Eu tinha morrido uma vez, traída pelo meu noivo Cauã e pela minha meia-irmã Heloísa. Eles me humilharam, roubaram meu filho e me deixaram para morrer em um hospital. Mas o destino me deu uma segunda chance. Eu renasci, voltando ao dia em que tudo começou a desmoronar. Desta vez, a dor não me cegaria. Meu coração, antes cheio de amor, agora estava frio como gelo. Meu único plano era simples: uni-los e me libertar para sempre. No entanto, ao encará-lo na festa, percebi algo terrível: Cauã também havia renascido. Mas sua arrogância o impedia de ver a verdade, e ele continuou a me tratar com o mesmo desprezo cruel. "Silvana, você está atrasada. Ou sua obsessão por mim te fez perder a noção do tempo de novo?", ele zombou, enquanto Heloísa, a víbora disfarçada de anjo, exibia um colar de diamantes que deveria ter sido meu. Eles achavam que eu era a mesma tola do passado, a que chorava e implorava. Mal sabiam eles que a Silvana que eles conheciam estava morta. E a nova Silvana não estava aqui para implorar. Eu estava aqui para tomar tudo o que era meu por direito, começando com o império do Avô Afonso. Minha vingança seria a minha felicidade, e a ruína deles estava apenas começando.
Eu tinha morrido uma vez, traída pelo meu noivo Cauã e pela minha meia-irmã Heloísa. Eles me humilharam, roubaram meu filho e me deixaram para morrer em um hospital.
Mas o destino me deu uma segunda chance.
Eu renasci, voltando ao dia em que tudo começou a desmoronar.
Desta vez, a dor não me cegaria. Meu coração, antes cheio de amor, agora estava frio como gelo. Meu único plano era simples: uni-los e me libertar para sempre.
No entanto, ao encará-lo na festa, percebi algo terrível: Cauã também havia renascido. Mas sua arrogância o impedia de ver a verdade, e ele continuou a me tratar com o mesmo desprezo cruel.
"Silvana, você está atrasada. Ou sua obsessão por mim te fez perder a noção do tempo de novo?", ele zombou, enquanto Heloísa, a víbora disfarçada de anjo, exibia um colar de diamantes que deveria ter sido meu.
Eles achavam que eu era a mesma tola do passado, a que chorava e implorava.
Mal sabiam eles que a Silvana que eles conheciam estava morta.
E a nova Silvana não estava aqui para implorar. Eu estava aqui para tomar tudo o que era meu por direito, começando com o império do Avô Afonso. Minha vingança seria a minha felicidade, e a ruína deles estava apenas começando.
Capítulo 1
Silvana Neves POV:
Eu tinha morrido uma vez, e isso mudou tudo. Não haveria uma segunda vez para cometer os mesmos erros. A dor daquele hospital, o vazio do meu último suspiro, tudo isso ainda estava fresco na minha memória, como uma tatuagem invisível na minha alma. Agora, de volta, no meu próprio corpo, mas com a mente afiada pelas lembranças de uma vida que deveria ter sido minha, eu sabia exatamente o que fazer. Meu coração, antes um emaranhado de paixão e submissão por Cauã Pessoa, estava agora frio. Uma estratégia fria, calculada. Eu o uniria a Heloísa Assunção, minha meia-irmã, e então me libertaria. Era o meu novo plano, e nada me desviaria dele.
Mas então eu o vi. Cauã. E o ar gelou nos meus pulmões. Não era possível. Pensei que era a única abençoada, ou talvez amaldiçoada, com uma segunda chance. Mas ele estava ali, com o mesmo sorriso arrogante, a mesma postura de dono do mundo que eu conhecia tão bem. Seus olhos, que antes me faziam tremer de amor, agora pareciam carregar a mesma sombra de lembranças que os meus. Ele também tinha renascido. A ficha caiu como um bloco de gelo no estômago. Aquele homem, a personificação da minha desgraça passada, estava aqui de novo. Mas havia uma diferença crucial: ele não parecia ter a menor ideia. Sua prepotência era uma barreira que o impedia de ver a verdade, de reconhecer o milagre ou a maldição que nos havia sido concedida.
Eu estava no salão de festas da mansão dos Pessoa, um lugar que antes me parecia um conto de fadas, agora apenas um palco para a minha farsa. As vozes ecoavam, risadas falsas preenchiam o espaço, e o cheiro doce e enjoativo de flores caras me sufocava. No centro de um grupo, como um rei no seu trono, estava Cauã, rodeado por bajuladores. Heloísa, minha 'doce' meia-irmã, pendia do seu braço, a imagem da inocência, vestida de um branco angelical. Parecia um quadro perfeito de felicidade, forjado na minha desgraça.
Quando meus olhos encontraram os dele, um silêncio estranho desceu sobre o grupo. Os sorrisos nos rostos dos bajuladores murcharam, e eles, um a um, começaram a se dispersar, como folhas secas levadas pelo vento. O burburinho cessou, e eu senti os olhares pesados caindo sobre mim, cheios de curiosidade e desprezo. O ar ficou pesado, quase palpável, e eu me senti como uma intrusa em um lugar onde, por direito, eu deveria ser a anfitriã. Mas eu já conhecia essa sensação. Não doía mais.
Uma das primas de Cauã, uma mulher com um sorriso afiado e olhos de cobra, soltou uma risada abafada. "Olhem só quem resolveu aparecer. Pensei que a Silvana tinha se perdido no caminho da própria insignificância", ela murmurou, alto o suficiente para que todos ouvissem. Outros se juntaram, sussurros maldosos se espalhando como fogo. "Ainda tentando agarrar o Cauã?", "Pobre coitada, não percebe que ele a largou?" Era um coro familiar de desdém, ecos de uma vida passada que agora só serviam para reforçar a minha determinação.
Cauã, no entanto, não se moveu. Ele apenas me encarou, com um olhar que, para mim, já não tinha o poder de me quebrar. Seus lábios se curvaram em um sorriso cruel. "Silvana, você está atrasada. Ou sua obsessão por mim te fez perder a noção do tempo de novo?" Sua voz era suave, mas cortante como vidro quebrado. Na vida passada, aquelas palavras teriam me atingido como um soco no estômago, tirando-me o ar. Agora, eu apenas as ouvia, vazias, insignificantes.
Ele deu um passo à frente, soltando Heloísa, que parecia uma boneca assustada. "Todos esses anos, você se arrastando aos meus pés, achando que seu 'amor' me comoveria. É patético, Silvana. Eu nunca te quis nesse nível, você sabe disso. Seu papel era outro, e você falhou miseravelmente em entender." Suas palavras eram uma bala. Antes, teriam explodido meu mundo, reduzindo a cinzas toda a minha dedicação. Agora, eram apenas o vento soprando sobre um deserto que eu já havia atravessado.
Ele parou na minha frente, perto o suficiente para que eu sentisse o cheiro do seu perfume caro, mas longe demais para qualquer intimidade. Um breve silêncio se instalou, pesado. Seus olhos varreram meu rosto, e por um instante, um relance de algo que parecia desprezo puro brilhou neles. Ele soltou um suspiro lento, como se eu fosse um fardo incômodo, um problema a ser resolvido. Aquele olhar, antes, teria me feito questionar minha própria existência. Hoje, só me dava a certeza de que eu estava no caminho certo para a minha liberdade.
"Olhe para você, Silvana", ele continuou, a voz gotejando veneno. "Ainda com essa face de mártir, esperando que eu me arrependa? Deixe-me deixar claro: você é um obstáculo. E obstáculos são removidos. Eu não vou permitir que você estrague meus planos de novo, ou tente se agarrar a algo que nunca foi seu." Ele terminou com um aviso frio. "Entendeu?". Era uma ameaça velada, uma promessa de destruição. Ele ainda achava que eu era a Silvana do passado, a que chorava e implorava. Mal sabia ele que eu era a Silvana do futuro, e que as regras do jogo tinham mudado.
Uma pontada de memória me atingiu. A Silvana antiga, cega de amor, que via em cada gesto rude de Cauã uma prova de sua "difícil" personalidade, que interpretava seu desprezo como um desafio a ser superado pelo seu amor incondicional. Eu me via, como um fantasma, correndo atrás dele, ignorando as humilhações, acreditando em contos de fadas onde o amor tudo vencia. A memória era dolorosa, mas distante, como uma cicatriz antiga que não coça mais. Eu havia morrido por aquele amor, literalmente. E não voltaria a fazê-lo.
Levantei meu queixo, sentindo a força recém-descoberta em cada fibra do meu ser. "Entendi perfeitamente, Cauã", eu disse, minha voz calma e controlada, sem um traço da fragilidade que ele esperava. Não havia tremor, nem súplica. Apenas uma clareza gelada. "Na verdade, eu entendi muito antes do que você pode imaginar."
Os olhos de Cauã estreitaram-se, surpresos pela minha inesperada compostura. "E o que isso significa?", ele perguntou, sua confiança vacilando um pouco. Eu dei um pequeno sorriso, um que não alcançou meus olhos, mas que era o suficiente para perturbar a sua paz. "Significa que a reunião com o vovô Afonso, marcada para hoje à noite, será mais interessante do que você pensa. Não é mesmo?"
A menção ao nome de Afonso Carrara e a uma 'reunião' fez um choque percorrer a espinha dorsal dos presentes. Os poucos bajuladores que ainda estavam por perto trocaram olhares assustados. "Reunião? Que reunião?", alguém sussurrou. Seus olhares se voltaram para Cauã, que agora parecia tão confuso quanto eles. Ele não sabia. Ele havia renascido, mas sua arrogância o cegava para o que realmente importava. A informação que eu acabara de soltar era um míssil no meio da sua festa.
Eu entendi o choque deles. Na vida passada, Cauã sempre controlava as informações, especialmente as que diziam respeito ao Avô Afonso e sua vasta fortuna. Ele se certificava de que ninguém mais soubesse dos detalhes do testamento, dos acordos antigos. Ele me mantinha no escuro, na esperança de que eu fosse apenas uma peça no seu jogo de poder. Mas agora, eu sabia de tudo. Eu tinha a vantagem da memória, e ele, a maldição da sua própria presunção.
Lembrei-me das palavras do Avô Afonso, ditas a mim em segredo, anos atrás. Um acordo selado com o meu próprio avô, um herói de guerra que havia salvado a vida de Afonso. "Minha neta, você é a chave para o futuro desta família. Meu testamento é claro: apenas aquele que se casar com você, Silvana, terá acesso total à minha fortuna e à sucessão do império Carrara. É uma prova de caráter, de lealdade. Não é sobre o dinheiro, mas sobre quem você escolhe para estar ao seu lado." Eu havia esquecido a importância daquilo na minha vida passada, cega pelo amor. Agora, era a minha arma.
O Avô Afonso não era um homem de meias palavras. Seu testamento era uma obra de arte em si, uma armadilha para os ambiciosos e um teste para os verdadeiros. Ele havia estipulado que apenas o neto que se casasse comigo herdaria o controle total do seu império. Não apenas uma parte, mas TUDO. E ele tinha deixado claro: "Não quero parasitas no meu legado. Quero alguém que valorize o caráter e a parceria, não o status e o dinheiro fácil." Cauã, em sua mente arrogante, sempre presumiu que seria ele, que eu seria sua noiva obediente. Ele nunca sequer considerou que eu pudesse ter uma escolha real.
De repente, todos os olhares estavam firmemente fixados em Cauã. Os sussurros se transformaram em frases rápidas, quase inaudíveis. As pessoas começaram a se aproximar dele novamente, com um brilho diferente nos olhos. Não era mais desprezo por mim, mas um interesse renovado no 'rei' que poderia, afinal, não ser tão inabalável como pensavam. Eles buscavam uma migalha, uma garantia de que, com Cauã no controle, seus próprios pequenos interesses estariam seguros.
Cauã, recuperando a compostura, soltou uma risada seca e forçada. "Ah, a reunião. Sim, claro. Vovô sempre com as suas excentricidades, não é? Não se preocupem, é apenas uma formalidade. Silvana ainda será minha noiva, e o império Carrara continuará nas mãos certas." Ele me lançou um olhar que misturava triunfo e um escárnio mal disfarçado. Ele ainda pensava que me manipularia, que eu era a mesma tola fácil de controlar.
Ele se aproximou de mim novamente, seu sorriso se alargando, revelando um brilho predatório em seus olhos. Não era um sorriso de afeto, mas de posse, de um caçador que encurrala sua presa. Eu senti um arrepio, mas não de medo, e sim de antecipação. Ele ainda estava jogando o jogo antigo, e eu mal podia esperar para ver a sua queda.
"Silvana", ele disse, a voz sedosa, mas com uma ameaça subjacente. "Vamos facilitar as coisas. Que tal você parar com esse joguinho de garota difícil? Volte para mim, como a noiva que você deveria ser. Mas desta vez, sem exigências. Sem opiniões. Apenas obediência. E, claro, você terá que se livrar da sua meia-irmã. Heloísa é um... detalhe desnecessário, agora que o vovô decidiu acelerar o processo. Você não quer perder tudo, quer?" Ele estava tão convencido do meu amor, da minha dependência, que ousava me propor uma subjugação completa.
A ideia de que ele também tinha renascido, mas estava cego pela sua própria arrogância, me atingiu com força. Era uma revelação perturbadora, tingida de ironia. Ele estava de volta, mas não havia aprendido nada. E isso, de alguma forma, me dava uma vantagem ainda maior.
Enquanto eu processava essa nova e complexa informação, uma voz melíflua e alta cortou o ar, como um sino de igreja em um funeral. "Cauã, querido, o que está acontecendo aqui? Eu ouvi alguns gritos... Silvana, você está bem?" Era Heloísa, minha meia-irmã, surgindo do corredor adjacente como uma visão. Seus olhos, grandes e inocentes, pareciam inundados de preocupação, mas eu podia ver a sombra de cálculo por trás daquela fachada.
Heloísa estava deslumbrante, como sempre. Vestia um vestido de seda azul-claro que realçava sua pele pálida e seus cabelos dourados. Sua postura era a de uma flor frágil, ligeiramente curvada, como se o mundo fosse grande demais para ela. Ela piscou os olhos, longos cílios tremulando, e colocou uma mão delicada sobre o peito, como se estivesse com o coração apertado. A imagem era perfeita, a atuação impecável. A Heloísa do passado, que eu amava e protegia, teria engolido essa encenação. A Silvana renascida via a víbora rastejando sob a pele de cordeiro.
No instante em que Heloísa apareceu, o foco de Cauã se desviou de mim. Seus olhos, antes frios e calculistas, suavizaram-se com uma preocupação quase paternal. "Heloísa, querida, não é nada. Apenas Silvana causando o drama de sempre. Você não deveria ter vindo aqui, está fraca." Ele deu um passo em sua direção, a mão estendida, como se fosse protegê-la de um predador invisível.
Heloísa se encolheu ligeiramente, mas não se afastou. "Eu estava apenas vindo procurar por você, Cauã. Senti um pouco de tontura e pensei que um ar fresco pudesse ajudar. Mas então ouvi as vozes e fiquei preocupada. Silvana, você não deveria brigar. É tão feio", ela disse, sua voz um sussurro frágil, como se a simples ideia de uma discussão fosse demais para seus nervos delicados. Era a sua tática clássica: fazer-se de vítima, virar a situação contra mim.
Cauã pegou a mão de Heloísa, apertando-a com uma possessividade que me revirou o estômago. Seu olhar voltou para mim, mas agora era tingido de uma raiva protetora. "Veja o que você fez, Silvana. Assustou a Heloísa. Ela é delicada, não como você, que parece feita de rocha."
"Você sempre foi assim", ele continuou, a voz subindo um tom. "Mimada, egoísta, só pensa em si mesma. Nunca se importou com os sentimentos dos outros. Heloísa, ao contrário, é pura de coração. Ela se preocupa com todos, mesmo com você, que a trata tão mal." Ele gesticulava com a mão livre, como se estivesse me julgando em um tribunal. A ironia era tão densa que eu podia quase saboreá-la. Ele, o egoísta, me chamando de egoísta.
Ele virou as costas para mim, puxando Heloísa suavemente pelo braço. Ela olhou para mim por cima do ombro dele, um pequeno sorriso sutil e vitorioso dançando em seus lábios antes de desaparecer. Eles começaram a caminhar, deixando-me ali, sozinha no centro do salão agora quase vazio, com os poucos curiosos ainda me observando de longe.
Antes de desaparecerem completamente pela porta, Cauã parou e olhou para mim uma última vez. "Não se preocupe, Silvana. Eu vou lidar com o vovô. E você, você vai se arrepender de ter tentado jogar comigo." Sua voz era um sussurro, mas carregava a promessa de uma tempestade. Eu sorri para as costas dele, um sorriso que ele nunca veria, um sorriso que guardava a promessa de uma ruína que ele ainda não podia sequer imaginar. Minha vingança estava apenas começando.
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