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O Padrasto 2
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27
Capítulo

Você sabe o poder que tem uma mentira? Ela pode mudar o curso de uma vida. Julha Thompson se apaixona perdidamente pelo homem que ela acredita ser o seu grande inimigo, o namorado da sua mãe. Por mais que tente negar, Julha já está marcada por ele, para ele, mas nada é tão simples como parece. Viver o romance proibido com o seu padrasto está fora de cogitação. Mantê-lo distante é um dos seus maiores desafios, mas a vida prega muitas peças e irá mostrar a Julha que o maior desafio ainda está por vir. Um romance regado a desejos, luxúria, mentiras e traições. Na parte final de um sucesso da literatura nacional, Deane Ramos nos mostra em "O Padrasto II" como uma mentira pode mudar toda a trajetória da vida.

Capítulo 1 Capitulo Um

Neste mundo há apenas duas tragédias:

uma a de não satisfazermos os nossos desejos,

e a outra a de os satisfazermos.

Oscar Wilde

— Qual é o seu problema, garota? — grita, visivelmente irritado.

Eu estremeço, amedrontada com o seu tom de voz alterado. Em alguns momentos, Christopher me causa medo. Ergo o queixo em um gesto imponente, impedindo que ele note o quanto fraca eu fico diante de sua presença.

— Qual é o meu problema? — rio com ironia e me viro de costas para ele. — Você acabou de destruir o celular que papai me deu antes de partir — digo, com lágrimas nos olhos — jogando-o contra a parede, e ainda tem a cara de pau de perguntar qual é o meu problema? — completo, desolada ao ver os pequenos fragmentos do meu celular espalhados pelo chão.

Ele evita contato visual, está visivelmente envergonhado por sua atitude. Com movimentos bruscos, ele solta o meu braço, então passo a mão sobre o local atingido, onde sinto uma ardência se misturando com pequenas marcas vermelhas deixadas pelos seus dedos na minha pele branca. Seus olhos deslizam pelo meu braço marcado por sua ira e eu o vejo apertar os lábios entre os dentes.

— Você me tira do sério. — Bufa.

Com passos largos, Christopher caminha dentro do cômodo de um lado para o outro, parecendo irritado. Eu tenho a consciência de que muitas vezes eu o faço perder a cabeça, mas nada que justifique a sua atitude. Lágrimas escorrem pelo meu rosto, lágrimas de decepção.

— Você me faz perder a cabeça, Julha.

— Eu só estava...

— Não quero saber o que você estava pretendendo quando atendeu à ligação daquele moleque idiota — ele me interrompe. Seu tom de voz me assusta, mas eu não deixo que ele perceba. — Você está aqui, comigo — grita e acabo dando um passo para trás com o susto. Em passos lentos, ele se aproxima. — Você não pode fazer isso quando estiver comigo. — Gesticula com as mãos, enquanto dou mais um passo para trás.

— Ele é o meu namorado. Qual é o problema nisso? — Engulo em seco e seus olhos, que agora carregam um tom acinzentado, me fuzilam. — Eu não vou deixar de falar com ele apenas por que sei que você... Ai! — assustada, solto um grito ao sentir suas mãos me pegarem de surpresa e me colocarem contra a parede, prendendo os meus pulsos acima da cabeça.

Nossos rostos estão tão próximos que consigo sentir a sua respiração ofegante e o hálito de hortelã. Engulo em seco, excitada. O meu padrasto é a minha tentação. Sua língua desliza por seus lábios, umedecendo-os, despertando ainda mais a minha libido.

— Entenda uma coisa, Julha Thompson — umedece mais uma vez os lábios e dá uma leve mordida em seu lábio inferior e, em seguida, seus olhos queimam o meu corpo —, quando você estiver comigo, sua atenção deve se voltar apenas e unicamente para mim.

Ele cola ainda mais o seu corpo ao meu, então sinto o seu pau enrijecido roçar na minha virilha. Um gemido de excitação vindo do fundo da minha garganta escapa da minha boca. Um sorriso malicioso dança em seus lábios e ele me surpreende quando sua boca possui a minha com urgência.

Não penso muito, só me deixo levar pelo momento. Somos apenas nós matando o nosso desejo carnal. O nosso beijo se aprofunda, arrebatador. Seus lábios me consomem quente, excitante, minha razão exige que eu pare, mas a minha língua não me obedece e tudo o que eu quero é ter mais da sua boca gostosa. Uma mão segura firme a minha nuca, ao mesmo tempo em que a outra pressiona a minha cintura. Um gemido rouco de excitação escapa pelos meus lábios, meu corpo está quente, formigando em resposta à sua ereção pressionada contra a minha intimidade. Ofego.

Ao me dar conta da loucura que estou cometendo, espalmo as mãos em seu peito e o afasto para longe, parando o nosso beijo. Então o gosto amargo do arrependimento apodera-se de mim com força.

— O que há com você? — ele pergunta, as sobrancelhas arqueadas, surpreso. O cretino não está acostumado a ser rejeitado.

— Você realmente não sabe o que há comigo? — rio com escárnio e balanço a cabeça em negativa.

Raiva é o sentimento que descreve o meu estado emocional neste momento. Ele não podia ter feito isso, não com uma doce lembrança que eu havia recebido do meu pai antes de sua partida. Não é pelo valor do material, posso ter dezenas de aparelhos como este, mas nenhum terá o mesmo valor sentimental.

Um filme daquele dia se passa em minha cabeça e eu me recordo de quando ele me presenteou com o objeto. Era visível a sua ansiedade por saber qual seria a minha reação. O meu peito aperta e eu sinto saudades. Saudades do meu pai, o homem que além de ser um bom filho e um ótimo marido, era um pai excepcional. Ele dedicou até o seu último dia de vida para ver a sua família feliz.

— Julha, estou falando com você. — Ele me desperta do meu devaneio.

Estremeço com a rispidez com que se dirige a mim, então ergo o meu queixo de maneira imponente e volto a me revestir de uma falsa confiança.

— O que está acontecendo? — Ele se aproxima, mais do que eu gostaria, e pousa suas mãos em meus braços, segurando-os com firmeza, mas se me machucar.

Minha pele fica arrepiada e meu coração falha uma batida. Eu o fito com surpresa, ao mesmo tempo que um sentimento de raiva lambe o meu corpo como uma tocha de fogo que toca a minha pele, queimando e ardendo, semicerro os olhos com a visão embaçada por conta das lágrimas não derramadas.

— Por que você me odeia tanto? — Um soluço escapa da minha boca. Meu corpo estremece e meu sangue circula rapidamente tamanha é a ira que sinto. Eu deveria, mas não controlo a língua. — O que foi que eu fiz para você me odiar tanto? Vamos, me diga. — Deslizo a língua em meus lábios molhados e salgados das lágrimas que eu não havia notado que caíram. Rapidamente, passo a mão em meu rosto para secá-las.

— Julha... Julha, me ouça. Eu... eu quero que me desculpe... — gagueja. Com um único movimento, ele se aproxima, agarra o meu braço e me puxa para perto de si, colando os nossos corpos. Os nossos olhos se cruzam por alguns minutos, segundos talvez, não sei exatamente, mas é tempo suficiente para que ele deixe escapar através deles um resquício de arrependimento.

— De onde você tirou isso, meu doce? Eu não te odeio. — Ele pousa uma de suas mãos em minha nuca, trazendo a minha cabeça para o seu peito.

— Por favor, Christopher, me deixe — peço como súplica, mas é tarde demais, ele me envolve em seus braços em um abraço carinhoso.

— Querida, me desculpe. — Sua voz soa rouca e ele parece arrependido.

Carinhosamente, seus lábios tocam o topo da minha cabeça. Meu coração bate acelerado com a aproximação, mas eu me recuso a ceder às suas investidas. Cruzo os braços na frente dos meus seios na tentativa de controlar o louco desejo de envolver as mãos em volta da sua cintura e o abraçar com força. Intencionalmente, fecho os olhos e me deixo seduzir por seu perfume amadeirado, inalando como se eu necessitasse dele para sobreviver. Seu perfume me acalma, é um bálsamo para a minha alma.

— Julha, me perdoe. Eu me descontrolei, não deveria, sei disso, mas aconteceu. Eu quero que me perdoe, princesa. — Com uma de suas mãos, ele prende o meu corpo contra o dele e desliza carinhosamente a mão em minhas costas. Seu coração bate descompassado e sua respiração é ofegante. Eu me sinto embevecida por seu hálito de hortelã misturado ao seu perfume quando invade as minhas narinas. Esta é suficiente para me deixar excitada.

— Eu quero beijar você — enuncia.

Loucamente, eu anseio pelo toque dos seus lábios e, da mesma maneira que a sua respiração, a minha está descompassada, mostrando que as suas palavras me afetam.

— Christopher, é melhor pararmos por aqui...

— Me diga como? — Ele afasta alguns centímetros o seu corpo do meu, toma o meu queixo em uma de suas mãos e me fita com desejo. — Sua boca, não permite, Julha — sua voz soa como um sussurro. Ele morde seu lábio inferior, fazendo todo o meu corpo arrepiar.

Sinto o seu pau totalmente ereto roçar em minha vulva e uma lufada de ar desprende da minha garganta antes de me dar conta que estou molhada de tesão.

— Eu digo quando parar, pequena.

Um sorriso malicioso dança em seus lábios, e eu confesso para mim mesma que o quero aqui e agora. Eu sabia que não adiantaria nada me negar, porque de alguma forma já pertencia a ele. Fecho os olhos e permito a sua aproximação. A ponta da sua língua quente toca os meus lábios, então choramingo. Não consigo esconder o sorriso de satisfação que estampo em meu rosto. Ele contorna lentamente os meus lábios com sua língua, umedecendo-os, aguçando a minha libido.

— Entenda isso de uma vez por todas, Julha Thompson. — Ele molha mais uma vez seus lábios e meus olhos acompanham minuciosamente os movimentos, enquanto engulo em seco, concentrada em sua boca convidativa.

Os seus olhos percorrem o meu rosto, queimam meu colo, que sobe e desce freneticamente com o ritmo acelerado da minha pulsação. Christopher aproxima seus lábios dos meus e seus dentes branquinhos alcançam a minha boca, mordiscando o meu lábio inferior. Eu sei onde ele quer chegar e não me farei de rogada, desejo insanamente ser possuída por ele.

— Ouça, pequena, quando estivermos juntos, apenas eu e você, a sua atenção deve se voltar unicamente para mim — diz em seu modo autoritário.

— Humm. — Com a boca aberta e ofegante, gemo em excitação.

— Isso, geme pra mim, meu doce. Exponha os seus desejos mais obscuros. — Ele eleva os meus pulsos e prende um de cada lado acima da minha cabeça, enquanto a sua boca se aproxima da minha e me deixa ansiosa por seus beijos. Sua boca vai de encontro a minha. Seu beijo me excita. Sua língua me invade. Ele segura o meu rosto entre as mãos e aprofunda o beijo. Chupa, morde e lambe a minha língua intensamente.

— Eu quero... — digo, entre o beijo, antes de girar lentamente os quadris, pressionando a minha vulva contra a sua ereção para sentir mais do seu desejo. Christopher é gostoso e eu almejo ter mais dele. Quero libertar os meus pulsos das suas mãos, mas ele não permite e os mantém seguro com mais um pouco de força, porém sem me machucar.

— O que você deseja, meu anjo? — sussurra com os lábios próximos da minha orelha. Sua língua passeia por ali, penetra, sussurra palavras sujas, deixando a minha pele arrepiada.

— Você — digo, com a voz rouca e as pernas trêmulas.

Uma de suas mãos toca a minha intimidade por cima da roupa. Estremeço. Eu não sei qual será o seu próximo passo, mas já estou entregue e não me importo mais, quero apenas me entregar.

— Eu não ouvi, querida — provoca, deslizando a língua entre os meus lábios e me fazendo gemer.

Nossas línguas voltam a se unir e iniciam uma dança sensual. Sua respiração se torna pesada. Suas mãos habilidosas libertam meus pulsos e se concentram em minha cintura, então com os pulsos libertos, deslizo os meus dedos entre seus cabelos macios, cheirosos, enquanto uma de suas mãos envolve o meu cabelo preso em um rabo de cavalo.

— Eu quero você — digo, trêmula, e engulo uma boa quantidade de saliva que se formou em minha boca. — Por favor — peço, como uma enferma em busca da cura.

Sinto um pequeno sopro de ar que saiu com o seu sorriso malicioso bater contra o meu rosto.

— Você me leva à loucura, menina.

Levemente, ele puxa a minha cabeça para trás e um ardor gostoso percorre a minha pele. Sua mão livre desliza para dentro da minha blusa, seguindo para a minha barriga lisa, arrepiada, e em poucos segundos alcança os meus seios de auréola rosada e mamilo pontudo.

É desejo, prazer, a insana necessidade de sentir o toque dele me faz suspirar. Um beijo quente, molhado e tenso sela esse momento. Só se ouve gemidos, estalo de bocas e o barulhinho das roupas sendo tiradas do corpo.

Meus seios desnudos ficam ao seu dispor. Flexionando os joelhos para que os seus lábios fiquem na altura dos meus seios, ele aproxima a boca de um dos meus mamilos e dá um leve assopro em direção à pequena protuberância.

— Quero muito você — confesso, minha voz soa rouca. Descanso a cabeça contra a parede fria atrás de mim e fecho os olhos. O prazer que estou sentindo agora era desconhecido para mim, mas quando Christopher entrou em minha vida, despertou uma paixão ensandecida. Um sentimento que nunca imaginei que seria capaz de possuir.

— Vou tocar você em todos os lugares com a minha boca.

Estremeço, ele tem total domínio sobre mim. Prendo a respiração quando Christopher toma um dos meus seios na boca, sugando, lambendo, fazendo círculos em volta do mamilo com a ponta da sua língua quente, mordendo, chupando. Fito os meus seios e vejo que ele conseguiu o que almejava, estou com a sua marca. Marcada por seu desejo.

Seus lábios percorrem de um seio a outro, depositando selinhos estalados no colo, ombros, queixo e, por fim, alcança os meus lábios avermelhados pela intensidade dos nossos beijos. Sua boca suga a minha língua e acabo gemendo e arqueando as costas para aproximar mais o seu membro duro da minha pélvis, como um pedido silencioso para que ele me penetre duro e forte.

Levo as mãos para a sua camisa e a tiro, passando por um braço seguido do outro e, por fim, separamos os nossos lábios para passar por sua cabeça antes de ele jogar junto com as minhas roupas em um canto qualquer. Seus dedos quentes e trêmulos deslizam entre os meus seios e descem pela minha barriga, cintura, até o meu pequeno monte de Vênus. Minha pulsação bate acelerada, ansiando pelo próximo passo que ele irá dar.

— Vou percorre cada centímetro da sua boceta com meus dedos, minha língua e o meu pau.

Mordo o lábio inferior, desejando loucamente o cumprimento de suas promessas. Com os lábios, ele desprende os meus dos dentes antes de sua mão alcançar a minha boceta, que pulsa e vibra.

— Meu Deus, Julha, você está ensopada. — Seus dedos tocam suavemente o meu clitóris e inicia uma tortura com movimentos circulares, deixando-me em estado de êxtase. Eu saracoteio sobre os seus dedos ao mesmo tempo em que seu dedo do meio desliza lentamente para dentro de mim, torturando-me.

— Ah, Christopher — gemo, minha voz soa falha enquanto a respiração está ofegante.

— Você vai pagar caro por ter atendido àquele telefonema, porra. — Ele força o seu dedo em minha entrada.

— Então, o que está esperando? Me foda, eu não vou aguentar por muito tempo, estou no meu limite — peço em tom de súplica.

Ele me pega de surpresa ao deslizar o dedo em minha carne úmida, pulsante. — O que você deseja, minha gostosa?

Puta que o pariu, penso. Como posso dizer qualquer coisa que não sejam gemidos, sussurros e súplicas ao ter o seu dedo entrando e saindo lentamente dentro de mim, me possuindo. Fico olhando para ele, concentrado em apenas em me dar prazer. Não suportando mais de tanto tesão, eu suplico como se precisasse disso para viver. E preciso.

— Por fav... Ah! — gemo, me contorcendo sob a sua mão habilidosa.

— Peça, pequena — diz, com um sorriso safado nos lábios. Aquele sorriso que me faz derreter, que tem o poder de me fazer esquecer a nossa situação e o motivo principal que nos afasta — Katherine Cloney. Mas, ao mesmo tempo, o desejo que sentimos nos aproxima cada vez mais.

— Foda-me. — Lentamente e com movimentos precisos, ele dá duas estocadas, uma seguida da outra, então abro os meus lábios para puxar ar aos meus pulmões, enquanto um arrepio gostoso percorre a minha espinha ao vê-lo levar os dedos aos seus lábios, saboreando o meu suco.

— Gostosa — sua voz soa rouca.

Fico olhando para ele enquanto se distancia, tentando entender o que aconteceu.

— Vista-se — ordena de maneira brusca.

Christopher recolhe minhas roupas do chão e me entrega. Eu o fito por alguns segundos, buscando em sua expressão resquício do motivo que mudou o seu humor. Pego as roupas e, frustrada, fico sem conseguir acreditar no que ele está fazendo. Estou ofegante, com a pulsação acelerada, nua, minha intimidade está molhada, e mais do que irritada por ele ter me deixado como uma idiota cheia de desejo.

— O que houve?

— Se vista, eu a levarei até o seu quarto — diz, e, em seguida, sai e me deixa sozinha e confusa.

(...)

Logo após eu ter me instalado no quarto de hóspedes que Christopher me apresentou, eu tomo um banho demorado para aplacar o fogo que me consome antes de deitar o meu corpo, exausto pela viagem e pela não libertação do meu prazer, sobre a grande cama em dossel. Tudo aconteceu muito rápido, então o sono me domina.

Eu não sei exatamente por quanto tempo estive dormindo, mas foi tempo suficiente para que eu sinta o meu corpo mais relaxado ao ser despertada por um barulho de água que parece ser de chuva, mas, prestando mais atenção no som que antes parecia vir do lado de fora da casa, capto que ele está mais perto do que eu imagino — o som vem do chuveiro. Lentamente, eu me espreguiço e mando para longe as dores do corpo. Eu tenho certeza que não deixei o chuveiro ligado, então rapidamente me sento na cama, assustada. Meu corpo estremece e quando penso em sair correndo para ver quem está ali, paro no meio do quarto ao percorrer os meus olhos pelo cômodo e notar que a mala dele está ao lado da minha. Este quarto é de Christopher? Como pude me esquecer disso? Sim, este quarto é do Christopher! Confirmo isso ao ver na estante um porta-retratos com uma foto dele montado em um cavalo preto.

Em que momento vim parar no quarto dele? Mas, olhando a bela decoração rústica misturada à elegância da modernidade, eu me recordo vagamente que foi aqui que ele me deixou algumas horas atrás, quando eu estava sonolenta.

O que ele pretende com isso?

Olho para o relógio em formato de um cavalo em cima do criado-mudo em madeira rústica e me certifico que já passa das sete da noite. Eu havia dormido mais do que pretendia.

— Boa noite, dorminhoca.

Assustada, dou um salto para trás ao ouvir a sua voz levemente rouca e sedutora ecoar pelo quarto. Os pelos do meu corpo eriçam.

— Boa... boa noite — gaguejo. Extasiada, observo Christopher caminhar em direção à sua mala, gotas de água caem do seu cabelo sedoso e escorrerem por seu corpo, contornando cada gominho de seu abdômen antes de deslizar a caminho do V da perdição e morrer no tecido felpudo da toalha.

Entreabro os meus lábios ressecados, minha boca enche de água quando anseio deslizá-la sobre os gominhos que formam o seu abdômen. Não consigo abafar, um gemido rouco escapa dos meus lábios e, pelo sorrisinho irônico que vejo dançar em sua boca, sei que ele notou que sua imagem apenas de toalha me excita. Eu me reprimo. Tenho que aprender a controlar os meus desejos.

Mas como? Olhe para este homem, ele é uma tentação. Pela primeira vez desde que ele surgiu, “meu demônio interior” começou a dizer insanidades, e eu concordo com ele.

— O que você faz aqui? — Desvio o olhar do seu corpo parcialmente nu. Mesmo através do tecido da toalha, fica nítido o seu membro levemente ereto, e isso faz meu rosto aquecer.

— Timidez não combina com você, pequena. Você conhece perfeitamente bem cada parte do meu corpo, não precisa se sentir assim. — Ele dá uma piscadela provocativa.

Exibido.

Ele tem razão, eu conheço cada parte do seu maldito e delicioso corpo. Se concentre, Julha, repito para mim mesma.

— Você não respondeu a minha pergunta. — Volto a manter contato visual.

Com as roupas nas mãos, ele se aproxima e eu me sinto como uma presa acuada por um predador. Eu recuo a cada passo dele e paro quando a cama impede que eu continue. Caio deitada sobre o lençol macio que a cobre e apoio o meu corpo sobre os cotovelos. Christopher se coloca diante de mim, alto e forte, fazendo a minha respiração se tornar ofegante e a minha pulsação acelerar com a sua aproximação.

Ele se ajoelha na cama e se aproxima rápido demais, mal tenho tempo para me preparar para um suposto contra-ataque. Ele me coloca entre suas pernas e toma meu rosto entre suas mãos, seus dedos fortes tocando meu queixo para que eu o olhe enquanto seus lábios se aproximam dos meus. Engulo em seco. Ele é muito lindo, sedutor, mas ainda estou com raiva por sua atitude, então viro o rosto para evitar o contato dos nossos lábios.

— Está bem — sorri com ironia. — Eu não tenho pressa para te comer gostoso. — Ele beija meu rosto. — Eu vou esquentar o jantar. — Christopher se afasta e fica de pé ao lado da cama, seu membro grande e grosso semiereto, seus olhos cravados em mim enquanto veste a bermuda e me deixa mais uma vez excitada pra cacete.

— Se vista, e quando estiver pronta, desça. Eu tenho planos para nós essa noite — sorri malicioso. — Não demore. — Apenas vestido em sua bermuda preta e com o cabelo lindamente bagunçado, ele pega a tolha, se vira e sai.

Como uma boba apaixonada, eu me levanto e sigo em passos largos até o banheiro, prendo o cabelo em um coque frouxo e aperto levemente as minhas bochechas, dando-lhes um tom rosado. Escovo os dentes e, em seguida, saio do banheiro e volto para o quarto, indo até a minha mala para pegar o par de chinelos e sair, fechando a porta trás de mim.

Descendo os degraus da escada em madeira, sou tomada pelo aroma inebriante de pizza que invade a casa. Ele preparou o meu prato predileto.

— Eu estou aqui, minha pequena. — Sem mesmo me ver, ele sente a minha presença, então sigo o som de sua voz e chego à cozinha, que também tem uma decoração rústica que combina com eletrodomésticos moderno.

Meus olhos pousam sobre ele em adoração. O seu peito nu está levemente coberto de farinha, a bermuda está sensualmente baixa em seus quadris, deixando à mostra o caminho do prazer. Arrepios vão da minha boceta ao meu rosto.

— Sente-se — ele ordena, de costas para mim. Não me faço de rogada, sento-me à mesa já posta com uma garrafa de vinho, porcelanas e talheres visivelmente luxuosos. — Tem preferência? — pergunta, enquanto, com movimentos precisos, retira a pizza de margherita do forno antes de pousar seus olhos sobre mim, com uma expressão doce.

Faço sinal de negação com a cabeça, então Christopher serve um copo com refrigerante para mim, uma fatia fumegante da pizza e depois de se servir, toma seu lugar à mesa.

— Você foi quem preparou tudo?

Ele assente com a cabeça. — Sim, fui eu.

— Eu não conhecia seus dotes culinários — digo, divertida, enquanto arqueio a sobrancelha, em surpresa.

— Você tem muito que aprender sobre mim, princesa. — Ela dá uma piscadela sexy. Christopher é um homem apaixonante.

Nosso jantar segue em perfeita paz e harmonia. Como sobremesa, ele oferece um delicioso fondue de chocolate com frutas. Eu o ajudo a lavar a louça e guardar os utensílios e, em seguida, nós nos dirigimos para a sala de visitas e nos sentamos no sofá de frente para a lareira, que começa a aquecer o ambiente.

— Vou fazer uma cama para nós. — Com o cenho franzido, eu o fito. Christopher me deixa confusa às vezes. Ele se levanta e sai, voltando minutos depois com alguns lençóis, travesseiros e cobertores. — Vamos dormir aqui — ele diz, convicto de que eu vou aceitar.

Aí eu me pergunto, tem como negar? Entorpecida por sua beleza, eu observo cada movimento dele ao improvisar o nosso ninho de amor.

— Você é louco — digo, com um sorriso divertido no rosto.

— Por quê? — pergunta, sem desviar atenção do que está fazendo.

— Porque ao mesmo tempo em que você parece me odiar mais que tudo na vida, você me trata com tanto carinho, que chego a acreditar que sou importante pra você. É confuso. — Dou de ombros e ele sorri, divertido.

— O problema é que eu tento te odiar, quero mandar você para longe — dá de ombros —, mas o que eu sinto me impede. — Suas palavras me pegam de surpresa e meu coração bate acelerado.

— O que você sente? — pergunto, esperando ouvir as palavras saírem dos seus lábios.

— Julha. — Seu tom de voz é afadigado.

— Vamos, diga — insisto.

— Carinho, Julha. Eu sinto um grande carinho por você. Pronto. Está satisfeita? — Ele estala a língua.

Não era exatamente essas palavras que eu gostaria de ouvir, mas já é um grande passo.

— Venha, sente-se aqui. — Ele bate a mão ao seu lado, na cama improvisada, então não me faço de rogada e vou ao seu encontro. Nossos olhos se encontram e eu o encaro, fascinada. Eles são tão incríveis.

Ele entreabre seus lábios e lentamente se aproxima, me fazendo respirar de maneira arfante, com dificuldade, enquanto meu corpo estremece. Ele é perfeito.

Carinhosamente, ele deita o meu corpo sobre a nossa cama e fica por cima de mim, colocando uma perna de cada lado do meu corpo. Então Christopher segura os meus pulsos de um jeito autoritário acima da minha cabeça, mas seu toque é suave. Meu corpo estremece novamente ao sentir o seu hálito quente bater na pele despida do meu pescoço.

— Você é minha. — Seu sorriso só me faz ter certeza do quanto eu amo o meu padrasto.

— Sim, sou sua — declaro, mandando a timidez para longe.

Seus músculos tensionam e seu membro duro roça em minhas coxas ao mesmo tempo em que sua língua encontra a minha orelha, fazendo um ronronar gutural escapar dos meus lábios.

Sou arrebatada pela aflição da lasciva, seus lábios tocam os meus, macios e quentes. Sua língua pede passagem, então concedo enquanto uma de suas mãos desce uma alça do meu vestido, seguida de outra. Meus seios ficam expostos, sensíveis, doloridos, pesados, os bicos duros tocando o seu peito. Minha respiração está descontrolada.

— Eu vou te comer lentamente e gostoso, Julha — diz, ao pararmos o beijo.

— Eu quero você. — Eu engulo em seco e minha boceta palpita.

Ele geme, excitado, então desliza os dedos por cima da renda fina da minha lingerie já úmida.

— Molhada, cremosa, quente. — Ele toma a minha boca novamente com lambidas profundas e famintas. Suas mãos tocam a curvatura dos meus seios, me excitando ainda mais, então gemo contra a sua boca. Seus dedos habilidosos afastam para o lado a minha calcinha e um dos dedos desliza para dentro da minha carne molhada. Sentir o prazer do seu toque me faz fechar os olhos. — Olhe pra mim enquanto fodo você.

Ele se afasta e tira o short, deixando livre o pau duro e grosso, revelando as veias pulsantes, para delírio do meu corpo que está em chamas por ele. Christopher retira um preservativo de dentro do bolso do short, rasga o invólucro e, em seguida, o desliza pelo seu membro. Com um movimento brusco, ele puxa a fina tira da minha calcinha, minha pele arde, queima. Agarrando a parte de trás dos meus joelhos, ele ergue as minhas pernas e deixa a minha intimidade completamente exposta antes de acariciar com seus dedos.

— Por favor — peço, ofegante, sentindo a tensão em meu corpo trêmulo.

— Isso, pequena, implore por mim. — Com as veias grandes e pulsantes envolvendo o seu mastro, lentamente adentra as paredes úmidas da minha intimidade, fazendo-o rugir com o contato. — Puta merda, como você é apertada. — Ele se afasta e volta a enfiar novamente.

Observo vidrada o seu membro brilhando com o meu suco. Ele se afasta mais uma vez e, em seguida, volta à penetrar duro, forte, aumentando gradativamente as estocadas. Seus lábios alcançam o meu mamilo e ele morde, lambe, então cravo as unhas em seus músculos tensos. Eu me contorço, exigindo que ele vá mais fundo, deixando-o ainda mais envolto em meu suco.

— Ah, por Deus. — Ele estremece.

Eu me contorço, seu membro é grande demais e me faz ofegar quando ele entra ainda mais fundo.

— Você é muito quente, apertada. — É inegável a maneira erótica com que ele me possui.

— Chris... Ah, meu Deus, eu... eu vou gozar.

— Goze pra mim, pequena. Goze. Me dê o seu mel.

Lágrimas deslizam pelo meu rosto quando chego ao orgasmo. Christopher ofega e está chegando ao ápice, sinto o seu pau pulsar, eu o sinto respirar fundo e a começar tremer. De maneira dolorosa e longa, ele solta um gemido enquanto seu pau pulsa dentro de mim ao gozar.

Nossos corpos estão suados e exaustos, mas ele beija com carinho os meus lábios e gira para o lado, retirando o preservativo com seu esperma e, em seguida, o envolve na embalagem laminada e coloca em um canto da sala.

Como viemos ao mundo, completamente nus, Christopher volta a se deitar ao meu lado e estende sua mão para que eu me aproxime. Eu aceito de bom grado e deito a cabeça sobre o seu peito másculo, molhado pelo suor do nosso desejo. O meu coração bate descompassado e feliz com o pequeno gesto de carinho, mas que para mim significa muito.

— Eu adoro você, pequena. De um jeito que eu nunca senti por ninguém antes.

— Eu também adoro você — digo, um eu te amo preso na garganta.

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