Mamãe e Seu Admirador Misterioso
Autor:Gabbi Galt
GêneroRomance
Mamãe e Seu Admirador Misterioso
O motor do carro rugiu alto quando Maurice passou por Eliana e os gêmeos. O homem deu uma boa olhada neles três e, com a testa franzida, sentiu-se um pouco incomodado com aquela mulher, mesmo nunca a tendo conhecido.
'Que pessoa descuidada! Como diabos ela conseguiu perder essas crianças tão lindas?'
Porém, quando o rostinho angelical de Aileen passou pela sua mente, Maurice sentiu seu coração amolecer. Em um piscar de olhos, ele pisou no acelerador e o seu Maybach rasgou a estrada, desaparecendo da vista de todos.
"Mamãe, o que há com você? Ainda está brava comigo?", Aileen sussurrou enquanto tateava a mão de sua mãe.
Adrian revirou os olhos.
"É tudo culpa sua!", disse Eliana. "Quem mandou você chamar aquele estranho de 'papai'?"
"Mamãe, eu prometo que nunca vou fazer isso de novo", Aileen jurou solenemente.
Só então Eliana voltou a si, sorrindo gentilmente para a menina. "Eu não estou brava com você."
"Então por que você não estava me respondendo?", Aileen perguntou, fazendo biquinho.
Eliana permaneceu em silêncio. Talvez fosse apenas coincidência.
Durante os últimos cinco anos, a mulher se empenhou em elaborar uma investigação implacável em busca de pistas sobre uma suspeita inquietante: alguém planejou deliberadamente a falência do Grupo Pierce...
Com muito trabalho, ela conseguiu pequenas evidências que ajudariam a lançar luz sobre aquele caso obscuro. Descobriu, por exemplo, que Asher estava envolvido em tudo, mas ele era apenas um peão. Havia mais alguém por trás de tudo e ainda lhe faltavam peças para montar o quebra-cabeça.
A princípio, Eliana pensava que seu pai havia pulado de um prédio porque não aguentara o golpe, e que sua mãe também tirou a própria vida porque não pôde suportar a morte dele. No entanto, a dúvida não cansou de importuná-la: 'Será mesmo que isso é tudo?'
Até onde ela sabia, o Grupo Moran poderia estar por trás de toda a falcatrua.
"Mamãe, você não está me respondendo de novo!", Aileen insistiu enquanto apertava a mão de Eliana.
Quando voltou a si, ela acariciou levemente a cabeça das crianças. "Vamos conhecer a pessoa que veio nos buscar."
Com Aileen e Adrian ao seu lado, Eliana aguardou na entrada do aeroporto. Alguns minutos depois, um carro parou na frente deles.
"Senhorita Pierce, você chegou!", disse uma amável mulher de meia-idade enquanto saía do carro. "Você pode me chamar de Kimora. O senhor Bowman já arranjou tudo. Vamos! Entrem no carro."
Aileen e Adrian pularam de excitação. "Que legal, Jonathan enviou alguém para nos buscar!"
Os três foram levados para uma casa que o homem havia arranjado para eles ficarem. Após desfazer as malas, Eliana pegou o celular e fitou-o por alguns instantes, hesitante.
Finalmente, ela fez a ligação. "Obrigada, Jonathan", disse educadamente.
A voz do homem que lhe respondeu era baixa e agradável aos ouvidos. "Eliana, para que tanta formalidade? Estou sabendo que você voltou para casa para investigar sobre o Grupo Pierce... Eu posso ajudá-la com o que precisar. Basta me ligar, ok?"
"Obrigada, novamente."
Eliana não sabia o que mais poderia dizer a Jonathan, para quem ela sentia dever a própria vida. Ele a salvara quando ela caiu no mar. Depois do resgate, assim que ela descobriu estar grávida, um médico lhe disse que um aborto poderia colocar sua vida em risco, mas graças à ajuda de Jonathan, ela conseguiu dar à luz Aileen e Adrian.
Porém, Eliana não podia se forçar a amá-lo e, como ela sabia que o homem tinha sentimentos por ela, evitava ao máximo ficar frente a frente com ele. Se, por um lado, parecia cruel rejeitá-lo, por outro, ela não conseguia nutrir sentimentos para aceitá-lo. Eliana estava entre a cruz e a espada.
Após terminar a ligação, ela balançou a cabeça negativamente, como se tentasse pensar em outras coisas.
Definitivamente, aquela não era uma boa hora para pensar em relacionamentos... Sua prioridade era investigar sobre o que realmente aconteceu com o Grupo Pierce...
Eliana desbloqueou o celular e fitou mais uma vez a oferta de emprego do Grupo Moran.
Sentada na beira da cama e com os punhos cerrados, ela repassou toda a história em sua mente. Primeiro, a súbita falência do Grupo Pierce. Depois, a morte de seus pais... Ela tinha que investigar tudo sozinha.
... ...
No dia seguinte, Eliana foi até o Grupo Moran. A localização da empresa era privilegiada e suas altas Torres Gêmeas eram simplesmente magníficas.
Poucos minutos após chegar lá, uma recepcionista acompanhou Eliana até a porta de uma sala. "Essa é Gabrielle Aston, a diretora do Departamento de Design."
Eliana assentiu e entrou.
Na sala, havia uma mulher sentada em uma poltrona garbosa. Gabrielle olhou Eliana de cima a baixo de forma invasiva, o que a deixou extremamente desconfortável.
Eliana manteve a calma e sorriu educadamente. "Me chamo Eliana Pierce, muito prazer!"
"Bem-vinda ao Grupo Moran!", disse a mulher com um sorriso. Então ela continuou: "Eu tenho uma reunião com um cliente hoje à noite. Você pode ir comigo, se quiser..."
"Esta noite?! Claro, tudo bem...", disse Eliana demonstrando surpresa.
Gabrielle balançou a cabeça positivamente e depois caminhou em direção à porta. "Venha comigo."
Era hora de Eliana passar pelas formalidades. Quando saíram do elevador, ela notou nos rostos dos funcionários uma estranha seriedade, como se estivessem diante de um inimigo.
Naquele instante, um homem alto saiu de uma sala de reuniões cercado por executivos seniores. O figurão usava um belo terno e tinha uma postura invejável. Aquele, claramente, não era um funcionário qualquer.
Eliana encarou-o. Seu rosto era familiar...
"Ei!", chamou-a Gabrielle com urgência na voz e puxando-a pelo braço.
O rosto da mulher tornou-se sombrio. "Você tem que saber o seu lugar aqui dentro... O senhor Maurice é implacável. Se você demonstrar qualquer sentimento inapropriado em relação a ele, você será demitida em um piscar de olhos, me entendeu?"
O homem era Maurice Moran, o CEO da empresa.
Eliana pensou por um momento e logo abaixou a cabeça obedientemente. "Entendi."
Gabrielle entrou no escritório bufando, mas Eliana permaneceu onde estava, levantou a cabeça e olhou de novo para o corredor.