O Bilhete Premiado Perdido

O Bilhete Premiado Perdido

Gavin

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Capítulo

O meu filho nasceu prematuro, viveu apenas três dias. Não tive tempo de sequer o abraçar. Liguei ao meu marido, Leo, para partilhar a dor, mas do outro lado só ouvi música alta e risos embriagados. Ele estava na festa de aniversário da irmã, Inês. Quando finalmente lhe disse que o nosso filho tinha morrido, a sua voz arrastada respondeu: "Não estragues a celebração por causa de um assunto tão trivial!" A minha sogra, Sofia, ao fundo, concordou. Eles desligaram. O meu mundo desmoronou. Ninguém da família dele apareceu no funeral. Mas a verdadeira atrocidade ainda estava por vir. Ao arrumar as minhas coisas, encontrei uma apólice de seguro de vida no valor de cinquenta mil euros. O nome do beneficiário era Leo. O meu marido tinha feito um seguro de vida para o nosso filho recém-nascido, colocando-se a si mesmo como o único beneficiário. Ele não chorava a perda do nosso filho, mas sim a perda de um "bilhete de lotaria premiado". Aquela era a crueldade mais insuportável. Como é que um pai podia ser tão monstruoso? A dor deu lugar a uma raiva gélida e inquebrável. Eu não ia deixar que ficassem impunes. Eu ia lutar. Pelo meu filho. E por mim. O divórcio estava apenas a começar.

Introdução

O meu filho nasceu prematuro, viveu apenas três dias.

Não tive tempo de sequer o abraçar.

Liguei ao meu marido, Leo, para partilhar a dor, mas do outro lado só ouvi música alta e risos embriagados.

Ele estava na festa de aniversário da irmã, Inês.

Quando finalmente lhe disse que o nosso filho tinha morrido, a sua voz arrastada respondeu: "Não estragues a celebração por causa de um assunto tão trivial!"

A minha sogra, Sofia, ao fundo, concordou.

Eles desligaram.

O meu mundo desmoronou. Ninguém da família dele apareceu no funeral.

Mas a verdadeira atrocidade ainda estava por vir.

Ao arrumar as minhas coisas, encontrei uma apólice de seguro de vida no valor de cinquenta mil euros.

O nome do beneficiário era Leo.

O meu marido tinha feito um seguro de vida para o nosso filho recém-nascido, colocando-se a si mesmo como o único beneficiário.

Ele não chorava a perda do nosso filho, mas sim a perda de um "bilhete de lotaria premiado".

Aquela era a crueldade mais insuportável.

Como é que um pai podia ser tão monstruoso?

A dor deu lugar a uma raiva gélida e inquebrável. Eu não ia deixar que ficassem impunes.

Eu ia lutar. Pelo meu filho. E por mim.

O divórcio estava apenas a começar.

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No dia do terceiro aniversário do meu filho, Lucas, o meu marido, Pedro, simplesmente não voltou para casa. Preparei o seu bolo favorito e enchi a sala com balões azuis, enquanto Lucas esperava, adormecendo no sofá com o seu pequeno carro de corrida. Liguei para o Pedro dezenas de vezes, mas só encontrei o silêncio do telemóvel desligado. O meu coração afundava a cada tentativa falhada, até que a campainha tocou, já perto da meia-noite. Corri para a porta, com a esperança a reacender-se, mas não era ele. Eram dois polícias, com expressões sérias, que trouxeram a notícia: Pedro sofrera um acidente de carro, estado crítico. O mundo parou, as palavras ecoavam na minha cabeça: "crítico", "acidente". Mas a próxima frase atingiu-me como um raio: "Havia outra pessoa no carro... uma mulher. Infelizmente, ela não sobreviveu." O nome dela? Clara Bastos. A ex-namorada de Pedro, aquela que ele jurou ter ficado no passado. Antes que eu pudesse processar a traição, a minha sogra, Dona Alice, subiu as escadas, o seu medo transformado em raiva pura. "A culpa é tua! Tu nunca o fizeste feliz! A Clara era o verdadeiro amor da vida dele! Se ele morrer, a culpa é tua!" As palavras dela, o facto de que toda a minha vida tinha sido uma farsa, atingiram-me mais do que qualquer golpe físico. O nosso casamento, o nosso filho... Seríamos apenas um obstáculo? Uma mentira? Senti o meu telemóvel vibrar no bolso: uma notificação de transferência bancária. Pedro tinha transferido quase todo o nosso dinheiro da conta conjunta para a sua conta pessoal, horas antes do acidente. Ele não me estava apenas a deixar; estava a deixar-me sem nada. Num piscar de olhos, a minha vida desmoronou-se. Mas eu não me ajoelharia. Enquanto a minha sogra me amaldiçoava, senti uma raiva fria a crescer. Não olhei para trás. A batalha pela minha vida e pela do meu filho tinha acabado de começar.

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