No dia em que saí da clínica de reabilitação, o céu estava cinzento, tal como a minha alma. A notícia no telemóvel confirmava o fim da minha carreira como atleta: "Sofia Mendes sofre lesão que põe fim à carreira". Liguei ao meu marido, Pedro, em busca de conforto, mas a sua voz era irritada. "Estou ocupado, Sofia. A Eva está em pânico, o carro dela ficou destruído. Estou a ajudá-la." A dor no meu joelho era a menor das minhas feridas. Pedi o divórcio, e a sua fúria explodiu: "Não tens um pingo de compaixão? Sabes como a vida da Eva tem sido difícil desde que ficou viúva!" A Eva era "frágil", e eu, a atleta, era "forte". Tão forte que ele me deixou presa nas ferragens, com o osso a partir-se, para ir socorrer a minha prima. A minha carreira de voleibolista, o meu sonho de uma vida, tinha sido esmagada na autoestrada. E para ele, isso era um "incidente pequeno"? O meu sogro, Miguel, enviou-me uma mensagem: "És uma deceção. O teu egoísmo é tão grande... divórcio por uma coisa tão pequena?!" Cheguei a casa, o meu lar, e encontrei o Pedro e a Eva no sofá, com uma garrafa do MEU vinho. Ele passava a mão pelo cabelo dela. O meu sogro estava ali, com um sorriso satisfeito. Nenhum deles me notou. Pareciam uma família feliz. E eu era a intrusa. A vida da Eva era difícil? E a minha, por acaso, era fácil? Até que ponto se pode ir para desculpar a traição de quem devia amar-te? Eu não iria aturar mais. Foi então que eu disse: "Vou fazer as minhas malas. Quero o divórcio."
No dia em que saí da clínica de reabilitação, o céu estava cinzento, tal como a minha alma.
A notícia no telemóvel confirmava o fim da minha carreira como atleta: "Sofia Mendes sofre lesão que põe fim à carreira".
Liguei ao meu marido, Pedro, em busca de conforto, mas a sua voz era irritada.
"Estou ocupado, Sofia. A Eva está em pânico, o carro dela ficou destruído. Estou a ajudá-la."
A dor no meu joelho era a menor das minhas feridas.
Pedi o divórcio, e a sua fúria explodiu: "Não tens um pingo de compaixão? Sabes como a vida da Eva tem sido difícil desde que ficou viúva!"
A Eva era "frágil", e eu, a atleta, era "forte". Tão forte que ele me deixou presa nas ferragens, com o osso a partir-se, para ir socorrer a minha prima.
A minha carreira de voleibolista, o meu sonho de uma vida, tinha sido esmagada na autoestrada.
E para ele, isso era um "incidente pequeno"?
O meu sogro, Miguel, enviou-me uma mensagem: "És uma deceção. O teu egoísmo é tão grande... divórcio por uma coisa tão pequena?!"
Cheguei a casa, o meu lar, e encontrei o Pedro e a Eva no sofá, com uma garrafa do MEU vinho. Ele passava a mão pelo cabelo dela. O meu sogro estava ali, com um sorriso satisfeito.
Nenhum deles me notou. Pareciam uma família feliz.
E eu era a intrusa.
A vida da Eva era difícil? E a minha, por acaso, era fácil?
Até que ponto se pode ir para desculpar a traição de quem devia amar-te?
Eu não iria aturar mais.
Foi então que eu disse: "Vou fazer as minhas malas. Quero o divórcio."
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