A Dor da Mulher Traída

A Dor da Mulher Traída

Gavin

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Capítulo

Na sala fria do hospital, um sorriso de satisfação moldava o rosto de João. A cirurgia de Clara, sua filha e de sua amante Sofia, era um sucesso. Mas o Dr. Ricardo, seu cúmplice, tinha os olhos cheios de medo. "O que fizemos é monstruoso, João! Usamos sua esposa e seu filho como... peças de reposição!" Minha mente não conseguia processar. Maria? Pedro? Peças de reposição?! Ele riu, um som seco e arrogante. "Maria me ama. Acredita em tudo que digo. Vai pensar que foi um milagre que todos sobreviveram ao 'acidente'." Meu mundo desabou ao ouvir cada palavra, minha dor física eclipsada pela dor avassaladora da traição. Como fui tão cega? O monstro dormia ao meu lado todas as noites. Pedro, meu filho de sete anos, tremia ao meu lado, seus olhos inocentes arregalados em um terror quebrado. "Sofia, meu amor," ouvi João dizer ao telefone, a voz cheia de um carinho falso. "Clara está salva. Vocês duas podem voltar para casa. Para a nossa casa." Recuei, puxando Pedro comigo. Eu tinha que esconder a verdade em meus olhos, para que ele não soubesse que eu sabia. Quando ele nos viu, o pânico brilhou em seus olhos por um segundo. "O que vocês ouviram?" Tive que mentir, a voz surpreendentemente firme. "Nós só... só viemos te procurar. Eu estava tonta." Ele nem suspeitava. "Com a melhora da Clara, pensei que talvez fosse uma boa hora para elas virem ficar conosco por um tempo." A audácia dele queimou em mim, mas minha máscara permaneceu calma. Pedro se encolheu atrás de mim. "Claro," eu disse, sem emoção. "Por que não?" Ele sorriu, completamente alheio à tempestade que eu estava me preparando para liberar. As lágrimas finalmente escorreram quando ele se afastou. "Mãe, não chora", Pedro sussurrou, suas pequenas mãos me apertando. "Nós vamos embora, não vamos?" "Sim, meu amor", prometi. "Para bem longe daqui." Naquela noite, Pedro rasgou todas as fotos do pai de seu diário. "Papai mentiu. Não teve acidente. Ele me machucou. Ele machucou a mamãe. Eu odeio ele. Eu não tenho mais um pai." Ver a dor do meu filho solidificou minha decisão. Não era mais sobre ir embora. Era sobre justiça. "Nós vamos embora, Pedro", eu disse, minha voz dura como aço. "E ele vai pagar por cada lágrima que você derramou."

Introdução

Na sala fria do hospital, um sorriso de satisfação moldava o rosto de João.

A cirurgia de Clara, sua filha e de sua amante Sofia, era um sucesso.

Mas o Dr. Ricardo, seu cúmplice, tinha os olhos cheios de medo.

"O que fizemos é monstruoso, João! Usamos sua esposa e seu filho como... peças de reposição!"

Minha mente não conseguia processar. Maria? Pedro? Peças de reposição?!

Ele riu, um som seco e arrogante.

"Maria me ama. Acredita em tudo que digo. Vai pensar que foi um milagre que todos sobreviveram ao 'acidente'."

Meu mundo desabou ao ouvir cada palavra, minha dor física eclipsada pela dor avassaladora da traição.

Como fui tão cega? O monstro dormia ao meu lado todas as noites.

Pedro, meu filho de sete anos, tremia ao meu lado, seus olhos inocentes arregalados em um terror quebrado.

"Sofia, meu amor," ouvi João dizer ao telefone, a voz cheia de um carinho falso. "Clara está salva. Vocês duas podem voltar para casa. Para a nossa casa."

Recuei, puxando Pedro comigo.

Eu tinha que esconder a verdade em meus olhos, para que ele não soubesse que eu sabia.

Quando ele nos viu, o pânico brilhou em seus olhos por um segundo.

"O que vocês ouviram?"

Tive que mentir, a voz surpreendentemente firme. "Nós só... só viemos te procurar. Eu estava tonta."

Ele nem suspeitava.

"Com a melhora da Clara, pensei que talvez fosse uma boa hora para elas virem ficar conosco por um tempo."

A audácia dele queimou em mim, mas minha máscara permaneceu calma.

Pedro se encolheu atrás de mim.

"Claro," eu disse, sem emoção. "Por que não?"

Ele sorriu, completamente alheio à tempestade que eu estava me preparando para liberar.

As lágrimas finalmente escorreram quando ele se afastou.

"Mãe, não chora", Pedro sussurrou, suas pequenas mãos me apertando. "Nós vamos embora, não vamos?"

"Sim, meu amor", prometi. "Para bem longe daqui."

Naquela noite, Pedro rasgou todas as fotos do pai de seu diário.

"Papai mentiu. Não teve acidente. Ele me machucou. Ele machucou a mamãe. Eu odeio ele. Eu não tenho mais um pai."

Ver a dor do meu filho solidificou minha decisão. Não era mais sobre ir embora. Era sobre justiça.

"Nós vamos embora, Pedro", eu disse, minha voz dura como aço. "E ele vai pagar por cada lágrima que você derramou."

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