Quando o Perdão Liberta

Quando o Perdão Liberta

Gavin

5.0
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Capítulo

A chuva fina batia na janela do escritório, e eu, viúva há uma semana, tentava juntar os caquinhos da minha vida. No fundo do armário do Pedro, encontrei uma caixa de madeira escura com um entalhe delicado. Dentro, um álbum de fotos com a caligrafia dele: "Para minha Alma Gêmea". Um sorriso fraco surgiu, mas o choque veio ao ver que a primeira foto não era minha, e sim da Sofia, a afilhada dele. Dezenas de fotos dela se seguiram: Sofia na praia, no aniversário, dormindo com ares de anjo; cada imagem transbordava um sentimento que ele nunca me demonstrou nos nossos cinco anos de casamento. Ele a chamava de "Alma Gêmea", e eu? Eu era só a "Estrela Guia", um nome formal, cheio de dever, nunca de paixão. Fechei o álbum com um baque surdo, uma dor oca e vazia se instalando no meu peito. Cinco anos e eu tinha abandonado meu sonho de ser chef por ele, por ser a esposa perfeita. Dois dias depois, veio a humilhação final: Pedro deixou toda a sua vasta fortuna para Sofia e para mim, apenas uma pensão modesta para "manter meu estilo de vida". A esmola gelada era a prova de que minha dedicação e amor haviam sido apagados, reduzidos a nada. Na semana seguinte, o inferno abriu as portas, e eu me tornei o alvo da fúria pública quando o escândalo dos medicamentos de Pedro explodiu. "Assassina! Cúmplice!" Gritos e pedras quebraram o silêncio da casa, que virou uma prisão, um mausoléu da minha vida fracassada. Os pais dele me abandonaram, preocupados com a reputação da empresa, e eu estava sozinha. A noite caiu, a multidão invadiu, e o pânico me dominou enquanto eu me trancava no quarto. "Abra a porta, sua desgraçada! Você vai pagar pelo que seu marido fez!" A porta cedeu, e em meio à fúria e dor daquela gente, uma faca atravessou meu abdômen. Caí, o sangue se espalhando, e meu último pensamento foi um lamento amargo: que se eu pudesse voltar, eu viveria apenas para mim. Uma luz ofuscante, e então, escuridão. Abri os olhos, ofegante, no meu antigo quarto. O calendário marcava a semana anterior ao casamento com Pedro. Eu havia renascido. A decisão solidificou-se dentro de mim, inabalável, quando Pedro, frio e charmoso como sempre, entrou no quarto e me chamou de "Estrela Guia". "Pedro, precisamos cancelar o casamento."

Introdução

A chuva fina batia na janela do escritório, e eu, viúva há uma semana, tentava juntar os caquinhos da minha vida.

No fundo do armário do Pedro, encontrei uma caixa de madeira escura com um entalhe delicado.

Dentro, um álbum de fotos com a caligrafia dele: "Para minha Alma Gêmea".

Um sorriso fraco surgiu, mas o choque veio ao ver que a primeira foto não era minha, e sim da Sofia, a afilhada dele.

Dezenas de fotos dela se seguiram: Sofia na praia, no aniversário, dormindo com ares de anjo; cada imagem transbordava um sentimento que ele nunca me demonstrou nos nossos cinco anos de casamento.

Ele a chamava de "Alma Gêmea", e eu? Eu era só a "Estrela Guia", um nome formal, cheio de dever, nunca de paixão.

Fechei o álbum com um baque surdo, uma dor oca e vazia se instalando no meu peito.

Cinco anos e eu tinha abandonado meu sonho de ser chef por ele, por ser a esposa perfeita.

Dois dias depois, veio a humilhação final: Pedro deixou toda a sua vasta fortuna para Sofia e para mim, apenas uma pensão modesta para "manter meu estilo de vida".

A esmola gelada era a prova de que minha dedicação e amor haviam sido apagados, reduzidos a nada.

Na semana seguinte, o inferno abriu as portas, e eu me tornei o alvo da fúria pública quando o escândalo dos medicamentos de Pedro explodiu.

"Assassina! Cúmplice!"

Gritos e pedras quebraram o silêncio da casa, que virou uma prisão, um mausoléu da minha vida fracassada.

Os pais dele me abandonaram, preocupados com a reputação da empresa, e eu estava sozinha.

A noite caiu, a multidão invadiu, e o pânico me dominou enquanto eu me trancava no quarto.

"Abra a porta, sua desgraçada! Você vai pagar pelo que seu marido fez!"

A porta cedeu, e em meio à fúria e dor daquela gente, uma faca atravessou meu abdômen.

Caí, o sangue se espalhando, e meu último pensamento foi um lamento amargo: que se eu pudesse voltar, eu viveria apenas para mim.

Uma luz ofuscante, e então, escuridão.

Abri os olhos, ofegante, no meu antigo quarto. O calendário marcava a semana anterior ao casamento com Pedro.

Eu havia renascido.

A decisão solidificou-se dentro de mim, inabalável, quando Pedro, frio e charmoso como sempre, entrou no quarto e me chamou de "Estrela Guia".

"Pedro, precisamos cancelar o casamento."

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