O Desprezo e a Luta: A Saga de Uma Mãe Autista

O Desprezo e a Luta: A Saga de Uma Mãe Autista

Gavin

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Capítulo

Eu estava na esquadra da polícia, o braço dorido com uma mancha roxa a formar-se. O meu marido, Pedro, sentou-se à minha frente, mas a sua preocupação não era comigo. "Ele empurrou-me, Pedro. O teu pai empurrou-me... Por causa do Miguel." Ele tinha chamado o nosso filho, Miguel, que é autista, de "erro" e "vergonha". Quando decidi queixar-me, a máscara de marido preocupado de Pedro caiu, revelando uma raiva fria. "Vais arruinar a vida de um homem velho por causa de um empurrão? És inacreditável." Ele abandonou-me ali, sem olhar para trás. A seguir, a minha sogra ligou, a sua voz gélida: "Retira a queixa, Sofia. O Pedro está a falar em divórcio. Não sejas estúpida, precisas desta família para cuidar do teu filho com necessidades especiais." Fui para casa e encontrei as malas de Pedro feitas. Ele exigiu que eu pedisse desculpa e retirasse a queixa, ou ele iria embora. "Pede desculpa? Eu é que tenho de pedir desculpa?" Por um empurrão? Por defender o meu filho? Não, eles queriam que eu me desculpasse por existir e por o meu filho ser quem é. Ali, naquele momento, percebi que não havia mais nada a perder. O amor deles era condicional, a sua aceitação uma farsa. Vi o homem com quem me tinha casado, o pai do meu filho, e pela primeira vez, vi um estranho que tinha escolhido o lado dele. Então, disse-lhe, com uma calma surpreendente: "Então vai. Podes ir." Eu ia lutar pelo meu filho. E por mim. Chegou a hora de parar de implorar e começar a lutar. Será que, sozinha, Sofia conseguirá proteger a dignidade do seu filho contra uma família poderosa e impiedosa?

Introdução

Eu estava na esquadra da polícia, o braço dorido com uma mancha roxa a formar-se.

O meu marido, Pedro, sentou-se à minha frente, mas a sua preocupação não era comigo.

"Ele empurrou-me, Pedro. O teu pai empurrou-me... Por causa do Miguel."

Ele tinha chamado o nosso filho, Miguel, que é autista, de "erro" e "vergonha".

Quando decidi queixar-me, a máscara de marido preocupado de Pedro caiu, revelando uma raiva fria.

"Vais arruinar a vida de um homem velho por causa de um empurrão? És inacreditável."

Ele abandonou-me ali, sem olhar para trás.

A seguir, a minha sogra ligou, a sua voz gélida: "Retira a queixa, Sofia. O Pedro está a falar em divórcio. Não sejas estúpida, precisas desta família para cuidar do teu filho com necessidades especiais."

Fui para casa e encontrei as malas de Pedro feitas.

Ele exigiu que eu pedisse desculpa e retirasse a queixa, ou ele iria embora.

"Pede desculpa? Eu é que tenho de pedir desculpa?"

Por um empurrão? Por defender o meu filho?

Não, eles queriam que eu me desculpasse por existir e por o meu filho ser quem é.

Ali, naquele momento, percebi que não havia mais nada a perder.

O amor deles era condicional, a sua aceitação uma farsa.

Vi o homem com quem me tinha casado, o pai do meu filho, e pela primeira vez, vi um estranho que tinha escolhido o lado dele.

Então, disse-lhe, com uma calma surpreendente: "Então vai. Podes ir."

Eu ia lutar pelo meu filho. E por mim.

Chegou a hora de parar de implorar e começar a lutar. Será que, sozinha, Sofia conseguirá proteger a dignidade do seu filho contra uma família poderosa e impiedosa?

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O anel de diamante em meu dedo parecia pesar toneladas, um fardo de promessas despedaçadas. Meu noivo, Daniel, herdeiro de uma fortuna, deveria estar ao meu lado, mas seus risos vinham de um canto distante, onde Isabela, a mulher que se insinuava entre nós, o envolvia em segredos e toques "acidentais". A gota d'água veio do jeito mais cruel: no nosso aniversário de cinco anos, ele chegou em casa tarde, com o perfume dela impregnado, justificando que a ajudava com um "problema urgente", enquanto a vela do meu jantar especial derretia, levando com ela a última chama da minha esperança. Naquela festa de gala, ver Daniel e Isabela tão à vontade, sem se importar com minha presença, foi uma humilhação insuportável, um golpe final na minha dignidade. Para o mundo, éramos o casal perfeito, mas por trás da fachada, Isabela reinava, e eu era a tola que tentava ignorar trincas que viravam abismos. Com a voz surpreendentemente firme, tirei o anel e o entreguei a ele, declarando o fim do nosso noivado. Seu sorriso zombeteiro e o aviso: "Você vai se arrepender, não é nada sem mim", foram um veneno, mas também uma libertação. Então, um choque: o ataque ao meu ateliê de joias e uma mensagem de Isabela confirmando a destruição, como se zombasse da minha dor. Mas a tristeza deu lugar a uma fúria fria. Eles achavam que me quebrariam, mas eu decidi lutar. Com as mãos trêmulas, mas a mente clara, apaguei a tela do celular – um adeus à minha vida antiga. Eu não precisava do dinheiro dele, apenas da minha liberdade. Aquela noite, nasceu uma nova Sofia, pronta para partir para longe, reconstruir-me e provar que era muito mais do que Daniel jamais poderia imaginar.

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