Justiça Além das Chamas

Justiça Além das Chamas

Gavin

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Capítulo

A minha vida com Tiago parecia estável, embora focada na sua amiga artista, Clara. Vivíamos numa casa que ardeu numa noite. Presa no segundo andar, sufocada pelo fumo, liguei desesperadamente para o meu marido. A sua voz, abafada pelo crepitar do fogo, revelou que Clara estava com ele. Implorei-lhe que me salvasse. Em vez disso, ouvi-o gritar: "Clara, aguenta! Vou tirar as pinturas primeiro! São a tua vida inteira!" O meu marido escolheu telas e tinta em vez da minha vida. No hospital, ele disse aos paramédicos para tratarem Clara primeiro, "Ela é mais frágil," mal olhando para mim. A minha sogra depois acusou-me de ingratidão por querer o divórcio, elogiando o "heroísmo" dele. Como pôde o homem com quem me casei abandonar-me para salvar pinturas? Como pôde a sua família desculpar esta escolha horrível, valorizando a arte acima da minha vida? Será que a minha sobrevivência era apenas um "detalhe inconveniente" para eles? A dor era a realização brutal da minha total insignificância. Mas as cinzas guardavam um segredo: o incêndio começou devido à negligência grave da Clara. Isto não foi apenas abandono; foi um perigo ativo. Eles não só me desvalorizaram; eles colocaram-me em risco. Esta perceção acendeu uma determinação fria e feroz: eu não pediria apenas o divórcio. Eu lutaria por justiça, por responsabilidade, por cada futuro que eles me quase tiraram.

Introdução

A minha vida com Tiago parecia estável, embora focada na sua amiga artista, Clara.

Vivíamos numa casa que ardeu numa noite.

Presa no segundo andar, sufocada pelo fumo, liguei desesperadamente para o meu marido.

A sua voz, abafada pelo crepitar do fogo, revelou que Clara estava com ele.

Implorei-lhe que me salvasse.

Em vez disso, ouvi-o gritar: "Clara, aguenta! Vou tirar as pinturas primeiro! São a tua vida inteira!"

O meu marido escolheu telas e tinta em vez da minha vida.

No hospital, ele disse aos paramédicos para tratarem Clara primeiro, "Ela é mais frágil," mal olhando para mim.

A minha sogra depois acusou-me de ingratidão por querer o divórcio, elogiando o "heroísmo" dele.

Como pôde o homem com quem me casei abandonar-me para salvar pinturas?

Como pôde a sua família desculpar esta escolha horrível, valorizando a arte acima da minha vida?

Será que a minha sobrevivência era apenas um "detalhe inconveniente" para eles?

A dor era a realização brutal da minha total insignificância.

Mas as cinzas guardavam um segredo: o incêndio começou devido à negligência grave da Clara.

Isto não foi apenas abandono; foi um perigo ativo.

Eles não só me desvalorizaram; eles colocaram-me em risco.

Esta perceção acendeu uma determinação fria e feroz: eu não pediria apenas o divórcio.

Eu lutaria por justiça, por responsabilidade, por cada futuro que eles me quase tiraram.

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Romance

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Oito anos de casamento. No dia do nosso aniversário, Pedro Silva me presenteou com novecentas e noventa e nove rosas vermelhas, quase sufocando a sala com seu perfume. Qualquer outra mulher choraria de emoção, mas meu coração estava frio como uma pedra de gelo, afinal, eu acabara de receber alta do hospital após uma cirurgia. Disquei o número dele e uma jovem atendeu, a voz de Ana, sua secretária, chorosa e acusatória: "Dona Silva... me desculpe... foi tudo culpa minha." Ao fundo, a voz de Pedro, terna e consoladora: "Não chore, não foi culpa sua. Fique tranquila, eu resolvo." Minutos depois, ele finalmente atendeu, mas sua voz era fria, desprovida de qualquer afeto: "O que você quer?" Foi então que a bomba explodiu: "Pedro, vamos nos divorciar." Ele não hesitou, apenas respondeu com uma indiferença cortante: "Como você deseja." E desligou. Naquela noite, o cheiro de álcool caro e o perfume feminino de Ana impregnavam seu terno. Ele se sentou ao meu lado, oferecendo uma bolsa de grife como um suborno por sua ausência. Eu o confrontei diretamente: "Você está tendo um caso com a Ana?" Ele negou, desdenhando da minha desconfiança, me acusando de ser amarga, de afastar até nosso filho. A humilhação de ter sido impedida de buscar João na escola por sua ordem, porque "eu faria uma cena", ainda ardia. Ele se inflamou em raiva, gritando que eu não sabia "ser a esposa de Pedro Silva", que eu o envergonhava. Em meio à fúria dele, uma clareza fria me atingiu: não havia mais dor, apenas um vazio profundo. Então, com a voz mais calma e firme que consegui reunir, revelei a verdade que o mergulhou no mais absoluto silêncio: "Eu tive um aborto espontâneo hoje."

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