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Durante sete anos, fui a esposa secreta do bilionário da tecnologia Heitor Ricci, a arquiteta por trás de seu sucesso. Sacrifiquei tudo por ele, apenas para ser descartada como lixo pela minha própria protegida, depois que ele me forçou a fazer cinco abortos.
Reconstruí minha vida das cinzas, finalmente encontrando a paz.
Mas no nosso encontro de dez anos da turma, Heitor reapareceu. Ele viu minha filha de cinco anos, Mia, e uma obsessão aterrorizante se acendeu em seus olhos, convencido de que ela era a filha que eu havia escondido dele.
Sua loucura escalou até que ele a sequestrou, me atraindo para um galpão abandonado com uma ameaça de gelar o sangue.
"Venha sozinha se quiser ver nossa filha de novo."
Como esse homem, que me deixou sofrer um aborto espontâneo do nosso último filho sozinha em um hospital, agora ousava se chamar de pai?
Ele me ofereceu um acordo doentio: nossa "família" de volta, em troca da vida da minha filha.
Mas ele cometeu um erro fatal.
Ele nunca se deu ao trabalho de descobrir quem era meu novo marido.
Capítulo 1
Eu costumava acreditar que o amor era uma promessa silenciosa, sussurrada no escuro, selada por fardos compartilhados. Por sete anos, minha vida foi um eco distorcido dessa crença, esticada ao limite pelas ambições de Heitor Ricci. Eu era seu segredo, sua confidente, sua estrategista não remunerada. Eu era tudo para ele, exceto a única coisa que importava: seu rosto público.
Meu nome é Alice Barros. Todos no encontro de dez anos da faculdade me viam como a garota quieta que se misturava ao fundo. Alguns se lembravam de como eu costumava seguir Heitor como uma sombra, sempre pronta para ouvir, oferecer uma sugestão ou simplesmente estar lá. Eles viam o Heitor público – o carismático e brilhante fundador da 'InovaTech', um homem cujo nome era sinônimo de sucesso. Eles viam o sorriso confiante, a conversa espirituosa, os ternos sob medida que gritavam 'bilionário em ascensão'.
Eles não viam o verdadeiro Heitor.
Eles não viam o homem que, a portas fechadas, me chamava de sua esposa. O homem que, por anos, compartilhou minha cama, meus sonhos, minha própria respiração. O homem que me fez acreditar que nosso segredo era um testemunho de nosso vínculo único e inquebrável, uma confiança sagrada que nos diferenciava do mundo superficial da exibição pública. Ele me disse que nosso amor era profundo demais para alarde, real demais para rótulos sociais. Eu me agarrei a essas palavras, mesmo quando elas sufocavam a vida das minhas próprias aspirações.
Eu dei a ele minha juventude, minhas ideias, meu apoio inabalável. Sacrifiquei minha própria carreira promissora em marketing, convencida de que o sucesso dele era o nosso sucesso. Fui a arquiteta de suas primeiras campanhas, a ghostwriter de seus discursos eloquentes, a força silenciosa por trás de sua ascensão meteórica. Enquanto ele se deleitava sob os holofotes, eu labutava nas sombras, alimentada por um amor que agora percebo não ser nada mais que um vício.
"Alice? É você mesma?" Uma voz, carregada de nostalgia e uma pitada de surpresa, cortou o zumbido baixo da conversa.
Era Sara, uma das minhas antigas amigas da república. Seus olhos se arregalaram, percorrendo meu vestido preto simples e meus modestos brincos de pérola. Eu sabia o que ela estava procurando. O brilho. A confiança. Os sinais externos de sucesso que meus colegas agora ostentavam. Ela não encontrou nada disso.
"Sara. Que bom te ver", eu disse, minha voz mais calma do que eu me sentia.
"Nossa, você está... diferente", ela soltou, e então tentou consertar rapidamente. "Quero dizer, ainda linda, claro! Mas mais suave. Mais... contida."
Forcei um pequeno sorriso. Contida. Essa era uma palavra para isso. Destruída teria sido mais preciso, cinco anos atrás.
"A vida acontece", ofereci vagamente, pegando uma taça de champanhe de uma bandeja que passava. As bolhas fizeram cócegas no meu nariz, uma sensação fugaz na dor surda da minha memória.
"E o Heitor?" Sara se inclinou, sua voz baixando para um sussurro conspiratório. "Ele está aqui, sabia? Ainda solteiro, pelo que ouvi. Vocês dois costumavam ser inseparáveis. Muita gente achava que vocês iam ficar juntos no final."
Meu aperto na taça se intensificou. Ainda solteiro. A ironia era um gosto amargo na minha língua.
"Ele é um partidão agora, não é?" outra colega comentou, ouvindo a conversa. "Empresa bilionária. Acabou de comprar aquela mansão em Angra dos Reis. Você devia ir falar com ele, Alice. Reconquiste seu homem!"
Uma risada fria borbulhou na minha garganta, mas eu a engoli. Reconquistar meu homem. Elas não faziam ideia. Ele nunca foi meu homem, não de uma forma que realmente importasse.
Nesse momento, uma comoção começou perto da entrada. As conversas morreram, substituídas por uma onda de excitação. Todos se viraram.
Heitor. Ele entrou, uma força da natureza mesmo em um ambiente casual. Sua aura era magnética, seu sorriso praticado e deslumbrante. Ele usava um terno escuro, impecavelmente cortado, que abraçava seus ombros largos, seu cabelo escuro artisticamente desarrumado. Ele estava mais alto, mais largo, mais refinado do que eu me lembrava, se é que isso era possível. Ele era tudo o que as revistas diziam que ele era: bem-sucedido, charmoso, absolutamente cativante.
Nossos olhos se encontraram do outro lado do salão. Apenas por uma fração de segundo. Seu sorriso vacilou. Seus olhos, antes tão familiares, agora continham um brilho de algo que eu não conseguia decifrar. Surpresa? Desconforto? Reconhecimento?
Ele começou a andar em minha direção, seu olhar fixo no meu. A multidão se abriu para ele como o Mar Vermelho. Minha garganta se apertou. Não era assim que deveria ser. Eu havia construído uma nova vida, tijolo por tijolo doloroso. Eu havia enterrado o fantasma daquele Heitor.
"Alice", ele disse, sua voz um ronronar baixo e familiar que enviou arrepios pela minha espinha, não de prazer, mas de um medo antigo. Ele estendeu a mão, como se para tocar meu braço.
Eu recuei, minha mão instintivamente indo para o meu peito. "Não", avisei, minha voz um silvo baixo. "Não se atreva a me tocar."
Sua mão caiu, um músculo visivelmente pulsando em sua mandíbula. Sua fachada perfeitamente composta rachou, apenas por um momento. Ele parecia... magoado. Ótimo. Ele merecia.
Um suspiro repentino de uma garçonete. Uma bandeja de taças de champanhe caiu no chão, espalhando líquido dourado e cacos de cristal por toda parte. O barulho cortou a tensão, fazendo todos pularem.
"Sinto muito, Sr. Ricci!" A jovem garçonete gaguejou, começando a juntar os pedaços freneticamente.
Heitor a ignorou. Seus olhos ainda estavam fixos em mim, um brilho predatório substituindo lentamente a mágoa fugaz. "Ainda tão dramática, Alice", ele zombou, sua voz mal audível acima da conversa crescente enquanto as pessoas tentavam fingir que nada havia acontecido.
"Ainda tão patético, Heitor", retruquei, igualando seu tom baixo, meus dentes cerrados. Dei um passo deliberado para trás, colocando distância entre nós. O cheiro de seu perfume caro estava muito perto, muito sufocante.
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