Uma autobiografia demora anos para ser concluída. Bem, tenho apenas 23 anos, sou autista nível 1 de suporte e uma longa história de vida. Conhecer a realidade de uma pessoa com deficiência pode ser interessante, mas é preciso coragem para ter a real compreensão. Nesta obra tão fascinante quanto ridícula, os leitores terão boas risadas, lágrimas e muito questionamento. O espectro autista é puro drama. E quem diria que uma pessoa de carne e osso daria uma boa personagem de novela das oito?
Capítulo 1 Agradecimentos
Aos autistas de todo um mundo, por persistirem e existirem.
A mim, por eternamente lutar sendo sempre eu mesma, mesmo que seja repleta de estranheza.
Ao Daniel Santana Rocha, por sempre acreditar em mim.
A minha amada mãe Paty Fonte, também escritora, por lutar pelo meu diagnóstico e me aceitar como eu sou.
Aos meus seguidores das redes sociais, pois sempre me motivam.
Às psicólogas que precisaram de terapia para me aguentar.
Aos grupos on-line de autismo. Vocês me ajudam demais nesta luta!
Águia e luar
Eu caio feito o papel,
Que rasga sob o luar.
Eu caio feito uma areia,
Que desmancha sob o penar.
Mas eu caio feito a pele,
Que sangra a cada chorar.
Mas eu caio feito uma nuvem,
Que existe após o sangrar.
Mas levanto após cada dor,
Mas levanto após a saída!
E eu sou minha salvadora,
Sou águia que voa pra vida!
Ser autista não é ser especial, mas é criar um mundo especialmente mais interessante. Talvez o mundo não esteja preparado para isso. De qualquer forma, sigo na luta. Não para ser normal, mas para ser eu mesma. E ser você mesma é sempre uma afronta aos que não conseguem lidar com a autenticidade.