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Sequestrada pelo CEO mafioso (Irmãos Rodrigues Livro 3)

Sequestrada pelo CEO mafioso (Irmãos Rodrigues Livro 3)

Chloe Reymond

5.0
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41.3K
Leituras
59
Capítulo

Se tornar um Rodrigues deu a Antônio o poder que ele precisava para punir todo tipo de violência, usando mais violência. Chamado de Senhor Silêncio, por ninguém nunca ouvir sua voz, Antônio faz de tudo para colocar as mãos em Jessica Prates, uma mulher que negocia com a vida de inocentes. Quando ele finalmente acha consegue, sua vida vira de cabeça para baixo ao descobrir que puniu a mulher errada. Agora Antônio precisa pagar pelo que fez e proteger a irmã de sua maior inimiga, enquanto seu coração morto desperta e a deseja como nunca imaginou que desejaria alguém. ATENÇÃO: NECESSÁRIO LER OS PRIMEIROS LIVROS PARA ENTENDER ESTE. * Contém cenas adultas com linguagem sexual e violência. Pode conter gatilhos. *O tema foi desenvolvido baseado apenas na imaginação da autora, sem considerar outras ficções ou a realidade.

Capítulo 1 A CRIANÇA DO PASSADO

O tema máfia/crime (assim como os outros temas) foi desenvolvido baseado apenas na imaginação da autora, sem considerar acontecimentos reais e sem inspiração em outras ficções ou realidades.

Pode conter gatilhos. Contém certos trechos de linguagem adulta e violência.

Quando duas almas quebradas se amam

Só existe um caminho

Tornar-se uma única alma brilhante

Antônio

Não sai do carro, estava parado no mesmo lugar de sempre, toda noite desde que comecei a morar aqui. E como sempre não sai do veículo por longos minutos.

A casa continuava igual. Moro aqui desde que sai da mansão Rodrigues. Foi aqui onde vivi meus primeiros anos, com meus pais biológicos. Um imóvel pequeno, com dois quartos, sala conjugada e banheiro. Na frente uma fachada pintada de amarelo e um pequeno jardim com alguns brinquedos de madeira pintados de cores berrantes. Não tive coragem de tirar nenhum. A casa ficou abandonada por anos, a tinta dos brinquedos desbotadas e sua estrutura comprometida pelo tempo, mas não consegui me livrar deles.

Parado dentro do carro, minha mente faz uma viagem ao passado. A mesma viagem de todas as noites.

Se é cientificamente possível eu não sei, mas me recordo de cada merda da minha infância. Assim como me lembro de alguns momentos tão felizes que me dá vontade de morrer.

Antes do meu aniversário de cinco anos consigo me lembrar de abraços carinhosos, beijos de boa noite, doces e promessas para comer legumes. Eles estavam lá para me fazer sorrir quando eu chorava, para me olhar de cara feia quando fazia birra, eles estavam lá para me amar. Ai simplesmente se foram, levados por um motorista bêbado quando vinham do shopping onde compraram um presente para mim. A minha tia estava comigo naquele dia. Não me lembro bem do rosto dela. Nem sei o que a levou a me deixar. Não houve nenhum parente disposto a cuidar de mim.

Eu me vi naquele lugar.

Sentia muita falta dos meus pais, da minha casa, do meu quarto, de carinho, de tudo que não tinha aqui. Mas as crianças eram legais, gostavam de mim e isso amenizava um pouco.

Meu nome lá era 99. Todos tinham nomes assim.

Passei meses antes de descobrir que perder meus pais foi apenas o início do inferno.

Demorei para perceber que aquilo não era normal. Aquele homem me tocava demais, não fazia isso com nenhuma outra criança.

Eu ouvia as pessoas dizendo que ele estava me ensinando a me tornar chefe, mas não era isso que ele fazia. Se me ensinava alguma coisa era como ter nojo do ser humano.

Eu tinha que ficar sentado na mesa de madeira enquanto ele cozinhava. Uma mão no que fazia e outra dentro do meu short, apertando, alisando. Dizia coisas como "É um segredo nosso", "se contar para alguém eu corto seus dedos e essa minhoquinha" Falava e ria.

Mesmo com medo de perder meus dedos ou outras partes do meu corpo, contei para a diretora do orfanato.

Nunca vou esquecer suas palavras.

"Você não tem ninguém, garoto. Devia parar de inventar mentiras sobre um pai de família. Pare de falar asneiras e agradeça por ter um teto e comida."

Eu parei de falar. Literalmente.

Não falei que fui chamado novamente para "ajudar" na cozinha e fui castigado por contar. O primeiro castigo foi aquela boca nojenta beijando a minha.

Não falei quando, achando insuficiente, a boca nojenta estava em outras partes do meu corpo.

Não falei quando, ainda sendo insuficiente, ele quis a minha boca no seu corpo nojento. Eu não queria. Tentei fugir e ele me forçou segurando meu cabelo. Por isso achei uma tesoura escondida e cortei ele todo.

O que ganhei foi o pior dos castigos, no meu aniversário de seis anos, aquela coisa nojenta entrando em mim de maneira dolorosa e humilhante. Ninguém entrava na cozinha quando ele estava cozinhando. A porta ficava trancada, ele tinha a oportunidade perfeita para fazer o que quisesse comigo. E fez, durante tanto tempo que perdi a conta. Era quase todo dia. Eu não falava mais, não reclamava mais. Me sentia cada dia mais morto, só esperando o momento em que teria coragem suficiente para pegar um de suas facas e enfiar em meu peito.

Me parecia o único jeito de escapar disso. Eu era só um menino fraco que lutou até cansar e perder.

Mas eu não estava tão sozinho quanto imaginava. Eu tinha três irmãos que estavam sempre comigo, mesmo eu não abrindo espaço para eles. Eles conversavam comigo, tentavam me fazer sorrir... Até que um deles finalmente conseguiu.

Eu nunca vou esquecer o dia em que sai de lá. Nunca vou esquecer a imagem do meu amigo e irmão cravando uma faca no pescoço daquele homem. O vi sangrar até morrer, e gostei do que via.

Naquele dia reaprendi a sorrir. Descobri, com sete anos, como é bom ver um desgraçado sofrendo e morrendo.

Sempre soube que esse tipo de monstro não merece viver. Hoje tenho o prazer de acabar com todos que posso. Hoje sou Antônio Rodrigues, o filho da puta sádico que tortura sem piedade todos que já causaram mal a crianças como o 99 do meu passado.

Com as lembranças renovando novamente minha força, sai do carro e entrei em casa, onde me esperavam um banho e minha cama, depois de mais um dia procurando Sampaio.

Quando eu te pegar, você vai desejar já ter morrido.

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