A Cura de Eva: Encontrando o Amor Depois da Tempestade

A Cura de Eva: Encontrando o Amor Depois da Tempestade

Gavin

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Capítulo

Quando o médico me disse que o meu bebé já não tinha batimento cardíaco, o mundo parou. O meu marido, Pedro, estava ao meu lado, agarrado ao telemóvel, mais preocupado com ele do que comigo. Poucas horas antes, eu implorei-lhe para vir, estava a sentir dores excruciantes e a perder o nosso filho. Mas ele nunca chegou. Em vez disso, recebi uma mensagem: "A Sofia teve um ataque de pânico, tive de a levar para casa. Pega um táxi para o hospital." Um estranho chamou uma ambulância para mim. No hospital, Pedro não olhava para mim, mas para o seu telemóvel vibrando incessantemente. Eu sabia que era dela, da sua ex-namorada Sofia. A dor era insuportável, mas a traição... essa dor era mais aguda. Ele não se preocupava com a perda do nosso filho, nem sequer comigo. Olhei para ele, para o seu rosto, e disse a coisa mais clara que me veio à mente: "Pedro, vamos divorciar-nos." Ele reagiu com incredulidade e raiva. "Divórcio? Tu estás a destruir a nossa família!", gritou ele. A sua mãe, Dona Isabel, juntou-se ao coro, ligando e chamando-me de "inútil" e "desleixada". "Como é que ela pôde ser tão descuidada? Não consegue sequer levar uma gravidez a termo!", ouvi a sua voz estridente através do altifalante. Pedro não me defendeu. Naquele momento, percebi a terrível verdade: para eles, eu era apenas uma performance, uma prova da minha utilidade. E eu tinha falhado no teste. No entanto, quando acordei da cirurgia, o vazio no meu coração foi acompanhado por uma nova clareza gelada. Pedro e a sua mãe tinham-me abandonado. Pior ainda, Pedro trouxe a Sofia para a nossa casa, para a nossa cama, enquanto eu estava no hospital a recuperar da perda do nosso bebé. Senti raiva, nojo e uma convicção inabalável. Não iria chorar. Não me iria desculpar. Eu iria lutar. Peguei nos meus sapatos de bebé, as cinzas na minha boca eram o amor que morrera. "O amor que tínhamos morreu," eu disse, olhando-o nos olhos. "Morreu na ponte, quando me deixaste sozinha. Foi enterrado aqui, nesta cama, com o cheiro do perfume dela." Ele tentou agarrar-me, mas eu empurrei-o. Sabia que a partir de agora, não estaria sozinha. Alguém me tinha perguntado como eu estava. Alguém se tinha importado. Eu iria sair dali. Eu iria viver. E ele ia ver o que tinha perdido.

Introdução

Quando o médico me disse que o meu bebé já não tinha batimento cardíaco, o mundo parou.

O meu marido, Pedro, estava ao meu lado, agarrado ao telemóvel, mais preocupado com ele do que comigo.

Poucas horas antes, eu implorei-lhe para vir, estava a sentir dores excruciantes e a perder o nosso filho.

Mas ele nunca chegou.

Em vez disso, recebi uma mensagem: "A Sofia teve um ataque de pânico, tive de a levar para casa. Pega um táxi para o hospital."

Um estranho chamou uma ambulância para mim.

No hospital, Pedro não olhava para mim, mas para o seu telemóvel vibrando incessantemente.

Eu sabia que era dela, da sua ex-namorada Sofia.

A dor era insuportável, mas a traição... essa dor era mais aguda.

Ele não se preocupava com a perda do nosso filho, nem sequer comigo.

Olhei para ele, para o seu rosto, e disse a coisa mais clara que me veio à mente: "Pedro, vamos divorciar-nos."

Ele reagiu com incredulidade e raiva.

"Divórcio? Tu estás a destruir a nossa família!", gritou ele.

A sua mãe, Dona Isabel, juntou-se ao coro, ligando e chamando-me de "inútil" e "desleixada".

"Como é que ela pôde ser tão descuidada? Não consegue sequer levar uma gravidez a termo!", ouvi a sua voz estridente através do altifalante.

Pedro não me defendeu.

Naquele momento, percebi a terrível verdade: para eles, eu era apenas uma performance, uma prova da minha utilidade. E eu tinha falhado no teste.

No entanto, quando acordei da cirurgia, o vazio no meu coração foi acompanhado por uma nova clareza gelada.

Pedro e a sua mãe tinham-me abandonado.

Pior ainda, Pedro trouxe a Sofia para a nossa casa, para a nossa cama, enquanto eu estava no hospital a recuperar da perda do nosso bebé.

Senti raiva, nojo e uma convicção inabalável.

Não iria chorar. Não me iria desculpar. Eu iria lutar.

Peguei nos meus sapatos de bebé, as cinzas na minha boca eram o amor que morrera.

"O amor que tínhamos morreu," eu disse, olhando-o nos olhos. "Morreu na ponte, quando me deixaste sozinha. Foi enterrado aqui, nesta cama, com o cheiro do perfume dela."

Ele tentou agarrar-me, mas eu empurrei-o.

Sabia que a partir de agora, não estaria sozinha.

Alguém me tinha perguntado como eu estava. Alguém se tinha importado.

Eu iria sair dali. Eu iria viver. E ele ia ver o que tinha perdido.

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