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Grávida do Chefe da Máfia

Grávida do Chefe da Máfia

renata medeirosM

4.9
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98.2K
Leituras
10
Capítulo

O sol atravessou as cortinas, e Alina Petrov tateou por seu biquíni em uma gaveta da cômoda. Os dias de verão eram a sua fraqueza, e ela mal podia esperar para relaxar junto à piscina de seu pai. Era um dos poucos atos de lazer que ela se permitia ultimamente. Tirando sua calça de moletom e sua regata, deslizou no biquíni preto e o ajustou. Aros dourados conectavam duas tiras finas que sustentavam a parte inferior, e a parte superior cruzava ao redor de seu pescoço. Isso aproximava seu amplo decote, e Alina não pôde evitar franzir a testa para o próprio reflexo. Para Yuri Petrov, ela ainda era uma pequena princesa que não deveria ousar vestir coisas tão escandalosas, mas Alina agora tinha vinte e dois anos. Estava na hora dela sair da concha. Ela havia passado toda a sua vida adulta concentrada em sua educação, mas aquela fase já havia passado. Independência era o seu próximo objetivo. Seu pai não tinha entendido quando ela quis ir para a faculdade, e ele gostou ainda menos da ideia quando ela se recusou a frequentar a universidade local. Sem dúvida, Yuri pensou que ela viria rastejando de volta quando seus dias de faculdade terminassem, e foi apenas porque ela não conseguiu um emprego que ela foi forçada a voltar para casa. E agora ela não conseguia arranjar um apartamento. Cada candidatura a um emprego ou um lugar para ficar era imediatamente rejeitada. Ela tinha se graduado como melhor da turma, e tinha economizado dinheiro suficiente para pagar mais do que o depósito exigido por apartamentos. Não fazia sentido que ela continuasse sendo rejeitada a cada tentativa. A única resposta lógica era que seu pai estava envolvido. "Mas você não precisa de um emprego, princesa", ela zombou de sua voz grave. "Tudo o que você precisará está aqui. Eu cuidarei de você." Alina sabia que seu pai realmente cuidaria dela, mas ela realmente queria se virar sozinha. Ela não era mais uma criança, e não queria ser tratada como tal.

Capítulo 1 Grávida do Chefe da Máfia

O sol atravessou as cortinas, e Alina Petrov tateou por seu biquíni em uma gaveta da

cômoda. Os dias de verão eram a sua fraqueza, e ela mal podia esperar para relaxar junto à

piscina de seu pai. Era um dos poucos atos de lazer que ela se permitia ultimamente.

Tirando sua calça de moletom e sua regata, deslizou no biquíni preto e o ajustou. Aros

dourados conectavam duas tiras finas que sustentavam a parte inferior, e a parte superior cruzava

ao redor de seu pescoço. Isso aproximava seu amplo decote, e Alina não pôde evitar franzir a

testa para o próprio reflexo. Para Yuri Petrov, ela ainda era uma pequena princesa que não

deveria ousar vestir coisas tão escandalosas, mas Alina agora tinha vinte e dois anos. Estava na

hora dela sair da concha. Ela havia passado toda a sua vida adulta concentrada em sua

educação, mas aquela fase já havia passado. Independência era o seu próximo objetivo.

Seu pai não tinha entendido quando ela quis ir para a faculdade, e ele gostou ainda menos

da ideia quando ela se recusou a frequentar a universidade local. Sem dúvida, Yuri pensou que

ela viria rastejando de volta quando seus dias de faculdade terminassem, e foi apenas porque ela

não conseguiu um emprego que ela foi forçada a voltar para casa.

E agora ela não conseguia arranjar um apartamento. Cada candidatura a um emprego ou

um lugar para ficar era imediatamente rejeitada. Ela tinha se graduado como melhor da turma, e

tinha economizado dinheiro suficiente para pagar mais do que o depósito exigido por

apartamentos. Não fazia sentido que ela continuasse sendo rejeitada a cada tentativa. A única

resposta lógica era que seu pai estava envolvido.

"Mas você não precisa de um emprego, princesa", ela zombou de sua voz grave. "Tudo o

que você precisará está aqui. Eu cuidarei de você."

Alina sabia que seu pai realmente cuidaria dela, mas ela realmente queria se virar sozinha.

Ela não era mais uma criança, e não queria ser tratada como tal.

Cabelo loiro. Olhos azuis. Corpo torneado. Disseram-lhe a vida toda que ela era linda, e

sabia que virava as cabeças dos homens de seu pai, mas quando ele estava por perto, eles

desviavam o olhar e silenciavam suas conversas. Ela sempre esteve muito ocupada para pensar em

homens, mesmo na faculdade, mas hoje ela começaria seu novo plano. Fazer tudo o que pudesse

para irritar seu pai para que ele parasse de obstruir suas ações.

Passando um pouco de gloss nos lábios, ela vestiu seus óculos de sol e sua saída de banho

transparente. Com sua bolsa de piscina pendurada sobre o ombro, ela saiu rapidamente de seu

quarto e desceu os degraus de pedra.

Yuri Petrov era um homem rico. Como chefe da máfia da cidade-o que o tornava um dos

homens mais poderosos de toda a região-ele gastou um bom dinheiro na mansão. Ele sempre

dizia a ela que a aparência é tudo. As obras de arte caras alinhavam as paredes, a maioria

conquistada em atividades ilícitas. Mobiliário de luxo, tapetes persas, vasos de cristal. Alina cresceu

na riqueza, e ela mal tinha olhos para isso. Aquela era a sua casa. Ela nem sequer pensava sobre

isso.

Cantarolando uma canção pop que não saía de sua cabeça há dias, ela abriu a porta de

vidro que dava para o deck e andou descalça até a madeira escura e manchada. Uma passarela

conduzia até o grande gazebo bem no meio da piscina. Do outro lado da piscina, uma fonte fazia

a água jorrar com beleza. Lindíssimas flores azuis e roxas decoravam a cerca alta de ferro

forjado, e um bar com área para lanches ficava ao canto.

Aquele espaço dava paz para Alina. Seu pai raramente usava a piscina. Ocasionalmente,

ele organizava uma festa, mas, for a isso, o lugar estava sempre em silêncio. Saltitando e sorrindo

com alegria, ela seguiu a passarela até a ilha no meio da piscina e deixou cair sua bolsa sobre

uma das cadeiras. Depois de remover sua saída de banho, ela se moveu até a borda para

mergulhar a ponta dos pés na água e testar a temperatura. Algo vermelho rodopiou pela água, e

ela franziu a testa.

Alina o viu pelo canto dos olhos. O pânico a inundou, mas foi só quando ela virou a cabeça

e reconheceu a forma que ela começou a gritar.

Seu pai flutuava de bruços na água, cercado por seu próprio sangue.

"Papai!", ela gritou. "Papai! Alguém me ajude!"

Girando para chamar os guardas de seu pai, seu pé deslizou para fora da borda. Ainda

gritando, ela se chocou com força contra a madeira antes de escorregar na água. Logo, seus gritos

foram abafados. A água estava congelando, e ela rapidamente afundou em choque. Quando ela

chegou ao fundo, automaticamente se impulsionou para cima, mas o sangue circulava ao redor

dela, e a histeria tomou conta.

Normalmente, Alina era uma ótima nadadora, mas a ideia de estar presa na piscina com o

corpo do pai a paralisou de medo. Mãos fortes a agarraram e a puxaram bruscamente da

piscina. Ela atravessou a superfície e lutou contra seu atacante.

"Alina! Alina, você tem que parar de gritar. Alina! Sou eu!"

A voz familiar finalmente penetrou em seu medo, e ela ofegou e balbuciou enquanto sugava

o ar. Kristof, um dos guardas de seu pai, puxou-a da água e envolveu sua toalha ao redor de seu

corpo, que tremia.

"Papai", ela ofegou quando ela virou a cabeça para olhar para trás. "Kristof, alguém..."

Kristof agarrou sua cabeça e a impediu de olhar para trás, "Alina, me ouça. Nós precisamos

ir."

"Ir? Ir para onde? Precisamos chamar a polícia.

"E nós faremos isso", ele disse calmamente. "Faremos isso. Mas quem matou seu pai ainda

pode estar aqui, e sua segurança é nossa primeira preocupação. Precisamos ir agora. Preciso que

você se acalme e respire".

Seu coração pulava contra sua caixa torácica enquanto ela pressionava sua cabeça contra

o peito dele. Uma ponta de vermelho pairava no canto de seu olho. Ela deve tê-lo salpicado com a

água sangrenta. Ela estremeceu. O homem acariciou seu cabelo molhado, e ela deixou que ele a

guiasse para longe da piscina.

"Timur", disse ele em voz baixa. "Nós precisamos tirá-la daqui. Peça a Ivan para chamar a

polícia e revistar o local em busca de quem não deveria estar aqui. Eu não preciso lhe dizer para

fazer isso o máximo possível antes da polícia chegar aqui. Mantenha isso dentro dos limites da lei,

mas queremos lidar com isso nós mesmos. Encontre-me na casa depois".

Timur disse algo em voz baixa, mas Alina mal podia ouvi-lo. O sangue rugia em seus

ouvidos, e ela não conseguia tirar a imagem da cabeça o suficiente para temer por sua própria

segurança.

"Papai", ela sussurrou. "Quem faria isso?"

"Seu pai tinha muitos inimigos", disse Kristof, enquanto a envolvia com um braço e a forçava

até a garagem. "Alina, eu preciso que você se concentre. Pelo menos até que a gente estar em

segurança. Você consegue fazer isso?"

Ela tropeçou quando ele continuou a arrastá-la, mas ela não conseguia lutar. Abrindo a

porta do passageiro de um dos carros, ele facilmente a colocou para dentro. Molhada e tremendo,

ela envolveu os braços em torno de si mesma e começou a balançar de um lado para o outro.

"Papai."

Gemendo, ela mal notou quando Kristof ligou o carro. Ele saiu da casa, e ela olhava para o

nada enquanto as árvores passavam voando. Seu pai estava morto. Seu pai estava morto. Era

como um disco arranhado em sua cabeça. Seu pai estava morto.

"Filho da puta", ele gritou de repente e pisou no freio. Movendo-se bruscamente para a

frente, ela imediatamente ergueu os braços e bateu contra o painel. A dor a puxou para fora de

seu estado hipnótico, e ela gritou. "Coloque o cinto de segurança", ele chiou.

Virando a cabeça para o lado, ela viu outro carro seguindo bem ao lado deles. O motorista

usava um capuz, e ela não podia distinguir suas feições, mas suas intenções eram claras. Ele virou o

volante e o carro se aproximou dela perigosamente. Ambas as janelas se quebraram quando algo

passou próximo de sua cabeça, e ela imediatamente se abaixou.

"Kristof! ", gritou ela.

Seu guarda-costas deixou escapar uma série de obscenidades e pisou fundo. Alina olhou

para o velocímetro e engoliu seco. Um movimento errado, e Kristof faria com que eles batessem

nas defesas metálicas. Mas o outro carro os acompanhou.

De repente, Kristof pisou novamente no freio e o outro carro avançou. Engatando a ré,

Kristof virou a cabeça e dobrou a esquina. Engatando a primeira marcha, ele disparou com o

carro pela outra rua.

"Por que alguém tentaria me matar?" Ela sussurrou enquanto virou a cabeça e olhou

desesperadamente para o perigo.

"Pense, Alina", ele disse suavemente. "Você poderia muito bem ter visto o assassino e não ter

percebido isso."

"Mas eu não vi", ela engasgou. "Eu não vi nem ouvi nada. Apenas papai flutuando na água."

Seu estômago se agitou, e ela o apertou com uma das mãos e tentou tomar algum fôlego.

"Você está em choque", disse ele, sombrio. "Você pode não saber o que viu ou ouviu. Há uma

boa razão para alguém tentar matá-la, Alina. Eles acham que você viu alguma coisa."

Ela fechou os olhos e tentou bloquear as imagens horríveis. "O que eu faço, Kristof? O que

eu devo fazer?"

"Seu pai se assegurou de que você seria cuidada", ele disse suavemente. "Você não precisa

se preocupar com isso, mas precisamos ter certeza de que quem matou seu pai não a mate."

Uma hora atrás, ela estava furiosa por seu pai ter bloqueado mais uma tentativa sua de se

mudar. Agora ele estava morto, e havia boas chances de ela nunca mais voltar para casa.

Eu nem sempre estarei aqui por você, princesa. Você precisa prestar atenção. Estou tentando te

ensinar a como se proteger.

Nunca havia lhe ocorrido que seu pai tinha razão. Ele nem sempre estaria por perto, e

agora alguém estava tentando matá-la.

* * *

Nikolai estava no meio de seu treino com a porta aberta. O suor escorria de seu corpo, e

seus músculos gritavam de dor, mas ele não estava pronto para parar. Agarrando o saco de

pancadas pesado para mantê-lo no lugar, ele franziu a testa. "Viktor, você sabe como eu me sinto

sobre interrupções."

O homem acenou com a cabeça respeitosamente. "Peço desculpas, mas acabamos de

receber a notícia de que Yuri Petrov está morto."

Suas entranhas se contraíram, e Nikolai estreitou os olhos. "O que aconteceu?"

"Um tiro na cabeça esta manhã, em sua propriedade. Sua filha o encontrou".

"Maldição", ele jurou e começou a desenrolar o pano em torno de seus dedos machucados.

Ele nem mesmo sentiu a dor. "Ela também está morta?"

Viktor sacudiu a cabeça. "Não. Seu guarda-costas imediatamente a tirou da cena do crime.

Ela está em um local seguro. Precisamos agir rapidamente se quisermos fazer a transição sem

dificuldades."

"O que as autoridades acham?" Nikolai perguntou, ignorando a última declaração de Viktor.

"Ninguém foi encontrado no local", disse Viktor. "Eu tenho certeza que eles aparecerão para

falar com você em breve."

Claro que sim. Nikolai seria o suspeito número um. "Eu acho que isso significa que eu deveria

tomar banho e trocar de roupa", disse ele com um suspiro.

"Você precisa tomar cuidado, senhor", disse Viktor gravemente. "Você pode ser o próximo."

"Yuri era um homem poderoso, mas era muito ingênuo", rosnou Nikolai. "Seu assassino não

vai me achar um alvo tão fácil."

Isso não era inteiramente verdade. Yuri não era exatamente ingênuo, mas Nikolai tinha

endurecido seu coração há muito tempo. Não acreditava em ninguém. Essa foi a única maneira de

sobreviver nesse tipo de negócio.

"Eu vou me levar," ele murmurou ao levantar do banco. "Vá em frente e entre em contato

com o meu advogado."

"Quer falar com a filha? "

Nikolai hesitou. A mulher não tinha muita utilidade, mas ele não podia deixá-la vulnerável.

Além disso, protegê-la iria provar a todos que ele era capaz do trabalho. "Ainda não. Vamos

esperar até que todos os papéis estejam assinados e Yuri esteja enterrado. Preciso que todos

compreendam que a máfia é minha justamente antes de assumi-la. Até lá, procure os guarda-

costas e verifique se eles têm tudo o que precisam."

"Sim senhor."

"Viktor, mais uma coisa".

"Sim?"

"Quais são as chances de que ela tenha matado seu pai?"

Viktor sacudiu a cabeça. "Ela não é como ele".

Nikolai o olhou desconfiado. "Isso não significa nada. Yuri não era um homem tão cruel. Se

ela tivesse noção do seu testamento, de tudo o que eu tomaria conta, ela poderia tê-lo matado de

raiva".

"Duvido, senhor. Não só não seria um movimento inteligente da parte dela, mas a menina tem

tentado fugir dele e de seu dinheiro por meses. Além disso, ela praticamente desmaiou ao vê-lo, e

tentaram matá-la enquanto seu guarda-costas a tirava da cena. Ela não é a assassina.

Interessante. "Bem. Eu quero o máximo possível de informações sobre ela. Não quero

surpresas".

O assassinato de Yuri não foi uma surpresa, mas a sobrevivência de Alina foi. Se ele

estivesse correto em suas suspeitas, o assassino não queria que ela sobrevivesse por mais uma

noite.

Viktor acenou com a cabeça e o deixou em paz. Nikolai terminou de secar o suor do

pescoço e pegou o telefone. Percorrendo as fotos, ele olhou para as imagens de vigilância que

havia tirado há cinco anos. Alina Petrov era uma mulher interessante. Frequentou uma faculdade,

inteligente, bonita, motivada e aparentemente inocente.

Tão inocente.

Ele apagou a maioria das fotos, mas algo sobre uma delas o fez guardá-la durante todo

aquele tempo. Na foto, ela havia acabado de tirar os óculos escuros e estava prestes a

cumprimentar alguém. Seu pai não estava interessado nas outras pessoas em sua vida, então

Nikolai não tinha perguntado, mas ele não podia deixar de se perguntar agora. Quem fez a

mulher sorrir tão brilhantemente?

Tão calorosamente?

Fazia muito tempo que ninguém o olhava daquele jeito. Nikolai tinha certeza de que ninguém

jamais o faria. Desligando o telefone, dirigiu-se para as escadas. Alina Petrov era uma

preocupação para outro dia. Não havia muito que ele pudesse fazer por ela agora. Assim que

assumisse tudo, ele a procuraria.

Até lá, ela estaria sozinha.

Capítulo Dois

Havia momentos em que Alina nem sabia o que estava acontecendo ao seu redor. Às vezes o

tempo parava, e outras vezes o dia corria sem que ela percebesse. Ela se levantava, ia para a

cama, e não tinha ideia do que tinha acontecido naquele intervalo de tempo.

Kristof e Timur não a perdiam de vista. Ela vagava sem rumo pelo local seguro, um

apartamento pequeno, mas bem mobiliado nos arredores da cidade e tentou se concentrar no que

faria em seguida.

Uma pequena mala de roupas a esperava no apartamento. Quando a polícia finalmente

liberou a cena do crime, ela conseguiu voltar para buscar mais coisas, mas seus guarda-costas não

a deixaram ficar, e ela realmente não queria.

O céu estava nublado no dia do funeral. Alina se sentou no banco, espremida entre Timur e

Kristof; seu tio Vadik, o gêmeo de seu pai e seu único parente vivo, sentou-se no banco atrás deles.

Ela não tinha ouvido falar dele desde o assassinato.

Um tiro de 38 na têmpora. Alina tinha estado perto de armas toda a sua vida. Ela podia

facilmente imaginar a arma que acabou com a vida de seu pai. As autoridades disseram que o

assassino provavelmente usou um silenciador e atirou em seu pai poucos minutos antes de ela entrar

na área da piscina. Ele estava morto antes mesmo de cair na água.

Ela tentou se confortar no fato de que ele não sofreu, mas isso não aliviava sua dor. Seu pai

estava morto. Sua última conversa com ele tinha sido cheia de raiva.

"Por quê? Por que você quer se mudar? Por que você quer me deixar?"

"Papai, eu sou adulta. Você acha que eu iria viver aqui para sempre? A faculdade terminou. Eu

quero explorar o mundo. Eu quero ter a minha própria casa."

"Eu não vou impedi-la."

"Mas você está! Você está impedindo que alguém aceite minhas propostas! Eu sei que você está!

Você está me deixando louca! Você está me tratando como uma prisioneira!"

Um nó apertou em sua garganta, e ela tentou engoli-lo. Agora não era o momento de

desmoronar.

"Alina?", sussurrou Timur. "Você quer sair e tomar um pouco de ar?"

"Já está quase acabando?", perguntou. "Eu não consigo respirar."

Ele a envolveu com um braço e a apertou suavemente. "Sim, quase. Aguente firme."

Timur e Kristof estavam com seu pai desde que ela era criança. Na época, eles eram

adolescentes arrogantes procurando crescer dentro da máfia, mas agora eram praticamente da

família. Saber que eles estavam cuidando dela era o único conforto que ela tinha. Eram como seus

dois irmãos mais velhos. Ela confiava neles.

Finalmente, uma oração silenciosa terminou o funeral, e ela se levantou. Agora ela só tinha

que suportar o enterro no cemitério, e ela finalmente seria capaz de deitar em sua cama com uma

garrafa de vinho e tentar afogar suas dores.

Alina se voltou para olhar a congregação. O lugar estava lotado. O território de seu pai

era grande, e embora o seu negócio estivesse encharcado de violência e sangue, ele protegia

aqueles que precisavam. Metade da cidade tinha aparecido para prestar homenagem, e parecia

que todos os olhos estavam sobre ela.

"Você acha que ele está aqui?" Ela murmurou, sem expressão. "Acha que o homem que

assassinou meu pai está me observando?"

"Vamos," Timur disse enquanto indicou para que ela andasse. "Esse momento não é sobre o

assassino. É sobre o seu pai, certo? Concentre-se nisso."

Assentindo com a cabeça, ela engoliu seco e entrou no corredor. Todos inclinaram a cabeça

e esperaram até ela chegar na porta. Todos menos um. Ela parou quando alguém passou em sua

frente para abrir a porta.

"Senhorita Petrov", disse ele com a voz grave.

Alina ergueu os olhos e o observou. Alto. Cabelo escuro. Olhos de um azul cristalino

devastador e um corpo que a distraiu momentaneamente. Ela o via ocasionalmente saindo de

reuniões fechadas com seu pai, mas nunca prestou atenção nele. Ela nem sabia o seu nome.

Aqueles olhos penetrantes nunca deixaram os dela enquanto ele segurava a porta aberta e

esperava que ela passasse.

"Obrigada", disse ela suavemente.

Ele assentiu solenemente, mas não disse mais nada. Kristof continuava a pressioná-la para a

frente, mas Timur parou para falar com o estranho em voz baixa. Por um momento fugaz, ela se

perguntou se aquele lindo homem teria matado seu pai. Ele estaria brincando com ela agora?

"Quem é ele?", perguntou ela, parando e virando a cabeça. Timur já estava se juntando a

eles.

"Seu nome é Nikolai Sokolov", resmungou Kristof em voz baixa. "Vamos, Alina. Temos de ir.

Todo mundo está esperando por você."

Obedientemente, ela baixou a cabeça e seguiu seus guarda-costas para fora. Eles a

acompanharam em ambos os lados, e ela observava com curiosidade a multidão em busca de

possíveis ameaças.

"Você realmente não acha que alguém me atacaria aqui, no enterro do meu pai, não é?"

"É sua primeira vez ao ar livre em dias", lembrou Timur. "Se eles tiverem pressa, sim, não há

dúvida de que eles irão atrás de você no funeral de seu pai."

As palavras a fizeram estremecer, e ela voltou a se recolher. Um sentimento mais intenso-

raiva-rapidamente anulou sua dor e seu medo. Ela deveria ser livre para chorar a morte de seu

pai, mas em vez disso, ela tinha que temer pela própria vida.

Poucos carros seguiram da igreja ortodoxa até o túmulo. A descida do caixão na sepultura

era somente para aqueles mais próximos de Yuri. Além de Vadik, todos eram sócios dos negócios.

Ao crescer, Alina passava boa parte do tempo se comportando mal porque achava que seu pai

amava mais seus homens do que ela. Era estranho ter que compartilhar aquele momento com eles.

O sol aqueceu sua pele quando ela se aproximou do túmulo, e ela franziu a testa. As nuvens

tinham desaparecido. Aquilo não parecia certo. O vento deveria uivar e os trovões ressoarem, mas

em vez disso, o dia estava rapidamente se tornando agradável. Até mesmo bonito.

Apenas mais um lembrete de que a vida não parou simplesmente porque ela estava

perdida.

"Vou dar uma olhada no local", disse Kristof em voz baixa.

Timur assentiu, e Alina percebeu que ele estava inquieto. Ela tomou seu braço, mais por

conforto do que por necessidade, e o deixou levá-la até as cadeiras metálicas dobráveis que

estavam alinhadas em frente ao túmulo aberto. Mais uma vez, ela seria forçada a se sentar na

frente e no centro.

Puxando seus óculos escuros para fora de sua bolsa, ela os colocou em seu rosto e olhou ao

redor. Pelo menos agora ela se sentia um pouco mais escondida. Um pouco mais segura.

A maioria das pessoas que saíam dos carros estacionados atrás dela era um tanto

familiares. Guardas. Sócios de negócios, suas esposas. Ela ouvia seus sussurros silenciosos e virava

a cabeça para ver quem estava ali. Um homem se destacou, e ela inalou bruscamente.

Nikolai Sokolov. O que ele estava fazendo aqui? Um par de homens seguiram atrás dele.

Seu olhar a provocou enquanto vagava pelo seu corpo, e Alina sentiu algum alívio por ele não

poder ver seus olhos.

Seu rosto endureceu, e ele franziu a testa e virou a cabeça. Alina olhou fixamente quando

Kristof fez um sinal para o homem e sussurrou algo em seu ouvido. Nikolai assentiu e Kristof dirigiu-

se para a parte de trás do cemitério.

"Alina?" Timur perguntou suavemente.

"Quem é esse homem?" Alina perguntou enquanto o deixava guiá-la até as cadeiras.

Sentada, ela nunca tirou sua atenção de Nikolai.

"Já lhe dissemos. O nome dele é-"

"Não o nome dele", ela cortou rapidamente. "Ele é importante. Por quê?"

Antes que Timur pudesse responder, uma sombra caiu sobre eles, e Alina olhou para cima.

Vadik Petrov se sentou ao lado dela e pegou sua mão.

"Minha doce Alina", ele sussurrou enquanto beijava sua mão.

"Tio," Alina reconheceu desconfortavelmente. Houve uma época em que seu tio sempre

estava por perto, mas quanto mais velha ela ficava, mais ela percebia que havia um

desentendimento entre Vadik e seu pai. Yuri nunca falou sobre isso, e Vadik sempre participava das

atividades da família, mas eles nunca eram muito amigáveis um com o outro.

"Sinto muito por não estar muito perto, mas tenho observado você", disse Vadik em voz

baixa. "Eu vou me assegurar de que você fique segura."

Com o que aconteceu com Yuri, e nenhum filho para assumir, Vadik deveria ter sido o

próximo na fila como novo líder, mas pelo que ela tinha visto ele nunca tinha mostrado muito

interesse nisso. Ela não tinha realmente notado sua ausência, já que não estava acostumada à sua

presença. Provavelmente ele tinha muitas coisas a fazer.

"Tudo bem, tio. Eu entendo", disse ela com um sorriso trêmulo. Vadik era o irmão mais novo

de seu pai, mas apenas por alguns minutos. Eram gêmeos fraternos, mas não havia como confundir

a semelhança. Embora seu pai estivesse grisalho nas laterais da cabeça e enrugado ao redor dos

olhos e Vadik pintasse o cabelo, Alina podia ver Yuri quando olhava para Vadik.

Isso fez seu coração doer.

Uma vez que todos estavam sentados, o padre avançou para fazer as declarações finais.

Sua voz parecia distante, muda, e só quando todos se levantaram que Alina percebeu que o

homem tinha terminado de falar. Parecia que ela tinha tijolos amarrados a seus pés ao avançar até

um monte de rosas posicionadas em um pequeno móvel ao lado do caixão. Tomando uma

cautelosamente pelo caule, ela ficou na beira do túmulo e respirou fundo.

"Eu apagaria cada briga se pudesse," ela sussurrou para o caixão. "Eu abraçaria cada

segundo que tivemos juntos. Nunca me ocorreu que eu teria que viver sem você. Sinto sua falta,

papai."

Lançando a rosa sobre o caixão, ela enxugou as lágrimas que escorriam por seus olhos e se

virou para caminhar lentamente de volta para os carros.

"Alina! Pare," Timur chamou de repente. Ela ouviu o pânico em sua voz e congelou. Ele

imediatamente a agarrou pelo braço e a puxou para trás.

"O quê?" Ela perguntou freneticamente. Os homens já estavam alcançando as armas

escondidas sob seus paletós. "O que foi?"

Olhando por trás dele, ela observou conforme um Bentley preto passava lentamente pelos

carros. Suas janelas escuras tornavam impossível ver o interior, mas ela podia sentir o perigo e a

tensão no ar. Quaisquer que fossem as intenções do motorista, elas não eram boas.

Quando finalmente se afastou de vista, Alina relaxou. "Como você soube?" Ela sussurrou.

"É meu trabalho cuidar de você", disse ele em voz baixa. "Não é seguro para você".

"Você continua dizendo isso".

Ele sorriu indulgentemente e balançou a cabeça. "Quero dizer, não é seguro você ficar sob

meus cuidados. Não mais. Você precisa de mais proteção do que nós podemos fornecer. Alina, eu

acho que você precisa ficar próxima do novo líder até que possamos resolver as coisas. Já

falamos com ele, e ele concordou.

"Tio Vadik?" Alina disse com uma careta. "Quer dizer, acho que tudo bem."

"Não o Vadik," uma nova voz disse grosseiramente. "Você vai ficar comigo."

Seus olhos se arregalaram ao ver Nikolai. Ele ficou quase perto demais, e ela sentiu o calor

irradiando dele. Ele era intimidador. Irresistível.

Intoxicante.

"Timur?", ela perguntou hesitante. "Eu não entendo."

"Seu pai nomeou Nikolai como seu sucessor há dois meses. Tudo está em seu nome agora. Ele

assumirá a máfia, e ele será capaz de protegê-la."

Ela franziu o a testa e olhou para seu tio. "Por que meu pai não faria o meu tio seu

sucessor?"

"Vadik vê algo muito diferente para o próprio futuro", disse Timur em uma voz neutra.

"Timur e Kristof têm feito bem protegendo você, mas até que o assassino de seu pai seja

pego, você ainda está em grave perigo. Você deveria ficar comigo", disse Nikolai em voz baixa.

"Eu não te conheço," ela disse hesitantemente.

"Você não precisa," ele respondeu grosseiramente. "Mas é importante que você fique viva.

Se essa transição der certo, preciso provar que posso proteger o que é meu."

Ela estreitou os olhos. "Eu não sou sua."

Um pequeno sorriso puxou os lábios dele. "Você é filha do meu antecessor. Isso

automaticamente faz de você minha. Ficar comigo ou não é escolha sua, mas isso não me fará ir

embora. Sua segurança é minha prioridade número um."

"Manter-me viva e ganhar a lealdade dos seguidores do meu pai", murmurou ela. "Isso é um

pouco de frio, você não acha?"

"As minhas intenções importam?"

Timur pôs uma mão em seu braço. "Por favor, Alina. Eu imploro que você aceite sua proteção.

Eu ainda estarei cuidando de você."

Alina podia ver os sinais de cansaço no rosto de Timur. Ele provavelmente tinha dormido

muito pouco nos últimos dias. Ele e Kristof estavam constantemente em alerta. Seria ridículo não

concordar com um pouco mais de ajuda, mas Nikolai a fazia se sentir tão pequena. Ela

instintivamente queria fugir dele.

"Você vai se mudar para a minha casa?", ela perguntou em voz baixa. Por alguma razão,

ela odiava a ideia de ele estar no mesmo lugar onde ela cresceu.

"Não. Essa casa pertence a você. Você pode fazer com ela o que quiser".

As pessoas lhes davam olhares curiosos enquanto saíam do cemitério. Se ela permanecesse

muito mais tempo, logo seriam os únicos por lá.

"Tudo bem," ela disse finalmente. A palavra fez com que seu coração saltasse no peito, mas

ela não sabia se era porque ela estava confiando sua vida a um estranho ou se era o pensamento

de estar tão perto dele.

"Que bom. Timur, Kristof e dois dos meus homens vão escoltá-la de volta para a sua casa

para que possa pegar suas coisas. Espero você em minha casa ao pôr-do-sol.

Com essa observação, ele voltou para os carros e a deixou sozinha. Alina de repente teve a

sensação de que ele a via como nada além de uma ferramenta.

E ele parecia frio e calculista o suficiente para usá-la.

Você tem um coração tão grande, princesa. Seu primeiro instinto é confiar em todos. Eu

gostaria que as coisas pudessem ser assim. Eu gostaria que você levasse uma vida na qual a única

coisa em perigo fosse o seu coração, mas você deve ter cuidado. Essa é sua primeira lição, minha

querida. Você deve cuidar em quem confia.

"O que eu faço, papai? Você confiou nele. Eu devo confiar também?"

Capítulo Três

Timur atravessou os portões de ferro exatamente quando o sol estava se pondo. Matizes

suaves de dourado e rosa pintaram o céu, mas ela não conseguia desfrutar da beleza. Se ela

pudesse fazer o que quisesse, ela ainda estaria em sua casa fazendo as malas. Havia algo terrível

em deixar sua própria casa. Irônico, considerando que ela lutou muito com seu pai para sair de lá

nos últimos meses. Agora ela foi ordenada a sair, e sentia como se seus pés estivessem enterrados

no cimento.

Quando não puderam demorar mais, Timur agarrou suas malas e ameaçou levá-la ao carro

se ela não seguisse em frente. Seus olhos eram simpáticos, mas seu tom era sério. Eles estacionaram

na frente da casa de Nikolai vinte minutos depois

"Ele cuidará de você, Alina", disse Timur suavemente.

"Como você sabe disso?" Ela exigiu. "Há quanto tempo você o conhece? Você o conhece

bem?"

"Conheço Nikolai desde que ele tinha quinze anos", disse Timur suavemente. "Ele respeitava

seu pai, e acho que seu pai o via como um filho. Eu confiaria a minha vida a esse homem, estão eu

certamente confio nele para cuidar da sua."

Olhando pela janela, ela estudou a casa dele. Era menor que o de seu pai, mas não menos

guardada. Onde seu pai tinha plantas caras importadas de todo o país, a propriedade de Nikolai

era bem mantida, mas não tão elaborada.

"Se ele conhecia meu pai por tanto tempo, como é que eu não o conheço? Eu só o vi algumas

vezes," ela resmungou enquanto escorava suas costas no assento. Ela sabia que ela estava agindo

como uma criança mimada, mas ela estava começando a ver sombras ameaçadoras em tudo.

Timur ficou inquieto, e Alina lançou a ele um olhar de suspeita. "O quê? O que você não está

me dizendo?" Ela perguntou ansiosamente.

"Alina, você pode pensar que sabe tudo sobre os negócios de seu pai, mas ele o protegeu

das piores atividades da máfia. Ele fez com que você não fosse contaminada".

"Do que você está falando? Pensei que ele queria que eu soubesse mais sobre o negócio.

Para me envolver? Achei que era por isso que ele não me deixava ir embora".

Balançando a cabeça, Timur lhe deu um sorriso triste. "Seu pai era duro com você às vezes,

mas nunca foi porque ele queria você envolvida nos negócios. Eu não acho que ele alguma vez

pensou seriamente na ideia."

Alina estava sem palavras. "Eu não entendo," ela sussurrou. "Ele perguntou..."

"Claro que sim. Era o seu legado, e se você quisesse, ele teria feito tudo em seu poder para

ajeitar as coisas para você. Mas estava claro que você não queria, então ele preparou alguém.

Nikolai Sokolov. Yuri te protegeu desde o momento em que você nasceu, e não tenho dúvidas de

que Nikolai fará o mesmo.

A dor de ouvir sobre seu pai tirou o ar de seus pulmões, e ela lutou para respirar. Houve

momentos em que ela pensou que superaria a sua morte, e então havia outros, como agora,

quando ela temia que seu coração simplesmente parasse de bater com o peso de tudo aquilo.

Lutando para encontrar uma âncora antes que a dor a afastasse do momento, ela olhou para a

casa novamente. "Ele é casado? Ele tem filhos? O que eles pensam de eu me mudar? E se eu os

colocar em perigo?"

"Essa é a minha garota", disse Timur com um sorriso. Sempre pensando nos outros. Com

exceção de sua equipe, Nikolai vive sozinho."

Era uma casa muito grande para apenas um homem, mas, novamente, sua própria casa era

muito expansiva para ela e seu pai. Nikolai era um homem importante. Ele teria que se apresentar

como tal.

Agora que seu pai estava morto.

"Como você sabe que ele não matou o meu pai?" Ela sussurrou.

"Ele não fez isso. Eu sei."

Seu olhar pousou em uma janela no segundo andar, e ela ofegou. Nikolai estava do outro

lado, olhando para eles. Por um momento, ela poderia ter jurado que eles fizeram contato visual,

mas isso era ridículo. Não havia jeito de vê-la quando ainda estava no carro.

Timur seguiu seu olhar e franziu a testa. "É melhor irmos", ele murmurou. Saindo do carro, ele

pegou suas malas e esperou pacientemente que ela se juntasse a ele.

Enquanto subiam os degraus que levavam à varanda, Alina escolheu automaticamente os

lugares onde ela veria guardas. Um em cada canto da casa de três andares. Não haveria dúvida

de encontrar o mesmo número atrás da casa, mais câmeras nas árvores e um sensor ao longo da

calçada.

Quando adolescente, Alina aprendeu os hábitos dos homens de seu pai, e quando via uma

abertura, ela se abaixava em sua janela, descia por uma árvore e saia em direção à rua. Foi

quando ela descobriu o sensor ao longo da calçada. Quando ela chegou ao portão, havia três

homens apontando suas armas para ela.

Seu pai estava furioso. Ele mandou cortarem a árvore que dava em sua janela naquela

mesma noite, e ela sempre se sentiu muito culpada por causa disso. Se não tivesse desobedecido as

ordens, a árvore poderia ter ficado mais alta e florescido. Ela chorou por causa disso, e Yuri tinha

acabado de dizer a ela que da próxima vez que ela quisesse desobedecer suas ordens, ela

deveria pensar sobre a árvore.

Isso funcionou por cerca de um ano. Então Alina completou dezesseis anos, e a única coisa

que uma adolescente queria era a sua liberdade. A rebeldia se tornou algo diário.

As portas da frente se abriram, e um cavalheiro mais velho acenou com a cabeça. "Senhorita

Petrov. Eu sou Danik, assistente do Sr. Sokolov. Seria um prazer acomodar a senhorita em seu

quarto.

Assistente? Ele parecia mais um mordomo, mas Alina não comentou. Ela forçou um sorriso e

assentiu com a cabeça. "Obrigada, mas você não precisa me chamar de senhorita Petrov. Alina

está bom.

"É claro." Danik pegou uma das malas das mãos de Timur e subiu a grande escada em

espiral. Alina se apressou atrás dele, mas seu pescoço se esticou para captar todos os detalhes que

podia. Estruturalmente falando, a casa de Nikolai era magnífica. Belíssimos acabamentos em

madeira, sancas refinadas, corrimão lindamente esculpido. Um imponente lustre pendia do teto.

Decorativamente falando, a entrada era apagada. Era minimamente decorada com algumas

pinturas, mas nada feito por artistas que ela reconhecia, e nada que tenha falado emocionalmente

com ela. Uma mesa lateral logo ao lado da porta, e um espelho estava pendurado acima dela,

mas o lugar não apresentava nenhum livro ou estátuas. Os tapetes eram simples e nenhum dos

lustres eram ornamentados.

Tirando o tamanho enorme, o lugar parecia normal.

Era uma casa onde ele poderia viver com alguém que ele amava e criar alguns filhos. Não

era a casa de um homem que acabava de assumir uma das mais perigosas organizações

criminosas do país.

Casamento e filhos? Alina piscou e sacudiu a cabeça. De onde tinha vindo esse pensamento?

Arrastando o olhar para longe, ela se apressou atrás de Danik. Embora o homem fosse velho, ele

andava rapidamente.

"Temos uma suíte separada para hóspedes, mas o Sr. Sokolov pensou que você poderia se

sentir mais confortável perto dele. Seu quarto é anexo à suíte dele. Há dois outros quartos neste

andar, mas eles geralmente estão vazios."

"Anexo? O que você quer dizer?", ela perguntou apressadamente enquanto entrava no

quarto. Antes que ele pudesse responder, ela parou e ficou boquiaberta. A cama com dossel

estava coberta por um tecido fino e transparente. O cobertor era branco com bordado em

dourado, e deslumbrantes almofadas amontoadas na cabeceira da cama. Tudo no quarto, da

espreguiçadeira à parede até os detalhes da janela, era branco com detalhes em dourado. Era

tão feminino.

Era onde uma mulher íntima dele ficaria.

Danik abriu a porta para exibir um banheiro deslumbrante com pedras escuras. Uma imensa

banheira adornava o canto, e ao lado dela ficava a abertura para o que só poderia ser um

grande chuveiro. Com um piso de azulejos, não precisava de porta ou cortina. Do outro lado havia

um espelho de parede e duas pias. O banheiro parecia novo, como se não tivesse sido utilizado.

"A porta do outro lado se conecta ao quarto do Sr. Sokolov. Ela é trancada em ambos os

lados, mas o Sr. Sokolov tem uma chave, por isso, se houver uma emergência, ele ainda será capaz

de chegar até você.

"Uma chave," Alina resmungou. "Espere um minuto, eu devo partilhar um chuveiro com ele? Eu

nem o conheço!"

O velho olhou calmamente para ela. "Sua segurança é uma alta prioridade aqui, e Sokolov

quer que você se sinta segura. Há um banheiro no corredor se você quiser usá-lo em vez deste."

O alívio tomou conta dela, e ela assentiu. Ela definitivamente iria usar o banheiro do

corredor. Nikolai não era o tipo de homem que ela gostaria de ter por perto quando estivesse nua.

Só de pensar nisso suas bochechas se aqueceram.

De repente, lembrando-se de vê-lo na janela, ela olhou fixamente para a porta fechada. Ele

estaria lá agora? Por que ele não saiu para recebê-la?

"O jantar será servido em uma hora, se você deseja desfazer as malas e descansar. Você é

bem-vinda a explorar a casa como quiser, mas você não pode sair sem uma escolta."

"Espere, eu não posso andar no quintal?" Ela perguntou com uma careta. Ela estava presa lá

dentro?

"Não sem uma escolta, repetiu ele. "Tenho certeza que se você pedir com antecedência, será

fornecida uma para você. Há uma carta sobre o criado-mudo para você. Vou deixar você se

acomodar.

Antes que ela pudesse lhe perguntar qualquer outra coisa, ele saiu pela porta. Ela notou que

Timur também não estava por lá.

"Excelente. Me deixar na casa de algum estranho e me abandonar no momento em que eu

chegar aqui. Que adorável recepção. Eu me sinto tão segura aqui", ela murmurou sarcasticamente

enquanto pegava o envelope. Ele tinha seu nome e sobrenome escritos, fazendo-a parecer tão

formal como o assistente que a tinha acompanhado até ali. "E haveria uma outra Alina?"

Abrindo-a, ela tirou os sapatos e se sentou desajeitadamente no sofá. A mobília era tão

bonita que ela tinha medo de que fosse estragar só de olhar. Chutando seus sapatos, ela deitou a

cabeça para os lados para aliviar a tensão e olhou para a carta.

Em poucos segundos, ela estava no banheiro e batendo na porta dele com raiva.

* * *

Nikolai não pôde deixar de sorrir quando ouviu o bater da porta. Ele não sabia se era a

acomodação ou a carta que a perturbava, mas ele estava preparado para ambos.

Abrindo a porta totalmente, ele olhou para ela. "Da próxima vez que você bater na minha

porta assim, é melhor você estar em sério perigo", ele a ameaçou com a voz grave.

Ele esperava que seus olhos se arregalassem de medo, mas, em vez disso, apertaram-se de

raiva. Ela empurrou a carta contra o seu peito e o empurrou para dentro. Tomado de surpresa, ele

tropeçou para trás.

"Que diabos é isso?", ela gritou enquanto caminhava para seu quarto. "Uma lista de regras?

Eu não sou adolescente em um internato, Sr. Sokolov. Eu sou uma mulher adulta, e eu não quero

saber de me submeter a regras. Primeiro me dizem que eu não posso sair sem uma escolta. Agora

eu tenho um horário e um toque de recolher? Se essa é a sua ideia de hospitalidade, você pode

enfiá-la no seu..."

Antes que ela terminasse a frase, ele a agarrou pelos braços. A carta voou para o chão, e

ele a empurrou até que suas costas bateram em sua cômoda e efetivamente a prendesse entre ela

e seu corpo. Ele imediatamente reagiu à forma como suas curvas se moldaram contra ele, e ele

teve que engolir uma série de palavrões. Ainda assim, ele não estava prestes a soltá-la até que

ela soubesse muito bem o que era esperado dela.

"Senhorita Petrov, posso lhe assegurar que ninguém nesta casa a confundirá com nada além

de uma mulher adulta," disse ele com voz sedosa. Os olhos dela se arregalaram, e ele sorriu

friamente para ela. Bom. Talvez agora ela pudesse entender. "Os homens desta casa são

assassinos treinados. Eles têm um trabalho: protegê-la. Essas regras tornam mais fácil para eles

fazerem exatamente isso. Você tem um horário porque eu não estou sempre aqui em casa, e meus

homens estão ocupados. Você vai fazer as suas refeições quando eu quiser, e você será capaz de

andar pelo terreno nos horários designados, porque é quando eu tenho homens o suficiente ao

redor para protegê-la. E você tem um toque de recolher porque eu quero que erros sejam

cometidos porque você está andando por aí às duas horas da manhã. Erros causariam mortes. Eu

fui claro?

Havia fogo em seus olhos quando finalmente encontraram os dele. "Eu acho que eu prefiro

não ter a sua proteção", ela rosnou.

"Então você vai morrer. Soltando-a, ele recuou e cruzou os braços. "Você é mais do que

bem-vinda para sair. Você não é uma prisioneira aqui. Mas se você quebrar qualquer dessas

regras e colocar meus homens em perigo, você será expulsa."

Alina engoliu seco e virou a cabeça para a porta. Nikolai podia ver a tentação em seus

olhos, mas também havia medo e algo que ele entendia muito bem.

Dor.

Naquele momento, ele amaldiçoou a própria pressa. A mulher tinha acabado de enterrar seu

pai e teve seu mundo inteiro virado de cabeça para baixo. Se ele pelo menos um pouco

cavalheiro, ele teria pegado um pouco mais leve com ela.

Mas ninguém jamais havia chamado Nikolai Sokolov de cavalheiro.

"Estamos de acordo?" Ele perguntou, com a voz ainda fria.

Ela não vacilou, e ele ficou surpreso e aliviado. Ele nunca seria capaz de lidar com isso se

ela fosse fraca.

"Eu trouxe dois dos meus guarda-costas," ela disse rigidamente. "Isso deve ser o suficiente

para me deixar sair da casa mais de uma vez por semana."

"Timur e Kristof não trabalham para você. Eles trabalham para mim".

A mandíbula dela se contraiu, e ela endireitou os ombros. "Com licença," ela murmurou.

"Diga as palavras, Alina. Estamos de acordo?", ele perguntou.

Ela congelou. Por um momento, ele não pensou que ela cumpriria. "De acordo", disse ela

finalmente.

"Estas são as mesmas regras que Kristof e Timur teriam, e você não pensaria duas vezes em

seguir suas ordens", ele lembrou. "A única razão pela qual você está se ofendendo com isso é

porque você não confia em mim. Eu sugiro que você supere isso, Alina. Podemos ficar juntos por um

tempo".

Ela saiu do quarto e fechou a porta.

Com ela segura do outro lado da porta fechada, o desejo o atingiu com toda a força, e ele

quase desabotoou suas calças e aliviou a si mesmo bem ali. Que diabos ele estava pensando,

deixando-a ficar tão perto dele? As suítes do outro lado da casa eram tão seguras quanto. Era

impossível que alguém penetrasse sua segurança externa, e mais ainda que subisse as escadas e

entrasse em seu quarto. Saber que todas aquelas curvas macias estavam descansando do outro

lado da parede seria um tormento.

"Droga, Yuri", ele sussurrou. "Por que diabos você teve que ser morto? Por que você me

colocou nesta posição?"

Não houve resposta.

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