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Seis Anos Antes
Preciso do dinheiro. Preciso do dinheiro. Preciso do dinheiro.
Natalie repetiu incessantemente a frase em sua cabeça enquanto preparava a máquina para fazer mais café. Era para ser sua semana de folga, mas sua amiga Erin queria ir a algum show e implorou para que Natalie pegasse o voo não planejado. Por mais que Natalie quisesse passar a semana com a mãe no hospital, precisava do dinheiro para cobrir as despesas médicas.
Embora, para ser honesta, trabalhar no voo privado do Príncipe Iman Karawi não fosse fazer muita diferença na dívida, e o homem fosse um osso duro de roer. Natalie estava trabalhando com a Kaylana Voos Privados há alguns meses, e o dinheiro era melhor, mas a clientela rica deixava muito a desejar.
O avião passou por uma pequena área de turbulência e Natalie se equilibrou, apoiando a mão no balcão. Há cinco anos como comissária de bordo, não seria incomodada por um sacolejo. Quando o café finalmente ficou pronto, ela suspirou aliviada e pegou as xícaras. Sua Alteza tinha reclamado das duas primeiras vezes que ela serviu o café; não gostou do sabor e achou que estava muito fraco.
Se não gostasse desta vez, ela ia escorregar sem querer e derrubar no colo dele.
O telefone tocou.
— Sim? — ela perguntou ao atender.
— Estamos nos aproximando do Egito — Zane Maroun, o piloto, informou. — Devemos chegar ao reinado de Haamas em pouco mais de duas horas. A turbulência provavelmente vai continuar.
Tudo bem aí atrás?
— Acho que sim. Só tentando fazer uma xícara de café que seja do agrado de Sua Alteza — Natalie resmungou.
O piloto riu.
— Seja gentil.
— Vou tentar.
Ela desligou, encheu o número necessário de xícaras e pegou o carrinho de bebidas. O príncipe estava viajando com seu embaixador e três agentes de segurança.
— Até que enfim — exclamou um dos seguranças quando ela apareceu. — O Príncipe está esperando.
— Mil desculpas — ela disse com doçura. — Não percebi que o Príncipe estava com tanta pressa, já que ele rejeitou as duas primeiras xícaras que eu ofereci. Tenho um pouco de café instantâneo lá atrás que posso usar da próxima vez.
Ela ganhou uma cara feia, mas o homem não disse mais nada enquanto pegava sua xícara.
Era óbvio que a declaração dela tinha sido notada. O príncipe fixou seus maravilhosos olhos escuros nela e, a despeito da opinião que tinha sobre ele, ela não conseguiu evitar e se derreteu um pouco. Ela odiava pensar que estava sendo afetada pela aparência indecorosamente atraente dele, mas seu coração parava cada vez que ele olhava para ela.
Se apenas conseguisse ficar de boca fechada, seria quase perfeito.
Ele nunca falava diretamente com ela, preferindo expressar suas críticas mordazes por meio dos seguranças. E ela não sabia o que irritava mais: o fato de ele ser um babaca completo ou o fato de achar que ela não merecia ouvir, dele próprio, suas exigências ridículas.
Ele nem mesmo aceitou a xícara diretamente da mão dela. Ela teve que colocar na mesinha que ficava perto do assento grande de couro. Ele correu os olhos pelo corpo dela, demorando-se em certos lugares inapropriados, e ela estreitou os olhos e retribuiu o olhar, furiosa.
A sombra de um sorriso brincou nos lábios dele, fazendo-a corar enquanto desviava o olhar. Droga. Ela estava agindo como uma garota de quinze anos que ainda se apaixonava pelo garoto sexy e rebelde. Depois de terminar de servir o café, ela se virou para voltar à cozinha.
— Bem melhor — disse o príncipe repentinamente. A voz dele estava carregada de desdém.
As costas dela se retesaram; ela congelou e fechou os olhos, dizendo a si mesma para continuar andando.
Perdeu a batalha e deu meia volta. Fazendo uma pequena cortesia, ela ofereceu a ele o seu maior e mais falso sorriso.
— Obrigada, Vossa Majestade.
O embaixador arregalou tanto os olhos que eles quase pularam para fora. Mas Natalie não estava nem aí. Não seria feita de capacho. Ela se virou novamente e seguiu em direção à pequena cozinha.
Ao chegar, puxou a cortina, suspirou e foi esvaziar o filtro da máquina de café. Este voo de Chicago para algum reino do Oriente Médio, do qual ela nunca tinha ouvido falar, estava se tornando o mais longo da sua vida.
E ela esteve em alguns voos particularmente ruins. Passageiros desrespeitosos. Crianças chorando sem parar. Animais de serviço enjoados e vomitando. Colegas de trabalho achando indigno limpar o banheiro imundo da aeronave durante o voo. Honestamente, algumas vezes esse trabalho era péssimo.
Ela pensou que os voos privados seriam melhores e, em alguns aspectos, eram mesmo. Pelo menos a quantidade de gente era menor.
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