Eu ouvi a voz do meu noivo, Augusto, planejando meu fim. Ele queria me desfigurar, me envenenar para me tornar estéril e suprimir minha Força Interior, tudo para me substituir por sua amante, Rebeca, e seu filho secreto, Oliver. Ele me queria como uma casca vazia, uma inválida que não faria perguntas. Enquanto eu fingia dormir, ouvi o médico concordar com o plano. Senti a picada da agulha e um veneno frio queimar minhas veias, destruindo minha essência. Augusto então me abraçou, chorando lágrimas de crocodilo pela minha "infertilidade acidental", sem saber que eu já tinha ouvido tudo. Ele acreditava que eu era fraca, um obstáculo a ser removido. Mas ele não sabia que, ao tentar me destruir, ele havia despertado um monstro. Dois anos depois, com minha Força Interior mais poderosa do que nunca e minhas cicatrizes curadas, eu voltei. E agora, era a vez dele queimar.
Eu ouvi a voz do meu noivo, Augusto, planejando meu fim. Ele queria me desfigurar, me envenenar para me tornar estéril e suprimir minha Força Interior, tudo para me substituir por sua amante, Rebeca, e seu filho secreto, Oliver.
Ele me queria como uma casca vazia, uma inválida que não faria perguntas.
Enquanto eu fingia dormir, ouvi o médico concordar com o plano. Senti a picada da agulha e um veneno frio queimar minhas veias, destruindo minha essência.
Augusto então me abraçou, chorando lágrimas de crocodilo pela minha "infertilidade acidental", sem saber que eu já tinha ouvido tudo.
Ele acreditava que eu era fraca, um obstáculo a ser removido.
Mas ele não sabia que, ao tentar me destruir, ele havia despertado um monstro. Dois anos depois, com minha Força Interior mais poderosa do que nunca e minhas cicatrizes curadas, eu voltei. E agora, era a vez dele queimar.
Capítulo 1
Sara POV:
Eu ouvi a voz dele. Cada palavra perfurou minha alma, como estilhaços de vidro. Eu sabia que estava acordada, mas o mundo parecia um pesadelo.
"A operação precisa ser limpa, Guilherme," Augusto disse. A voz dele era fria. Não havia emoção. Aquele homem estava falando sobre o fim da minha vida.
"Sem vestígios. Ninguém pode suspeitar."
O Dr. Guilherme pigarreou. "Senhor Caldeira, não tenho certeza se isso é prudente. Ela já sofreu o bastante com... o incidente."
Meu coração apertou. O incidente. O incêndio. As cicatrizes que haviam me consumido.
Augusto riu. Um som oco. "O incidente foi apenas o começo, doutor. Precisamos de um final. Um final que justifique minha decisão de seguir em frente com Rebeca e Oliver."
Rebeca. Oliver. As palavras dançaram na escuridão. Meu noivo. Meu Augusto.
"A substância precisa ser potente o suficiente para suprimir a Força Interior dela. Permanentemente, se possível. Mas sem causar morte. A dor deve ser... profunda. Uma doença misteriosa. Incurável. Que a torne infértil. Assim, não haverá perguntas."
Uma doença. Infertilidade. Ele estava planejando isso por quanto tempo?
Eu senti um arrepio gélido. Aquela Força Interior era minha essência. Minha capacidade de curar. Minha ligação com a vida. Ele queria tirar isso de mim.
O Dr. Guilherme gaguejou, "Mas... e a Força Interior dela? Se suprimirmos isso, ela ficará vulnerável. E se ela descobrir? Ou se alguém questionar a infertilidade? A linhagem dela é forte. É... antiético."
"Antiético?" Augusto sibilou. "O que é antiético é ela se agarrar a um futuro que nunca foi para ela. Ela é um obstáculo, doutor. E obstáculos são removidos. A Força Interior dela é fraca. Fraca o suficiente para ser suprimida. E se ela descobrir, o que ela fará? Ela não terá nada. Ninguém. Ela aceitará seu destino."
Senti um fogo queimar em meu peito. Não era mais a dor das feridas. Era a raiva. Uma fúria fria.
Augusto continuou, sua voz se suavizando de forma assustadora. "E o menino, Oliver. Ele precisa de um nome. Um legado. Rebeca merece ser reconhecida. Eles são minha família. Sara... ela já não é."
Minha família, eu pensei. Eu era sua família. Por cinco anos.
O Dr. Guilherme suspirou pesadamente. Sua voz estava embargada. "Senhor Caldeira, a senhorita Alcântara o ama. Ela dedicou a vida a você. A Força Interior dela pode estar enfraquecendo devido ao estresse, mas ela é resiliente. Destruí-la assim... ela não merece isso."
"O que ela merece ou não, não é sua preocupação, doutor," Augusto retrucou. "Sua preocupação é garantir que minha noiva se torne uma inválida, estéril, e que Rebeca possa ocupar seu lugar sem escândalo. A Força Interior dela será irrelevante. Ela será uma casca vazia. Compreende?"
O Dr. Guilherme ficou em silêncio por um longo momento. O som de sua respiração pesada preencheu o quarto. Eu estava deitada, fingindo dormir, meu corpo paralisado pelo choque e pela dor.
"Compreendo," o médico finalmente disse, sua voz quase inaudível.
Augusto riu novamente. "Excelente. Certifique-se de que a dose seja exata. E que seja administrada em um momento de vulnerabilidade. Após o próximo tratamento das feridas. Ela estará sedada, receptiva. E não se preocupe com o 'como' . Ela acreditará que é parte do processo de cura. Que é uma consequência do incêndio."
O incêndio que você causou, eu gritei em minha mente. As cicatrizes que você me deu.
"E o que faremos com ela depois?" o Dr. Guilherme perguntou. Sua voz carregava um desespero sutil. "Ela ficará sozinha? Com uma Força Interior tão danificada..."
Augusto fez um som de desdém. "Ela terá tudo. Mas não poderá ter filhos. E não terá mais a Força Interior para me acompanhar. A linhagem Caldeira é forte. Preciso de uma companheira que reflita isso. Rebeca reflete. Oliver reflete. Sara... ela será um lembrete de um erro que eu consertarei."
Um erro. Eu era um erro. Cinco anos de amor. Cinco anos de mentiras.
Senti a mão dele tocar meu cabelo. Um toque suave, familiar. Mas agora, era uma carícia de traição.
"Minha Sara," ele sussurrou. "Você sempre foi tão pura. Tão devotada. Mas a vida, querida, é para os fortes. E você... você não será mais."
Não serei mais? Eu senti um sorriso amargo surgir em meus lábios. Você não sabe o que está por vir, Augusto Caldeira.
Ele se afastou. Senti o alívio do seu toque.
"Vou ligar para Rebeca agora," ele disse ao doutor. "Ela já está me esperando. Certifique-se de que tudo esteja pronto."
O Dr. Guilherme saiu do quarto, seus passos pesados e lentos, como se carregasse o peso do mundo. Minha dor se intensificou.
Ouvi Augusto pegar o telefone. "Rebeca? Está feito. Bem, quase. O médico está pronto para a próxima fase. Sim, o incêndio... a equipe de segurança já removeu todas as 'evidências' . Ninguém vai ligar isso a nós. Não se preocupe. Apenas continue sendo minha pequena e inocente amiga. E não se esqueça de que Oliver precisa de um pai. E você precisa de um marido. E em breve, você terá os dois."
Minhas lágrimas escorriam silenciosamente pelo meu rosto. Quentes, salgadas. O fogo que me desfigurou. A doença que me tornaria infértil. Tudo planejado. Tudo para ele se casar com a amante e legitimar o filho secreto. Minha vida inteira era uma farsa.
Minha Força Interior, que uma vez brilhou tão intensamente, agora parecia uma brasa moribunda. A dor não era apenas física. Era a dor de uma alma em ruínas. A dor de ter sido uma peça em seu jogo cruel.
Ouvi o som de passos se aproximando novamente. Era o Dr. Guilherme. Ele segurava uma seringa. Seu rosto estava pálido.
Ele se inclinou sobre mim. Seus olhos encontraram os meus. Por um segundo, vi pena. Arrependimento.
"Me desculpe, Sara," ele sussurrou. Sua voz falhou.
Eu fechei meus olhos, fingindo que ainda estava sedada. Minhas cicatrizes em meu rosto pareciam formigar.
Senti a picada. Um líquido frio invadiu minhas veias. Seguido por uma queimação intensa. Não na pele. Dentro. Profundo. Como se meu corpo estivesse em chamas por dentro.
Ah, Augusto, pensei. Você queria que eu queimasse. E agora, eu estou queimando.
A Força Interior em meu peito gritou. Não era um grito de dor, mas um lamento de despedida. Minha essência se contorcia, se encolhia. Ela estava morrendo.
Quando a queimação diminuiu, tudo o que restava era um vazio. Um buraco escuro onde minha Força Interior costumava residir. Eu estava... vazia.
Acordei novamente, sentindo um peso esmagador sobre mim. Meu corpo estava rígido, dolorido. As cicatrizes do incêndio em meu rosto e braços latejavam. Mas a dor mais profunda era interna. Uma ausência.
Augusto estava ao meu lado, segurando minha mão. Seus olhos estavam cheios de uma preocupação perfeita. Uma preocupação que não atingia seu olhar frio.
"Minha querida," ele sussurrou, sua voz embargada. "Você acordou. Como se sente? O Dr. Guilherme disse que o tratamento foi um sucesso. Mas você está queimando em febre. Seu corpo está reagindo ao que aconteceu. Ele disse que sua Força Interior... está comprometida."
Ele apertou minha mão. Aquela mão que ele usou para me destruir. Agora, ela me consolava. A ironia era cruel.
"Eu... eu estou bem," eu murmurei, minha voz rouca. Cada palavra era um esforço.
"Não se preocupe com nada, meu amor. Eu estou aqui. Sempre estarei. Eu disse ao Dr. Guilherme para ajustar sua medicação. Não quero que você sinta mais dor."
Seus olhos, antes cheios de falsidade, agora pareciam um pouco mais... calculistas. Ele me analisava. Observava cada mínimo movimento.
Eu vi através dele. Vi o monstro por trás do homem charmoso. Vi o que as pessoas podiam fazer por amor. Por amor a outra pessoa.
"Augusto," eu disse, com um sorriso fraco. Um sorriso que não traiu a tempestade em minha alma. "Você está cansado. Deveria descansar. Eu vou ficar bem."
Ele hesitou por um momento, depois suspirou. "Talvez você tenha razão. Tenho tido dias difíceis. Mas não vou deixá-la sozinha."
Ele se deitou ao meu lado na cama, puxando-me para um abraço. Senti o calor do seu corpo, mas meu coração estava frio. Congelado.
Em poucos minutos, sua respiração ficou regular. Ele adormeceu.
Eu o observei. O homem que eu amei. O homem que me destruiu. Ele parecia tão inocente adormecido. Mas eu sabia a verdade. E agora, eu tinha um plano. Um plano para me vingar.
Você queria que eu fosse uma casca vazia, Augusto? Pensei. Pois bem. Mas essa casca será sua ruína.
Ainda não acabou. Isso é apenas o começo.
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