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Capítulo

Amanda Rossi é assistente-executiva de Jules Brienne, presidente de uma empresa francesa de computadores, um workaholic cuja esposa encontra-se em estado de coma, após um acidente automobilístico. Ele é um homem de olhar sério e poucas palavras. E alguém que aceita a personalidade impetuosa e explosiva da jovem latina. Alguém que a protege e é protegido por ela. Alguém que deseja vingança. Ao lado de Jules, Amanda vive um caleidoscópio de emoções e sensações. Principalmente, quando se torna vítima do maior inimigo de seu chefe. E descobre que toda a proteção tem o seu preço. Toda a paixão tem vestígios de obsessão. Todo o prazer, insanidade. E ela está enlouquecida de desejo por aquele que a tem na palma da mão.

Capítulo 1 1

O espelho que forrava parcialmente a parede lateral do restaurante enquadrava em seu perímetro, pelo menos, três mesas pequenas, retangulares, revestidas por toalhas de linho e ornamentadas, cada uma, com um delicado vaso de flores. Debaixo da iluminação indireta, estrategicamente disposta ao longo do teto, podia-se ver um casal conversando quase em sussurros, ladeado por uma mesa com um grupo de executivas. No canto, numa terceira mesa, protegida pelo próprio espaço junto à parede, uma mulher de cabelos escuros e curtos.

Um penteado sofisticado para alguém que aparentava pouco mais de vinte e seis anos. Ela aparentava também certa apreensão e nervosismo, expressos nos olhos grandes que acompanhavam a movimentação dos garçons e clientes, no maneirismo de cruzar e descruzar as mãos sobre a mesa e no gesto de mordiscar o canto esquerdo do lábio inferior. Certamente, a moça esperava por alguém. E esse alguém estava atrasado.

Amanda olhou novamente para o relógio no seu pulso e constatou que já era hora de retirar-se do local. Fez um gesto discreto com a mão chamando o garçom de sua mesa e, quando ele se aproximou elegante e solícito, pediu a conta. Havia levado um bolo, um bolo de um homem que jamais vira na vida. Sentia-se entre aliviada e feliz, por mais incrível que isso parecesse. Desde que fora obrigada por Dorian — sua amiga e uma das duas secretárias da diretoria da empresa em que Amanda trabalhava havia cinco anos — a dar uma “chance ao destino” (como ela mesma dizia) e conhecer alguém fora do trabalho.

Dorian acreditava que Amanda era uma compulsiva por trabalho, como o seu próprio chefe. Assim, nada melhor que um encontro às escuras com um brilhante contador que fazia o imposto de renda de celebridades.

Amanda desconfiava que talvez esse encontro promovido por Dorian, fosse para limpar a barra da amiga com o tal contador e ex-namorado. Afinal, a loira sedutora havia-o despachado havia poucos meses com a desculpa de sempre (que, no caso de Dorian e Amanda eram verdadeiras): excesso de trabalho e falta de tempo para viver. Mas o plano da amiga esvaíra-se ralo abaixo, pois desde que Amanda aceitara a contragosto participar do encontro (ou teatrinho), sentia-se dominada por uma péssima sensação chamada obrigatoriedade.

Agora, observando o ponteiro dos minutos afastar-se lentamente do horário combinado, ela aproveitou a deixa do destino e avançou algumas casas no tabuleiro, na verdade, para fora do tabuleiro.

Ao passar pelo hall de entrada do restaurante, teve um leve sobressalto e tentou esconder-se por detrás de uma planta frondosa. Não sabia como era o contador. O máximo que Dorian havia-lhe dito era que passava dos quarenta anos, moreno e elegante. Não acrescentara, por exemplo, que usava um relógio do tamanho de um melão, que era calvo e arrogante.

Quando ela saiu do esconderijo rumo à porta de saída, ouviu-o ordenar à recepcionista para que ficasse de olho nos manobristas porque não se encontravam “Mercedes em qualquer esquina” e “que não caíam de árvores”. Amanda nem quis saber a resposta da morena sofisticada que, provavelmente, fora contratada de uma agência de modelos.

De cabeça baixa e o ar preso nos pulmões, encaminhou-se rapidamente para a rua a fim de conseguir um táxi. E encontrar um táxi em Paris às oito horas da noite era uma façanha ainda maior do que fugir de um encontro às escuras.

Sentia-se em apuros, mas tinha vontade de rir, de gargalhar, de enfiar as unhas no rosto maquiado de Dorian. Ora, bolas! Como se ela gostasse de homens arrogantes e prepotentes! Como se ela precisasse de um homem para viver. Desde a adolescência sempre fora independente e madura, jamais se apaixonara ao ponto de entregar-se sem medidas. Dava um passo em frente ao outro, tomando cuidado para não se trair. O que importavam na sua vida, realmente, era o trabalho como assistente pessoal de Jules Brienne, presidente-executivo da Societé Brienne d’Ordinateurs — uma das maiores empresas de fabricação, venda e distribuição de computadores e hardwares do continente europeu — e o seu lar, um apartamentinho decorado com objetos comprados em várias partes do mundo, já que, como secretária particular de Jules Brienne, tinha de acompanhá-lo nas inúmeras viagens pelas demais empresas do grupo.

Trabalhar para um alto executivo não era tarefa fácil e assessorar o presidente de uma grande companhia, workaholic até o último fio de cabelo, era mais difícil ainda. Agressivo nos negócios; sério e introspectivo como pessoa, ele alimentava a imaginação de concorrentes e invejosos de plantão. A bem da verdade, Amanda sabia que para agradar o chefe bastava apenas entregar a alma à empresa. Nada menos.

Desde a sua contratação, Amanda jamais vira um sorriso iluminar o rosto circunspecto de Jules Brienne. No escritório, comentavam à boca pequena que ele nunca mais sorrira desde o acidente com a esposa havia cinco anos e que a tornara praticamente um vegetal, definhando ano após ano, num quarto preparado para mantê-la em sua casa. Havia uma equipe de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas de plantão à sua disposição e que quase moravam com ela, já que, devido as muitas e intransferíveis viagens de negócio, era inviável a presença do marido junto ao seu leito.

Amanda perguntava-se se a vontade de monsieur Brienne não era a de jogar tudo para o alto, entregar a presidência ao vice e viver ao lado da jovem esposa inconsciente. Por outro lado, ele tinha apenas 37 anos e todo um mundo para conquistar.

O mais estranho e injusto de tudo era que, no mundo empresarial, ninguém se importava com o que se passava na vida das pessoas, se eram felizes ou se o amor de suas vidas morria em vida, o que contavam eram os rótulos e a produtividade. E o rótulo de Jules Brienne era o de insensível, o homem de gelo. Tal apelido espalhara-se rapidamente até mesmo pelos corredores, salas e elevadores da sede das Corporações Brienne. O homem de gelo que jamais sorria. E de poucas palavras.

A noite estava fria e úmida. As nuvens encobriam o céu e o vento gemia por entre os galhos mais finos das árvores.

Amanda encolheu-se dentro do casaco, apertou a bolsa contra o corpo e correu em direção ao meio-fio da calçada. Nada a faria perder o táxi que se aproximava. Esticou o braço com os olhos fixos no automóvel, mas, em seguida e de forma violenta, viu mesmo foi o chão.

Morri e estou no céu!, ela quase deixou escapar ao aceitar a mão estendida do desconhecido. Se lhe tivesse dito isso, talvez não contivesse uma crise de risos, porém, de fato, se aquele loiro de olhos azuis não era um anjo, estava bem perto de sê-lo. Aceitou tocar na palma daquela mão macia, de dedos longos e tépidos. E, já de pé, observou que ele era alto, pouco mais de 1.80, um corpo esguio protegido pelo casaco azul marinho que combinava com a coloração clara e suave de seus olhos. Amanda já havia visto aquele tipo de homem, bonito, bem vestido, extremamente cheiroso e irresistível: seu chefe. Mas não foi por isso que ela sentiu as pernas moles e trêmulas.

O estranho acabou decifrando a charada ao dizer apontando para o chão:

— Acho que é o salto do seu sapato. — agregou à informação um meio sorriso de congelar todos os eventos maléficos no mundo.

Ele é um príncipe dinamarquês, pensou debilmente, fitando o lugar onde o regente havia apontado. O pedaço do seu sapato era a coisa mais fascinante do universo. Nesse ponto, olhando para o salto quebrado, ela percebeu que o seu cérebro estava girando mais devagar. Mas o resto do corpo não. E como era uma moça educada, exclamou espontaneamente:

— Merda de sapato!

O estranho riu e dois sulcos acentuaram-se ao redor dos lábios. Havia algum defeito nesse espécime masculino? Impossível, concluiu Amanda.

— Desculpa... eu estava tão concentrada em não perder o táxi... é tão difícil... — começou sentindo as bochechas quentes.

— O táxi com passageiros? — indagou com expressão divertida.

— Oh, merda... quer dizer, droga, ah, pardon...

Os olhos azuis brilhavam divertidos, o sorriso era aberto e franco, transmitia calor, aconchego. Ele estendeu novamente a mão para ela e disse:

— Jacques Rodin.

Era agradável tocar naquela mão, e ela aproveitou novamente a chance.

— Amanda Rossi. Posso pagar um café para nós dois?

Assim que a frase escapou dos seus lábios, ela sentiu uma quentura forte no rosto. Era a primeira vez que cantava alguém de forma tão direta. Normalmente quando o homem a interessava, ela insinuava uma brincadeira tola, fazia charminho ou dava a deixa para ELE arriscar uma aproximação. Jamais dava a cara à tapa. Naquele momento, diante de um desconhecido com a sobrancelha alçada num gesto de surpresa, Amanda havia retirado do campo todos os zagueiros e chamado para o jogo os seus melhores atacantes, somente os craques.

— Um café e um punhado de histórias? — perguntou, inclinando ligeiramente o corpo para frente, um sorriso amistoso e um convite implícito.

— A gente pode revezar as narrativas. — disse sorrindo enquanto abaixava-se para pegar o salto.

Jacques segurou-a pelo antebraço a fim de lhe dar suporte enquanto ela tentava prender novamente o salto ao sapato.

O problema era que Amanda somente sentia uma parte do corpo, o antebraço.

Desistiu de grudar madeira na madeira, sem cola. Ninguém precisava dizer a ela que era uma missão impossível. Voltou-se desanimada para Jacques e ensaiou uma despedida:

— Infelizmente, teremos que deixar o café e as histórias para outro dia.

Num instante, Jacques tomou-a nos braços a levantando do chão. Soltou uma sonora gargalhada ao vê-la assustada.

— Acha mesmo que um simples sapato arruinará meus planos?

— Monsieur Rodin, a vida não é um conto de fadas e eu certamente não sou Cinderela. — riu-se.

—Mas quem disse que sou aquele príncipe apatetado? Ele ficou com o sapato na mão enquanto eu, bem, estou com a princesa nos braços. — brincou.

Adorável! A palavra nascia e explodia dentro de bolhas com cheiro de morango. Ele era a- do-rá-vel! E cheirava a colônia cítrica.

Talvez tenha sido nesse momento, quando seus olhos se encontraram por vários minutos, que percebeu que estava encantada por ele, numa calçada pública, sem metade de um sapato e vendo passar bem pertinho de si um contador arrogante xingando baixinho Dorian.

No café, ele disse que era advogado, trabalhava para algumas corporações estrangeiras na França, morava em Montmartre e estava sozinho no momento, uma vez que a “mulher da sua vida” ainda lhe era apenas um sonho. Um sorriso cativante que formava sulcos ao redor dos lábios, dentes perfeitos, olhos azuis claríssimos na tez ligeiramente dourada. Cabelos loiros, mechas irregulares, selvagens, que não se ajeitavam de jeito nenhum no hábito que tinha de ará-los com os dedos toda a vez que ficava sem jeito, ou fingia ficar sem jeito.

Entre um gole e outro de café com uísque, Amanda viajou em pensamento para o seu apartamento de solteira-sozinha-sem-muitos-romances. Palavras como: frio, silêncio e chá morno ressoaram-lhe na mente. Ela não queria voltar. Pelo menos, sem uma companhia masculina.

Jacques alçou uma sobrancelha em desafio e, sorrindo, foi direto ao ponto:

— Quero passar a noite com você.

Ela também queria. O seu corpo o queria. A sua liberdade e independência de mulher adulta em Paris o queria.

Desceu do táxi e esperou por Jacques, enquanto ele pagava ao motorista. Apertou-se no casaco longo, mas não sentia frio. Apesar da neve intensa, dos flocos caindo-lhe sobre a roupa e o cabelo, ela não sentia frio.

Virou-se para o homem que estava encurvado ao lado da janela do taxista e deu uma boa olhada no seu traseiro, pequeno, duro, estufado contra o jeans. Voltou-se fingindo importar-se com as luzes dos apartamentos e edifícios. O motor do táxi chamou sua atenção e ela se virou para ver Jacques guardando a carteira no bolso interno do casaco, um sorriso frágil, os olhos baixos numa atitude de quem está pensando sobre os próximos passos. E ela também olhou, não para o chão nem para a camada de neve que se avolumava na calçada e alcançava o meio-fio, olhou para o volume entre as pernas do francês. Sentiu uma fisgada na barriga e as mãos tremerem. Podia desistir e inventar que era casada, que a mãe estava hospedada em seu apartamento, que era lésbica... Podia fugir se quisesse. Entretanto, mais do que fugir, ela o desejava. Principalmente, porque não fazia ideia de quem era ele. A excitação de fazer sexo com um completo desconhecido. Uma fantasia antiga.

Quando a alcançou quase próximo à entrada de seu prédio, Amanda observou o quanto ele era alto em relação a ela, forte, ombros largos, viril, o quanto ele era charmoso e sedutor. Irradiava uma simpatia que transmitia confiança e acolhimento. Sua última relação fora há dois anos, quando conhecera um rapaz de vinte anos durante uma visita ao Louvre. Uma tarde de descobertas. Duas horas de sexo e conversa fiada. Ele pedira o telefone dela e, para variar, Amanda rabiscara o número de uma creperia.

E agora, o loirinho de pálpebras relaxadas e insolentes.

Girou a chave na fechadura da porta e a empurrou. O cheiro típico da alvenaria antiga, úmida e morna parecia uma benção diante do frio glacial da rua.

Ela entrou seguida por ele. Caminhavam lado a lado sem se tocarem, porém conscientes demais um do outro. Eles sabiam que logo estariam nus na cama. Não havia pressa. Não antes de subirem os degraus da escada até o andar de Amanda.

À porta, ela foi abraçada por trás enquanto tentava enfiar a chave na fechadura. Não conseguia. Cônscia dos braços fortes apertando-a ao redor da cintura e a trazendo ao encontro da rigidez de seu corpo. Impossível abrir a porta.

Ele enfiou a língua na parte detrás da orelha de Amanda, que usava o cabelo curto e a nuca exposta. O contato quente e molhado traçou um rastro de sensações quentes no seu pescoço e nuca que, imediatamente, conectaram-se ao seu sexo. Continuou o passeio até alcançar o lóbulo da orelha e mordiscá-lo ferindo-o levemente, provocando dor para atrair o prazer. Ela gemeu quando as mãos de Jacques, acompanhadas pela boca entreaberta e voraz no seu pescoço, avançaram por debaixo do casaco e da blusa fina de lã, descobrindo a renda suave do sutiã. No minuto em que se apossou do bico, apertou-o entre dois dedos, puxando-o suavemente e o soltando. Esfregou o pau duro, inchado dentro da calça, contra o corpo magro e pequeno dela.

Amanda espalmou as mãos contra a porta, como se tentasse empurrá-la para abrir. Tencionava, outrossim, não se estatelar no chão. Principalmente, quando ele fez um movimento atrás dela — sem deixar de segurar um seio com a mão cheia e fechada sobre ele, tomando-o todo possessivamente – e em seguida, flexionou os joelhos ao mesmo tempo em que lhe erguia a saia e enfiava entre suas coxas o pau grande e duro. A quentura do membro entre suas pernas excitou-a de tal forma que teve sua calcinha umedecida. Aproveitando a fraqueza da moça, ele ajeitou a cabeça do pau por baixo da calcinha dela, na divisão entre as nádegas. Deslizava-o para cima e para baixo, observando o corpo da mulher ajustar-se ao seu, voltando-se para trás, modelando-se ao vaivém que o seu corpo impingia.

—Você é gostosa... gostosa demais... — gemeu, próximo ao ouvido dela numa voz abafada pelo rouco de sua respiração irregular. —Abra a porta, ma petit, senão vou gozar aqui mesmo. — pediu.

Na terceira tentativa, ela conseguiu destrancar a porta, e eles entraram meio abraçados, meio tropeçando. Com um chute poderoso e agarrado à Amanda, Jacques fechou-os no apartamento, no centro da pequena sala.

Ela ainda tentou desvencilhar-se a fim de oferecer-lhe um café ou convidá-lo diretamente para o seu quarto. Mas o homem não lhe dava chance alguma, a boca colada a sua, a língua sugando a sua com desejo, com urgência. Desabaram sobre o tapete. Roupas arrancadas. Dois anos sem sexo era tempo demais, era falta demais.

Sentou-se sobre ele e o mordiscou no tórax com a ponta dos dentes, aprisionando um mamilo entre os lábios e sugando-o como uma gatinha sedenta. Desceu os beijos pelo seu corpo firme e musculoso, aspirando o odor cítrico misturado à delicada camada de suor que fazia sua pele brilhar, detendo-se pelo caminho, encontrando um atalho aqui e ali, um abdômen malhado com pelinhos aloirados, um par de coxas duras, um vale com tufos castanhos que emolduravam o pau grande, erguido para trás, pronto para disparar.

—Tente não me matar... — ela gemeu, abocanhando o membro e masturbando-o com a boca.

Ouviu-o murmurar algo indefinível, já que todos os seus sentidos despertavam-se após o tempo de abstinência e o cérebro descansava em algum compartimento secreto do organismo. Francês, nesse momento, não era uma nacionalidade, e sim um homem com as pernas abertas sendo chupado com voracidade, um país secreto desbravado por uma selvagem, um navio no porto entre suas pernas, um animal a ser cavalgado.

— Quero muito te comer, Amanda — afirmou, mas parecia implorar.

Ela puxou a alça da bolsa sobre o sofá para o chão, abriu-a e retirou a embalagem com o preservativo. Cortou uma ponta com os dentes e deu para o homem fazer a sua parte. O pênis não era dela.

Ele puxou-a para debaixo de si e, pegando o pau na mão, guiou-o para dentro dela, enfiando sem rodeios. Amanda sentiu-o como se um cilindro de energia e carne fosse-lhe enterrado na vagina, uma britadeira no asfalto quente. A cada arremetida, ela lançava gritinhos, as unhas arranhando as costas masculinas, as pernas cruzadas ao redor do quadril dele. Debaixo das suas pernas, percebia a musculatura do traseiro de Jacques sendo forçada, exigida a cada estocada violenta, a cada bombeada que alcançava até o fundo dela e voltava à borda, à entrada encharcada e ardida.

De repente, Jacques fechou a mão e puxou um punhado de cabelo dela, fazendo com que ela gemesse e o segurasse no pulso com força.

— Aiii — gritou.

— Pardon, ma petit, pardon... — soltou o seu cabelo e observou a feição feminina constrita de dor. — É uma garota sensível. — ironizou, lambendo a ponta do nariz dela. — Sabe o que é uma dor de verdade? — perguntou numa respiração rápida e rouca.

Amanda balançou a cabeça negando. Tarde demais, percebeu que era uma pergunta retórica.

Num gesto brusco e inesperado, ele retirou o pau da vagina e o enfiou com tudo atrás, arrancando um grito de susto e dor da mulher ao sentir a queimação, como se estivesse sendo penetrada por uma lança de fogo. Tentou escapar, porém isso só aumentou a excitação do homem que, após três ou quatro bombeadas firmes, gozou abraçando-se a ela com força.

— Muita dor, passion? — sussurrou numa voz trêmula e cansada.

Amanda engoliu em seco.

— Sim, muita. — respondeu estreitando olhos, intrigada com a mudança brusca de seu comportamento; antes acolhedor e, em seguida, agressivo. Mal conseguia se mexer, ardida em brasa.

Jacques levantou a cabeça e a encarou, sorriu de forma travessa:

— Tem lubrificante? Da próxima vez, você vai gostar e depois vai implorar para eu te comer por trás.

Ela desconfiou das palavras dele.

— Nem pense em tornar a fazê-lo. — ameaçou, alçando uma sobrancelha de forma superior.

Por um momento ele a fitou em dúvida, desgostoso com o tom usado por ela. Contudo, tinha muita lenha ainda para consumir naquele fogo. Numa fração de segundos sua expressão mudou e o sorriso bonito e acolhedor voltou à sua face.

Amanda constatou três coisas: primeiro, Jacques era instável, um caleidoscópio de emoções e sensações; segundo, era um homem para uma aventura erótica e nada além e, terceiro, uma aventura erótica de curta duração.

— Valeu a pena esperar. — murmurou ele, enigmaticamente.

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