O Renascer de Ana Lúcia

O Renascer de Ana Lúcia

Gavin

5.0
Comentário(s)
88
Leituras
11
Capítulo

A véspera de Ano Novo prometia a alegria de sempre, com o cheiro de peru assado e a casa cheia. Como de costume, preparei tudo para a ceia, esperando, no fundo, que minha dedicação fosse finalmente reconhecida. Mas, ao invés de gratidão, minha mãe, Dona Sofia, anunciou a divisão da herança: apartamentos, dinheiro, joias, tudo para meus irmãos e meu filho. Para mim, sobrou apenas a "honra" de cuidar dela na velhice, um fardo pesado que eu carregava há décadas. A humilhação foi pública, diante de toda a família, enquanto meus irmãos sorriam presunçosos, e meu marido e filho, silenciavam, distantes. Quarenta anos de sacrifícios, noites sem dormir cuidando do meu pai doente, dinheiro emprestado para o vício do meu irmão, uma promoção no trabalho recusada para estar sempre disponível para eles. Tudo isso parecia ter sido em vão. A raiva, a dor e a injustiça explodiram em meu peito, algo se partindo dentro de mim. Eu me levantei, sentindo uma fúria gelada percorrer minhas veias. Com um único e violento puxão na toalha de mesa, joguei tudo para o alto, estilhaçando pratos e taças, espalhando comida e cacos pelo chão. "CHEGA! EU NÃO AGUENTO MAIS!" , gritei, sentindo a libertação em cada palavra. Minha mãe respondeu com um tapa que ecoou na sala e em minha alma. Meus irmãos se juntaram a ela, me chutando enquanto eu estava caída no chão, diante do que restava da ceia. Naquele momento, enquanto Ricardo e Lucas me defendiam, eu soube que não era mais a Ana Lúcia boazinha e obediente. Aquela mulher havia morrido. E uma nova, determinada a lutar pela sua verdadeira família, estava nascendo. Fui tirada dali, ferida e em choque, mas com uma certeza: o jogo havia virado.

Introdução

A véspera de Ano Novo prometia a alegria de sempre, com o cheiro de peru assado e a casa cheia.

Como de costume, preparei tudo para a ceia, esperando, no fundo, que minha dedicação fosse finalmente reconhecida.

Mas, ao invés de gratidão, minha mãe, Dona Sofia, anunciou a divisão da herança: apartamentos, dinheiro, joias, tudo para meus irmãos e meu filho.

Para mim, sobrou apenas a "honra" de cuidar dela na velhice, um fardo pesado que eu carregava há décadas.

A humilhação foi pública, diante de toda a família, enquanto meus irmãos sorriam presunçosos, e meu marido e filho, silenciavam, distantes.

Quarenta anos de sacrifícios, noites sem dormir cuidando do meu pai doente, dinheiro emprestado para o vício do meu irmão, uma promoção no trabalho recusada para estar sempre disponível para eles.

Tudo isso parecia ter sido em vão.

A raiva, a dor e a injustiça explodiram em meu peito, algo se partindo dentro de mim.

Eu me levantei, sentindo uma fúria gelada percorrer minhas veias.

Com um único e violento puxão na toalha de mesa, joguei tudo para o alto, estilhaçando pratos e taças, espalhando comida e cacos pelo chão.

"CHEGA! EU NÃO AGUENTO MAIS!" , gritei, sentindo a libertação em cada palavra.

Minha mãe respondeu com um tapa que ecoou na sala e em minha alma.

Meus irmãos se juntaram a ela, me chutando enquanto eu estava caída no chão, diante do que restava da ceia.

Naquele momento, enquanto Ricardo e Lucas me defendiam, eu soube que não era mais a Ana Lúcia boazinha e obediente.

Aquela mulher havia morrido.

E uma nova, determinada a lutar pela sua verdadeira família, estava nascendo.

Fui tirada dali, ferida e em choque, mas com uma certeza: o jogo havia virado.

Continuar lendo

Outros livros de Gavin

Ver Mais
Quando o Amor Vira Mentira: A Luta de Sofia

Quando o Amor Vira Mentira: A Luta de Sofia

Moderno

5.0

No dia do terceiro aniversário do meu filho, Lucas, o meu marido, Pedro, simplesmente não voltou para casa. Preparei o seu bolo favorito e enchi a sala com balões azuis, enquanto Lucas esperava, adormecendo no sofá com o seu pequeno carro de corrida. Liguei para o Pedro dezenas de vezes, mas só encontrei o silêncio do telemóvel desligado. O meu coração afundava a cada tentativa falhada, até que a campainha tocou, já perto da meia-noite. Corri para a porta, com a esperança a reacender-se, mas não era ele. Eram dois polícias, com expressões sérias, que trouxeram a notícia: Pedro sofrera um acidente de carro, estado crítico. O mundo parou, as palavras ecoavam na minha cabeça: "crítico", "acidente". Mas a próxima frase atingiu-me como um raio: "Havia outra pessoa no carro... uma mulher. Infelizmente, ela não sobreviveu." O nome dela? Clara Bastos. A ex-namorada de Pedro, aquela que ele jurou ter ficado no passado. Antes que eu pudesse processar a traição, a minha sogra, Dona Alice, subiu as escadas, o seu medo transformado em raiva pura. "A culpa é tua! Tu nunca o fizeste feliz! A Clara era o verdadeiro amor da vida dele! Se ele morrer, a culpa é tua!" As palavras dela, o facto de que toda a minha vida tinha sido uma farsa, atingiram-me mais do que qualquer golpe físico. O nosso casamento, o nosso filho... Seríamos apenas um obstáculo? Uma mentira? Senti o meu telemóvel vibrar no bolso: uma notificação de transferência bancária. Pedro tinha transferido quase todo o nosso dinheiro da conta conjunta para a sua conta pessoal, horas antes do acidente. Ele não me estava apenas a deixar; estava a deixar-me sem nada. Num piscar de olhos, a minha vida desmoronou-se. Mas eu não me ajoelharia. Enquanto a minha sogra me amaldiçoava, senti uma raiva fria a crescer. Não olhei para trás. A batalha pela minha vida e pela do meu filho tinha acabado de começar.

Você deve gostar

Capítulo
Ler agora
Baixar livro