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 A  vizinha do CEO
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Capítulo

Maria do Céu, uma moça humilde, acorda em um luxuoso quarto de hospital, para descobrir que ficou mais de um mês em coma, após sofrer um acidente que quase a matou. Com o trauma, havia perdido o último mês de sua vida, não lembrava do acidente e nem de seu trabalho na Global Marketing. Para a sorte do seu novo e prestativo vizinho, que estava estranhamente empenhado em entrar na sua vida, e pelo visto fazer parte dela. Havia uma chance do plano de João dar certo, contanto que ela não descobrisse quem ele realmente era, e seu envolvimento no acidente.

Capítulo 1 Um enorme desprazer em te conhecer

Maria do Céu era órfã e sem parentes, perdeu os pais, vítimas de assalto seguido de morte e aos doze anos, foi para um abrigo. Nunca quis ser adotada e acabou se tornando muito querida pela diretora. Terminou o colégio e aos dezoito saiu, a diretora arrumou um emprego em uma firma terceirizada de limpeza, em que a gestora era sua conhecida. Voltou para a casa da família, que estava abandonada e em péssimo estado.

Como a firma era terceirizada, havia uma rotatividade dos locais de trabalho. Essa semana havia iniciado no turno da noite em uma grande empresa de Marketing no centro da cidade, a Global “Marketing”. Como era antiga na firma e digna de confiança, ficou responsável pelo andar da presidência. A diretora foi bem clara do quanto o serviço deveria ser minucioso, pois, esse era um contrato ótimo. Falou que o presidente era metódico e muito exigente, e era conhecido por explosões de humor quando não estava contente com os serviços prestados e a conservação dos ambientes era algo que ele prezava muito. Ou seja, devia ser algum neurótico chato, que pegava no pé de todo mundo.

Graças a deus no turno da noite não tinha que ver quase ninguém. A sala devia ser o próprio retrato dele, sempre muito organizada, quase não tinha o que fazer, sem nenhuma foto ou objeto pessoal. Apenas uma mobília luxuosa, um computador e papeis, uma infinidade de papéis. Tudo sempre organizado, a secretária devia ser ótima, pensou ela.

Assim transcorreu muito bem há primeira semana nessa nova empresa. Até que... Aí esta ele novamente o nosso ponto de partida, o momento em que, de alguma forma, tudo começou a ficar esquisito. A menina que trabalhava durante o dia ficou doente, e para não colocar uma novata nesse turno que era mais movimentado, Maria do Céu acabou sendo remanejada. Os primeiros dias foram tranquilos, o CEO estava em uma viagem de negócios, fazia seu trabalho e ia para casa, porém quis o destino que sua vida tomasse um rumo diferente.

Em uma manhã como outra qualquer, limpou tudo normalmente, e deixou por último a sala da presidência, havia sido solicitado que limpasse antes do turno da noite, pois, haviam derramado algo. Tentou esperar que o chefão que havia retornado de viagem fosse embora, mas estava demorando demais. Estava matando um tempo, fingindo limpar algo no corredor, quando ouviu um homem sair da sala e dizer a secretária:

— O presidente já saiu, os ânimos estavam bastante exaltados, você sabe o protocolo.

— Sim, vou buscar um café, o dia foi bem longo. — Respondeu à secretária e saiu.

Maria acreditou que poderia limpar a sala que faltava. Quando entrou, a sala estava como esperava vazia, com cacos de vidro espalhados, que até o dia anterior havia sido um lindo e caro vazo. Muitos papéis bagunçados, o que definitivamente não era normal. Foi olhar o monte de papéis para ver se conseguia organizar algo, quando a porta do banheiro se abre e sai um dos homens mais altos que ela já havia visto. Era bonito também, mas meu deus, como era alto, ela pensou. Ele a encarou por um tempo, meio sem entender, em seguida seu semblante mudou e ele ficou visivelmente irritado.

— Quem é você, e o que esta fazendo aqui? Quem te deu permissão para mexer nesses papéis, eles são altamente confidenciais!

Só era possível formular o seguinte pensamento. Oh!Ou! Definitivamente aquela era uma situação ruim. Olhou para as mãos, em que estavam os papéis, e só conseguiu pensar estar definitivamente demitida, desempregada e pela fúria nos olhos do homem seria rápido, bem rápido. Em fim, conseguiu responder algo.

— Sou da equipe de limpeza, me chamaram para limpar aqui.

— A quanto tempo trabalha aqui? Não sabe que só pode entrar para limpar!

Ah! Agora estava obvio, esse grandalhão moreno com cara de bebê era o CEO. Mas quantos anos ele tinha, afinal, era permitido ser presidente com essa cara de pouca idade? Maria suspirou, estava divagando outra vez, definitivamente esse não era um bom momento.

— Sim, senhor, mas disseram lá fora que o presidente havia saído do escritório. Devem ter se enganado.

— Não, o presidente que saiu foi o meu pai, o antigo presidente. Ele saiu há um tempo. Mais do que nunca quando ele sai o protocolo é me deixar sozinho. Agora, eu saio do banheiro e ao invés de estar totalmente sozinho ainda encontro você mexendo em papéis confidenciais? Você é realmente uma faxineira ou algum tipo de espiã?

Ele estava realmente furioso, com a voz bastante alterada. Não demorou muito para o homem loiro e a secretária entrarem e presenciarem a cena que o maluco estava fazendo.

— O que esta acontecendo aqui? — Perguntou o loiro. Até que me viu e entendeu tudo. Ele não conseguiu esconder a cara de pena, de quem sabia exatamente qual era o meu destino.

— Eu que gostaria de saber. Pensei que os protocolos do escritório estavam bem claros, até para a equipe de limpeza. Foi por isso que dispensamos a última. Agora encontro essa daí na minha sala, depois de uma visita do meu pai, xeretando na papelada do escritório.

A secretária permanecia em total silêncio, certamente com medo de que algo sobrasse para ela.

— Senhor, deve ter havido um mal-entendido, ela deve ter realmente pensado que a sala estava fazia. Essa empresa tem boas referencias.

— Não tenta achar uma justificativa, Andreas. Porque nenhuma será suficiente. Esse erro é inadmissível.

Então era Andreas, o nome do lambe botas do bebezão. Se existia algum momento de tentar se defender seria aquele.

— Sim, eu já expliquei para ele que escutei que o presidente havia saído, por isso entrei. Quando entrei estranhei a bagunça, por isso vim ver se podia organizar um pouco. Eu estava começando quando ele saiu do banheiro, entendeu tudo errado e começou a gritar comigo.

— Não sei como você esperava que eu reagisse, quando me deparei com a cena…

— Sei mas…

— Você não me interrompe quando falo, e não admito que me conteste! — Sua voz era inflexível, muito séria e direta. Ele não parava de me encarar com um olhar gelado enquanto falava.

— Essa é uma empresa muito grande, e exigimos um mínimo de capacidade de quem nos presta serviços. Cada um saber suas obrigações, e desempenhá-las de forma correta, é o mínimo pelo valor que pagamos. Eu não sei se você é lerda, desligada ou só incompetente. Pode pegar suas coisas e sair daqui agora mesmo. Você é um nada, não faz diferença nenhuma nesse lugar, se não consegue nem desempenhar essa simples tarefa. E acho bom não esperar nenhuma carta de referência. No que depender de mim, você não trabalha nem limpando ruas.

— João, não julgo que seja para tanto. — Andreas tentou intervir.

— Pode deixar moço, eu não preciso que me defendam. Sei que errei porque aparentemente não tomei o cuidado necessário para obedecer a essas regras exageradas, deste lugar idiota, com o dono mais babaca e imbecil do mundo, que só porque tem um assento de privada dourado, pensa que pode pisar nas pessoas. — Foi largando os papéis que ainda segurava.

— Agora quem não quer trabalhar mais aqui nesse manicômio sou eu. Deus me livre de ter que aturar os ataques histéricos desse mauricinho, cada vez que o papai vier e der uma bronca nele. Isso aqui é para malucos, e fique sabendo, que se eu não conseguir trabalho nem limpando ruas, ainda é melhor pedir esmola do que ter que olhar para sua cara outra vez. Não se preocupe, fome eu não vou passar, nem que eu tenha que imprimir uma foto sua e transformar em uma capa de privada para vender nas ruas.

Sai da sala apressada, com a raiva me corroendo por dentro. Juntei minhas coisas na sala de serviço e desci os lances de escada correndo, pois, não ia aguentar esperar o elevador. Cheguei, há calçada em tempo recorde, e fui atravessar a rua em direção ao ponto de ônibus. Não ouvi os gritos de aviso, nem a buzina dos veículos. Quando me dei conta, o carro já estava vindo para cima de mim, e tudo ficou escuro. Até do andar da presidência, dava para ouvir o burburinho das freadas dos carros e gritos de socorro.

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