mulher independente, confiante e desafiadora.

A garota caminhou pela festa para se aproximar de Beatriz com um sorriso provocante nos lábios, chamando a atenção de todos por onde passava. Ela sabia que era bonita, que era desejada e que era admirada. Ela gostava de se sentir assim, de se sentir poderosa, de se sentir especial.

Jonathan parou perto da filha assim como a garota misteriosa e Beatriz abraçou seu pai com carinho.

— Fico feliz que você tenha vindo! Achei que ia ficar sozinho lá dentro. — Seu pai sorriu timidamente e a moça tomou o copo de gin da mão de Beatriz para experimentar a bebida. — Ah! Pai, essa é a Verônica. Ela é uma gênia.

— Que isso, imagina. Sou nada.

— É verdade! — Fernando passou o braço pelo pescoço de Verônica. — A nossa professora de matemática nos fez ler a tese dela esse ano. É uma coisa incrível.

— Pelo menos um dos jovens aqui tem algum talento. Já esses dois… — Jonathan disse em tom de brincadeira e seus dois filhos o encararam com espanto, mas Verônica captou a ironia e logo soltou uma gargalhada com o comentário do homem levando os demais a rirem também.

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