Protegida Pelo Inimigo

Protegida Pelo Inimigo

Bruna Calil

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Capítulo

Ela é uma policial incansável que procura o homem que matou seu pai. Ele é um policial corrupto, que comanda o tráfico de drogas em toda a cidade. Ele é o homem que ela está caçando, o homem que matou seu pai. Mas ela não sabe. Ela está apaixonada por um homem que nem sabe quem realmente é. Acompanhe essa história fascinante.

Capítulo 1 01

CAP 01

Mary Narrando

Eu estava sentada na frente da mesa do delegado Heitor Schultz, ouvindo ele me explicar sobre o novo caso que ele tinha me designado. Era uma investigação sobre um roubo de joias em uma loja de luxo, que tinha acontecido na noite anterior. Os suspeitos eram dois homens armados que tinham entrado na loja, rendido os funcionários e levado as joias mais valiosas. Eles tinham fugido em uma moto, sem deixar pistas.

- Mary, você vai trabalhar com o Ricardo nesse caso. Ele já está no local do crime, coletando as evidências. Você vai se juntar a ele e entrevistar as testemunhas. Eu quero um relatório completo até amanhã - ele disse, me olhando com bastante seriedade.

Heitor Schultz, meu chefe, sempre sério, cheio de mistérios. Essa barba por fazer o deixou particularmente sensual.

Eu assenti, mas por dentro eu estava entediada. Eu não gostava de casos simples como esse. Eu queria algo mais desafiador, algo que me fizesse usar a minha inteligência e a minha coragem... Então, esse caso no momento não me fazia sentido. Até porque, tudo que eu conseguia pensar era que eu queria capturar um criminoso de codinome Jogador.

Jogador era o meu maior objetivo como policial. Ele era o chefe de uma organização criminosa que dominava o país, e que eu tinha tentado me infiltrar há seis meses, sem sucesso... Eu tinha falhado miseravelmente. Ele tinha escapado sem deixar nenhuma pista para trás, e desde então eu não tinha mais notícias dele. Mas eu não tinha desistido. Eu ainda guardava alguns documentos que eu tinha conseguido roubar de um dos capangas dele, e que eu esperava que me levassem até ele novamente. Eu também tinha outro motivo para querer capturar o Jogador... Ele era o responsável pela morte do meu pai.

Meu pai era um jornalista investigativo que tinha descoberto alguns segredos do Jogador. Ele tinha sido assassinado por ele, na frente da minha casa, quando eu tinha dez anos. Eu tinha visto tudo, e desde então eu jurei vingança. A investigação final e os policiais que trabalharam na época afirmam que meu pai foi morto por causa de uma dívida de jogo, mas... Eu sei, em meu coração, que a culpa é do Jogador.

Eu me tornei policial para honrar a memória do meu pai, e para fazer justiça. E eu não ia descansar até colocar o Jogador atrás das grades.

Mas eu sabia que o delegado Schultz não ia me deixar voltar para esse caso que já havia sido encerrado. Ele achava que era muito perigoso para mim, além de uma completa perda de tempo, e que eu devia me concentrar em outros casos mais simples e abertos. Ele dizia que se preocupava comigo, porque eu tinha "muito sangue no olho" e nesse tipo de caso, precisamos pensar um pouco menos com o coração, e mais com a razão. Heitor Schultz... Ele era o meu chefe, e também minha paixão secreta. Odeio o jeito protetor dele, mas ao mesmo tempo... Me deixa completamente derretida.

Sim, eu admito. Eu sentia uma atração pelo delegado Heitor. Ele era um homem bonito, charmoso e inteligente. Ele tinha cabelos pretos, olhos azuis e um jeito que lhe dava um ar de autoridade sempre. Ele usava ternos bem cortados e gravatas elegantes. Ele tinha um corpo atlético e uma voz firme... Tudo isso juntando com sua idade de quarenta e tantos anos, o tornam o solteirão perfeito para qualquer mulher que o olhe.

Eu gostava de conversar com ele sobre os casos, de ouvir os seus conselhos e as suas histórias.

Eu gostava de ver o seu sorriso quando ele fazia uma piada ou elogiava o meu trabalho.

Eu gostava de sentir o seu perfume quando ele passava por mim ou me abraçava em parabenização por alguma coisa... E eu odiava gostar disso tudo, sabe por quê? Porque eu queria mais do que uma relação de chefe e subordinada, queria muito mais que isso, e isso atormentava minha mente. Eu queria jantar com ele, dançar com ele, beijar ele... Eu queria ter uma noite com ele, sentir o seu calor e o seu carinho. Perdi as contas de quantas vezes fantasiei com meu chefe enquanto ele falava comigo. Perdi informações importantes? Perdi, mas era inevitável.

Eu o queria... Mas sabia que isso era impossível. Ele era o meu chefe, e havia uma regra na delegacia que proibia relacionamentos entre superiores e subordinados. Além disso, ele era muito mais velho do que eu, e talvez nem sentisse o mesmo por mim. Eu tentava esconder os meus sentimentos por ele, mas às vezes era difícil. Como agora, por exemplo.

Enquanto ele me explicava sobre o caso do roubo de joias, eu não conseguia tirar os olhos dele. Eu observava os seus lábios se movendo, imaginando como seria beijá-los. Via as suas mãos gesticulando, imaginando como seria tocá-las. Eu ouvia a sua voz suave, imaginando como seria ouvi-la sussurrando no meu ouvido enquanto nós... Bom... Enfim.

Eu estava tão distraída que nem percebi quando ele terminou de falar.

- Mary? Você está me ouvindo? - ele perguntou, franzindo a testa com um pouco de raiva.

- O quê? Ah, sim, claro. Desculpe, eu estava pensando em outra coisa - eu disse, corando.

- Em outra coisa? Como o quê? - ele insistiu, cruzando os braços.

- Nada, nada. Só umas coisas pessoais - eu disse, tentando mudar de assunto.

- Coisas pessoais? Que tipo de coisas pessoais? - ele perguntou, com uma falsa curiosidade, apenas para me constranger.

- Delegado, por favor. Isso não é da sua conta - eu disse, ficando irritada.

- Não é da minha conta? Mary, você está no trabalho. Você tem que se concentrar no seu trabalho. Não pode ficar pensando em coisas pessoais quando eu estou te dando uma ordem, independente do que seja que esteja se passando nessa tua cabecinha linda. Você tem que prestar atenção no que eu digo! - ele disse, me dando uma bela de uma bronca.

Eu fiquei sem graça. Sabia que ele tinha razão... Eu tinha sido irresponsável e desatenta. Eu precisava me focar no meu trabalho, e não nos meus sentimentos ou em outras coisas como dormir com meu chefe.

- Desculpe, delegado. Você tem razão. Eu vou me concentrar no meu trabalho. Vou para o local do crime agora mesmo. - eu disse, me levantando e pegando a minha bolsa.

- Muito bem. E Mary... - ele disse, me olhando com um olhar penetrante.

- Sim? - eu perguntei, o olhando com atenção.

- Não se esqueça do relatório. Quero na minha mesa amanhã. - ele disse, voltando a ser extremamente sério.

Eu suspirei. Ele era tão frio e exigente... Ele não tinha nenhum sentimento por mim e isso era óbvio.

Eu saí da sala dele, decepcionada e frustrada. Eu fui até a minha mesa, peguei os meus papéis e saí da delegacia.

Eu estava andando pelo corredor, quando alguém trombou comigo por trás. Eu perdi o equilíbrio e caí no chão, derrubando os meus papéis pelo caminho.

- Ai! Que droga! Quem foi o idiota que fez isso? - eu reclamei, olhando para trás e tentando recolher principalmente os documentos que envolviam Jogador.

Quando vi, quase tive um infarto: Era o delegado Heitor.

Ele também tinha caído no chão, e também tinha derrubado os seus papéis, fazendo tudo se misturar. Ele estava com uma expressão de surpresa e constrangimento.

- Mary! Desculpe! Eu não te vi! Você está bem? - ele disse, se levantando e me oferecendo a mão.

Eu ignorei a sua mão e me levantei sozinha. Eu estava com raiva dele pelo tropeção, mas estava ainda mais nervosa porque meus documentos sobre o caso do Jogador estavam no chão!

- Estou ótima, deixa pra lá.. E você? Estava com tanta pressa para onde? Para encontrar a sua namorada? - eu disse, ironicamente, apenas para tirar o foco dos papeis no chão.

Ele não tinha namorada, mas eu gostava de provocá-lo com isso e ele sempre caía.

- Não seja ridícula. Eu não tenho namorada ou esposa, sou completamente apaixonado pelo meu trabalho. E você sabe disso - ele disse, se defendendo e soltando um sorriso canalha.

- Sei sim. Você é um solteirão convicto. Você não tem tempo para relacionamentos. Você só tem tempo para o trabalho - eu disse, imitando a sua voz.

Ele ficou irritado. Ele não gostava que eu zombasse dele.

- Mary, pare de ser infantil. Isso não é hora para brincadeiras. Vamos pegar os nossos papéis e sair daqui - ele disse, se abaixando para pegar os seus papéis.

Eu também me abaixei para pegar os meus papéis, tentando ser mais rápida que ele. Nós começamos a juntar...

E foi quando ele viu um dos meus papéis. Um papel que ele não devia ter visto.

Era um documento sobre um caso antigo envolvendo o Jogador. Junto desse, havia um dos documentos que eu tinha roubado de um dos capangas de Jogador há seis meses, e eu sei que não devia andar com isso por aí, mas uso meu tempo livre na delegacia para pensar no caso... Era um documento que continha informações sobre os seus negócios ilegais, os seus aliados e os seus inimigos.

Ele pegou o papel e leu o seu conteúdo. Ele ficou pálido e furioso ao mesmo tempo.

Olhou para mim com uma expressão de raiva e decepção.

- Mary... O que é isso? Está trabalhando pelas minhas costas? - ele perguntou, segurando o papel na mão.

Eu gelei. Eu sabia que estava encrencada.

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