UM ENCONTRO INESPERADO COM O VIÚVO RECLUSO de Bárbara Maia

Meu nome é Fernanda, tenho vinte e seis anos, um bom trabalho e boas amigas. Minha vida é ótima, quer dizer, menos a sexual. Essa posso dizer que é péssima, mas como nada é perfeito...

Moro em um apartamento e no meu andar mora um homem que sempre está com uma mulher diferente, ou melhor, nunca o vi agarrado com alguma, mas sempre há um entra e sai de mulheres e homens na sua casa.

Ainda bem que nossas paredes não são grudadas ou ouviria a pouca vergonha do piranho! É um piranho mesmo, só pode! Um piranho muito do tesudo.

Acho que ele deve ser algum garoto de programa, só pode!

Não é possível! Já vi inclusive umas coroas por aqui.

Fazer o quê, sou muito curiosa. E sempre que vejo o elevador subindo corro para a porta, para ver quem é e se vai entrar no apartamento do piranho.

Não sei o nome do meu vizinho mesmo já morando aqui um bom tempo.

Estou no meu trabalho pensando nele, no meu vizinho, uma vez ou outra me pego pensando nele.

Vai entender, nem conheço o cara e estou pensando sempre nele. A carência está forte isso sim tempo que não tenho um orgasmo está me fazendo ter pensamento com o meu vizinho gostoso.

O que será que o piranho faz? Será que ele é mesmo um prostituto? Fico pensando nestas coisas o tempo todo e acho que meu cérebro irá explodir. Só sei que meu vizinho é lindo!

Gostoso demais aquele homem!

Estava na minha mesa à mercê de qualquer coisa e logo sou chamada aos gritos por minha amiga.

FERNANDA ESTÁ ME OUVINDO OU FOI ABDUZIDA POR UM ET?

— O que foi? Você me assustou com seu grito... Caramba Cristiane para que esse grito que me mata de susto, hein? Cruzes!

— Estava aqui te chamando há séculos e você está aí com cara de besta. Está pensando em quem? Espero que não esteja pensando ainda no seu noivo idiota, me ouviu?

— Não estou pensando no traíra não, está louca? Há tempos eu não penso nele só que você e a Veronica parece que não querem se esquecer dele.

— Isso não é verdade, só ficamos preocupada com você quando fica assim como agora que estava em outro planeta. Temos que sair esse final de semana. Quem sabe você arruma um gato e dá essa Piriquita que daqui a pouco nasce aranha.

Ainda bem que Veronica não está aqui.

— Eu não estou a fim de sair não amiga, quero ficar dentro de casa, descansar e assistir algo na TV. Que tal fazermos a festa no meu apartamento? — falei para ver se convenço a pessoa.

— Vamos sair sim, hoje tem o show na boate do nosso amigo e podemos entrar na faixa. Olha que maravilha! Você vai sim, me ouviu mocinha? Nem que pra isso tenha que te arrastar pelos cabelos.

Droga, sei que vou ter que ir para essa boate e isso é um saco!

Porém quando ela cisma não adianta...

Ela sai como um furacão da mesma maneira que entrou. Olho pela janela e hoje graças a Deus o tempo em Goiânia está fresco, porque esse lugar às vezes é muito quente, aliás às vezes não o tempo todo aqui é um calor do cão. Se tivesse uma praia poderia ser diferente, mas todos sabem que Goiânia não tem praia.

Trabalho em uma agência de advocacia, já faz muito tempo que trabalho aqui como secretária jurídica e assistente social e trabalho. Além da agência trabalho em uma ONG. Aposto que devem estar fazendo a mesma pergunta que todos fazem.

Como consegue conciliar os dois lugares em que trabalha?

E a resposta é simples, só trabalho duas vezes por semana na agência e os outros na ONG, lugar onde ajudo os mais necessitados.

Na agência tenho dois chefes maravilhosos, gentis e justos. Eles são excelentes advogados requisitados por muitos, mas não se enganem com o jeito simpático e gentil deles, pois em um tribunal eles se tornam o Demônio em forma de homem e eu tenho muito orgulho de trabalhar com eles. Os dois já ganharam muitas causas eles nunca pegam uma causa para não ganhar.

Ultimamente a minha maior habilidade é observar meu vizinho gostoso e estou tão curiosa para saber o que aquele prostituto faz.

Sou muito curiosa e ele é extremamente fascinante.

Meu expediente acabou, pego minhas coisas e sigo para a garagem. Pego meu carro e parto para minha casa. Assim que cheguei no prédio onde moro, deixo meu carro na garagem e subo de elevador.

Saio do elevador no andar em que moro e quando vou abrir a porta, uma linda mulher sai do apartamento do gostoso.

Jesus!

Como esse homem aguenta todos os dias uma mulher diferente?

Droga, para de ficar olhando a vida dos outros Fernanda!

Entro em casa e jogo minhas coisas em cima do sofá.

Preciso tomar um banho para ir para a bendita boate.

Poxa, eu falei que não queria ir pra canto nenhum!

Irei apenas para a alegria de todos, inclusive da minha mãe que não gosta que eu fique sozinha.

Fui tomar um banho, assim que terminei, me sequei, coloquei um vestido preto que cai bem no meu corpo e um salto vermelho para finalizar. E sou fã de um lindo salto, tenho um closet só de saltos de todos os tipos e variadas marcas.

Amo essa combinação de preto com vermelho!

Coloquei meus brincos, já tinha feito a maquiagem, meu cabelo está maravilhoso com meus cachos lindos e estou pronta.

Sou morena , com olhos castanhos iguais aos da minha mãe, a diferença é que ela é branca, já meu tom de pele e cor de cabelo puxei do meu pai que é moreno. Sou uma bela mistura dos dois.

Olho mais uma vez no espelho gostando do que vejo e chamo o Uber para encontrar as meninas, pois não gosto de dirigir quando saio para poder beber tranquilamente.

Desço o elevador e entrei no carro, não sem antes conferir a placa com o aplicativo e tirar uma foto para mandar para minhas amigas. Nunca se sabe, por isso é melhor garantir. Não conhecemos as pessoas ou melhor o coração das pessoas.

Sou muito cuidadosa com isso, afinal é minha segurança que está em jogo.

Chego meia hora depois na boate e as duas malucas já estavam me esperando.

Entramos pela porta reservada aos donos, subimos de elevador e ficamos em um local reservado. Logo as duas estavam bebendo, já eu estava apenas bebendo e observando o movimento.

De repente meus olhos veem o piranho do meu vizinho com alguns amigos entrar na boate.