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Capítulo

Um triplex. Uma locatária. Dois inquilinos. Ela herdou do pai um triplex em Nova York. Cansada da vida sozinha e fracassada no Brasil, decide se mudar para lá. Mas as coisas estão difíceis. Decide alugar a parte que não usa no triplex. E é aí que a confusão começa. Dois homens. Totalmente diferentes. Mas com uma coisa em comum. A querem mais que a própria vida!

Capítulo 1 Triplex

- Ju, eu não aguento mais! - Denise falava ao telefone com a única amiga que considerava verdadeira.

- Mas Dê, como você vai para um país estranho, com apenas 5 mil reais?

- Como vou sobreviver no Brasil, sem emprego, morando de aluguel, sem apoio nenhum, com apenas 5 mil reais, Ju? - Denise falava enquanto arrumava uma mochila com as suas roupas.

Foi criada pela avó materna que morreu assim que ela completou 18 anos, a deixando cheia de dívidas e em uma casa de aluguel. A mãe havia morrido no exterior, quando ela tinha um ano, e o pai a levara para a avó cuidar. Ela nem chegou a conhecê-lo, era um nova iorquinho, e tudo que tinha ganhado dele, era um triplex no centro de Nova York.

- Já está decidido Juliana! - Denise fala para a amiga. - Já comprei minha passagem, em uma promoção relâmpago na black friday.

- Sua louca! - Juliana grita do outro lado da linha.

- Amiga, você sabe que eu te amo. - Denise senta na cama velha de casal, onde dormiu a vida inteira com a vó. - Mas desde que a minha vó morreu eu estou sozinha.

- E eu?

- Você me ajuda muito, amiga. Mas nesses dois anos, eu já explorei demais você.

- Não faz isso, Dê, é muito arriscado.

- Mas eu não tenho muito a perder. Lá eu tenho um triplex.

- E você lá sabe o que é um triplex, Denise?! - Denise estreita os olhos sozinha no quarto.

- Está me chamando de burra?

- De jeito nenhum! Mas você sabe? Porque eu não sei, a única vez que ouvi, foi porque envolvia coisa de político mas eu nem fui atrás para ver. - Denise ri no telefone. Juliana era sua amiga desde o ensino fundamental. Os pais dela, eram muito legais, e sempre apoiaram a amizade delas, e nesses dois anos sem a vó, eles a ajudaram muito. Mas ela não aguentava mais trabalhar em super mercados, ganhar uma mixaria, e depender da ajuda dos outros. Precisava dar um rumo na vida.

- Triplex é um prédio de três andares, maluca!

- Hum... faz sentido. - Denise ri.

- E pensa, você poderá ir me visitar em Nova York. E nem precisará ficar em hotel. - Denise ouve o silêncio. - Ju?

- Me preocupo com você lá sozinha.

- Eu vou ter um lugar só meu, e ninguém vai ameaçar me despejar. - Denise ouve um suspiro.

- Ok.

- Viu só? Já está até falando em inglês! - Juliana ri.

- Sorte sua ter aproveitado bem as aulas na escola, agora pelo menos vai conseguir se comunicar por lá.

- Isso aí!

- E vai trabalhar com o que lá?

- Sei lá, mas dizem que ser babá, ganha mais ou menos. Vou tentar.

- Tá. E qualquer coisa, me avisa. Te faço um pix e você volta. - Denise sorri.

- Eu te amo, sabia amiga?

- Eu também te amo, e te mato se tu se ferrar, bisca!

- Fechou, pego o avião amanhã cedo. - Denise encerra o assunto não querendo um drama de despedida.

- Boa sorte.

- Obrigada.

Denise deita na cama naquela noite com o estômago revirando. Ela mudaria totalmente de vida. Dos males que o seu pai fez na vida, pelo menos dera cidadania americana a ela. Assim podia ir de lá pra cá, de cá pra lá. Tinha visto algumas fotos do triplex, era antigo, mas com uma arquitetura bonita, e o advogado dele, que mandara as fotos, quando ele morreu há cerca de 3 anos, disse que estava tudo em ótimo estado. Fechou os olhos e se deixou relaxar, pensando que finalmente saíria desse fracasso de vida que vivia.

Na manhã seguinte, Denise se levanta cedo e corre para o aeroporto. Lá ela embarca sozinha, somente com uma mochila, uma pasta com seus documentos e muitos sonhos no coração. O avião levanta voo e ela sente um frio na barriga. Em silêncio se despede do país em que cresceu. - Até mais, Brasil. - Sussurra virada para a janela.

Parada em frente ao triplex, situado na rua Prospect Park West, Denise estava boquiaberta. A rua era uma avenida arborizada, com vários prédios residenciais, com pouca distância dos principais pontos históricos, era a versão do Brooklyn do Central Park. Possuía barzinhos e lojas próximo, além de farmácia e super mercado. Já o prédio era em arenito de cor marrom, com um desing urbano do século 19. Ela subiu os degraus cinzas da entrada da residência e abriu a porta com a chave enviada para ela, há cerca de três anos atrás. Entrou em um pequeno saguão, onde se delineava uma escada de um lado, e uma porta de outro. Foi primeiro a porta. Era como um apartamento, de tamanho médio, com um quarto com banheiro, uma sala, cozinha e mais um banheiro. Na parte de trás uma porta, que dava para um pequeno pátio, com pedras cinzas no chão, e um banco branco e velho de madeira, além de um vaso com terra, que devia ter tido uma planta dentro.

- Gostei! - Sorriu e voltou para o interior do apartamento. Largou a mochila e seguiu para os outros andares.

O apartamento dos outros dois andares pareciam maiores, contendo dois quartos, sala, cozinha, banheiro, uma pequena sacada para a frente do prédio e uma para os fundos, em um dos quartos. Maneou a cabeça. - Vou ficar com o do primeiro andar. - Assim poderia tomar ar a noite, quando não conseguisse dormir, no pequeno pátio dos fundos.

Tudo estava realmente em perfeita ordem como o advogado havia lhe dito. Ela já tinha os documentos em mãos, e agora só precisaria manter em dia as contas. Olhou sua conta bancária, e os cinco mil reais, haviam se transformado em mil dólares. Precisava de algo urgente!

Ainda estava cedo, então andou até um endereço que pegou na internet. Agência de emprego. Conversou com a moça da recepção que fez um cadastro dela. Mas a procura estava grande, tinham mais ofertas do que procura. Então talvez demorasse um pouco, pois tinham várias moças na fila de espera.

Denise saiu desanimada do local, e enquanto ia para casa viu uma placa pregada em uma janela. "Aluga-se" - Isso! - Se animou, e passou em uma papelaria. Comprou duas cartolinas e uma caneta preta. Em casa escreveu "Aluga-se" E pregou nas janelas da frente, com o seu telefone. - Prontinho!

Agora só precisava encontrar alguém urgente para alugar os seus apartamentos, ou morreria de fome nos "esteites". Riu de si mesma, e saiu para comprar suprimentos alimentícios no super mercado.

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