Tarde demais para o perdão dele

Tarde demais para o perdão dele

Gavin

5.0
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10
Capítulo

O homem que eu amava, o homem com quem eu ia me casar, me pediu para salvar a vida da minha irmã gêmea. Ele não olhou para mim enquanto explicava que os rins de Anabela estavam parando de funcionar completamente. Então, ele empurrou os papéis de anulação do noivado pela mesa. Não era apenas o meu rim que eles queriam. Era o meu noivo também. Ele me disse que o último desejo de Anabela era se casar com ele, mesmo que por um único dia. A reação da minha família foi brutal. "Depois de tudo que fizemos por você?", minha mãe berrou. "Anabela salvou a vida do seu pai! Ela deu um pedaço de si mesma! E você não pode fazer o mesmo por ela?" Meu pai estava ao lado dela, com o rosto sombrio. Ele me disse que se eu não fizesse parte da família, eu não pertencia à casa dele. Eu estava sendo expulsa. De novo. Eles não sabiam da verdade. Não sabiam que, cinco anos atrás, Anabela drogou meu café, me fazendo perder a cirurgia de transplante do nosso pai. Ela tomou o meu lugar, surgindo como uma heroína com uma cicatriz falsa, enquanto eu acordava em um hotelzinho barato na beira da estrada, taxada de covarde. O rim que pulsava dentro do meu pai era meu. Eles não sabiam que eu só tinha mais um rim. E certamente não sabiam que uma doença rara já estava devastando meu corpo, me dando apenas alguns meses de vida. Arthur me encontrou mais tarde, com a voz rouca. "Escolha, Aurora. Ela, ou você." Uma calma estranha tomou conta de mim. O que mais importava? Olhei para o homem que um dia me prometeu a eternidade e concordei em assinar minha sentença de morte. "Tudo bem", eu disse. "Eu faço."

Capítulo 1

O homem que eu amava, o homem com quem eu ia me casar, me pediu para salvar a vida da minha irmã gêmea. Ele não olhou para mim enquanto explicava que os rins de Anabela estavam parando de funcionar completamente.

Então, ele empurrou os papéis de anulação do noivado pela mesa. Não era apenas o meu rim que eles queriam. Era o meu noivo também. Ele me disse que o último desejo de Anabela era se casar com ele, mesmo que por um único dia.

A reação da minha família foi brutal.

"Depois de tudo que fizemos por você?", minha mãe berrou. "Anabela salvou a vida do seu pai! Ela deu um pedaço de si mesma! E você não pode fazer o mesmo por ela?"

Meu pai estava ao lado dela, com o rosto sombrio. Ele me disse que se eu não fizesse parte da família, eu não pertencia à casa dele. Eu estava sendo expulsa. De novo.

Eles não sabiam da verdade. Não sabiam que, cinco anos atrás, Anabela drogou meu café, me fazendo perder a cirurgia de transplante do nosso pai. Ela tomou o meu lugar, surgindo como uma heroína com uma cicatriz falsa, enquanto eu acordava em um hotelzinho barato na beira da estrada, taxada de covarde. O rim que pulsava dentro do meu pai era meu.

Eles não sabiam que eu só tinha mais um rim. E certamente não sabiam que uma doença rara já estava devastando meu corpo, me dando apenas alguns meses de vida.

Arthur me encontrou mais tarde, com a voz rouca.

"Escolha, Aurora. Ela, ou você."

Uma calma estranha tomou conta de mim. O que mais importava? Olhei para o homem que um dia me prometeu a eternidade e concordei em assinar minha sentença de morte.

"Tudo bem", eu disse. "Eu faço."

Capítulo 1

Ponto de Vista: Aurora Martins

O homem que eu amava, o homem com quem eu ia me casar, me pediu para salvar a vida da minha irmã. E então me entregou os papéis para acabar com a nossa.

Arthur Bastos não olhou para mim enquanto deslizava o documento sobre a madeira polida da minha pequena mesa de jantar em Curitiba. Seu maxilar estava tenso, um músculo se contraindo logo abaixo da orelha. A exaustão em seus olhos não era apenas por falta de sono; era um cansaço profundo, um cansaço na alma que vinha se instalando há semanas.

"É a Anabela", ele disse, a voz baixa e áspera, como se tivesse engolido cascalho. "Os rins dela... estão parando, Aurora. Completamente."

Eu não me movi. Eu já sabia. Os sussurros na casa da minha família haviam se tornado um rugido que eu não podia mais ignorar. Minha irmã gêmea, Anabela, a frágil boneca de porcelana que minha família passou a vida inteira protegendo, estava finalmente se quebrando.

"Os médicos disseram que ela precisa de um transplante. Imediatamente."

Eu tracei a borda da mesa com o dedo, meu olhar fixo nos papéis. As palavras no topo eram duras e pretas: ANULAÇÃO DE NOIVADO.

Ele finalmente levantou o olhar, seu rosto lindo marcado por uma dor tão profunda que quase parecia minha. "Precisamos do seu rim, Aurora."

Aí estava. O pedido que não era um pedido. Era uma exigência, disfarçada de desespero. Ele hesitou, a mão pairando no ar entre nós antes de cair ao seu lado. Foi um pequeno gesto de derrota.

"É a única maneira de ela aceitar", ele continuou, a voz ainda mais baixa. "Ela se sente... culpada. Por nós. Ela acha que está nos separando."

Eu quase ri. O som que escapou da minha garganta foi seco e oco. Anabela, sentindo-se culpada. Essa era nova.

"Seus pais concordam. Todos nós. É o melhor a se fazer." Ele tentava soar resoluto, como um homem tomando uma decisão difícil, mas necessária. Mas eu podia ver as rachaduras em sua armadura. Eu podia ver o homem que eu amava se afogando sob o peso das expectativas da minha família.

"Eu ainda te amo, Aurora. Você precisa saber disso", ele sussurrou, e essa foi a parte que realmente me quebrou. Não a exigência do meu órgão, nem mesmo os papéis de anulação. Foi a mentira. A mentira suave e gentil que ele contou a si mesmo, e a mim, para fazer a lâmina de sua traição deslizar mais facilmente.

"Depois que ela se recuperar", ele prometeu, seus olhos me implorando. "Depois que tudo isso acabar, podemos consertar as coisas. Eu prometo."

Meu olhar voltou para o documento legal. Uma promessa de um homem que estava me pedindo para assinar o fim do nosso futuro. Não valia nada.

Anabela foi cronicamente doente a vida inteira, ou assim nos disseram. Um coração fraco, pulmões frágeis, uma constituição que não aguentava estresse. Ela era uma flor delicada que precisava de cuidados constantes, enquanto eu era a erva daninha resistente que podia ser negligenciada, pisoteada, e da qual se esperava que crescesse de novo com a mesma força.

Agora, seus rins haviam falhado. Doença renal em estágio terminal. As palavras soavam clínicas, distantes, mas seu significado era uma sentença de morte sem um doador.

E, segundo Arthur, ela tinha um último desejo antes de sucumbir à escuridão.

"Ela quer se casar comigo, Aurora", ele confessou, as palavras saindo em uma torrente de vergonha. "É... o último desejo dela. Ser minha esposa, mesmo que por um dia."

Ser a esposa do meu marido.

Ele tentava suavizar, enquadrar como um sacrifício nobre, um ato final de misericórdia por uma garota moribunda. "É só uma cerimônia, Rory. Não significa nada. Meu coração está com você."

Sua luta era palpável. Ele passou a mão pelos cabelos escuros, o gesto frenético. Ele estava sendo despedaçado e, em seu desespero, escolheu me sacrificar para se salvar do tormento.

Olhei para os papéis novamente. Meu nome, Aurora Martins, digitado ao lado de uma linha em branco. O nome dele, Arthur Bastos, já assinado com uma caligrafia confiante e familiar.

Ele estava me pedindo para dar à minha irmã meu rim, meu noivo e meu futuro. Tudo em uma única e limpa transação. E ele estava fazendo isso com uma declaração de amor nos lábios.

A ironia era tão espessa que eu podia senti-la, amarga como veneno na minha língua.

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