O Amor Construído Sobre Mentiras Silenciosas

O Amor Construído Sobre Mentiras Silenciosas

Gavin

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Capítulo

Por dez anos, meu mundo foi silêncio. Bruno era meu protetor, minha voz, meu tudo, me blindando de um mundo que eu não podia ouvir depois que meus pais morreram para salvá-lo. Mas quando uma garota nova, Amanda, chegou e começou uma guerra cruel contra mim, eu de repente recuperei minha audição - apenas para descobrir a verdade apavorante. Bruno não era meu protetor; ele era o cérebro por trás de tudo. "Ele adora ver você se contorcendo", zombou Amanda, sua voz um sussurro venenoso que agora eu podia ouvir perfeitamente. "Ele me disse que tem tesão nisso. Ele odeia sua cara de paisagem." O jogo doentio deles era fazer a "Elisa sem emoção" chorar. Minha dor era o entretenimento deles. O garoto em quem eu confiava, a família que eu amava - tudo foi construído sobre uma base de culpa e engano. Ele achava que eu era uma vítima silenciosa e indefesa que ele podia controlar. Ele achava que eu suportaria sua traição para sempre. Ele estava errado. Então, eu pulei da janela do terceiro andar, orquestrando um "suicídio" público para expor seus crimes. Enquanto o mundo explodia em caos e sua vida perfeita se despedaçava, eu sabia que minha verdadeira história estava apenas começando.

Capítulo 1

Por dez anos, meu mundo foi silêncio. Bruno era meu protetor, minha voz, meu tudo, me blindando de um mundo que eu não podia ouvir depois que meus pais morreram para salvá-lo.

Mas quando uma garota nova, Amanda, chegou e começou uma guerra cruel contra mim, eu de repente recuperei minha audição - apenas para descobrir a verdade apavorante. Bruno não era meu protetor; ele era o cérebro por trás de tudo.

"Ele adora ver você se contorcendo", zombou Amanda, sua voz um sussurro venenoso que agora eu podia ouvir perfeitamente. "Ele me disse que tem tesão nisso. Ele odeia sua cara de paisagem."

O jogo doentio deles era fazer a "Elisa sem emoção" chorar. Minha dor era o entretenimento deles. O garoto em quem eu confiava, a família que eu amava - tudo foi construído sobre uma base de culpa e engano.

Ele achava que eu era uma vítima silenciosa e indefesa que ele podia controlar. Ele achava que eu suportaria sua traição para sempre.

Ele estava errado.

Então, eu pulei da janela do terceiro andar, orquestrando um "suicídio" público para expor seus crimes. Enquanto o mundo explodia em caos e sua vida perfeita se despedaçava, eu sabia que minha verdadeira história estava apenas começando.

Capítulo 1

Ponto de Vista de Elisa:

O burburinho começou no corredor, um zumbido de vozes que vibrava pelo piso e subia até meu peito. Parecia um rosnado baixo, um som que eu mal registrava mais, mas o brilho agudo de uma luz chamou minha atenção. Amanda Nogueira, a novata, estava parada no meio do refeitório, seu cabelo ruivo vibrante era um farol na tarde monótona. Ela estava olhando para o Bruno. Todo mundo estava.

A voz de Amanda cortou o barulho, um som agudo e claro que de alguma forma perfurou o silêncio em que eu geralmente vivia. "Bruno Rocha", ela declarou, com os braços abertos como se estivesse em um palco. "Eu gosto de você. Pra caramba."

Minha bandeja de almoço pareceu pesada em minhas mãos, um peso morto. Observei Bruno, seu rosto uma máscara de surpresa, depois algo mais frio. Seu olhar piscou para mim, um relance rápido, quase imperceptível, antes de voltar para Amanda.

"Você é um lixo", disse Bruno, sua voz seca, desprovida de qualquer calor. As palavras pairaram no ar, pesadas e brutais. "A Elisa é pura. Você não chega nem aos pés dela."

Um suspiro coletivo percorreu a multidão. O sorriso brilhante de Amanda desapareceu, substituído por uma raiva sombria e fervente. Seus olhos, geralmente brilhando com malícia, tornaram-se frios e duros. Ela se aproximou de Bruno, sua voz baixando para um sussurro perigoso que ainda assim fez os pelos dos meus braços se arrepiarem. "Você vai se arrepender disso, Bruno Rocha." Então seu olhar pousou em mim, um olhar venenoso que prometia destruição. "E você", ela articulou sem som, uma ameaça silenciosa que gritava mais alto que qualquer palavra falada.

Antes que Amanda pudesse se mover, Bruno já estava lá, uma muralha entre nós. Ele não me tocou, mas sua presença era um escudo. Sua mão foi ao próprio peito, um sinal familiar para "minha", depois ele apontou um dedo para Amanda, um aviso claro. Era um gesto que eu conhecia, um gesto que sempre me fez sentir segura. Por um momento, o peso em meu peito se aliviou.

O inspetor do refeitório, Seu Valdir, um homem com um rosto perpetuamente cansado, finalmente interveio. Amanda recebeu um dia de suspensão interna por "perturbar o serviço de almoço e agressão verbal". Pareceu uma pequena vitória, um alívio temporário. Mas eu sabia que não era bem assim. Amanda não era do tipo que recuava.

A partir daquele dia, os corredores da escola se tornaram um campo de batalha. Amanda fez de sua missão atormentar Bruno e, por extensão, a mim. Ela o derrubava no corredor, derramava "acidentalmente" suco em seus livros ou deixava desenhos grosseiros em seu armário. Era infantil, mas implacável.

Toda vez, Bruno revidava, suas ações escalando com as dela. Ele "esquecia" o nome dela na aula, corrigia publicamente sua gramática na frente de todos, ou uma vez, em um acesso de raiva, jogou o açaí caro dela no lixo. A guerra deles era barulhenta, pública e exaustiva.

Então, o foco mudou. Passou a ser sobre mim. Amanda começou a deixar bilhetes anônimos no meu armário, desenhos cruéis de uma garota com a boca amordaçada ou fotos de chamas. Estavam sempre escondidos, sempre destinados apenas a mim. Eu os encontrava, minha respiração presa na garganta, e os enfiava no fundo da minha mochila, fingindo que não tinha visto nada.

Uma tarde, eu estava indo para a sala de artes, um lugar que geralmente parecia um santuário. O corredor estava vazio, a luz fraca. De repente, fui empurrada para dentro de um armário de limpeza. A porta bateu, me mergulhando na escuridão. Eu podia ouvir a voz de Amanda, abafada, mas inconfundível, do lado de fora. "Olha pra ela, a aberraçãozinha muda. Não consegue nem gritar por socorro." Risadas, frias e agudas, seguiram suas palavras. Meu coração martelava contra minhas costelas, um pássaro frenético preso em uma gaiola. Eu me pressionei contra as prateleiras empoeiradas, tentando desaparecer.

A porta se abriu com um estrondo, inundando o armário de luz. Bruno estava lá, seu rosto contorcido por uma fúria que eu raramente tinha visto. Ele agarrou Amanda pelo braço, seus dedos cravando em sua pele. "Eu te disse pra deixá-la em paz!", ele rugiu, sua voz ecoando no corredor vazio. Ele a empurrou para longe da porta, com tanta força que ela cambaleou para trás, batendo nos armários com um clangor.

Amanda riu então, um som agudo e perturbador. Seus olhos, brilhando com um brilho perigoso, encontraram os meus por cima do ombro de Bruno. "Ele te protege tão bem", ela zombou, sua voz pingando uma doçura falsa. "Como um cachorrinho leal. Mas me diga, Elisa, ele te protege de mim quando estamos sozinhos?" Meu estômago revirou. A insinuação me atingiu como um golpe físico.

Bruno se virou, sua mão me alcançando, seu rosto suavizado pela preocupação. Mas eu vi então, no pescoço de Amanda, uma leve marca vermelha, um chupão. Gritava uma intimidade, uma traição, que arrancou o ar dos meus pulmões. Meu mundo inteiro, aquele que Bruno havia meticulosamente construído ao meu redor, desmoronou em pó.

Uma dor cegante rasgou minha cabeça, um som metálico e agudo que me fez dobrar. Meus ouvidos, por anos selados em um silêncio profundo, de repente rugiram com uma cacofonia de sons. As luzes fluorescentes zumbiam, os gritos distantes de crianças no ginásio, a pulsação do meu próprio sangue em meus ouvidos - era uma sinfonia brutal e avassaladora. Meu corpo enrijeceu, cada terminação nervosa gritando em protesto.

Eu encarei Bruno, o garoto que me ensinou a linguagem de sinais, que tinha sido minha voz e meu escudo por uma década. A percepção me atingiu com a força de um tsunami: seu olhar, antes tão devotado, agora continha uma mudança sutil, um brilho de algo que eu não conseguia nomear. Era como assistir a uma paisagem familiar mudar lenta e imperceptivelmente diante dos seus olhos, tornando-a estranha. Ele não era mais meu. Ele não era mais nosso.

"Fique longe dela", a voz de Bruno era áspera, um rosnado baixo que eu agora podia ouvir. Ele estava falando com Amanda, mas suas palavras eram para me tranquilizar. Era um consolo vazio, uma mentira que eu agora podia decodificar.

A voz de Amanda, um gemido agudo e irritante que feria meus sentidos recém-despertos, me alcançou. "Ah, Bruninho", ela ronronou, seu tom enjoativamente doce. "Não se preocupe com sua mudinha querida. Ela não vai saber de nada."

Então, um som suave e úmido. Um suspiro escapou da minha garganta, embora nenhum som tenha saído. Foi um beijo. Um beijo profundo, úmido e íntimo. E então, o som inconfundível de suas respirações, ofegantes e desesperadas, preencheu o espaço entre nós. Meu estômago se revirou. A traição era como um gosto vil na minha boca, queimando minha garganta.

"Isso foi divertido", sussurrou Amanda, sua voz carregada de satisfação. "Da próxima vez, vamos fazê-la chorar de verdade."

"Não força a barra", murmurou Bruno, sua voz abafada. "Não estraga o jogo." As palavras foram um golpe físico, uma confirmação arrepiante dos meus piores medos.

Os sons recém-retornados do mundo eram um tormento. Cada farfalhar de roupa, cada respiração, cada palavra sussurrada era uma cacofonia de dor. Minha cabeça latejava. Fechei os olhos, desejando o silêncio familiar, o vazio reconfortante que uma vez me protegeu. Era uma sensação terrível e sufocante, como estar presa em uma sala cheia de estática.

A mão de Bruno se estendeu, seus dedos roçando meu braço. Era um gesto familiar, sua maneira usual de me confortar após um dos ataques de Amanda. Mas desta vez, eu recuei, me afastando como se seu toque me queimasse.

Ele parou, as sobrancelhas franzidas em confusão. Ele gesticulou em Libras: *Você está bem?* Os sinais familiares, antes uma tábua de salvação, agora pareciam uma zombaria cruel. Ele tentou de novo: *Elisa, o que há de errado?* Sua expressão era uma mistura de preocupação e perplexidade.

Sua preocupação, antes um cobertor quente, agora parecia uma desculpa esfarrapada, uma performance para uma plateia de uma pessoa só. Quantas vezes ele me "confortou" depois de orquestrar minha dor? Quantas vezes eu me derreti em seu abraço, acreditando em sua proteção, enquanto ele era quem puxava as cordas? A ironia era um comprimido amargo.

Lembrei-me de quando ele começou a aprender Libras, seus dedos desajeitados se atrapalhando com as formas, sua testa franzida em concentração. Ele passou horas, dias, semanas, apenas para falar comigo, para ser meu elo com o mundo. Ele era meu protetor, minha voz, meu tudo. Agora, aquelas mesmas mãos eram cúmplices do meu tormento.

A memória do incêndio brilhou em minha mente, uma imagem escaldante de laranja e vermelho, o rugido das chamas, os gritos. Meus pais, correndo para o inferno para salvar Bruno, seu último ato para protegê-lo, para lhe dar um futuro. Um futuro que ele agora estava desperdiçando, cuspindo, transformando minha dor em um jogo. A culpa que nos unia, a dívida que ele supostamente carregava, havia se tornado uma moeda para a crueldade.

Olhei para Bruno, depois para o pescoço dele. A leve marca vermelha do beijo de Amanda ainda estava lá, uma marca cruel. Era um testemunho silencioso, uma manifestação física de sua traição, zombando do vínculo sagrado que um dia compartilhamos.

Peguei meu celular, digitando furiosamente com os dedos trêmulos. *Quero denunciar a Amanda. Para o diretor. Para a polícia.* Meu polegar pairou sobre o botão de enviar, minha determinação se solidificando.

Ele estendeu a mão, agarrando meu pulso com um aperto firme, me impedindo. Ele balançou a cabeça, seus olhos suplicantes. *Não. Não faça isso.*

Ele gesticulou: *A Amanda vai ser expulsa. Os pais dela vão ficar furiosos. Vai arruinar a vida dela.* Sua preocupação estava estampada em seu rosto, mas não era por mim. Era por ela. A percepção me atingiu com força. Ele se importava mais com o futuro de Amanda do que com meu sofrimento, meu apelo desesperado por justiça.

*Não é nada, Elisa.* Ele gesticulou, sua voz um eco das palavras condescendentes que eu acabara de ouvir. *É coisa de adolescente. Você está exagerando.* Suas palavras foram desdenhosas, um aceno casual de sua mão varrendo minha dor, meu trauma, como se fosse poeira.

Seus olhos se estreitaram, um brilho de impaciência em suas profundezas. *Por que você está dificultando as coisas? Apenas esqueça. Seja boazinha.* Seu tom era ríspido, uma ordem, não um pedido. Ele estava cansado do meu "drama", cansado do meu sofrimento silencioso.

*É para o seu próprio bem*, ele gesticulou, uma desculpa esfarrapada que eu agora podia ouvir pela mentira manipuladora que era. *Confie em mim.* Ele realmente teve a audácia de usar essas palavras.

*Vamos*, ele gesticulou, tentando me puxar em direção à porta, para longe da cena, para longe da verdade. *Vamos para casa.* Ele estava tentando controlar a situação, varrê-la para debaixo do tapete, como sempre fazia.

Meu coração endureceu. *Não, Bruno.* Foi uma rebelião silenciosa, um rugido quieto. Eu não seria mais silenciada. Nem por ele. Nem por ninguém.

Mas por fora, permaneci passiva. Meu corpo se moveu como ele ordenou, uma marionete em suas cordas, mas minha mente já estava planejando minha fuga. Minhas mãos caíram ao lado do corpo, um gesto vazio de conformidade.

Quando saímos, Amanda estava lá, encostada nos armários, um sorriso presunçoso no rosto. Ela mandou um beijo para Bruno, um gesto descarado e provocador para me humilhar. Ele a ignorou, mas eu vi o leve rubor em suas bochechas.

Mais tarde, na aula de Português, a prova final estava diante de mim. Encarei a página em branco, minha mente a mil. Um pequeno pedaço de papel amassado pousou na minha mesa. Eu o peguei. Era uma cola, coberta por uma caligrafia minúscula e apertada. Meu coração deu um salto. Isso não era meu.

"A Elisa Hewitt está colando!" A voz de Amanda, alta e clara, cortou o silêncio da sala de provas. Todos se viraram. Meus olhos encontraram os de Bruno do outro lado da sala. Seu rosto estava pálido, seus olhos arregalados com uma mistura de choque e compreensão crescente. Ele sabia. Ele sabia que Amanda tinha armado para mim.

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