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O que meu pai diria se me visse agora, tendo o vestido estourado na parte de cima, por um ogro verde, corpulento e sujo, apenas para deixar meus seios mais a mostra
- Faz parte do meu personagem ser inocente, Sr. Galler - eu explico, embora não lute contra.
- Esses homens não querem inocência, eles querem peitos. Quanto mais mostrar, melhor.
Suspiro pesadamente.
Galler jamais entenderia. Como vender a ideia de ser uma garota pura de fazenda, se estiver quase com os mamilos de fora.
- E lembre-se, Beatrice - ele segura meus ombros, suas mãos grandes o permitem esfregar os polegares nos meus mamilos, deixando-os duros e visíveis no vestidos - estou te sustentando a duas semanas, se voltar sem um cliente hoje, eu te coloco na rua.
Não tenho interesse em acabar como uma mendiga, então preciso de um cliente com urgência.
Saio para a rua, o dia ensolarado e bonito para conquistar meu primeiro cliente. Só não sei como ainda. Eu ando pela frente do bordel, de um lado para o outro, não me arrisco a ir mais longe. As outras garotas chegam vez ou outra, trazendo algum homem, elfo ou sátiro pela mão. Até uma loira linda passa por mim com um goblin, essa é corajosa.
Que droga! Eu deveria fazer mais.
Bem na minha frente tem uma barraca de frutas, couros, sinto até pena dos ciclopes que foram caçados, eles são tão bobos, não sabem que estão em risco até serem atingidos no olho. Eu podia oferecer meus serviços para aquele lobo enorme com longos pelos negros presos em um rabo de cavalo separando a gordura da pele com uma faca afiada e cara de poucos amigos.
Ou, para o chefe dele, um homem comum.
Atravesso a rua assim que tenho chance e me debruço sobre a bancada.
- Olá senhor, que tal uma pausa nesse trabalho árduo?
O velho levanta os olhos para mim, o óculos tão grosso quanto possível, então vira o corpo franzino e fraco para seu ajudante.
- Hein?
- É uma das garotas do Galler - o lobo fala tão alto com sua voz grave que me envergonho dos olhares dos outros ao redor.
O velho volta para mim.
- Precisa de troco, menina?
- Não, eu quero saber se você gostaria de dar um passeio.
- Uma passeio até o outro lado da rua? - o lobo faz chacota enquanto passa a faca de uma vez em um couro escuro.
- Não era esse tipo de passeio - respondo meio atravessado.
O velho pega de dentro de uma caixa, um chifre de sátiro e o coloca no ouvido com a parte larga e aberta virada para mim.
- Pode repetir? Eu não ouço muito bem.
- Tenha um bom dia - grito dentro do chifre, então dou um olhar de nariz empinado para o lobo.
Mas não chego muito longe, assim que me viro tem esse... esse... essa coisa. Não sei que raça é essa, parece um rato nojento no corpo de uma pessoa, com um longo rabo fino sem pelos.
- Olá, doçura.
- Oi, desculpe senhor, tenho que voltar ao trabalho.
- Muito bem - ele bloqueia meu caminho - deixe-me testar o produto.
Ele passa uma unha no meu pescoço, eu recuo. Ser uma prostituta não é fácil, algumas vezes não podemos escolher o cliente. Ossos do ofício.
- Pagamento adiantado.
- Não é trabalho, amor. Vamos penas nos divertir.
- Nada de graça, senhor.
- Vamos, você sabe que vai amar.
- Desculpe, mas não trabalho de graça- eu tento passar por ele, mas novamente sou bloqueada, se eu estivesse na frente do bordel, poderia gritar por Galler, porque eu atravessei?
- Você tem alguma ideia de com quem está falando? - o rato insiste, levando a mão ao cós da calça.
- Se fosse um homem importante poderia pagar.
Quando menos espero, o rato tira uma faca afiada de dentro da calça. Eu recuo, mas tudo o que consigo é bater contra a barraca, o rato está bem em cima de mim, apontando a faca para o meu pescoço.
- Posso dar um desconto - eu sugiro.
De repente, a faca é afastada quando o grande lobo negro levanta a mão do rato apertando até que esse solte a faca.
Mais que isso, ele levanta o rato inteiro com uma mão, agarrando pelo pulso.
- Que tipo de lixo ameaça uma mulher desarmada?
- Me solte, seu imbecil.
O lobo solta um risinho maldoso.
- Com prazer.
Sem pensar duas vezes, o lobo arremessa o rato pela rua, ele cai sobre o chão duro e luta para se virar, correndo pela multidão logo em seguida.
- Isso foi incrível! - exclamo me aproximando do lobo aos pulos, então me lembro que soou uma prostituta e jogo um charme, passando meu indicador pelo seu peito peludo - quer dizer, você é bem forte.
- Acho melhor tomar mais cuidado na próxima vez - ele se vira e puxa a lona que cobre a tenda.
- Você salvou a minha vida, preciso lhe recompensar, que tal um desconto?
- Não, obrigado.
Ele se ocupa em recolher as peles sobre as mesas improvisadas enquanto o velhote conta o dinheiro.
- Vamos, grandão - eu insisto, desesperada para arranjar um cliente - posso lhe dar um descanso merecido.
- Shadow - o velho chama, estendendo a mão com um punhado de moedas, me surpreende por ser tão pouco.
O lobo apanha as moedas e as mete em uma pequena bolsa de couro.
- Shadow? Combina com você - encosto na parede perto dele.
- Meu nome é Black Winter. Shadow é como me chamam, ninguém me vê chegando, ninguém me vê saindo - ele joga as peles sobre uma carroça na calçada, a mesma onde o homem velho está subindo, depois me encara com os olhos frios - eu não salvo mocinhas indefesas, não aceito recompensas e, com certeza, não transo com prostitutas.
Isso foi tão ofensivo e mesmo assim, não vou deixar ele sair daqui assim. Shadow caminha pela calçada e eu corro até ele, dou um belo empurrão em suas costas que o faz tropeçar, por sorte ele não cai.
- Você é maluca - ele avança, parando bem diante do meu nariz com um rosnado profundo, com o movimento, o rabo de cavalo solta e mechas escuras caem sobre seus ombros.
Preciso respirar fundo para continuar.
- Sou Beatrice, você me salvou e vou mostrar o quanto estou grata.
- Não preciso da sua gratidão.
- Pare de ser teimoso e me deixe recompensá-lo - estou começando a ficar irritada, minhas palavras mais parecem uma bronca que outra coisa.
- Eu que estou sendo teimoso?
- Sim e eu... eu... se não me deixar lhe recompensar por salvar minha vida, eu vou te morder.
- Você vai me morder? Você?
Eu confirmo com a cabeça.
- Então, eu salvo sua vida e para me recompensar, você oferece um serviço que eu não quero e terei que pagar?
- Só a parte do bordel, vai ter vinte por cento de desconto.
Shadow se endireita, esticando os ombros, o que o faz parecer ainda maior.
- Tudo bem, me mostre o que você faz.
O que? Meu Deus... Eu tenho um cliente.
Quero dar pulos de alegria, meu sorriso cresce de orelha a orelha. Pego o lobo pelo pulso, como via as outras meninas fazendo e o arrasto para o bordel.
- Cliente - grito assim que passo pela porta.
Meu coração dispara com o olhar de aprovação de Galler, agradeço pelo vestido cobrir até os tornozelos, caso contrário, todos veriam como minhas pernas estão tremendo.
- Vou encontrar um quarto para nós, alguns podem estar ocupados - falo fingindo animação, com todas essas portas fechadas, tenho medo que não encontre nada e ele acabe desistindo. Chegamos ao final do corredor e nenhum quarto disponível - que tal uma bebida enquanto esperamos?
- E lá em cima? - Shadow aponta para a estreita escada á minha frente.
- É só o sótão, não tem nada lá.
- Vai servir.
Eu rio fraco da sugestão, mas quando olho em seu rosto ele está impassível.
- Isso é sério?
Shadow estica o braço e me empurra levemente para a escada, agora sou eu que tropeço, mas ok. É melhor do que perder o cliente.
Subo na frente, não há luz aqui além do pôr do Sol entrando pela janela circular na frente.
Caminho devagar até ela, as mãos trêmulas. Nunca cheguei nessa parte antes. Pela janela, posso ver a rua e mais uma quadra, está anoitecendo e fica tão bonito aqui de cima.
- É uma vista e tanto, não acha? - me viro para Shadow, ele já tirou as botas e a calça e agora está totalmente nu olhando para mim.
- Vamos logo com isso.
Shadow se aproxima, não há cama ou sofá, nada que pode servir de apoio, respiro fundo mais uma vez, percorrendo os olhos pelo seu corpo peludo e escuro, um pequeno monte de pelos logo abaixo do seu abdômen parece mais inchado a cada que ele dá.
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