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Este foi um ano corrido e abarrotado de casualidades, mas o meu lindo chefe aderiu a minha aquisição de férias para o mês de janeiro. Não, eu não disse que ele é lindo porque estou apaixonada por ele, não mesmo.
Ronald é um senhor de sessenta e nove anos que possui cabelos grisalhos. Rio ao pensar em seus cabelos grisalhos. Digamos que 50% são grisalhos e os outros 50% se perderam deixando uma falha enorme em sua cabeça carequinha.
Tenho vinte e quatro anos e trabalho em uma empresa pequena do ramo de medicamentos. Me graduei em Administração, pois sou apaixonada pela área, moro em um apartamento no Sul de Londres em um bairro de classe média chamado Brixton. Todos me conhecem como Megan Park, mas meu nome completo é Megan Park Avallon.
Particularmente, odeio o sobrenome Avallon, então evito ao máximo usá-lo, já que, para mim, a única pessoa importante que o usava, morreu quando eu tinha nove anos.
Ganho muito bem onde trabalho e me sinto uma pessoa realizada, tenho tudo o que quero e faço tudo do meu jeito, não tenho do que reclamar. Talvez reclame da falta de um namorado, mas ter um namorado me lembra de casamentos, algo que me deixa desesperada, provavelmente por meu passado conturbado. Não consigo me imaginar casando com alguém.
Olho no relógio e vejo que meu intervalo para o almoço já está quase chegando. Nossa, como o tempo passou rápido esta manhã! Arrumo minhas coisas e pego minha bolsa sobre a mesa, combinei de almoçar com minha melhor amiga para decidirmos onde iríamos passar nossas férias.
Poderíamos ir para Maldivas ou para o Caribe. Provavelmente estou querendo demais, e com este pensamento começo a rir. Os funcionários me olham desconfiados como se eu fosse uma louca, envergonhada disfarço e desço de elevador até o térreo, seguindo para um restaurante italiano que fica próximo ao prédio onde trabalho.
Ao chegar, olho ao redor e percebo que o lugar está lotado, gosto muito desse restaurante, é bem acolhedor e familiar, sento na primeira mesa que vejo vazia e peço um suco de laranja natural para o garçom, ele anota o meu pedido e sai logo em seguida. Após alguns minutos esperando por Katy, avisto ela passando pela porta de entrada e, ao me ver, vem em minha direção com um sorriso animado no rosto.
— Tenho um lugar incrível para irmos — diz enquanto se senta de frente para mim.
— Sabia que você teria ideias incríveis, estou louca para saber o que planejou para nós, me conte tudo. — Aguardo ansiosa.
Aceno para o garçom ao decidirmos nossos pedidos e com um grande sorriso no rosto ele se aproxima, peço um tortellini de bolonha e Katy, um risoto. O garçom anota nossos pedidos encarando-a indiscretamente, pigarreio na intenção de chamar sua atenção para que note estar sendo indesejável e, envergonhado, ele sai com nossos pedidos anotados.
Entendo o porquê de todos os homens ficarem fascinados por ela, os fios castanhos de seu cabelo são longos e encaracolados, olhos castanhos marcantes, lábios carnudos bem delineados, a cintura fina, quadris que ornam com suas pernas torneadas e sua pele levemente bronzeada que a deixa sensual. Todas as medidas de seu corpo são bem distribuídas, menos os seios gigantescos, com certeza ela roubou os seios da geração inteira, mas, mesmo assim, Katy é linda.
— Então, onde vamos passar nossas férias? — pergunto ansiosa.
— Que tal Las Vegas? — diz empolgada, me olhando com expectativa
— Las Vegas? — Faço uma careta. — Estava pensando no Caribe ou nas Maldivas.
Ela me lança um olhar assustado e começa a gargalhar alto, colocando a mão na barriga.
— O que foi? — pergunto incomodada, sem entender o ataque de riso repentino.
Nosso pedido chega enquanto Katy recupera o fôlego.
— Ficou milionária de repente e não fiquei sabendo, Meg? Há praias em Las Vegas também — pronúncia dando uma garfada de seu risoto.
— São praias artificiais, Katy, e Las Vegas também não é barato — digo encarando-a.
— Dá para dividir em dez prestações no cartão de crédito. Las Vegas é tudo de bom, tem cassinos e jogos, além disso, já pesquisei diversas baladas que podemos ir. Você sabe que eu sempre quis conhecer Vegas — ela faz um biquinho e me olha com aqueles lindos olhos castanhos pidões e brilhantes —, desde pequena, Meg.
— Tudo bem, Katy, só vamos para Las Vegas porque esse sempre foi o seu sonho. E, quem sabe, por decisão do destino, eu acabe ficando milionária em um cassino qualquer. — Sorrio para ela que solta gritinhos histéricos, enquanto bate palmas feito louca.
— Então está decidido, sem discussões. Não adianta me ligar dizendo que não vai. Las Vegas que nos espere. — Ela joga os braços para cima, feliz.
Jogamos conversa fora por mais um tempo enquanto terminamos de comer. Como devo muito a Katy, vou deixar que escolha o destino de nossa viagem, além de amiga, também a considero como uma irmã. Seus pais me adotaram quando eu tinha 15 anos, é uma longa história, e eles não tinham muitas opções, mas a decisão deles salvou minha vida.
Volto ao trabalho e começo a planejar tudo para a viagem. Não gosto dos Estados Unidos, mas vai ser legal sair da rotina e conhecer a tão sonhada Vegas de Katy.
Fiz questão de ajeitar todas as minhas coisas no trabalho e, para facilitar a vida do Sr. Ronald, organizei sua agenda, marquei entrevistas e arrumei minha sala. Comprei minha passagem e a de Katy para garantir poltronas juntas no avião.
Voar me traz lembranças ruins, mas sempre que estou com Katy não sobra espaço para essas lembranças. Sua alegria contagiante dispersa todos os pensamentos negativos que circulam à nossa volta, mas somente eu sei que suas energias e vibrações positivas são para esquecer o próprio passado.
UMA SEMANA DEPOIS...
Estava quase no final do meu expediente quando o Sr. Ronald aparece em minha sala.
— Olá, Srta. Park, vim te dar um abraço de despedida, afinal, vou ficar sem minha menina por um mês. Pensando melhor, vou cancelar essas férias — diz sorridente e brincalhão.
— Sr. Ronald, não faça isso, Katy me mataria.
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