Léia havia perdido seu segundo amor em um acidente, sozinha, com dois filhos para criar e seguir em frente, nem pensava em recomeçar sua vida amorosa. Porém um dia, seu primeiro amor volta para seu círculo social, mas o que fazer com a mágoa guardada nesta história? Haveria chance para este amor?
Ali, parada diante do túmulo de seu marido, vinham na mente de Léia as lembranças de momentos felizes que eles viveram juntos. Seu casamento, a construção da rotina a dois, o nascimento de seus dois filhos... Ali, um ano após sua morte, ainda não acreditava que ela e os meninos tinham se estabelecido novamente.
Seus filhos começavam a falar do assunto sem mágoa, a vida financeira começava a estabilizar e seu coração havia entrado num estado de torpor. Era como viver num sonho, do qual, qualquer momento, despertaria e tudo voltaria a ser como antes. Mas não era, quando estava sozinha sentia a falta do companheiro, dos momentos em família, do contato físico...
Para não ficar pensando, criou uma rotina atarefada. Contratou uma auxiliar para seu salão e uma manicure, para ampliar a clientela. Seus filhos, agora com 7 e 10 anos, também tinham vários afazeres que a ocupava também, já que os levava e trazia de aulas de esporte e os auxiliava nas tarefas da escola.
Os finais de semana, ainda os deixa melancólicos, pois era o dia em que iam à igreja juntos, como quando o pai ainda era vivo, e, após o almoço, ao parque, pois os meninos eram loucos por futebol. E este gosto vinha do pai, que jogava com eles todo domingo. Léia não quebrou esta rotina, achou importante os filhos terem momentos de recordar seu pai, então só restava acolhe-los, quando Lucca chorava sem motivo e Léo ficava todo irritado por não acertar um lance. E assim continuavam a viver...
-Mamãe?- Lucca, o mais novo a chamou- este negócio de um ano que morreu é como aniversário?
-Sim filho, de certa forma.
-Então deveria ser dia de festa não é?- ele a punha em cada situação com sua curiosidade.
-Com certeza ele teve uma festa no céu irmão- Léo falou- ouvi na igreja que Deus e os anjos fazem festa quando alguém encontra Jesus, imagina morando com Ele.
-É mamãe?- olhou pra mãe com aqueles olhinhos curiosos esperando a resposta.
-Sim! Acredito nisto também, querido.
Abraçou seus filhos e agradeceu a Deus por tê-los consigo.
Passaram mais um final de semana sem o pai. "O primeiro ano é mais difícil, ouvi dizer. Então já passamos dele. Meu Deus, me ajude a incentivá-los e nos devolve o prazer em fazer programas, mesmo sem Jonas" Fez a prece em pensamento e foram pra casa.