Um Coração Que Não Lembra

Um Coração Que Não Lembra

Gavin

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Capítulo

Três anos. Foi o tempo que levei para contar os dias no meu calendário sem fim desde que Pedro, meu noivo e prometedor jogador de futebol, desapareceu. Todos o deram como morto, mas eu me recusei a acreditar, definhando na dor da sua ausência. Até que o telefone tocou, estridente na quietude do meu ateliê, e a voz ofegante de Ricardo, nosso amigo de infância, me congelou o sangue: "Sofia, você não vai acreditar. É o Pedro. Eu o vi. Ele está vivo." A coragem para ir até o fim do mundo para encontrá-lo me consumia. Mas na hora de abraçá-lo e acabar com três anos de pesadelos, outro pesadelo ainda pior começou. Vi uma mulher se aproximar, linda e grávida, e o sorriso dele para ela desmantelou meu mundo: "Amor, que nome daremos ao nosso filho quando ele nascer?" Ele me chamou de "senhora" . Ele não lembrava de mim. Meu coração se partiu em um milhão de pedaços. Aquele não era o meu Pedro. Como ele pôde me esquecer? Como a vida que construímos juntos podia ter sido apagada por uma única batida na cabeça? A dor da sua indiferença era mil vezes pior do que a da sua morte. Eu estava morrendo, e ele, meu 'João' , sequer percebia. Ele queria o divórcio. Eu tinha quinze dias para me despedir. Eu ia morrer, mas morreria como Sofia Sampaio Alencar, a esposa dele. No fim, meu destino se cumpriu. Eu o trouxe de volta para sua família, para sua nova vida, e escolhi morrer. Mas a morte não separa aqueles que o destino escolheu para estarem juntos, mesmo que ele esqueça.

Introdução

Três anos. Foi o tempo que levei para contar os dias no meu calendário sem fim desde que Pedro, meu noivo e prometedor jogador de futebol, desapareceu.

Todos o deram como morto, mas eu me recusei a acreditar, definhando na dor da sua ausência.

Até que o telefone tocou, estridente na quietude do meu ateliê, e a voz ofegante de Ricardo, nosso amigo de infância, me congelou o sangue: "Sofia, você não vai acreditar. É o Pedro. Eu o vi. Ele está vivo."

A coragem para ir até o fim do mundo para encontrá-lo me consumia. Mas na hora de abraçá-lo e acabar com três anos de pesadelos, outro pesadelo ainda pior começou.

Vi uma mulher se aproximar, linda e grávida, e o sorriso dele para ela desmantelou meu mundo: "Amor, que nome daremos ao nosso filho quando ele nascer?"

Ele me chamou de "senhora" . Ele não lembrava de mim. Meu coração se partiu em um milhão de pedaços. Aquele não era o meu Pedro.

Como ele pôde me esquecer? Como a vida que construímos juntos podia ter sido apagada por uma única batida na cabeça?

A dor da sua indiferença era mil vezes pior do que a da sua morte. Eu estava morrendo, e ele, meu 'João' , sequer percebia.

Ele queria o divórcio. Eu tinha quinze dias para me despedir. Eu ia morrer, mas morreria como Sofia Sampaio Alencar, a esposa dele.

No fim, meu destino se cumpriu. Eu o trouxe de volta para sua família, para sua nova vida, e escolhi morrer. Mas a morte não separa aqueles que o destino escolheu para estarem juntos, mesmo que ele esqueça.

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No dia do terceiro aniversário do meu filho, Lucas, o meu marido, Pedro, simplesmente não voltou para casa. Preparei o seu bolo favorito e enchi a sala com balões azuis, enquanto Lucas esperava, adormecendo no sofá com o seu pequeno carro de corrida. Liguei para o Pedro dezenas de vezes, mas só encontrei o silêncio do telemóvel desligado. O meu coração afundava a cada tentativa falhada, até que a campainha tocou, já perto da meia-noite. Corri para a porta, com a esperança a reacender-se, mas não era ele. Eram dois polícias, com expressões sérias, que trouxeram a notícia: Pedro sofrera um acidente de carro, estado crítico. O mundo parou, as palavras ecoavam na minha cabeça: "crítico", "acidente". Mas a próxima frase atingiu-me como um raio: "Havia outra pessoa no carro... uma mulher. Infelizmente, ela não sobreviveu." O nome dela? Clara Bastos. A ex-namorada de Pedro, aquela que ele jurou ter ficado no passado. Antes que eu pudesse processar a traição, a minha sogra, Dona Alice, subiu as escadas, o seu medo transformado em raiva pura. "A culpa é tua! Tu nunca o fizeste feliz! A Clara era o verdadeiro amor da vida dele! Se ele morrer, a culpa é tua!" As palavras dela, o facto de que toda a minha vida tinha sido uma farsa, atingiram-me mais do que qualquer golpe físico. O nosso casamento, o nosso filho... Seríamos apenas um obstáculo? Uma mentira? Senti o meu telemóvel vibrar no bolso: uma notificação de transferência bancária. Pedro tinha transferido quase todo o nosso dinheiro da conta conjunta para a sua conta pessoal, horas antes do acidente. Ele não me estava apenas a deixar; estava a deixar-me sem nada. Num piscar de olhos, a minha vida desmoronou-se. Mas eu não me ajoelharia. Enquanto a minha sogra me amaldiçoava, senti uma raiva fria a crescer. Não olhei para trás. A batalha pela minha vida e pela do meu filho tinha acabado de começar.

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