GIANCARLO SALTORI é um homem cruel e sádico,criado desde criança para comandar uma das maiores máfias que já existiu.Para ele o amor é uma maneira de subjugar o inimigo,sentimentos e emoções são uma fraqueza. FIONA MORELLI é uma mulher letal quanto fatal,a idade não faz juz a todas atrocidades já cometidas por ela.Cresceu seguindo o que ela acha correcto. Os seus caminhos se cruzam quando um acordo antigo é lembrado e ela terá que casar com Giancarlo. Num mundo em que Giancarlo só vêm a mulher como um objecto sexual e um meio para gerar herdeiros,irá conhecer Fiona uma mulher diferente das demais que já conheceu ou se envolveu,ela é a junção de todos os seus pecados. E como o destino é incerto acabarão felizes ou não? A luz será mais forte nesses dois corações obscuros? Ouvi dizer que o que Deus uniu o homem não separa,será que isso servirá para esses dois anjos da morte.Só o tempo dirá...
Fiona
" A existência é apenas uma série de notas de rodapé de uma vasta, obscura e inacabada obra-prima.
- Vladimir Nabokov "
Se alguém perguntasse agora como estou,eu responderia fodida e na merda.
Minha mamma Andreza está a duas horas a falar sobre como devo mim comportar amanhã em frente de todo a família,como se eu fosse uma mulher da caverna.
-Mamma,eu sou um anjo!-Digo cansada de toda essa ladainha.
-Um anjinho de alma e não de corpo.-Rebate ela.
-Mamma esse casamento não têm como dar certo!-Digo penteando o meu cabelo.
-Eu sei mia cara mas não tem nada que possamos fazer.
Responde minha mamma pegando a escova da minha mão e começando a pentear o meu cabelo.
-Posso pedir para ele reconsiderar ou posso dizer que já não sou mais pura.-Digo séria.
-Isso não vai funcionar,ele já decidiu!
-Como assim mamma?
Pergunto um tanto curiosa,porquê ela têm tanta certeza assim.
-Ele vai completar trinta e seis esse ano,então todo o conselho exigiu que ele se casasse para garantir um herdeiro.
Estou mil vezes ferrada,já não existe nenhuma escapatória para mim.
-E o conselho escolheu logo a mim,uma jovem de vinte anos para essa função que privilégio.-falo ironicamente.
-Riina se lembrou da barganha que seu papà fez com ele!-Diz mamma.
A trinta cinco anos atrás,para salvar seu irmão da Omertá meu papà barganhou com o ex Don,uma vida inteira de lealdade e o casamento de qualquer filha que ele tivesse com os Saltori.E aqui está o pagamento dessa barganha.
-É pela nossa família que farei isso.-Digo seria.
-Sei disso mia cara,durma pois amanhã o dia será longo!Bons sonhos..
Dito isso dá-me um beijo na testa e sai andando graciosamente.
Esse casamento não vai dar certo nem daqui a três séculos,eu e Giancarlo somos como o fogo e a gasolina nunca deve se misturar.Mas se é uma esposa que o Don quer,então é uma esposa que o Don terá.
Cheguei ontem da Inglaterra para a festa do noivado que será amanhã.
Caminho até a minha cama e deito-me.Reparo ao redor e vejo que tudo continua no mesmo lugar.
Os vários posts de animes que eu gostava ainda continuam no mesmo lugar,incrível.O que mais chama minha atenção é post da terceira temporada de Kengan Ashura,não mim lembro de o ter colocado lá.
A única pessoa que poderia ter o colocado ali é o Risa,Dios mio.
A pessoa que mais odeia o anime colou um post no meu quarto,isso só pode ser um milagre.Puxo o travesseiro para mais perto de mim e fecho os olhos.
″ -Estou com medo.-Diz a menina de cabelos negros com a voz tremula.
-Não precisa ter medo,estou aqui do seu lado e não irei a lugar nenhum.-Tento tranquilizar-lhe.
-Quero a mamma!
-Eu sei mas tenha coragem que iremos para casa juntas.-Responde antes de apagar."
Acordo num salto e sento-me na cama suada,olho o relógio e vejo que já são sete da manhã,como dormi tanto assim xingo internamente e levanto-me da cama.Caminho até ao banheiro para a minha higiene matinal.
A Itália sempre traz essas lembranças,será que irei mim habituar de novo e transformar em meu lar sorrio com esse pensamento.Esse lugar nunca mais será seu lar Fiona responde a minha mente rindo de mim.
Depois de vestir,desço os degraus e caminho em direção a sala de jantar.Na mesa estão meus pais e minha prima.
-Como é voltar para casa depois de tanto tempo longe coelhinha?-Pergunta meu papá logo que mim sento para o café da manhã.
Limpo a garganta antes de responder a essa pergunta.
-Bem papá apesar das circunstâncias e do motivo da minha vinda.
-Cada um deve honrar a sua parte e além disso ele é o Don,cuidará muito bem de você.
-Papá ho capito tutto questo.
Falo em Italiano para que ele entenda de uma vez por todas que só faço isso por nossa família.
-Eu entendo.-Responde meu papá com um pesar.-Mas veja pelo lado bom,estará perto da família de novo.
-Chega desse assunto Vincenzo,a mesa não é o lugar apropriado para essa conversa.-Fala mamma olhando directamente para o papá.-Y nadie cuidará mejor de nuestra hija que nosotros.
Minha mamma só fala em espanhol quando está zangada, é a mulher mais paciente que conheço mas transforma-se num demónio quando o assunto são os filhos.
A minha prima Elisabeta só ouve e não comenta nada acerca do assunto do casamento porque sabe que algum dia será ela a casar contra sua vontade,na máfia é assim as mulheres só serve para mostrar como troféus e para parir herdeiros. Isso é tão antiquado.
Casar com Giancarlo não é o mais difícil mas sim pertencer a máfia por completo é o que mim deixa com raiva e ódio dessa barganha!
Irei perder a minha liberdade pois ser matriarca trará muita atenção e não gosta disso.
-Onde estão o Lippo e o Risa mamma?-Pergunto com um sorriso no rosto.
-Logo estarão aqui.-Responde ela.-Presumo que seja o tráfego que os fez atrasar.-Acrescenta.
Não sabia que as coisas estavam assim e ninguém mim contou nada .
O telefone do meu papá toca,ele pede desculpas e sai da sala.Reparo que a Elisabeta está estranha .
-Está tudo bem Elisa?-Pergunto preocupada pelo seu silêncio.
-Estou muito preocupada.Não acho que o Don seja o marido adequado para você Ona!
Elisabeta é a pessoa mais calma na nossa família,ela nunca entre em um conflito,diz que é muito cansativo.Mas então o que aconteceu para ela dizer isso!
-Na vida nem tudo depende do que é bom ou certo para nós mesmos mas sim o que é seguro para quem amamos!
Digo tudo isso para que ela entenda que se vou casar com Giancarlo não é porque acho que ele será um bom marido,mas sim porque é o necessário para manter nossa família segura.
-Meu papá foi um franco.
-Tentar se manter vivo não é uma franqueza mas sim sobrevivência.Se ele não tivesse sobrevivido você não existiria!-Mamma fala um pouco mais alto do que preciso.
-Entendo.-Foi a única coisa que ela respondeu.
Mamma mim avisa que já comprou o vestido para essa noite,sinto-me aliviada por não ter que ir fazer compras de última hora.Os maquiadores e cabeleireiros só chegam as três e a festa começa as sete da noite,ainda tenho tempo para fazer um passeio.
Despeço-me delas e caminho para fora da mansão e o ar fresco da manhã bate o meu rosto trazendo boas recordações,vou em direção a estufa.
Minha mamma faz um excelente trabalho com as plantas e as flores.Abro a porta e entro caminhando entre as flores.
Paro em frente ao canteiro de viúvas negras,ainda não descobri como a mamma consegue essas flores raras do deserto.
-Velhos hábitos não mudam não é mesmo coelhinha?
Logo de primeira reconheço a voz do meu irmão Risa, viro-me para ele e dou-lhe um abraço bem apertado para tentar matar a saudade.
Já passa muito tempo,desde a última vez que nos encontramos.
-Estar aqui ainda traz paz.-respondo a sua pergunta.-E o Lippo?
-Resolvendo um problema de última hora,não preocupe sua cabecinha.-Fala bagunçando o meu cabelo.
-Já não sou mais uma garotinha para você bagunçar o meu cabelo!-Falo fazendo beicinho.
-Você é e sempre será a minha garotinha.Mim perdoa por não poder evitar esse casamento!-Diz isso acariciando o meu rosto.
-Já estava predestinado,irmão!-Digo tentando amenizar essa impotência que ele sente.-Obrigada pelo post novo,mas faltou o Ohma no post.-Digo sabendo que é o personagem do anime que ele mais odeia.
-A minha boa vontade têm limites,coelhinha!
-E acha que o Raian é o melhor exemplo para uma garotinha?-Pergunto tentando segurar a risada que teima em sair.
-Pelo menos ele é mais sincero.
Conversamos por mais algum tempo e quando dou por mim já é onze da manhã.
-Que tal uma corrida até a porta de casa?
Falo sabendo que ele nunca nega um desafio principalmente quando têm a certeza de que vai ganhar.
-Claro coelhinha.-Diz com um sorriso de orelha a orelha.
-Tem certeza disso coelhinha?-Acrescenta.
-Absoluta Don Juan.-Respondo com um sorriso.-Aos três e nada de trapaça.
Risa está de roupa social,ele acha mesmo que têm alguma chance contra mim vestido assim.Um,dois,começo a contar e ele fica em posição de partida,três termino a contagem e começámos a correr que nem duas criancinhas.
Sou a primeira a chegar na porta e começo a rir que nem uma criança que vai ao circo pela primeira vez.
-Perninhas fortes coelhinha!-Fala chegando onde estou.
-Ainda estou em forma.-Digo rindo-me dele.
-Herdaste do papá essa habilidade.
-Ela herdou de mim,fui a campeã de atletismo por quatro anos consecutivos!-Diz mamma com orgulho de sí mesma.-Fiona precisas de um banho para tirar esse cheiro de suor e você também.
Fala apontando para o Risa.Começo a rir quando vejo a cara que ele faz quando a mamma diz isso.
-Sim mamma!-Respondemos simultaneamente.Dito isso entramos e cada um vai pro seu quarto.
Tomo um banho frio para acalmar os meus nervos.Saio do banheiro enrolada numa toalha e caminho até o closet mas antes ligo o meu celular não demora muito para começar a tocar e aparece o nome do Ivan na tela,atendo no terceiro toque.
-Alô Ivan,como vão?-Pergunto já sabendo da resposta.
-Quando é que posso trazê-los?
-Em breve mas pensei que fosse uma babá confiável e prestável mas percebo que estou totalmente enganada!-Digo com um tom de divertimento.
-O Ohma é um demónio o contrário do irmão que é um santo.-Diz com um suspiro.-Ele já mim mordeu três vezes,dá para acreditar.
-Não chame meu bebé de demónio,isso é muito feio.Depois do casamento estarás livre!-Digo rindo.-Um conselho dê sempre primeiro o Ohma de comer,assim ele fica mais calmo e evitas perder alguns dedos.
-Obrigado pelo conselho dado tardiamente.Como vai o futuro maridinho?-Pergunta ele ironicamente.
-Não sei e nem mim importo!-Respondo a verdade.-Até mais.
-Boa sorte Annelie.-Diz-E tenha cuidado.-Acrescenta
-Sempre.-Foi a única coisa que consegui responder antes de terminar a chamada.
Tiro uma regata e uma bermuda do closet e ponho.Não demora muito e uma das empregadas vem mim avisar que os cabeleireiros já chegaram agradeço e caminho em direção ao salão que a mamma fez aqui em casa.Entro na sala e todos mim olham em silêncio.
-Interrompo?-Pergunto pois o silêncio repentino é estranho e suspeita.
-Aproxime-se Fiona,quero que conheça alguém.-Diz mamma com um sorriso e caminho até ela.