Para todos que precisam de um recomeço. A culpa está queimando Eu estou ferido por dentro Não consigo suportar esse sentimento Então coloque a culpa na noite Não coloque a culpa em mim Blame (feat. John Newman) - Calvin Harris - Vamos, cara, você consegue! - Não sei se é uma boa ideia... - respondo, sincero. - Você sabe dirigir. Precisa deixar de ser tão medroso. - John, é uma descida alta - falo olhando para o morro. - Essa moto é para fazermos trilha. - Aponto para magrela. - Além do mais já está escuro. - Amarro o cadarço do meu tênis. Nossas roupas estão cheias de lama, John adora vir aos sábados fazer trilha no mato. Nossos pais não gostam, acham perigoso, mas acabam descobrindo só quando chegamos em casa, já que estão no trabalho quando saímos. Juntamos nossas mesadas com o dinheiro que ganhamos cortando a grama dos vizinhos e compramos esta moto. Isso foi motivo de outra briga lá em casa, mas acabaram se dando por vencidos depois de tanto insistirmos. - Deixa de besteira, mano. - Faz um gesto de desdém e sobe na moto. - Vem, vamos descer este morro logo. Preciso chegar em casa e tomar banho para ir encontrar a Hope. - Admite que está de quatro por ela - falo subindo na garupa. - A única que fica de quatro em nossa relação é ela, maninho - fala e pisca. Gargalho. Temos um ano de diferença e diferente de mim ele não é mais virgem. Olho para a descida do morro asfaltado a nossa frente e penso que se cairmos aqui vai ser pior que quando caímos no mato. John deixa o capacete pendurado no braço e liga a moto fazendo o motor roncar. Emprestei meu capacete para nosso vizinho ir trabalhar e mesmo assim viemos fazer trilha, isso vai ser motivo de mais uma briga lá em casa hoje. Nossa mãe vai encher o saco. - Se segura, pirralho! - brinca e o mando calar a boca. Ele põe a motocicleta em movimento acelerando. Sinto o vento em meu rosto e fecho os olhos curtindo o momento. - CARA - John grita -, PÕE O CAPACETE E SE SEGURA EM MIM. - Por quê? - pergunto. - Porque está me atrapalhando. - Tira uma mão do volante perdendo um pouco o controle. - Põe de uma vez e se segura! Eu o coloco e estranho estarmos indo tão rápido. - Acho melhor você diminuir a velocidade - falo. Ele tenta por um pé no chão tentando diminuir a velocidade e acho isso ainda mais estranho. - Cara, freia! - peço. - SE SEGURA! - grita jogando a moto para o lado. Tudo acontece muito rápido. Sou jogado para o acostamento, meu corpo dói com o impacto e demoro alguns segundos para voltar a pensar e me sentar. Quando faço, vejo meu irmão caído com sangue em volta. Tiro o capacete gritando por seu nome. Me levanto, sentindo minha perna latejar, paro ao seu lado gritando ainda mais por ele e entro em desespero quando vejo que o sangue no chão vem da sua cabeça. Naquela noite, eu o perdi. Ele viu que a moto ficou sem freio e deu o seu capacete para me salvar. Foi a sua vida pela minha. Naquela noite, eu também soube que nada mais seria como antes e que eu carregaria essa culpa pelo resto da minha vida.
Trabalho em dupla- tensão sexual
- Perfeito! - falo pegando pão de forma, presunto e queijo da
geladeira. - Acredito que eu ficaria sem jeito se tudo que comêssemos
fosse diferente, sei lá. Tipo, uma come e a outra fica olhando e vice-versa.
- Tento imaginar.
- É péssimo - ela admite. - Com minha antiga colega de quarto
era assim.
- E onde ela está?
- Se mudou para a Zeta Beta Tau. Seria maldade eu dizer que fiquei
muito feliz com isso? - ela revela.
- Não! - respondo de imediato e nós duas rimos. Mordo o
sanduíche, soltando um gemido. - Um sanduíche nunca foi tão bom - falo
com a mão na boca.
Ela ri.
- Você deve estar cansada. Quantas horas de viagem?
- Em torno de nove horas - respondo após engolir.
- Porra! Meu voo é de pouco mais de três horas e já acho muito.
- É, estou mesmo cansada.
Olho para a minha cama com lençol, um travesseiro e duas cobertas
dobradas sobre ela.
- O que acha de tomar um banho? - sugere. - Deita um pouco e
mais tarde faço um macarrão com queijo delicioso para jantarmos. - Pisca.
- Acho perfeito. Obrigada por me receber tão bem.
- Estou com esperança de que seremos boas amigas - sorri, me
fazendo retribuir o gesto.
Decido seguir seu conselho e vou até a minha mala procurar uma
roupa confortável. Amanhã arrumo tudo no pequeno closet. Tudo que preciso
agora é de um banho e, quem sabe, dormir um pouco.
Talvez a razão de
Todas as portas estarem fechadas
Era para você poder abrir uma
Que te levasse para a estrada perfeita
Firework - Katy Perry
- Ei, Priscila? - Sinto mexerem em meu ombro. - Ei - chama de
novo e eu abro os olhos, vendo Taylor de pé ao lado da cama.
- Oi! - Me sento, ainda sonolenta. Esfrego os olhos, pegando o
celular e vendo a hora, são oito e meia da manhã. - Nossa! Dormi tudo
isso? - pergunto, me lembrando que quando me deitei ontem era perto dás
seis da tarde.
- Sim, você estava mesmo cansada. - Ela passa a escova por seu
longo cabelo loiro. - Te acordei porque eu autorizei a entrada dos
entregadores de uma loja e eu preciso ir trabalhar. Eles já devem estar
subindo.
- Tá, eu atendo, obrigada. Deve ser a televisão que a minha mãe
disse que compraria.
- Pelo que eu vi através da janela, é bem mais que uma televisão.
- Ah... - respondo somente.
Não duvido que minha mãe tenha comprado bem mais que apenas
uma televisão.
- Falando em compras... - ela fala agora, calçando suas
sapatilhas -, entregaram mercado ontem e... nossa, é bastante coisa. E eu
não sei como vamos fazer para guardar tudo...
Suspiro alto.
- Eu deixei um pouco no closet, chego perto dás 13hrs hoje. Posso
te ajudar a arrumar tudo.
- Você tem planos? - pergunto, sem jeito. - Podemos sair para
comer algo ou... bom, se você não tiver planos.
- Eu não tenho planos. Na verdade, tenho poucos amigos, você vai
ver.
Não tenho tempo de responder, pois, batem na porta. Taylor atende e
eu logo me levanto, atendendo aos entregadores enquanto minha colega se
despede. Quando eles deixam a televisão e um espelho, dizendo que já
voltam, eu corro ao banheiro. Faço xixi, depois lavo as mãos e o rosto no
lavabo. Quando acabo de secar o rosto, a porta volta a ser abrir com os
entregadores.
A porta volta a se abrir várias vezes, na verdade.
Primeiro eu fico nervosa, porque eu não sei onde enfiar as várias
coisas que a minha mãe mandou. Então, pego meu celular em meio ao
desespero para ligar para ela, mas à essa hora eles já estão voando de volta
para o Brasil e o celular está desligado. Vou no app mandar uma mensagem
para ela, me deparando com várias suas.
Ela pensou em tudo.
Desenhos em uma folha de caderno indicam os lugares onde cada
coisa deve ser colocada. A partir de seus esboços, começo a indicar onde
tudo deve estar disposto aos homens e fico deslumbrada com o resultado. O
frigobar dá lugar a uma geladeira de modelo menor que as usuais. Um novo
armário com uma gaveta com porta talheres e um nicho para micro-ondas
também de tamanho menor. Em cima, um fogão elétrico de duas bocas.
Um móvel aéreo de três portas, que segundo a descrição da minha
mãe, é para guardar as louças. Ela comprou o básico, tudo quatro peças, a
não ser pelas panelas, que são apenas duas. Em frente à minha cama, onde só
havia um suporte para TV ontem, quando cheguei, agora há uma televisão
média e um armário estilo cômoda.
Segundo ela, podemos usar umas duas gavetas para guardar comida e
duas para produtos de higiene pessoal. No caso, uma gaveta para cada uma.
Em cima da cômoda, uma cafeteira e uma sanduicheira. Um espelho grande,
que agora está pendurado na porta do banheiro, um pequeno e estreito balcão
para papel higiênico, toalhas de rosto e corpo. Isso, sem contar com dois
jogos de roupa de cama que ela comprou e algumas toalhas.
Os armários são todos em branco, a geladeira em estilo retro em um
tom de azul. O micro-ondas, cafeteira e sanduicheira em tons de amarelo. Tal
como as roupas de cama. Não preciso perguntar para saber de quem é quem.
Eu amo amarelo. Então sei que o jogo de roupa de cama amarela é meu, o
azul com certeza é de Taylor, já que tudo no seu lado é nesse tom.
Dona Andreia não só pensou em mim, como em minha colega de
quarto, e isso me faz a amar ainda mais. Em uma corrida contra o tempo,
começo a arrumar tudo que consigo. Não mexo na cama da Taylor, só deixo a
sacola com o presente em cima dela. Quando começo a arrumar minhas
malas na minha parte do closet, a porta do quarto se abre e eu fico
momentaneamente nervosa de ela ficar chateada pela "invasão" da minha
mãe.
- Porra - escuto.
Respiro fundo e saio do mini closet. Olho para Taylor, que passa os
olhos por tudo boquiaberta, e instantaneamente sinto minhas mãos suarem,
com medo da repreensão ou até de sua rejeição.
- Eu... - gaguejo - não sabia que ela faria essa revolução. Ela
disse que já que substituiu a geladeira e o micro, você pode ficar com
esses...
Ela tira as roupas de cama azuis de dentro da sacola e fica por um
tempo olhando, não vejo seu rosto, ela está de costas.
- Olha, me desculpa... eu não sei, posso dar um jeito... - Ela se
vira e vejo seus olhos marejados.
Mordo o lábio, sem saber o que falar mais, então ela me surpreende
vindo até mim e me abraçando. De início, fico surpresa, mas logo retribuo o
abraço respirando fundo.
- Obrigada - ela murmura e se afasta, limpando os olhos. -
Porra, eu não costumo chorar - ri em seguida e eu faço o mesmo.
- Já eu, sou bem chorona - admito.
- Na verdade, isso me lembrou meus pais e o cuidado deles e...
- Faz tempo que não vê seus pais?
- Três anos e meio.
- Nossa, então já está no quarto ano? Eu nem perguntei que...
- Meus pais morreram um pouco antes de eu entrar na universidade
- conta e fico sem saber o que falar. - Minha mãe morreu de câncer e meu
pai... não aguentou..., tirou a própria vida.
- Sinto muito - falo - nossa, sinto muito mesmo - ela apenas
sorri fraco. - Você tem irmãos?
- Não. Tenho uma tia, não somos próximas.
De repente, sou eu quem sente a necessidade de a abraçar e é isso
que faço. A aperto firme contra os meus braços, tentando mostrar através
desse gesto o que não consigo expor em palavras.
- Bom, nós temos uma à outra - falo e me afasto. - Você gostou?
- Aponto com as mãos para tudo ao nosso redor, tentando afastar o
momento melancólico.
- Quê? Eu amei! Porra, eu amei tudo! - ela sorri. - Nosso
dormitório é o auge do luxo! Me deu até vontade de fazer amigos só para
mostrar isso tudo ao mundo.
Gargalho alto.
- Nós temos um fogão! Sabe o valor de poder comer um arroz com
bife à noite? Menina, sua mãe é um gênio!
- Então você vai comer meu arroz agora. Vou te mostrar como se faz
um arroz com calabresa acebolada a lá brasileira!
Ela volta a gargalhar.
- Super topo. Só uma coisa - ela fala -, quando precisar lavar
louça no lavabo, precisa tirar bem os resíduos de comida. Eu consegui a
façanha de entupir isso ano passado e não foi nada legal.
- Recado anotado! - respondo pegando o prato e a calabresa que
minha rainha também fez o favor de enviar. - O entregador de comida
entrou aqui, comigo dormindo? - me lembro de perguntar.
- Sim, conversamos alto e nem assim você acordou.
- Eu estava realmente cansada - admito. - Qual curso você faz?
- Fisioterapia. Vou iniciar o quarto ano e você?
- Produção Fonográfica, são dois anos só.
- Então vamos nos formar juntas, já que tenho mais dois anos aqui.
- É, nossa, isso é reconfortante - admito e ela ri concordando.
- Pretende entrar em alguma fraternidade? - pergunta.
- Talvez, fazer parte... me mudar para uma, não. Quer dizer, isso se
você não me chutar ano que vem.
- Não vou fazer isso. - Ela fecha a porta de acesso ao lavabo,
banheiro e closet. - Só para garantir que nossas roupas não fiquem
cheirando a cebola.
Rimos juntas.
- Será que alguém pode reclamar? - Ela nega com a cabeça.
- Acho difícil. Muita gente faz comida aqui também e eu me
perguntava como, já que tem o esquema do gás. Mas agora, vendo esse fogão
elétrico pequeno, tive minha resposta.
- Pois é..., você saiu para trabalhar? - pergunto.
- Trabalho na Coffe Academics desde que me mudei para cá...,
pretendo trabalhar ali durante esse ano letivo, já que no próximo vou
estagiar e vai ser difícil achar algo remunerado.
Penso em como deve ser complicado ser sozinha e trabalhar para se
manter. Eu trabalho desde os dezesseis, mas na produtora com meus pais.
Não é um serviço braçal e meu salário sempre foi para gastos supérfluos.
- Tomara que consiga achar algo remunerado - digo, por fim.
- Se não achar, tudo bem. - Dá de ombros. - Esses quatro anos
na cafeteria me renderam uma boa reserva. Sou bolsista, alugo a casa dos
meus pais... minha casa - se corrige - por um valor considerável e tenho
o dinheiro do seguro guardado. Não tenho muitos gastos. - Volta a dar de
ombros.
- Você disse ter poucos amigos - comento, enquanto despejo as
calabresas picadas sobre a cebola.
- Eu não tenho. As vezes que saio é com o pessoal do café, ou para
algum trabalho em dupla. - Ela me entrega o arroz já lavado e coberto de
água para ser cozido. Eu ponho sal e coloco a panela sobre o segundo bico
do fogão.
- Eu também não tinha muitos amigos...
Pelo menos, não amigos de verdade. Penso.
- Nenhum namorado? - pergunta e eu suspiro.
- Ex.
- Faz tempo que terminaram?
- Não. Faz quinze dias.
- Sério? Então você está na merda.
Não. Na verdade, nunca me senti tão bem. Penso comigo mesma.
- Se não quiser falar sobre isso, tudo bem...
- É bom falar sobre o assunto com alguém que não seja a minha mãe
- admito. - Comecei a namorar Erick quando eu tinha quatorze anos.
Estudamos juntos, amigos em comum. Eu sempre quis seguir os passos dos
meus pais, eles vivem para a música. São produtores musicais. Erick não
achou isso muito legal, então eu cedi e comecei administração com ele. Fiz
um ano e meio. Eu não estava feliz.
- Porra..., por que parece que ele é um babaca manipulador?
- Porque ele é - respondo e é a minha vez de sorrir fraco. - Pela
primeira vez na vida, me sinto livre.
- Nossa, Pri - sorrio por me chamar pelo apelido. - Sinto muito.
- Foram tantos episódios infelizes. Eu não sei como deixei as
coisas chegarem ao ponto em que chegaram. Entrei em um limbo e...
- Ei, tudo bem. Você não tem culpa.
Não concordo com ela, mas prefiro evitar entrar nessa questão. Eu
sou culpada. Me deixei manipular, me coloquei na posição de vítima e não
fiz nada para mudar a situação.
- Então, nem pensar achar um americano?
- Nem pensar! Eu só quero viver.
- Viver - ela repete o que eu disse para si mesma.
- Talvez, possamos começar a desbravar esse mundo acadêmico
juntas - sugiro, risonha.
- É. Nós podemos - ela sorri. - Algumas festas de
fraternidades? - ela fala e meche as sobrancelhas.
Gargalho.
- Podemos tentar.
- Se você faz música, então... toca algo?
- Violão. Porém, meu lance é cuidar do processo de gravação.
- É o que seus pais fazem?
- Também. Eles focam no uso correto de direitos autorais, na
distribuição do material.
- Ou seja, você pretende fazer a parte divertida e eles a
burocrática.
- Talvez - acabo rindo da sua conclusão. - E você? Quer ter uma
clínica?
- Sou fascinada por Fisioterapia Desportiva - faço uma expressão
confusa e ela emenda -, é uma prática da medicina do esporte que
identifica, trata e recupera lesões causadas pelo exercício físico. Seu
objetivo é promover melhor desempenho e rendimento dos atletas em treinos
e competições, além de contribuir para redução dos riscos de lesões e dores.
- Uau, doutora - brinco. - Isso é realmente surpreendente. - Ela
rola os olhos, bem-humorada.
- Preciso ser a melhor da turma - admite -, quero muito a vaga
de estágio do ano que vem no time de futebol americano da universidade.
- Tipo, lidar com os gostosões?
Ela gargalha.
- Tipo isso. Lidar com eles tudo bem, me render a algum? Jamais.
- Você vai conseguir a vaga.
- Que os anjos digam amém - ela brinca, implorando aos céus,
fazendo nós duas rirmos.
- Estou ansiosa para segunda.
- Eu também. Tudo bem, não sou caloura..., mas fico ansiosa como
no início.
- Aqui existe aquele lance nerd/populares e toda essa coisa de
filme?
- Sim - suspira. - Não vamos dividir o mesmo campus, porque a
área musical tem um prédio para isso, mas o refeitório onde vendem almoço
é o mesmo para toda a universidade e lá você vai ter uma noção de quem é
da elite.
- Que saco.
- Eu não me importo - dá de ombros -, sou invisível. Eu não
incomodo ninguém, ninguém me incomoda.
- Você? Invisível? Menina, se olhe no espelho enorme que temos na
porta do banheiro, agora, por favor. Você é linda demais para ser invisível.
- Obrigada. De qualquer forma, sou boa em afastar as pessoas.
- Nem tente fazer isso comigo.
- Não vou - ela sorri.
Começo a servir nosso almoço perto das duas da tarde. Continuamos
conversando e conhecendo um pouco mais uma da outra. No fim da tarde,
assistimos um filme com direito a pipoca e brigadeiro. Sei que vou sentir
saudades dos meus pais, mesmo assim, me sinto bem. Viva. Livre.
Pela primeira vez, as decisões sobre o que fazer ou não fazer estão
nas minhas mãos. O controle é meu e eu não poderia estar mais feliz por
isso.
Houve um tempo
Em que me colocaram em várias direções
e esqueci de qual queria
Mas eu não desejaria
Aqueles pensamentos para o meu pior inimigo
Melon Cake - Demi Lovato
Capítulo 1 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 2 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 3 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 4 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 5 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 6 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 7 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 8 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 9 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 10 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 11 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 12 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 13 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 14 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 15 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 16 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 17 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 18 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 19 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 20 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
Capítulo 21 Trabalho em dupla- tensão sexual
15/03/2022
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