Amor e Ódio na Tempestade

Amor e Ódio na Tempestade

Gavin

5.0
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53
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11
Capítulo

A morte tinha o gosto de fumaça e o cheiro de carne queimada. A última coisa que vi foi o sorriso satisfeito de Ana, minha filha adotiva, do outro lado da porta trancada do porão, enquanto minhas chamas consumiam tudo. Fui eu quem começou o incêndio, meu ato final de vingança. Levar todos comigo: Ana, seus pais biológicos gananciosos, e eu, na casa que um dia foi um lar. Morrendo juntos. Mas então, eu renasci. Acordei no dia em que a nevasca apocalíptica começou, o mesmo dia em que tudo deu errado na minha vida anterior. A memória da minha vida passada é uma ferida aberta, cada detalhe terrível. Lembro-me de Ana entrando no meu quarto, com os olhos cheios de uma falsa preocupação, implorando para trazer seus pais biológicos, os Silva, para nossa casa. Eu, a tola Maria, acreditei. Essa foi a pior decisão da minha vida. Eles chegaram, e a princípio, parecia uma grande família feliz. Mas, quando a comida que eu havia estocado começou a diminuir, a verdadeira natureza dos Silva apareceu. Eles comiam como se não houvesse amanhã, escondiam comida e reclamavam de tudo. João, meu gentil marido, tentava apaziguar a situação, mas não via a maldade neles. Quando a última lata de sopa acabou, o inferno começou. O Sr. Silva, com olhos injetados, agarrou-me pelos cabelos, chamando-me de "mulher inútil". Minha pequena Sofia, de cinco anos, chorava. A Sra. Silva a agarrou. "Cale a boca, sua pirralha! Você comeu mais do que todos nós!" E então, o impensável aconteceu. Ela jogou minha filha pela janela, na neve profunda. Um grito rasgou minha garganta. João correu para a janela, mas o Sr. Silva o segurou. "Seu marido vai sair e encontrar comida para nós. Se ele não voltar em duas horas, sua vez será a próxima." Eles o forçaram a sair na tempestade, sem esperança. Ele nunca mais voltou. Fiquei sozinha, catatônica de dor, presa com aqueles monstros e com Ana, que assistiu a tudo sem dizer uma palavra. Foi Ana quem me arrastou para o porão. "Você não serve para mais nada, mãe", disse ela, com a voz fria. Ela trancou a porta. Converti minha dor em ódio, ateando fogo em tudo, com a imagem de Sofia caindo na neve e o silêncio da ausência de João em minha mente. Agora, ela está parada na minha frente, em carne e osso, com a mesma falsa preocupação, pedindo para eu trazer seus pais. "Mãe, você já viu a previsão do tempo? A temperatura vai cair muito. Estou tão preocupada com meus pais..." Um calafrio percorre minha espinha, não de frio, mas de raiva. Eu olho para ela, não vejo minha filha, mas a traidora egoísta. Um sorriso frio se forma em meus lábios. Desta vez, a tragédia não vai se repetir. "Ana", eu digo, minha voz mais dura. "Nós precisamos conversar."

Introdução

A morte tinha o gosto de fumaça e o cheiro de carne queimada.

A última coisa que vi foi o sorriso satisfeito de Ana, minha filha adotiva, do outro lado da porta trancada do porão, enquanto minhas chamas consumiam tudo.

Fui eu quem começou o incêndio, meu ato final de vingança.

Levar todos comigo: Ana, seus pais biológicos gananciosos, e eu, na casa que um dia foi um lar. Morrendo juntos.

Mas então, eu renasci.

Acordei no dia em que a nevasca apocalíptica começou, o mesmo dia em que tudo deu errado na minha vida anterior.

A memória da minha vida passada é uma ferida aberta, cada detalhe terrível.

Lembro-me de Ana entrando no meu quarto, com os olhos cheios de uma falsa preocupação, implorando para trazer seus pais biológicos, os Silva, para nossa casa.

Eu, a tola Maria, acreditei.

Essa foi a pior decisão da minha vida.

Eles chegaram, e a princípio, parecia uma grande família feliz.

Mas, quando a comida que eu havia estocado começou a diminuir, a verdadeira natureza dos Silva apareceu.

Eles comiam como se não houvesse amanhã, escondiam comida e reclamavam de tudo.

João, meu gentil marido, tentava apaziguar a situação, mas não via a maldade neles.

Quando a última lata de sopa acabou, o inferno começou.

O Sr. Silva, com olhos injetados, agarrou-me pelos cabelos, chamando-me de "mulher inútil".

Minha pequena Sofia, de cinco anos, chorava.

A Sra. Silva a agarrou.

"Cale a boca, sua pirralha! Você comeu mais do que todos nós!"

E então, o impensável aconteceu.

Ela jogou minha filha pela janela, na neve profunda.

Um grito rasgou minha garganta.

João correu para a janela, mas o Sr. Silva o segurou.

"Seu marido vai sair e encontrar comida para nós. Se ele não voltar em duas horas, sua vez será a próxima."

Eles o forçaram a sair na tempestade, sem esperança.

Ele nunca mais voltou.

Fiquei sozinha, catatônica de dor, presa com aqueles monstros e com Ana, que assistiu a tudo sem dizer uma palavra.

Foi Ana quem me arrastou para o porão.

"Você não serve para mais nada, mãe", disse ela, com a voz fria.

Ela trancou a porta.

Converti minha dor em ódio, ateando fogo em tudo, com a imagem de Sofia caindo na neve e o silêncio da ausência de João em minha mente.

Agora, ela está parada na minha frente, em carne e osso, com a mesma falsa preocupação, pedindo para eu trazer seus pais.

"Mãe, você já viu a previsão do tempo? A temperatura vai cair muito. Estou tão preocupada com meus pais..."

Um calafrio percorre minha espinha, não de frio, mas de raiva.

Eu olho para ela, não vejo minha filha, mas a traidora egoísta.

Um sorriso frio se forma em meus lábios.

Desta vez, a tragédia não vai se repetir.

"Ana", eu digo, minha voz mais dura.

"Nós precisamos conversar."

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