A mulher que ele quase matou vive

A mulher que ele quase matou vive

Gavin

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Capítulo

Passei três anos sendo a namorada perfeita do "Rei de Gelo" da Faria Lima, Augusto Armstrong, apenas para ouvi-lo chamar nosso relacionamento inteiro de um "treino" para reconquistar minha meia-irmã distante, Carolina. Ele me usou e depois me descartou, me incriminando por atacar Carolina em sua festa de noivado depois que ela quebrou de propósito o colar da minha falecida mãe. Os homens de Augusto me espancaram até quase a morte e me deixaram em um galpão abandonado. "Você é só um problema a ser resolvido", eles zombaram. Caída e quebrada no chão de concreto, encontrei o celular de Augusto. Uma mensagem de Carolina brilhava na tela: "Eles cuidaram dela. Ela não vai mais nos incomodar. Te vejo no casamento, meu amor." Eles pensaram que tinham me enterrado, mas apenas plantaram uma semente. No casamento deles, enquanto estavam no altar, os telões gigantes atrás deles ganharam vida. Em vez de seus rostos sorridentes, o mundo inteiro viu um vídeo de Carolina, perfeitamente saudável, rindo com outro homem na Europa, seguido por imagens de segurança dela me empurrando para a trajetória de um carro em alta velocidade.

Capítulo 1

Passei três anos sendo a namorada perfeita do "Rei de Gelo" da Faria Lima, Augusto Armstrong, apenas para ouvi-lo chamar nosso relacionamento inteiro de um "treino" para reconquistar minha meia-irmã distante, Carolina.

Ele me usou e depois me descartou, me incriminando por atacar Carolina em sua festa de noivado depois que ela quebrou de propósito o colar da minha falecida mãe.

Os homens de Augusto me espancaram até quase a morte e me deixaram em um galpão abandonado. "Você é só um problema a ser resolvido", eles zombaram.

Caída e quebrada no chão de concreto, encontrei o celular de Augusto. Uma mensagem de Carolina brilhava na tela: "Eles cuidaram dela. Ela não vai mais nos incomodar. Te vejo no casamento, meu amor."

Eles pensaram que tinham me enterrado, mas apenas plantaram uma semente.

No casamento deles, enquanto estavam no altar, os telões gigantes atrás deles ganharam vida.

Em vez de seus rostos sorridentes, o mundo inteiro viu um vídeo de Carolina, perfeitamente saudável, rindo com outro homem na Europa, seguido por imagens de segurança dela me empurrando para a trajetória de um carro em alta velocidade.

Capítulo 1

Ponto de Vista de Alice Pontes:

Eu agarrava a caixinha de veludo na mão, o metal frio lá dentro era uma promessa que eu estava pronta para fazer, um futuro que eu construí meticulosamente ao longo de três longos anos. Três anos sendo a rocha de Augusto Armstrong, sua confidente, a mulher que a Faria Lima sussurrava ser a única capaz de domar o "Rei de Gelo". Eu pensei que esta noite, sob a luz suave da sala da nossa cobertura, seria o ápice de tudo. Eu estava errada. As palavras que atravessaram a fina porta do escritório não eram para mim, mas abriram uma ferida mais profunda que qualquer lâmina.

"Foi só um treino, cara. Três anos pra aprender a não estragar tudo com a pessoa que realmente importa." A voz de Augusto, geralmente tão controlada, estava carregada de uma casualidade arrepiante. Minha mão congelou, a caixa do anel cravando na minha palma.

Eu sabia que ele estava em seu escritório, conversando com seus amigos mais próximos, Léo e Nando, sobre algo que parecia importante demais para eu interromper. Eu estava prestes a surpreendê-lo. Agora, a risada deles, baixa e masculina, flutuava pela madeira, cada ondulação um terremoto no meu mundo cuidadosamente construído.

"Um treino?" A voz de Léo, sempre o cético, cortou o silêncio. "Sério, Augusto? Você passou três anos com a Alice Pontes só pra treinar pra Carolina Paes?"

O nome, Carolina Paes, me atingiu como um soco. Minha meia-irmã distante. Aquela que eu não via há anos, não desde que meu pai escolheu ela e a mãe dela em vez de mim. A mulher com quem Augusto namorou antes de mim, aquela de quem ele raramente falava.

"Ela disse que eu era muito frio, muito distante", Augusto continuou, sua voz um zumbido baixo que vibrava pelo assoalho e entrava nos meus ossos. "A Carolina precisava de alguém emocionalmente disponível, alguém que pudesse se abrir. A Alice... a Alice foi um bom treino. Ela estava sempre tão ansiosa para agradar, sempre tão presente."

Minha respiração falhou. Ansiosa para agradar. Treino. As palavras ecoavam, ocas e cruéis. Minha visão embaçou, as paredes brancas imaculadas da nossa cobertura se inclinando perigosamente. Eu passei três anos aprendendo cada nuance dele, antecipando suas necessidades, derramando meu coração para fazê-lo feliz. Não porque eu estava "ansiosa para agradar", mas porque eu o amava de verdade. Ou, eu achava que amava.

Nando entrou na conversa: "Então, você tá dizendo que a Alice te ensinou a ser um namorado melhor pra Carolina?" Uma risadinha se seguiu, leve e desdenhosa.

Meu estômago se revirou. Cada conversa tarde da noite, cada refeição compartilhada, cada vulnerabilidade que eu ousei mostrar a ele – tudo isso eram apenas dados para o seu algoritmo emocional? Meu coração, que momentos antes transbordava de expectativa, agora parecia uma coisa murcha, fria e quebradiça.

As próximas palavras de Augusto confirmaram meus piores medos, solidificando a traição em uma verdade inegável. "Exatamente. E agora, eu sei o que preciso fazer. A Carolina está de volta à cidade, e eu vou reconquistá-la. Ela é a mulher da minha vida, sabe? Sempre foi." Sua voz tinha uma ternura que eu não ouvia direcionada a mim há meses, talvez nunca. Uma ternura reservada para minha meia-irmã, o fantasma que assombrou as bordas do meu relacionamento, agora se materializando para reivindicar o que ela acreditava ser dela.

O mundo do lado de fora da porta do escritório ficou em silêncio, mas meus ouvidos latejavam com o som do meu próprio sangue correndo. O choque me manteve cativa, uma mão fria apertando minha boca, sufocando o grito que queria rasgar minha garganta. Eu fiquei ali, completamente paralisada, a caixa de veludo ainda queimando um buraco na minha mão.

Eu me sentia como um autômato, meus sentidos entorpecidos, minha mente correndo por três anos de memórias, tentando reavaliar cada risada, cada toque, cada promessa sussurrada. Foi tudo uma mentira? Seus olhos realmente encontraram os meus, ou ele estava sempre olhando além de mim, para um fantasma? A humilhação era uma dor crua e lancinante que se espalhava do meu peito, queimando por cada terminação nervosa.

Meu futuro, o futuro estável e amoroso pelo qual eu lutei tanto para construir depois que minha família me expulsou, se desfez em pó. Isso não era apenas um término; era a demolição de toda a minha existência. Eu construí minha vida ao redor dele, busquei refúgio em seus braços, acreditei em suas palavras. Agora, eu via que o arquiteto da minha segurança era também o engenheiro da minha destruição.

Como ele pôde ser tão cruel? Tão completamente desprovido de empatia? Ele conhecia meu passado, sabia da precariedade da minha situação. Ele sabia que eu não tinha para onde ir. E ele usou isso, me usou, como um peão em seu jogo de amor doentio. Meu afeto genuíno, minha necessidade desesperada de pertencimento, foram reduzidos a um mero "treino".

A imagem do anel de noivado na minha mão parecia grotesca agora. Um símbolo de um amor que nunca foi real, uma promessa que ele nunca pretendeu cumprir. Representava a zombaria final, uma piada cruel feita às minhas custas. Senti uma onda de náusea, a bile subindo pela minha garganta.

Eu queria gritar, invadir o escritório e quebrar sua compostura presunçosa, exigir uma explicação para essa decepção monstruosa. Mas minhas pernas não se moviam, minha voz não saía. Eu estava presa, congelada no corredor, ouvindo o toque de finados do meu amor, da minha esperança, da minha própria identidade.

A frieza que se infiltrou no meu coração não vinha apenas das palavras; era a percepção arrepiante de que a pessoa que eu amei, a pessoa em quem confiei implicitamente, era um estranho. Um homem manipulador e calculista que via as emoções humanas como dados e os relacionamentos como experimentos. O pensamento me fez tremer, um tremor profundo que vinha dos ossos e não tinha nada a ver com o ar fresco da noite.

Eu me sentia como uma marionete cujas cordas acabaram de ser cortadas, caindo sem graça no chão, todo o propósito se foi. Meus sonhos de um lar estável, de uma família, de finalmente encontrar alguém que me valorizasse – tudo se dissolvendo na amarga realidade da fria ambição de Augusto. Meu coração não apenas se partiu; ele implodiu, deixando para trás um vazio vasto e ecoante.

O silêncio do escritório agora parecia mais pesado do que a conversa. Eles provavelmente estavam terminando suas bebidas, parabenizando Augusto por seu plano brilhante. Minha humilhação era completa. Eu não era nada além de um degrau, um tapa-buraco temporário até que seu verdadeiro amor, Carolina, retornasse. O pensamento era insuportável, um peso esmagador que roubava meu fôlego.

Eu fui tão cega, tão ingênua. Eu dei a ele tudo, minha confiança, minha vulnerabilidade, minha devoção inabalável. E ele pegou tudo, distorceu e usou contra mim. A raiva que lentamente começou a substituir o choque entorpecente era uma brasa fria e dura, começando a brilhar na paisagem desolada do meu coração despedaçado. Eu não tinha para onde ir, ninguém a quem recorrer, e um futuro que acabara de desaparecer no ar.

Minha vida se tornou uma bagunça caótica, girando fora de controle, me deixando abandonada em um deserto de traição e desespero. Eu estava completamente perdida.

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Observei meu marido assinar os papéis que poriam fim ao nosso casamento enquanto ele trocava mensagens com a mulher que realmente amava. Ele nem sequer olhou o cabeçalho. Apenas rabiscou a assinatura afiada e irregular que já havia selado sentenças de morte para metade de São Paulo, jogou a pasta no banco do passageiro e tocou na tela do celular novamente. "Pronto", disse ele, a voz vazia de qualquer emoção. Esse era Dante Moretti. O Subchefe. Um homem que sentia o cheiro de uma mentira a quilômetros de distância, mas não conseguiu ver que sua esposa acabara de lhe entregar um decreto de anulação de casamento, disfarçado sob uma pilha de relatórios de logística banais. Por três anos, eu esfreguei o sangue de suas camisas. Eu salvei a aliança de sua família quando sua ex, Sofia, fugiu com um civil qualquer. Em troca, ele me tratava como um móvel. Ele me deixou na chuva para salvar Sofia de uma unha quebrada. Ele me deixou sozinha no meu aniversário para beber champanhe com ela em um iate. Ele até me entregou um copo de uísque — a bebida favorita dela — esquecendo que eu desprezava o gosto. Eu era apenas um tapa-buraco. Um fantasma na minha própria casa. Então, eu parei de esperar. Queimei nosso retrato de casamento na lareira, deixei minha aliança de platina nas cinzas e embarquei em um voo só de ida para Florianópolis. Pensei que finalmente estava livre. Pensei que tinha escapado da gaiola. Mas eu subestimei Dante. Quando ele finalmente abriu aquela pasta semanas depois e percebeu que havia assinado a própria anulação sem olhar, o Ceifador não aceitou a derrota. Ele virou o mundo de cabeça para baixo para me encontrar, obcecado em reivindicar a mulher que ele mesmo já havia jogado fora.

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