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Rainha da Luxúria

Rainha da Luxúria

Lia Tate

5.0
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89
Capítulo

Kaitlyn Fox era uma garota sonhadora e com uma péssima memória, até que após um acidente de carro, ela é perseguida e quase morta por uma criatura que com toda a certeza não pertence ao mundo humano. Chocada e abalada, Kaitlyn é salva por um príncipe de conto de fadas, que insiste para que ela o siga até o seu reino. Pensando que tudo se trata de um sonho maluco, Kaitlyn aceita se aventurar pelos portais além dos mundos para encontrar o reino ao qual aquele belo príncipe pertence, mas quando ela chega, toda a magia e fantasia do local a confrontam, provando que seus sonhos jamais foram apenas frutos de sua imaginação. Kaitlyn se descobre ser ninguém menos do que, Brigit Moak, a rainha de Nidaw, que foi exilada e esteve sendo procurada há séculos por seus súditos, cujo desaparecimento está ligado diretamente a um traidor dentro do seu círculo de amigos. Enquanto luta por sua sobrevivência, Kaitlyn ainda precisa lidar com os dilemas do seu coração, que rapidamente se divide entre dois amores de outras vidas.

Capítulo 1 Prólogo

Eu não me lembro totalmente da minha infância.

Alguns dizem que isso pode estar relacionado a algum trauma, de que minha mente de determinada forma se rompeu para me proteger dos eventos passados. Mas a verdade é que eu sempre tive a estranha sensação de não pertencer a este mundo, por isso, quem sabe não ter lembranças de determinada cicatriz em meu corpo, de algum medo inconsciente, ou de instantes banais da vida de todo ser humano racional, possa estar muito mais relacionado a determinada falha na realidade.

E não é como se eu estivesse falando sobre isso com uma grande teoria da conspiração, muito menos com um relato real de transtornos psicológicos. Eu digo isso porque acredito que uma galáxia infinita não se resume somente a este planeta em que vivemos.

Eu acredito que nos instantes em que as pessoas ao meu entorno seguem em frente, à medida em que me pego distraída com sensações de que algo não está certo, e de que estou sendo observada, não é somente um transtorno ou uma fuga de realidade. É como se eu percebesse que há algo ali. No espelho, na sombra, numa poça de água... Há algo esperando por mim, chamando, e assim que eu durmo, sua voz ressoa ainda mais alta em minha mente.

Por muito tempo, eu evitei falar sobre isso com as pessoas. Eu evitei querer dizer que não costumava frequentar lugares movimentados porque me percebia acuada e desprotegida, pensando que a Não importava qual instante pudesse ser atacada. Eu evitei que o mundo percebesse que eu não deveria estar ali. Que eu pertencia a outro lugar. Um lugar cheio de vida, onde ainda a grama poderia suspirar e reclamar de ser pisada. Um mundo mágico e cruel, do qual fui expulsa por ser temida.

E assim que esse tempo terminou, assim que tive coragem de falar a alguém sobre essas sensações e temores, eu fui desacreditada e aconselhada a de modo banal ignorar. Por isso, ainda que passar por uma vitrine onde eu pudesse ver meu reflexo também me mostrasse uma peculiar e reconfortante silhueta, a qual me seguia constantemente, eu passei a ignorar seu chamado.

Por muitos anos, ainda sem saber quem eu realmente parecia, eu ignorei aquele mundo que me chamava e me desejava. Eu ignorei os sons, as silhuetas, e as vozes que não pertenciam ao mundo normal, e assim como muitos, eu me convenci de que a terra parecia o lugar certo para os humanos, e que eu parecia somente mais uma em meio à multidão que não tinha ideia do que fazer da própria vida.

Mas encontrava-me errada.

Meu nome é Brigit Moak, e essa é a história de uma humana que não pertencia ao mundo dos homens, porque foi nascida e criada para governar o fogo e as trevas.

Essa é a história da rainha do fogo, exilada de seu próprio mundo, e em busca de vingança.

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