Renascida: Um Novo Começo Sem Você

Renascida: Um Novo Começo Sem Você

Gavin

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Minha cabeça latejava, um martelo batendo em meu crânio, enquanto a luz do sol invadia o quarto de hotel desconhecido. Lá estava ele, Ricardo, impecável em seu terno caro, me olhando com desprezo, como se eu fosse um objeto indesejável. Sua voz, fria como mármore, sentenciou: "Não se faça de desentendida, Maria Eduarda. Você conseguiu o que queria." Ele zombou, acusando-me de persegui-lo e armar para um casamento forçado. A humilhação queimou em meu rosto, mas não por ele, e sim pela minha burrice de ter cedido. Ele propôs casamento como uma punição, afirmando que eu era a culpada. Isabela, o nome na tela de seu celular, virou seu rosto de frieza para a mais pura doçura, me ignorando por completo. A antiga Maria Eduarda teria chorado de alegria, agarrando-se a qualquer migalha. Mas eu, renascida, senti apenas nojo. "Não" , eu disse, a voz firme e clara. "Eu não vou me casar com você."

Introdução

Minha cabeça latejava, um martelo batendo em meu crânio, enquanto a luz do sol invadia o quarto de hotel desconhecido.

Lá estava ele, Ricardo, impecável em seu terno caro, me olhando com desprezo, como se eu fosse um objeto indesejável. Sua voz, fria como mármore, sentenciou: "Não se faça de desentendida, Maria Eduarda. Você conseguiu o que queria."

Ele zombou, acusando-me de persegui-lo e armar para um casamento forçado. A humilhação queimou em meu rosto, mas não por ele, e sim pela minha burrice de ter cedido.

Ele propôs casamento como uma punição, afirmando que eu era a culpada. Isabela, o nome na tela de seu celular, virou seu rosto de frieza para a mais pura doçura, me ignorando por completo.

A antiga Maria Eduarda teria chorado de alegria, agarrando-se a qualquer migalha. Mas eu, renascida, senti apenas nojo. "Não" , eu disse, a voz firme e clara. "Eu não vou me casar com você."

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No dia do terceiro aniversário do meu filho, Lucas, o meu marido, Pedro, simplesmente não voltou para casa. Preparei o seu bolo favorito e enchi a sala com balões azuis, enquanto Lucas esperava, adormecendo no sofá com o seu pequeno carro de corrida. Liguei para o Pedro dezenas de vezes, mas só encontrei o silêncio do telemóvel desligado. O meu coração afundava a cada tentativa falhada, até que a campainha tocou, já perto da meia-noite. Corri para a porta, com a esperança a reacender-se, mas não era ele. Eram dois polícias, com expressões sérias, que trouxeram a notícia: Pedro sofrera um acidente de carro, estado crítico. O mundo parou, as palavras ecoavam na minha cabeça: "crítico", "acidente". Mas a próxima frase atingiu-me como um raio: "Havia outra pessoa no carro... uma mulher. Infelizmente, ela não sobreviveu." O nome dela? Clara Bastos. A ex-namorada de Pedro, aquela que ele jurou ter ficado no passado. Antes que eu pudesse processar a traição, a minha sogra, Dona Alice, subiu as escadas, o seu medo transformado em raiva pura. "A culpa é tua! Tu nunca o fizeste feliz! A Clara era o verdadeiro amor da vida dele! Se ele morrer, a culpa é tua!" As palavras dela, o facto de que toda a minha vida tinha sido uma farsa, atingiram-me mais do que qualquer golpe físico. O nosso casamento, o nosso filho... Seríamos apenas um obstáculo? Uma mentira? Senti o meu telemóvel vibrar no bolso: uma notificação de transferência bancária. Pedro tinha transferido quase todo o nosso dinheiro da conta conjunta para a sua conta pessoal, horas antes do acidente. Ele não me estava apenas a deixar; estava a deixar-me sem nada. Num piscar de olhos, a minha vida desmoronou-se. Mas eu não me ajoelharia. Enquanto a minha sogra me amaldiçoava, senti uma raiva fria a crescer. Não olhei para trás. A batalha pela minha vida e pela do meu filho tinha acabado de começar.

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