Não Há Volta Para Nós

Não Há Volta Para Nós

Gavin

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Capítulo

Quando acordei, o cheiro a desinfetante invadiu as minhas narinas. O meu filho, Leo, já não estava na minha barriga. O meu marido, Pedro, não estava lá. Liguei-lhe inúmeras vezes quando as contrações começaram, muito antes do tempo. Ele não atendeu. Em vez disso, recebi uma mensagem: "Eva está a ter um ataque de pânico. Preciso de ficar com ela. Chama uma ambulância." Naquele momento, no chão da nossa casa, a suar e a lutar contra a dor, a sua mensagem selou o destino do nosso filho. E do nosso casamento. Quando finalmente atendeu, a sua voz estava cheia de irritação. "O que é que se passa agora, Sofia? Não te disse que estou ocupado? A Eva ainda não está bem!" E lá estava a voz suave e chorosa da Eva, a minha melhor amiga, ao fundo. "Pedro, é a Sofia? Diz-lhe que não precisa de se preocupar. Ela está prestes a dar à luz." Ele respondeu-lhe: "Não sejas tola. Tu precisas de mim aqui. Ela é uma mulher adulta." Uma mulher adulta. Eu era isso para ele. Não a sua esposa de nove meses, a carregar o seu filho. Com a voz mais firme do que esperava, disse-lhe: "Pedro, vamos divorciar-nos." Ele explodiu, incrédulo. "Divórcio? A sério? Só porque eu estava a ajudar a Eva?" A sua raiva era uma facada. Mas a minha dor era maior. "O nosso bebé morreu, Pedro." O choque na sua voz foi breve, seguido por uma acusação fria: "O quê? O que é que fizeste?" Senti o meu mundo em colapso. Fui abandonada. Traída. E agora culpada pela perda do meu próprio filho. A sua voz ainda me ressoa na mente: "Eu não podia ir! A Eva precisava de mim! Isto é culpa tua!" Como ele podia? Porquê a Eva? As lágrimas que eu tinha guardado desceram, quentes e amargas. O meu filho. O nosso Leo. Era tudo o que tínhamos. E agora, estava para sempre perdido. Mas não estava desamparada. "Mãe," disse, enquanto as lágrimas continuavam. "Liga a um advogado. Eu quero o divórcio. E quero tudo a que tenho direito."

Introdução

Quando acordei, o cheiro a desinfetante invadiu as minhas narinas.

O meu filho, Leo, já não estava na minha barriga.

O meu marido, Pedro, não estava lá.

Liguei-lhe inúmeras vezes quando as contrações começaram, muito antes do tempo.

Ele não atendeu.

Em vez disso, recebi uma mensagem: "Eva está a ter um ataque de pânico. Preciso de ficar com ela. Chama uma ambulância."

Naquele momento, no chão da nossa casa, a suar e a lutar contra a dor, a sua mensagem selou o destino do nosso filho.

E do nosso casamento.

Quando finalmente atendeu, a sua voz estava cheia de irritação.

"O que é que se passa agora, Sofia? Não te disse que estou ocupado? A Eva ainda não está bem!"

E lá estava a voz suave e chorosa da Eva, a minha melhor amiga, ao fundo.

"Pedro, é a Sofia? Diz-lhe que não precisa de se preocupar. Ela está prestes a dar à luz."

Ele respondeu-lhe: "Não sejas tola. Tu precisas de mim aqui. Ela é uma mulher adulta."

Uma mulher adulta. Eu era isso para ele.

Não a sua esposa de nove meses, a carregar o seu filho.

Com a voz mais firme do que esperava, disse-lhe: "Pedro, vamos divorciar-nos."

Ele explodiu, incrédulo. "Divórcio? A sério? Só porque eu estava a ajudar a Eva?"

A sua raiva era uma facada.

Mas a minha dor era maior.

"O nosso bebé morreu, Pedro."

O choque na sua voz foi breve, seguido por uma acusação fria: "O quê? O que é que fizeste?"

Senti o meu mundo em colapso.

Fui abandonada. Traída. E agora culpada pela perda do meu próprio filho.

A sua voz ainda me ressoa na mente: "Eu não podia ir! A Eva precisava de mim! Isto é culpa tua!"

Como ele podia? Porquê a Eva?

As lágrimas que eu tinha guardado desceram, quentes e amargas.

O meu filho. O nosso Leo. Era tudo o que tínhamos.

E agora, estava para sempre perdido.

Mas não estava desamparada.

"Mãe," disse, enquanto as lágrimas continuavam. "Liga a um advogado. Eu quero o divórcio. E quero tudo a que tenho direito."

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Romance

5.0

O anel de diamante em meu dedo parecia pesar toneladas, um fardo de promessas despedaçadas. Meu noivo, Daniel, herdeiro de uma fortuna, deveria estar ao meu lado, mas seus risos vinham de um canto distante, onde Isabela, a mulher que se insinuava entre nós, o envolvia em segredos e toques "acidentais". A gota d'água veio do jeito mais cruel: no nosso aniversário de cinco anos, ele chegou em casa tarde, com o perfume dela impregnado, justificando que a ajudava com um "problema urgente", enquanto a vela do meu jantar especial derretia, levando com ela a última chama da minha esperança. Naquela festa de gala, ver Daniel e Isabela tão à vontade, sem se importar com minha presença, foi uma humilhação insuportável, um golpe final na minha dignidade. Para o mundo, éramos o casal perfeito, mas por trás da fachada, Isabela reinava, e eu era a tola que tentava ignorar trincas que viravam abismos. Com a voz surpreendentemente firme, tirei o anel e o entreguei a ele, declarando o fim do nosso noivado. Seu sorriso zombeteiro e o aviso: "Você vai se arrepender, não é nada sem mim", foram um veneno, mas também uma libertação. Então, um choque: o ataque ao meu ateliê de joias e uma mensagem de Isabela confirmando a destruição, como se zombasse da minha dor. Mas a tristeza deu lugar a uma fúria fria. Eles achavam que me quebrariam, mas eu decidi lutar. Com as mãos trêmulas, mas a mente clara, apaguei a tela do celular – um adeus à minha vida antiga. Eu não precisava do dinheiro dele, apenas da minha liberdade. Aquela noite, nasceu uma nova Sofia, pronta para partir para longe, reconstruir-me e provar que era muito mais do que Daniel jamais poderia imaginar.

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