Amor e Humilhação: O Preço

Amor e Humilhação: O Preço

Gavin

5.0
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11
Capítulo

A chuva fina e gelada batia no meu capacete, misturando-se ao suor enquanto eu costurava entre os carros, empurrando minha moto velha ao limite. Cada segundo era um centavo a menos, e o aplicativo zumbia com a notificação de atraso, uma luz vermelha que gritava fracasso. Quando cheguei ao prédio de luxo, o porteiro me olhou com desprezo, e no apartamento da cobertura, Carlos, o cliente, me esperava com uma expressão de impaciência. Ele leu em voz alta, com nojo, "Um 'kit intimidade' ," e balançou o pacote pequeno com a caixa de preservativos, como se fosse um troféu da minha incompetência. "Você está atrasado" , disse Carlos, com a voz cortante. "Desculpe, senhor, o trânsito estava impossível por causa da chuva", eu tentei explicar. Mas ele não me ouviu, e uma mulher, Sofia, apareceu, choramingando que eu "estragou tudo" . Carlos apontou o dedo para mim, ameaçando: "Eu vou reclamar no aplicativo, vou fazer você ser demitido. Gente como você precisa aprender a ter responsabilidade." Eu engoli em seco, o medo de perder o emprego que sustentava minha avó apertando meu peito, e ele jogou a gorjeta, uma nota amassada, no chão. Depois daquela humilhação, pensei que a pior parte tinha passado, mas então, Carlos e Sofia apareceram na porta da minha humilde casa, alegando que, por causa do meu atraso na entrega dos preservativos, Sofia estava grávida! "Cem mil reais" , Carlos disse, como se fosse a coisa mais normal do mundo, exigindo uma indenização. Minha avó, Dona Lúcia, que me criou, apareceu na porta, e Sofia imediatamente a atacou: "Olha, amor! É a avó do criminoso! Ela deve ter ensinado a ele como ser irresponsável!" A raiva me dominou, mas os seguranças de Carlos me impediram de defendê-la. Eles me deram 24 horas para arrumar o dinheiro, ameaçando transformar nossas vidas em um inferno com o poder da internet. No dia seguinte, a loucura deles atingiu um novo nível: Sofia forjou um aborto, me acusando de agressão e de tentar matar o bebê. A cena era tão bizarra, tão descaradamente falsa, que eu fiquei sem palavras, enquanto os vizinhos me encaravam com julgamento. Eles usaram as redes sociais para me expor, me fazendo perder o emprego e transformando minha vida em um pesadelo público, com meu nome pichado em muros e nossa casa coberta de sangue de animal. Eu me sentia impotente, afogado em uma onda de calúnias que não tinha como parar. Mas o silêncio que se seguiu era ainda mais assustador. Foi então que o golpe final veio: Dona Lúcia, para me proteger, usou suas economias de uma vida inteira, o dinheiro que guardava para encontrar seu filho desaparecido, e entregou aos golpistas. Aquele dinheiro, a última esperança dela, foi usado para financiar o casamento luxuoso deles. Por que alguém seria capaz de tamanha crueldade e cinismo? A dor da minha avó acendeu uma fúria fria e cristalina em mim. Eles achavam que tinham vencido, mas deram-nos um prazo: a data do casamento. Eu peguei meu celular e liguei para meu amigo jornalista. "Eu tenho um plano. E eu vou precisar da sua ajuda."

Introdução

A chuva fina e gelada batia no meu capacete, misturando-se ao suor enquanto eu costurava entre os carros, empurrando minha moto velha ao limite.

Cada segundo era um centavo a menos, e o aplicativo zumbia com a notificação de atraso, uma luz vermelha que gritava fracasso.

Quando cheguei ao prédio de luxo, o porteiro me olhou com desprezo, e no apartamento da cobertura, Carlos, o cliente, me esperava com uma expressão de impaciência.

Ele leu em voz alta, com nojo, "Um 'kit intimidade' ," e balançou o pacote pequeno com a caixa de preservativos, como se fosse um troféu da minha incompetência.

"Você está atrasado" , disse Carlos, com a voz cortante.

"Desculpe, senhor, o trânsito estava impossível por causa da chuva", eu tentei explicar.

Mas ele não me ouviu, e uma mulher, Sofia, apareceu, choramingando que eu "estragou tudo" .

Carlos apontou o dedo para mim, ameaçando: "Eu vou reclamar no aplicativo, vou fazer você ser demitido. Gente como você precisa aprender a ter responsabilidade."

Eu engoli em seco, o medo de perder o emprego que sustentava minha avó apertando meu peito, e ele jogou a gorjeta, uma nota amassada, no chão.

Depois daquela humilhação, pensei que a pior parte tinha passado, mas então, Carlos e Sofia apareceram na porta da minha humilde casa, alegando que, por causa do meu atraso na entrega dos preservativos, Sofia estava grávida!

"Cem mil reais" , Carlos disse, como se fosse a coisa mais normal do mundo, exigindo uma indenização.

Minha avó, Dona Lúcia, que me criou, apareceu na porta, e Sofia imediatamente a atacou: "Olha, amor! É a avó do criminoso! Ela deve ter ensinado a ele como ser irresponsável!"

A raiva me dominou, mas os seguranças de Carlos me impediram de defendê-la.

Eles me deram 24 horas para arrumar o dinheiro, ameaçando transformar nossas vidas em um inferno com o poder da internet.

No dia seguinte, a loucura deles atingiu um novo nível: Sofia forjou um aborto, me acusando de agressão e de tentar matar o bebê.

A cena era tão bizarra, tão descaradamente falsa, que eu fiquei sem palavras, enquanto os vizinhos me encaravam com julgamento.

Eles usaram as redes sociais para me expor, me fazendo perder o emprego e transformando minha vida em um pesadelo público, com meu nome pichado em muros e nossa casa coberta de sangue de animal.

Eu me sentia impotente, afogado em uma onda de calúnias que não tinha como parar.

Mas o silêncio que se seguiu era ainda mais assustador.

Foi então que o golpe final veio: Dona Lúcia, para me proteger, usou suas economias de uma vida inteira, o dinheiro que guardava para encontrar seu filho desaparecido, e entregou aos golpistas.

Aquele dinheiro, a última esperança dela, foi usado para financiar o casamento luxuoso deles.

Por que alguém seria capaz de tamanha crueldade e cinismo?

A dor da minha avó acendeu uma fúria fria e cristalina em mim.

Eles achavam que tinham vencido, mas deram-nos um prazo: a data do casamento.

Eu peguei meu celular e liguei para meu amigo jornalista.

"Eu tenho um plano. E eu vou precisar da sua ajuda."

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