O Preço da Obsessão

O Preço da Obsessão

Gavin

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Capítulo

Eu estava na sala, celebrando mais uma conquista na minha carreira de arquitetura. Minha postagem orgulhosa foi saudada pelo toque estridente do telefone. Era Pedro, meu marido, com a voz carregada de uma raiva que eu conhecia bem. "Como você pode estar aí se exibindo enquanto a Juliana está passando por um inferno?" Ele gritou. Juliana, sempre Juliana, a sombra que pairou sobre sete anos do meu casamento. Ele me acusava de falta de empatia, de egoísmo, como se minha felicidade fosse um crime contra a dor dela. Lembrei do meu aborto espontâneo, de quando ele me deixou no hospital sozinha para consolar Juliana. Lembrei do funeral do meu pai, quando ele me abandonou para atender a um chamado "urgente" dela. A dor daquelas memórias se misturou com a raiva presente, mas, pela primeira vez, não havia lágrimas, apenas um vazio gelado. Pedro continuava despejando sua raiva, confiante na minha submissão. Mas o amor que eu sentia por ele havia se esvaído, gota a gota, a cada vez que ele escolhia Juliana. Naquele momento, enquanto ele falava, uma decisão clara e absoluta se formou em minha mente. Eu ia pedir o divórcio. Quando ele parou de falar, esperando minha habitual desculpa, eu apenas disse: "Tudo bem, Pedro." E desliguei. Olhei para a revista, para a foto da Ana Paula advogada, a mulher que eu era fora daquele casamento. E era hora de voltar a ser apenas ela.

Introdução

Eu estava na sala, celebrando mais uma conquista na minha carreira de arquitetura.

Minha postagem orgulhosa foi saudada pelo toque estridente do telefone.

Era Pedro, meu marido, com a voz carregada de uma raiva que eu conhecia bem.

"Como você pode estar aí se exibindo enquanto a Juliana está passando por um inferno?" Ele gritou.

Juliana, sempre Juliana, a sombra que pairou sobre sete anos do meu casamento.

Ele me acusava de falta de empatia, de egoísmo, como se minha felicidade fosse um crime contra a dor dela.

Lembrei do meu aborto espontâneo, de quando ele me deixou no hospital sozinha para consolar Juliana.

Lembrei do funeral do meu pai, quando ele me abandonou para atender a um chamado "urgente" dela.

A dor daquelas memórias se misturou com a raiva presente, mas, pela primeira vez, não havia lágrimas, apenas um vazio gelado.

Pedro continuava despejando sua raiva, confiante na minha submissão.

Mas o amor que eu sentia por ele havia se esvaído, gota a gota, a cada vez que ele escolhia Juliana.

Naquele momento, enquanto ele falava, uma decisão clara e absoluta se formou em minha mente.

Eu ia pedir o divórcio.

Quando ele parou de falar, esperando minha habitual desculpa, eu apenas disse: "Tudo bem, Pedro."

E desliguei.

Olhei para a revista, para a foto da Ana Paula advogada, a mulher que eu era fora daquele casamento.

E era hora de voltar a ser apenas ela.

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Romance

5.0

O anel de diamante em meu dedo parecia pesar toneladas, um fardo de promessas despedaçadas. Meu noivo, Daniel, herdeiro de uma fortuna, deveria estar ao meu lado, mas seus risos vinham de um canto distante, onde Isabela, a mulher que se insinuava entre nós, o envolvia em segredos e toques "acidentais". A gota d'água veio do jeito mais cruel: no nosso aniversário de cinco anos, ele chegou em casa tarde, com o perfume dela impregnado, justificando que a ajudava com um "problema urgente", enquanto a vela do meu jantar especial derretia, levando com ela a última chama da minha esperança. Naquela festa de gala, ver Daniel e Isabela tão à vontade, sem se importar com minha presença, foi uma humilhação insuportável, um golpe final na minha dignidade. Para o mundo, éramos o casal perfeito, mas por trás da fachada, Isabela reinava, e eu era a tola que tentava ignorar trincas que viravam abismos. Com a voz surpreendentemente firme, tirei o anel e o entreguei a ele, declarando o fim do nosso noivado. Seu sorriso zombeteiro e o aviso: "Você vai se arrepender, não é nada sem mim", foram um veneno, mas também uma libertação. Então, um choque: o ataque ao meu ateliê de joias e uma mensagem de Isabela confirmando a destruição, como se zombasse da minha dor. Mas a tristeza deu lugar a uma fúria fria. Eles achavam que me quebrariam, mas eu decidi lutar. Com as mãos trêmulas, mas a mente clara, apaguei a tela do celular – um adeus à minha vida antiga. Eu não precisava do dinheiro dele, apenas da minha liberdade. Aquela noite, nasceu uma nova Sofia, pronta para partir para longe, reconstruir-me e provar que era muito mais do que Daniel jamais poderia imaginar.

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