A Companheira Muda Que O Alfa Deixou Para Morrer

A Companheira Muda Que O Alfa Deixou Para Morrer

Gavin

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30
Capítulo

Minha mãe estava no hospital depois de uma mordida de cachorro horrível, então liguei para meu noivo, Caio. Ele deveria ser meu porto seguro. Em vez disso, recebi irritação. Ele estava em Campos do Jordão, numa viagem de esqui com minha melhor amiga, Helena. "O que você quer que eu faça? Volte voando agora mesmo?", ele rosnou, antes de desligar para voltar para a "neve perfeita". O cachorro, descobri depois, era da Helena. A mordida na perna da minha mãe diabética rapidamente se transformou em uma infecção violenta. Mandei uma mensagem para o Caio, atualizando-o, dizendo que ela estava piorando, que estavam falando em cirurgia. Ele não retornou a ligação. Em vez disso, o story do Instagram da Helena foi atualizado: uma foto dela e do Caio, com as bochechas coradas pelo frio, sorrindo em frente a uma lareira. A legenda era um único emoji de coração. Enquanto eles tomavam chocolate quente, minha mãe entrou em choque séptico. Sentada sozinha na sombria sala de espera do hospital, encarando meu celular silencioso, eu soube que ele já tinha feito sua escolha. Ele tinha escolhido as férias. Ele tinha escolhido minha melhor amiga. Ele tinha deixado minha mãe para morrer completamente sozinha. Ela faleceu às 3:17 da manhã. Segurei sua mão até ela esfriar, depois saí para a madrugada cinzenta. Eu não estava apenas de luto. Eu tinha chegado ao meu limite. Eu ia me apagar do mundo dele e queimar tudo até o chão.

Capítulo 1

Minha mãe estava no hospital depois de uma mordida de cachorro horrível, então liguei para meu noivo, Caio. Ele deveria ser meu porto seguro.

Em vez disso, recebi irritação. Ele estava em Campos do Jordão, numa viagem de esqui com minha melhor amiga, Helena.

"O que você quer que eu faça? Volte voando agora mesmo?", ele rosnou, antes de desligar para voltar para a "neve perfeita".

O cachorro, descobri depois, era da Helena. A mordida na perna da minha mãe diabética rapidamente se transformou em uma infecção violenta. Mandei uma mensagem para o Caio, atualizando-o, dizendo que ela estava piorando, que estavam falando em cirurgia.

Ele não retornou a ligação. Em vez disso, o story do Instagram da Helena foi atualizado: uma foto dela e do Caio, com as bochechas coradas pelo frio, sorrindo em frente a uma lareira. A legenda era um único emoji de coração.

Enquanto eles tomavam chocolate quente, minha mãe entrou em choque séptico. Sentada sozinha na sombria sala de espera do hospital, encarando meu celular silencioso, eu soube que ele já tinha feito sua escolha. Ele tinha escolhido as férias. Ele tinha escolhido minha melhor amiga. Ele tinha deixado minha mãe para morrer completamente sozinha.

Ela faleceu às 3:17 da manhã. Segurei sua mão até ela esfriar, depois saí para a madrugada cinzenta. Eu não estava apenas de luto. Eu tinha chegado ao meu limite. Eu ia me apagar do mundo dele e queimar tudo até o chão.

Capítulo 1

PONTO DE VISTA DA JÚLIA:

O cheiro de lustra-móveis de limão e madeira antiga enchia a pequena cozinha da minha mãe. Era o cheiro da minha infância, de segurança. Eu estava esfregando as bancadas, tentando apagar os últimos dias de sujeira de hospital da minha memória, quando o celular vibrou contra o granito.

O número do hospital brilhou na tela. Meu coração martelou contra minhas costelas.

"Aqui é Júlia Ferraz", atendi, minha voz tensa.

"Sra. Ferraz", disse uma voz cansada do outro lado. "O estado da sua mãe piorou. Ela foi atacada por um cão de grande porte..."

O mundo girou. Cambaleei para trás, minha mão batendo na parede em busca de apoio. Antes que a enfermeira pudesse terminar, eu já estava discando outro número. O número dele.

Tocou duas vezes antes de ele atender. "Júlia? Estou numa reunião."

A voz de Caio era um som grave e profundo que geralmente acalmava a agitação frenética no meu peito. Mas hoje, estava tensa, como se ele estivesse preso entre dois mundos. Ao fundo, ouvi uma risada aguda e estridente que eu conhecia muito bem. A risada de Helena, como um caco de vidro.

"Caio, é a mamãe", engasguei, as palavras se atropelando. "O hospital ligou. Ela foi atacada por um cachorro, um grande. Ela não está bem."

"Acalme-se", ele disse, e senti a ponta afiada de um *Comando de Alfa* em seu tom, um apelo desesperado por controle disfarçado de autoridade. "Respire. Estou no meio da cúpula em Campos do Jordão. Isso é importante."

"A Helena está aí com você", afirmei, o nome deixando um gosto amargo na minha boca. "Eu a ouvi."

Houve uma pausa. "A Helena está aqui como representante da Alcateia do Pico da Neblina. Essa fusão é crucial para o futuro da Mata Negra, Júlia. Você sabe disso."

"Minha mãe está morrendo, Caio!" As palavras rasgaram minha garganta, cruas e ásperas.

Seu suspiro foi pesado de frustração. "Você quer que eu abandone o futuro de duas alcateias por uma humana?"

A pergunta me atingiu como um golpe físico, roubando o ar dos meus pulmões. Uma humana. Minha mãe.

"Preciso ir", ele disse, sua voz já voltando ao tom suave e comandante de um Alfa. "A Helena está prestes a começar a apresentação dela. Vou pedir ao meu Beta para entrar em contato com você."

A linha ficou muda.

Fiquei paralisada na cozinha, o silêncio gritando ao meu redor. Ele os tinha escolhido. Ele a tinha escolhido.

No hospital, um médico com o rosto sombrio me levou a um pequeno e estéril consultório.

"As marcas da mordida são... extensas", ele disse, evitando meus olhos. "Analisamos as amostras de saliva. O animal está registrado. É um Lobo de Guerra, de propriedade de uma Sra. Helena Peterson."

Meu sangue gelou.

"Lobos de Guerra têm uma toxina específica na saliva", o médico continuou, sua voz baixa. "Ela impede a coagulação e causa infecção rápida em humanos. Precisamos saber se os inibidores de agressão do animal estavam em dia."

Eu só consegui assentir, minha mente um turbilhão de estática.

Na UTI, minha mãe parecia pequena e frágil contra os lençóis brancos e rígidos. Uma teia de tubos e fios a conectava a máquinas que apitavam. Seus olhos se abriram quando peguei sua mão.

"Culpa minha", ela sussurrou, sua voz um ruído seco. "Devo tê-lo assustado... um lobo tão lindo..."

Ela ainda estava tentando me proteger. Ainda tentando amenizar as coisas para que eu não tivesse problemas com meu poderoso companheiro.

Meu celular vibrou no meu bolso. Uma mensagem de Caio. Abri, uma parte desesperada e tola de mim esperando por um pedido de desculpas, por conforto.

Em vez disso, li um comando.

*Não chegue perto da Helena. Eu vou resolver isso.*

Ele não estava me protegendo. Ele estava protegendo ela. E naquele momento, eu soube que minha mãe não era apenas vítima de um acidente. Ela era um dano colateral.

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