O Tapa Que Mudou Tudo

O Tapa Que Mudou Tudo

Gavin

5.0
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Capítulo

A umidade de São Paulo grudava na pele enquanto eu esfregava a louça, minhas mãos ásperas, como sempre. Meus tios, Tia Silva e Tio Santos, falavam baixo na sala, seus rostos iluminados pela tela de um computador, prometendo dinheiro fácil. Então, o grito da Tia Silva: "Maria! Vem aqui agora. Larga isso aí." Na tela, um site com gráficos exagerados prometia "liberdade financeira", mas para mim, cheirava a golpe. Eles queriam meu nome, meu CPF, para um esquema de pirâmide; o dinheiro inicial eles dariam, eu só teria que fazer o cadastro e passar o controle. Quando eu sussurrei "Eu não quero, isso parece perigoso", o tapa do meu tio veio rápido, ardente, e sua voz furiosa me chamou de "órfã ingrata". A Tia Silva me deu a escolha: "Ou você faz o que a gente está mandando, ou pode pegar suas coisas e ir morar na rua." O medo gelou minha espinha, sabendo que eu era o bode expiatório perfeito, a bomba explodiria no meu colo. Com as mãos trêmulas, digitei meu CPF, sentindo um pedaço da minha alma ser vendido, enquanto eles ditavam as instruções. Então, a escuridão me engoliu, no pátio frio da prisão, após os socos das detentas que perderam tudo no mesmo golpe. Até que abri os olhos novamente, na sala abafada, a luz amarela, o cheiro de mofo e fritura. A voz fria da Tia Silva ecoou: "Você vai fazer o que a gente está mandando, ou então você pode pegar suas coisas e ir morar na rua." Eu pisquei, a dor fantasma ainda em meu corpo, o frio da morte arrepiando minha nuca. Não era um sonho. Eu estava de volta. Eu tinha renascido.

Introdução

A umidade de São Paulo grudava na pele enquanto eu esfregava a louça, minhas mãos ásperas, como sempre.

Meus tios, Tia Silva e Tio Santos, falavam baixo na sala, seus rostos iluminados pela tela de um computador, prometendo dinheiro fácil.

Então, o grito da Tia Silva: "Maria! Vem aqui agora. Larga isso aí."

Na tela, um site com gráficos exagerados prometia "liberdade financeira", mas para mim, cheirava a golpe.

Eles queriam meu nome, meu CPF, para um esquema de pirâmide; o dinheiro inicial eles dariam, eu só teria que fazer o cadastro e passar o controle.

Quando eu sussurrei "Eu não quero, isso parece perigoso", o tapa do meu tio veio rápido, ardente, e sua voz furiosa me chamou de "órfã ingrata".

A Tia Silva me deu a escolha: "Ou você faz o que a gente está mandando, ou pode pegar suas coisas e ir morar na rua."

O medo gelou minha espinha, sabendo que eu era o bode expiatório perfeito, a bomba explodiria no meu colo.

Com as mãos trêmulas, digitei meu CPF, sentindo um pedaço da minha alma ser vendido, enquanto eles ditavam as instruções.

Então, a escuridão me engoliu, no pátio frio da prisão, após os socos das detentas que perderam tudo no mesmo golpe.

Até que abri os olhos novamente, na sala abafada, a luz amarela, o cheiro de mofo e fritura.

A voz fria da Tia Silva ecoou: "Você vai fazer o que a gente está mandando, ou então você pode pegar suas coisas e ir morar na rua."

Eu pisquei, a dor fantasma ainda em meu corpo, o frio da morte arrepiando minha nuca.

Não era um sonho. Eu estava de volta. Eu tinha renascido.

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5.0

O anel de diamante em meu dedo parecia pesar toneladas, um fardo de promessas despedaçadas. Meu noivo, Daniel, herdeiro de uma fortuna, deveria estar ao meu lado, mas seus risos vinham de um canto distante, onde Isabela, a mulher que se insinuava entre nós, o envolvia em segredos e toques "acidentais". A gota d'água veio do jeito mais cruel: no nosso aniversário de cinco anos, ele chegou em casa tarde, com o perfume dela impregnado, justificando que a ajudava com um "problema urgente", enquanto a vela do meu jantar especial derretia, levando com ela a última chama da minha esperança. Naquela festa de gala, ver Daniel e Isabela tão à vontade, sem se importar com minha presença, foi uma humilhação insuportável, um golpe final na minha dignidade. Para o mundo, éramos o casal perfeito, mas por trás da fachada, Isabela reinava, e eu era a tola que tentava ignorar trincas que viravam abismos. Com a voz surpreendentemente firme, tirei o anel e o entreguei a ele, declarando o fim do nosso noivado. Seu sorriso zombeteiro e o aviso: "Você vai se arrepender, não é nada sem mim", foram um veneno, mas também uma libertação. Então, um choque: o ataque ao meu ateliê de joias e uma mensagem de Isabela confirmando a destruição, como se zombasse da minha dor. Mas a tristeza deu lugar a uma fúria fria. Eles achavam que me quebrariam, mas eu decidi lutar. Com as mãos trêmulas, mas a mente clara, apaguei a tela do celular – um adeus à minha vida antiga. Eu não precisava do dinheiro dele, apenas da minha liberdade. Aquela noite, nasceu uma nova Sofia, pronta para partir para longe, reconstruir-me e provar que era muito mais do que Daniel jamais poderia imaginar.

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