A Melodia da Justiça

A Melodia da Justiça

Gavin

5.0
Comentário(s)
2
Leituras
11
Capítulo

A escuridão tomou conta, não a da noite, mas a do total esquecimento, um vazio onde minha voz, antes ovacionada pelas multidões, silenciou para sempre. Minha carreira como cantora gospel virou pó, tudo por causa da minha irmã mais nova, Joana. Ela sabotou minha música-título, inserindo mensagens subliminares que me associaram a rituais obscuros, e o escândalo foi devastador. A mídia e os fãs que me chamavam de anjo, agora me chamavam de demônio. Perdi tudo: minha carreira, minha fé. Refugiei-me em um convento isolado, onde morri de coração partido, ouvindo no rádio Joana ganhando o prêmio de revelação do ano com uma canção que eu havia escrito. Esse fim trágico, essa humilhação final, me manteve presa em um limbo de desespero e incompreensão. Eu não entendia como a inveja de alguém podia ser tão destrutiva, nem como o universo poderia permitir tamanha injustiça. Mas então, abri os olhos novamente. A luz forte dos refletores me cegou, o cheiro de perfume caro e canapés invadiu minhas narinas. Eu estava de pé, usando o vestido de seda branco do meu lançamento. Não estava morta, nem no convento. Eu voltei. Voltei para o exato momento em que minha vida desmoronou, pronta para reescrever meu destino. Desta vez, não haveria desespero, apenas uma fúria fria e clara como gelo. "Parem a música!", minha voz retumbou, não como uma cantora, mas como um trovão, enquanto eu marchava em direção a Joana, que me olhava com um sorriso dissimulado. A caça virou o caçador.

Introdução

A escuridão tomou conta, não a da noite, mas a do total esquecimento, um vazio onde minha voz, antes ovacionada pelas multidões, silenciou para sempre.

Minha carreira como cantora gospel virou pó, tudo por causa da minha irmã mais nova, Joana.

Ela sabotou minha música-título, inserindo mensagens subliminares que me associaram a rituais obscuros, e o escândalo foi devastador.

A mídia e os fãs que me chamavam de anjo, agora me chamavam de demônio.

Perdi tudo: minha carreira, minha fé. Refugiei-me em um convento isolado, onde morri de coração partido, ouvindo no rádio Joana ganhando o prêmio de revelação do ano com uma canção que eu havia escrito.

Esse fim trágico, essa humilhação final, me manteve presa em um limbo de desespero e incompreensão.

Eu não entendia como a inveja de alguém podia ser tão destrutiva, nem como o universo poderia permitir tamanha injustiça.

Mas então, abri os olhos novamente.

A luz forte dos refletores me cegou, o cheiro de perfume caro e canapés invadiu minhas narinas. Eu estava de pé, usando o vestido de seda branco do meu lançamento.

Não estava morta, nem no convento. Eu voltei.

Voltei para o exato momento em que minha vida desmoronou, pronta para reescrever meu destino.

Desta vez, não haveria desespero, apenas uma fúria fria e clara como gelo.

"Parem a música!", minha voz retumbou, não como uma cantora, mas como um trovão, enquanto eu marchava em direção a Joana, que me olhava com um sorriso dissimulado.

A caça virou o caçador.

Continuar lendo

Outros livros de Gavin

Ver Mais
Para Além das Cinzas: O Nosso Amor

Para Além das Cinzas: O Nosso Amor

Moderno

5.0

No quinto aniversário de casamento. Ou, como Tiago fazia questão de lembrar, o aniversário do acidente que ceifou a sua família. Em vez de celebração, iniciava-se mais um capítulo da minha tortura insaciável. Ele, o homem que um dia amei mais que tudo, transformara-se num carrasco implacável. Fui forçada a beber noventa e nove garrafas de vinho, um símbolo macabro da minha "dívida de sangue". Confinada, isolada, humilhada, vi-o dar afetos a Clara, uma mulher escolhida pela semelhança com a Sofia de outrora. Fui submetida a uma cirurgia perigosa para doar um rim a ela, depois de um "acidente" suspeito. O nosso leal cão, Max, o último elo do nosso amor passado, foi cruelmente morto. E o cúmulo da humilhação: fui forçada a engolir as cinzas do meu querido amigo. Arrastada de joelhos, sob a vigilância fria dele, até ao cemitério para proclamar os pecados dos meus pais. A dor física não era nada comparada à exaustão da minha alma. Eu só ansiava pela paz, a paz que só a morte parecia poder oferecer. Cansada de amar, cansada de sofrer, o meu único desejo era que tudo acabasse. Num ato de desespero, atirei-me da Ponte da Arrábida, buscando o abraço gélido do Douro. Mas abri os olhos novamente. E, para meu horror e espanto, estava de volta. Um dia antes do acidente fatídico, com todas as memórias vívidas da minha tortura. O mais chocante? Tiago também se lembrava. Agora, perante esta segunda chance inesperada: escolheríamos o ódio mais uma vez, ou haveria redenção para um amor que se transformara em veneno?

Você deve gostar

Capítulo
Ler agora
Baixar livro