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(Fernando)
— Tudo Pronto, Fernando. A audiência está marcada para semana que vem, mas seria interessante se vocês entrassem em acordo.
Vinícius, meu amigo e advogado fala ao se sentar em sua cadeira novamente.
— Não sei por que ela faz isso, cara. – Respondo levantando os óculos e pressionando meus olhos em seguida com o indicador e o polegar.
— Isso é típico, amigo. Ela quer dificultar as coisas pra você, é isso. E é por isso que eu não quero casar.
Falou dando-me seu sorriso de cafajeste. Balanço a cabeça em negação. Entre meus amigos sempre fui o mais certinho, todos sempre falavam isso e até implicavam comigo, Vinícius era o contrário: cafajeste até a última gota de sangue.
— Você ainda não encontrou a pessoa certa, Vinícius, aquela que vai mexer com você. Por isso fala dessa forma.
— Samara mexeu bastante com você, não é. – Falou recostando-se e cruzando os braços. – Mexeu com sua cabeça e com seu bolso.
— Eu era muito jovem. Me casei aos 26 anos, fui pai aos 27. Era para ter esperado mais, mas ela parecia tão perfeita, tão linda e inteligente... – Divaguei lembrando-me da Samara por quem me apaixonei, totalmente diferente da mulher que ela é hoje.
— Você ainda gosta dela, não é?
— Infelizmente. – Puxo o ar profundamente. – Mas não era a mesma já havia muito tempo.
— O casamente de vocês durou muito pouco tempo. Foi o quê? Três anos?
— Quatro. E parece que foi ontem que nos separamos, mas já se foram dois anos.
— E ela ainda não te deixa em paz.
— Não. Ela quer dinheiro, coisa que não tenho. – Apoio as mãos nos braços da cadeira e me levanto, pegando a bolsa de livros ao meu lado. – Vou indo. Preciso te deixar trabalhar e eu tenho que trabalhar também.
— Vou ligar para ela e propor uma reunião para amanhã, pode ser?
— Pode. Queria ver meu filho essa semana ainda. Já faz dois meses que não o vejo.
— Vou fazer o possível para que você veja seu filho. Topa sair para beber hoje à noite?
Eu ri e balancei a cabeça.
— Quando quero esfriar a cabeça vou para o mar, não tenho grana pra doses caras de bebida.
— Vamos cara, eu pago. – Olhei de lado para meu amigo. – Vai ter umas gatinhas por lá, quem sabe você não gosta de uma delas. – Pisca para mim. Ele não presta mesmo. Acha que estou com cabeça para mulher.
— Estou precisado beber mesmo, eu acho. Te encontro lá mais tarde.
— É isso, amigo. – Ele se levantou me acompanhando até a porta. Nos despedimos e fui em direção ao elevador.
Aproveitei meu horário de almoço para ver como anda meu processo de visitação. Se a pensão alimentícia cair faltando dez centavos, ela liga fazendo escândalo, mas faz de tudo para atrapalhar a visitação de meu filho. Tenho direito e vou lutar por ele.
Mas como resultado de sair na hora do almoço, vou ter que pegar qualquer coisa no meio do caminho para enganar a fome.
Peguei meu carro na garagem do prédio e segui para a escola onde trabalho. Na estrada passei em um drive-thru e comprei batatas e refrigerante, sei que não é um almoço saudável, mas por hoje teria que bastar.
Enquanto dirigia, fui comendo meu lanche super saudável à caminho da escola, por sorte, não peguei retenção no trânsito e cheguei bem na hora.
Sentei-me em minha cadeira e me preparei para mais um dia de aula. Beber hoje à noite com os caras seria uma boa ideia, pois eu não teria como pegar onda hoje, então o jeito pra relaxar era com uma boa bebida.
***
Parei o carro em frente ao bar, ainda em dúvida se entraria ou não. Beber me pareceu uma boa ideia, até que me lembrei que não sou bom com bebidas. Um carro parou atrás de mim buzinado.
— Droga! – Liguei o carro e entrei no estacionamento do bar. Parece que não tinha mais jeito.
Entrei no local e os caras já estavam lá. Vinícius me viu assim que cheguei e acenou para que eu fosse até onde estavam, como se eu não os estivesse vendo.
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