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Malú

Capítulo 2 UM

Palavras: 2829    |    Lançado em: 07/12/2021

enterro de surpresa. Mas Maria Luísa Braga de Almeida não se importava com a chuva, com as pessoas, nem com o fato do pai dela estar segurando em seu

a mão por ele todo, até chegar onde estaria o rosto daquela a quem amava: Anna Braga, sua mãe. Lágrimas escorrem

a! Mostre que isso tudo é uma mentira! Levante–se daí! Dá–me um abraço! Cante para eu dormir! Faça algo! Você disse que éramos nós duas contra o mundo, mas me deixou sozinha

já não tinha mais forças para continuar de pé, sendo amparada por seu pai. As pessoas que acompanharam o enterro seguravam em sua mão, prestando condol

te. Ele olha para o céu que está mais escuro, parecen

mãe. Sem receber a resposta, ele a conduz para a saída do cemitério. Abre a porta de seu Maseratti Quattroporte preto estacionado na ent

ir? – pergunta o pai enqu

pela janela. Ela o encara com seus grandes olhos a

*

Juiz de Curitiba veio a Minas Gerais fazer o Curso de Direito na federal do estado. Lá conheceu a acadêmica de Letras, Anna Braga e desse amor, surgiu Maria Luísa. Rejeitada por seu

sário que ela soubesse o tipo de pessoa que seu pai era. Malú já sabia da história desde os sete anos , quando chegou da escola escutou a me

senador do estado, ou alguma revista falando do noivado dele com uma advogada, mas nada sobre ela. Malú sempre acreditou ser o segredo indesejado por seu pai, apesar dos esforços de sua mãe para fazer aquela idéia sair de sua cabeça. Anna usava o dinheiro par

ajasse toda semana. Com o passar dos anos aquilo deixou de ser importante, já que ele fazia de tudo por elas, incluindo conseguir emprego no hote

levada ao médico, onde descobriu que tinha um tumor inoperável no cérebro e pouco tempo de

r forte – pede sua

– retruca Malú chorando - Eu

você , minha querida – al

ui comigo, viva – rebate

triste - Deus quis que eu tivesse de ir para q

ele morra ao invés de você

rá de idéia. – ela toca nos longos cabelos da filha -Você tem os mesmo cabelos que seu pai, os mesmos

recusa Malú fec

o no rosto da filha - Quando eu me for,

sponde Malú abraça

loiros. Doía em Malú, ver sua mãe esperar ansiosa a cada vez que sua porta abria, ou quando um homem com as característic

sforçando para sorrir. Sua voz está cada vez mais

lugar melhor – fala Ícaro beijando as mãos dela - Me perdoe por tudo o

por seu rosto - E na vida da minha Malú. Você é um homem bom, Ícaro. Eu tenho

quarto praticamente correndo. Ele

gou seu coração durante todos esses anos. Ela segura todas as suas lágrimas, pois não

mim do que qualquer uma de vocês possa imaginar. Se eu ficar, será p

Aline se aproximando - Quanto

eceu, mas não poderemos ficar juntos. Um dia você entenderá o motivo e esp

ama... Foi o que você me

o muito. –

em direção a Malú que acaba de chegar ao hospital, ain

a cabeça no peito de Ícaro - Como v

rgumenta Ícaro. Ele abre seu terno, ti

lendo o título do livro que tinha uma capa co

teza que irá gost

e reencontrar – co

imaginar – comenta Ícaro, dando um b

orre até ele e o abraçando mais uma vez - Eu queria qu

ro dia – revela Ícaro emocionado. Depois de alguns min

*

ndo Maria Luisa se esquecer da raiva que sentia por ele. Uma noite, Anna pediu que deixasse Thiago ficar a sós com ela, deixando Ma

com sorriso fraco. - Vou sentir sua fa

a mão daquela que foi sua amiga por mais de uma década

Mas não posso ir embora sem antes lhe ped

ovo, mil vezes – comenta Aline sentindo as lágrimas rolarem pelo s

a, enquanto se ajeita na cama. A morfina não fazia mais efeit

nconformada - Ele não merece. Peça–me qu

... Toda a verdade. Eu conversei... Com ele... E se

abe? – pergunta

explica Anna olhando para porta. Ela respira fundo e

tando como a mãe sabia que ela

tentando se arrumar na ca

rmura Malú - Com

m um sorriso fraco - Você s

nta, mamãe – rev

ão chorar - Chegou à hora. Você sabe que isso

– diz Malú d

ua guarda. Não me olhe assim... É o melhor a fazer... Sei que um dia en

, mãe – argumenta Malú, des

... Ele será um bom pai. Só quero que saiba que eu vou te amar eternamente e sempre estarei com você. Sempre que p

bora – alega Malú nervosa chorando - Não quero

pede com a voz fraca - Por

uipe rapidamente entra no quarto, tentando reanimá–la, em vão. Anna tinha morrido.

deio você! Você deveria ter morrido! – ex

*

sua sala de estar. Thiago se espreguiça

denciar que seu quarto seja o melhor. – informa Thiago tentando puxar assunto. Ele sorri levemente apontando para o c

bandonou? – interr

ge todos esses anos – ped

Malú irritada. - A minha vida sem pai, estava ótima.

e e olha para o espelho. Realmente lembrava um pouco a sua mãe, mas ao invés de ficar feliz, ela ficou co

sse mais aquilo... Pega sua franja e a corta impiedosamente. Cada vez que lembra o dia que teve, sente mais vontade de cortar seu cabelo, sendo dominada pela raiva. Mecha, após mecha, cai no carpete do quarto, junto

*

ela a abre deixando Aline entrar. As

line irritada. Ela toca na cabeça de Malú - Voc

rrado. Ela não escuta nada saindo de sua boca. Aline continua a enca

e nervosa, segurando Malú pelos ombros

. Estava sem voz. Ela entra em pânico, respirando mais ofegante. A jovem começa a ver o quarto rodar

ando Malú já desfalecida. - A Malú nã

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