Alma de Açúcar, Coração de Gelo

Alma de Açúcar, Coração de Gelo

Gavin

5.0
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13
Capítulo

A poção queimava minha garganta, um fogo líquido, prometendo o fim da dor e de tudo. Mas a dor que me consumia não vinha da doença rara e agressiva que me fora diagnosticada, e sim da traição mais cruel. Meu marido, Duque Pedro, prometeu mover céus e terras pela Flor da Lua, minha única cura. Ele a encontrou, a preço de fortuna, mas não para mim. A flor foi para Clara, minha irmã de criação, que reclamava de um resfriado persistente, enquanto eu definhava. "Clara é tão frágil, Ana", Pedro me disse, desviando o olhar, "Você é forte, vai superar isso." Forte. Essa palavra me soou como um insulto enquanto meu coração se estraçalhava. Eu, que construí um império de confeitarias, que administrava a casa do duque e lhe dei um filho, era forte o suficiente para ser deixada para morrer. Com a morte iminente, uma calma fria me invadiu. Por que lutei tanto? Por que meu sacrifício nunca foi suficiente para eles? Eles queriam minha generosidade? Eu lhes daria tudo o que sempre desejaram. Minhas confeitarias "Doce Ana" foram para Clara, aceitas com sorrisos gananciosos dos meus pais. Minhas joias de família, minhas terras ancestrais, tudo entreguei, observando a cobiça dançar nos olhos de Clara e a aprovação silenciosa de Pedro. E a facada final: Pedro exigiu que Clara viesse morar conosco. "Ela é a nova dona das confeitarias, ela precisa estar perto", ele disse, e na sequência, estendeu-me os papéis do divórcio. Assinei. Assinei meu fim. A visão escureceu, a última coisa que ouvi foi a voz irritada de Pedro: "Pare com o drama, Ana! Pensei que tinha amadurecido." Quando acordei, o cheiro do perfume de Clara já impregnava meu quarto. A poção que tomei mascarava minha morte, tornando-me, para eles, "saudável" . Ninguém via a morte se aproximando. Ninguém choraria. Entendi então: minha rendição era a vingança. Eles pegaram tudo, mas não sabiam que eu lhes entregava um presente fatal.

Introdução

A poção queimava minha garganta, um fogo líquido, prometendo o fim da dor e de tudo.

Mas a dor que me consumia não vinha da doença rara e agressiva que me fora diagnosticada, e sim da traição mais cruel.

Meu marido, Duque Pedro, prometeu mover céus e terras pela Flor da Lua, minha única cura.

Ele a encontrou, a preço de fortuna, mas não para mim.

A flor foi para Clara, minha irmã de criação, que reclamava de um resfriado persistente, enquanto eu definhava.

"Clara é tão frágil, Ana", Pedro me disse, desviando o olhar, "Você é forte, vai superar isso."

Forte. Essa palavra me soou como um insulto enquanto meu coração se estraçalhava.

Eu, que construí um império de confeitarias, que administrava a casa do duque e lhe dei um filho, era forte o suficiente para ser deixada para morrer.

Com a morte iminente, uma calma fria me invadiu. Por que lutei tanto? Por que meu sacrifício nunca foi suficiente para eles?

Eles queriam minha generosidade? Eu lhes daria tudo o que sempre desejaram.

Minhas confeitarias "Doce Ana" foram para Clara, aceitas com sorrisos gananciosos dos meus pais.

Minhas joias de família, minhas terras ancestrais, tudo entreguei, observando a cobiça dançar nos olhos de Clara e a aprovação silenciosa de Pedro.

E a facada final: Pedro exigiu que Clara viesse morar conosco.

"Ela é a nova dona das confeitarias, ela precisa estar perto", ele disse, e na sequência, estendeu-me os papéis do divórcio.

Assinei. Assinei meu fim.

A visão escureceu, a última coisa que ouvi foi a voz irritada de Pedro: "Pare com o drama, Ana! Pensei que tinha amadurecido."

Quando acordei, o cheiro do perfume de Clara já impregnava meu quarto.

A poção que tomei mascarava minha morte, tornando-me, para eles, "saudável" .

Ninguém via a morte se aproximando. Ninguém choraria.

Entendi então: minha rendição era a vingança.

Eles pegaram tudo, mas não sabiam que eu lhes entregava um presente fatal.

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