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Capítulo

Isabela e Victor cresceram juntos, compartilhando uma amizade inocente que se transformou em um amor profundo. Quando crianças, eles exploravam os bosques sombrios e imaginavam aventuras fantásticas. Mas o destino cruel os separou quando Isabela se tornou uma caçadora de vampiros. Sophie, a mãe de Isabela, foi morta por vampiros sedentos de sangue. A dor da perda transformou Isabela em uma guerreira implacável, determinada a vingar a morte de sua mãe. Ela se afastou de Victor, acreditando que o amor era um luxo que não podia mais se permitir. No entanto, o destino não desistiu deles. Anos depois, Victor é agora um vampiro poderoso e um líder entre os seus. Ele odeia Isabela por sua caçada implacável, mas algo mais profundo os une. Eles são companheiros destinados, ligados por laços antigos e misteriosos. Quando Victor descobre a verdade sobre Isabela, ele parte em busca dela. Ele a encontra, não como uma criança inocente, mas como uma mulher forte e determinada. O amor que sentiam ainda está lá, mas a escuridão que os envolve é mais perigosa do que nunca. *Véu de Sangue* é uma história de amor, redenção e sacrifício. Isabela e Victor devem enfrentar seus próprios demônios e decidir se o amor pode superar as sombras que os cercam. O destino os uniu, mas será suficiente para salvar ambos? 👏🌟

Capítulo 1 Ato 1 2

Existem poucas coisas, de fato, irreparáveis. E a morte é a pior delas. Há sempre um ar (eu faria diferente,) quando sabemos que não faríamos de fato. O sentido só muda de significado quando não temos mais a chance de escolher. Digo isso por experiência própria.

Encaro o móvel do bar onde está deitada, de maneira ridícula, uma mulher.

Seus cabelos vermelhos rubi, sem brilho, espalhados sobre a madeira, os olhos amarelos vidrados em completo terror, já sem vida.

O fato de ela não ter soltado um único som durante o espetáculo todo traz um gosto amargo.

Sorrio sem vontade. Seu corpo nu está jogado sobre a mesa, seus pés virados para um lado norte do bar, dando um vislumbre de sua intimidade.

Em um dos tornozelos, ela exibe uma tornozeleira, uma dama de conforto, suponho, uma das muitas nessa geração.

Não é de surpreender que tenha acabado em um bar tão quinta classe como esse. Deveria ter procurado clientelas melhores.

Um homem sorri em cima do corpo, enquanto alguns outros curiosos se aproximam. Sinto um leve arrepio na pele antes de ser beliscado suavemente. Me viro para a dama agarrada em meus braços como uma criança medrosa procurando proteção.O que ela fez para irritá-lo? - ela gesticula para o cadáver à frente. Encaro-a sem simpatia, seus olhos azuis piscam para mim, tentando dar um ar de inocência, um jogo que não estou afim de jogar hoje.Provavelmente nasceu. - algumas cabeças se viram em minha direção, mostrando que não estou tão escondido como queria. Droga.

- Provavelmente ele não era obediente. - ela continua, ignorando meu sarcasmo. Reviro os olhos sem muita paciência. - Sabe, mulheres assim não se dão bem com nosso mundo. Disso eu não podia discordar. Eu me lembrava de alguém assim, tão insuportavelmente perspicaz que deixaria o mais santos dos homens louco em poucas horas. - Sabe, a ignorância é uma virtude, alguns imbecis diriam. Que seja, você mesmo. Mas até o mais medroso dos ratos sabe a hora certa de atacar. - minha acompanhante franze as sobrancelhas, confusão brinca em seus lábios. Era admirável a tentativa dela de me agradar e assim conseguir alguns trocados, me levando a um quarto dos fundos que aquele lugar possuía. Mas não hoje.Senhor! - ela paralisa em choque, encarando meu rosto, um claro sinal de que a manta que eu uso hoje saiu do lugar. Levanto os olhos e consigo claramente ver em seus olhos um espelho perfeito da cicatriz esquerda que tenho em minha face. Ela não é muito longa, mas corta meu olho esquerdo, uma leve lembrança que eu gostaria de apagar. Sorrio de forma sinistra e ela treme, soltando meu braço.O que foi? - pergunto de forma cínica, me abaixando o suficiente para sussurrar em seu ouvido. - Eu não sou o tipo de monstro que procura? - seus olhos azuis-turquesa se enchem de água. Bonitinho! Ela veste roupas surradas, um vestido corselete com amarrações na frente, o que deixa os seios fartos em vista. O cabelo, amarelo, provavelmente descolorido com algum pó de farmácia, amarelado pela falta de cuidados. Seu rosto, ao contrário, é delicado e fofo, uma mandíbula suave, os lábios em formato de coração e um nariz delicado, uma beleza quase angelical. Ela volta a agarrar meu braço, me deixando surpreso.Não, pelo contrário, o senhor é lindo. - bufo. - Tem uma cicatriz horrenda, mas...Isso não importa, não é mesmo, contanto que eu pague? - um barulho chama minha atenção para o espetáculo à frente, um som metálico de zíper.

Encaro a cena sem acreditar. - Vão marcá-la. - a garota diz, agarrada ao meu braço, com seus fluidos.Por que? - mal consigo dizer.Porque eles não sairão daqui querendo deixar uma mensagem pro dono do território.

- e claro, uma maneira de outros não assumirem seus crimes e uma forma de humilhação ao dono do território, no caso, a mim.

Me movo irritado, empurrando todos à minha frente. Deixo que o capuz vermelho escarlate deslize sobre meu rosto. A luz atinge em cheio meus olhos.

Em um segundo, os murmúrios começam, cada passo dado em direção a essa palhaçada me irrita mais um pouquinho .

-O que? - um dos homens diz, e se viram em minha direção. Ele parece pronto para mijar em cima do cadáver, suas feições tão transfiguradas como as minhas. Cabelos negros e olhar morto, olhos vermelhos como a maioria dos homens de linhagem nobre. Sorrio.

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