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Casada com um ator famoso

Casada com um ator famoso

Açaí com charque

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Capítulo

Helena e Alexandre foram obrigados a se casarem. Eles só precisam suportar alguns meses o casamento e depois estarão livres. Ele um ator internacionalmente conhecido. Ela uma jovem universitária. Embora vivam sob o mesmo teto, ambos decidiram que não há espaço para o amor em suas vidas.

Capítulo 1 Saia por dinheiro

Helena desce as escadas e pega uma laranja na cozinha, um lanche saudável antes de voltar para os livros, entrar na faculdade de Direito era seu maior sonho, e a data da prova já estava marcada.

Enquanto descascava a laranja, sua mãe Eulália se aproxima e senta-se ao seu lado na mesa e puxa conversa

- Sabia que o filho mais velho da família Mendonça, Flávio, está solteiro? – disse a mãe.

- Não, não sabia. - responde Helena.

- Ontem estava conversando com a nossa vizinha e ela me contou que ele chegou da Europa semana passada. Se formou em medicina. É cirurgião plástico. A família dele é muito importante.

- Entendi, e onde quer chegar me contando isso?– perguntou Helena com rispidez. Já sabia o que a mãe queria dizer.

- Ora, o que quero dizer. Ele é rico, está solteiro e mora a poucas casas daqui. Você poderia se adiantar e fisgá-lo, antes que outra chegue e você perca a oportunidade.

Helena se levantou abruptamente. Odiava quando a mãe vinha com aquela conversa.

- Mamãe, quando vai entender que não quero um homem só pelo dinheiro? Isso é o que menos me importa.

- Ora, e o que importa? Você deveria aproveitar enquanto é jovem e bonita para fazer um bom casamento. Siga os meus conselhos, olha eu por exemplo, casei com seu pai. Apesar de você não ser tão bonita quanto eu era na sua idade, acredito que consegue arranjar alguma coisa e garantir nosso futuro.

Helena olhou para a mãe com indignação.

- Nosso futuro? Vou lhe dizer uma coisa, eu tenho meus estudos e pretendo entrar na faculdade, trabalhar e ganhar minha independência, comprar meu próprio apartamento. É assim que quero garantir o meu futuro. E não com homens como a senhora fez. Agora quanto ao seu futuro, já eu não sei.

Helena alfinetou. Não estava nos seus planos ficar presa à sua mãe para o resto da vida. Ao contrário, queria sair de casa o quanto antes e fazer a sua própria vida.

- Menina ingrata, eu te coloquei no mundo, sacrifiquei minha beleza e juventude por você e é assim que retribui? Quer me abandonar? Ir embora e fazer sua vida longe de mim? Não será feliz. Filhos ingratos nunca são felizes. – disse Eulália amaldiçoando a própria filha.

Helena detestava quando a mãe fazia esse discurso apelativo com essas ameaças. Ela não escolheu nascer e não gostava dessa sensação de obrigação que sua mãe a impunha.

- E quanto a faculdade, como acha que vai pagar? Você não sabe, mas o dinheiro do seu pai está acabando. Só aguentaremos mais uns meses. Não sei nem como vou pagar os empregados este mês. Estamos à beira da falência. Temos que mudar essa situação logo!

Helena ficou chocada com a informação repentina. Não imaginava que a situação financeira delas estava tão ruim.

Depois que seu pai faleceu, ele deixou uma quantidade grande em dinheiro para sobreviverem para o resto da vida.

- Como assim? Papai nos deixou uma fortuna, isso garantiria meus estudos, meu futuro, minha formação, nossas vidas! O que aconteceu?

A mãe engoliu em seco diante da indagação de sua filha. Pensou no que dizer.

- Você acha que dinheiro é infinito? Seu pai faleceu mas deixou dívidas... E outra metade da fortuna ele deixou em testamento para a irmã dele, lembra? Ela já era bem rica, mas ele não se incomodou de tirar de você para dar a ela, aquela insuportável...– olhou para o chão e enrolou o dedo indicador numa mecha de cabelo.

- Que mentira, ele não deixou dívidas, o advogado foi claro, eu lembro. Além do mais, papai não faria isso conosco. Tia Lúcia sempre esteve ao lado dele, até no fim de sua vida, eram muito próximos e ela sempre foi maravilhosa para mim. Você com essa vida de boemia, gastando em roupas e joias caras, querendo sempre estar na alta sociedade que não pensou nas consequências, se não produzimos dinheiro e só gastamos, é o que acontece.

- Olha bem como fala comigo, menina. Sou sua mãe, mereço respeito. Agora que sabe em que situação estamos, espero que pense no que venho te dizendo. Arranje um namorado rico que te banque. Ou saia com homens que te ofereçam coisas até fisgar um e casar. Não há nada de errado em sair com homens por dinheiro. Você tem suas necessidades, vai precisar. – tentou convencer Helena.

- A senhora tem ideia do que está me dizendo? Quer que eu me prostitua? Porque isso é uma definição exata de prostituição.

Helena olhava indignada para a mãe. Como ela podia dizer isso com tanta naturalidade, sem pensar no quanto suas palavras machucavam a filha.

- Não, Helena. Isso não é prostituição, você não vai cobrar valores. O que proponho é que procure homens da alta sociedade, homens que possam te oferecer o melhor. Caia nas graças deles, eles te darão presentes e com o jogo certo, suprirão todas as sua necessidades. Isso é ser inteligente.

Helena olhou com nojo e indignação para a mãe. Como podia falar aquelas barbaridades e ainda dizer que era uma atitude inteligente?

- Às vezes me pergunto se me ama. – Helena disse com olhos lacrimejantes.

- Claro que amo, minha filha. Só quero seu bem. Não quero que passe necessidades. Eu sei como é isso. Vim da periferia, você não iria aguentar um dia naquele lugar. E pretendo nunca mais voltar para aquela vida. – se levanta e passa a mão nos ombros da filha e da um sorriso.

- Arranjarei um emprego, posso viver com mais modéstia. E a senhora deveria considerar dispensar os empregados e gastar menos. Temos que cortar gastos e analisar nosso dinheiro, talvez consigamos superar essa crise. – disse se afastando.

- Trabalhar? Eu? Não quero trabalhar. Não dispensarei os empregados, quem cuidará da casa e da comida? Não posso viver sem minhas compras, meu salão, minhas festas. Todos vão saber que falimos. Não, não! De jeito nenhum!

- Não temos outra alternativa, mamãe. E nem darei ouvidos a besteira que acabou de dizer.

Helena pegou a fruta e uma barra de chocolate e subiu para seu quarto. Abriu o notebook e começou a procurar empregos de meio período. Mandou alguns e-mails se candidatando para vagas em empresas. Em poucos dias faria aniversário de dezoito anos e poderia tomar suas próprias decisões.

Se jogou na cama e colocou um pedaço do doce na boca. Para adoçar seu humor depois daquela conversa amarga. Às vezes se perguntava se sua mãe a amava mesmo ou se ela sempre quis usá-la para subir de vida. Foi assim que ela casou com seu pai, a usou ainda no ventre para alcançar seu objetivo.

Estudou a manhã inteira. Evitou cruzar com a mãe durante todo o dia. Após horas de estudos, caiu no sono. Acordou antes do pôr do sol, tomou banho e colocou uma roupa confortável; ao sair do quarto, escutou algumas vozes. Desceu as escadas e encontrou sua mãe conversando com um jovem e bonito rapaz.

- Oh, essa é minha filha Helena. Querida, este é Flávio Mendonça. Nosso vizinho.

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