Casamento Falso.

Emma

Faz um ano que trabalho como secretária na empresa GranGarden. Desde de que cheguei foram todos muito gentis, fiz ótimos amigos. Me sinto muito bem perto de cada um, eles me trazem um certo conforto.

Carlos Wess, é advogado, trabalha na empresa a 3 anos. Tem ótimos assuntos é impossível ficar no tédio com ele.

Caroline Gerard, é secretária entrou na mesma época que eu, acho que é por isso que nos damos tão bem, éramos duas perdidas lá dentro. Uma incentiva e ajuda a outra.

Camila Monroe, trabalha na parte administrativa. É maravilhosa e muito carinhosa. Construímos mais do que uma simples amizade, construímos um elo inexplicável.

Cambridge é uma cidade grande, sendo conhecida pela sua agitação, beleza e incríveis artes espalhadas pela cidade. Os comércios ficavam abertos até mais tarde e sempre havia alguém na rua. Não era uma cidade muito perigosa, mas era sempre bom ficar atento.

Mesmo tendo bastante empresas, edifícios e comércios, havia praças enormes em locais variados e muito verde, árvores em todos os cantos, o que deixava o lugar mais fresco e agradável.

Quase todas as sextas saímos pra fazer algo, seja ver um filme, sair pra beber em algum bar ou festa, também íamos ao cinema. Raramente um não podia porque já tinha outros compromissos. Mas sempre tentávamos passar um tempo juntos.

Camila se divorciou faz um ano, é linda por dentro e por fora, eu a amo e sei que posso contar com ela pra tudo. Carlos e Carol são bem próximos também, vivem fazendo jogos e piadas.

- Eai, o que vamos fazer hoje? -perguntei me aproximando do pessoal.

- Eu não sei vocês, mas eu vou dormir porque amanhã viajo cedo -Camis disse um pouco apreensiva.

- Vai viajar pra onde que eu nem estava sabendo? -Perguntou Carol curiosa.

- Foi uma loucura essa semana e nem tivemos chance de conversar, minha ex-sogra está muito mal e me ligou pedindo para que eu vá vê-la, éramos muito próximas antes da separação. -respirou fundo.

- Mas o que ela tem? -questionei preocupada.

- Resolvemos não contar da separação porque o coração dela estava fraco, mas eu não entendi bem como ela ficou sabendo, acabou tendo um ataque cardiaco e está internada. Vou aproveitar e conversar com ela, explicar que ainda vou amá-la e visita-la sempre que puder. -sorriu fraco.

- Poxa, que barra hein -falei segurando sua mão esquerda que estava sobre a mesa- Espero que ela fique bem.

- Mas o Otávio vai estar lá? -fui cautelosa.

- Eu acho que sim, afinal, é a mãe dele..

- Vou torcer por ela viu -Carol sorriu e a abraçou- Bom, eu tenho um encontro e não vou poder ir hoje.

- Parece que seremos somente nós dois, Carlos -eu disse dando um sorriso de leve.

- O que? Porque?

- Você nem estava prestando atenção na conversa não é mesmo? Onde você estava?

- Desculpe, muita coisa na cabeça -disse pensativo.

- Quer conversar? -perguntei preocupada

- Não, é sobre a empresa, muita coisa pra resolver.

- Entendi. Bom as meninas não vão poder ir hoje com a gente. Será somente nós dois.

- O que vamos fazer?

- Barzinho?

- Claro, vamos no mesmo da última vez, te encontro as 21h então?!

- Ok -assenti animada.

- Eu amo a comida daqui, mas precisamos ir em outros lugares, comer outras coisas se não eu vou enjoar e não quero enjoar -Carol falou humorada.

- Concordo, segunda será comida italiana! -Camis afirmou.

- Ok -foi dito em uníssono.

Terminamos de almoçar e voltamos para empresa. Parecia que eu ia explodir de tanto que comi.

[...]

- Sr. Miller, tudo bem? Vou te anunciar para o sr. Davis. -ele estava parado em frente a minha mesa.

Caíque Miller, é muito educado, elegante, bonito, tem uma aparência jovial, seu rosto transmite uma calmaria, mas acho que no fundo não é assim.. É filho do dono majoritário da empresa. O sr. Eduardo Miller, faleceu há 1 mês, todos na empresa ficaram surpresos com a notícia, já que ele nem de longe parecia estar doente. Caíque ficou alguns dias sem aparecer na empresa, como ele sempre vem ver o Gabriel eu já estava acostumada com a presença dele.

- Acho que já esta no automático não é mesmo? -sua voz estava humorada, mas seu semblante parecia desanimado.

- Um pouco, quase todos os dias o senhor vem aqui..

Eu deveria arriscar e perguntar como ela estava, certo?

- Como o senhor está? -perguntei meio hesitante.

Eu não tenho intimidade pra falar com ele sobre o que quer que seja, mas realmente queria saber como ele estava, ainda mais passando por algo tão sensível que foi o falecimento do seu pai.

- Tentando sobreviver a essa montanha de acontecimentos sobre mim. -era nítido que ele se esforçava para manter sua voz normal.

- Eu sinto muito pelo falecimento do seu pai.. -falei, mas não mostrando pena e sim compaixão.

Eu sabia como ele estava se sentindo, eu era muito próxima dos meus avós e perdê-los também havia sido devastador.

- Obrigado, Emma. -sorriu sem ânimo algum.

- Vou te anunciar para o sr. Davis. -avisei e ele assentiu.

Peguei o telefone e o anunciei para Gabriel.

- Bom, pode entrar, ele está te esperando.

- Obrigado! -sorriu e entrou.

O dia estava calmo, terminei minhas tarefas antes do previsto e fiquei atoa esperando dar a hora de ir embora. Eu jogava um jogo que teria que acertar a bolinha em vários quadradinhos e a partir de quando ela ia acertando, os números iam abaixando, era de criança, mas ao menos me tirava do tédio e as horas passavam mais rápidos também.

Estava um tempo frio em Cambridge e eu amo o frio. Muitos falam que esse tempo é bom pra ficar em casa, mas eu gosto de fazer coisas no frio, como sair ou passear atoa em alguma praça, fazer alguma tarefa de casa, o dia sempre parece mais produtivo e mais gostoso no frio.

Isso mostra que cada um realmente é de um jeito.