Trabalho em dupla- tensão sexual

Trabalho em dupla- tensão sexual

renata medeirosM

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Capítulo

Para todos que precisam de um recomeço. A culpa está queimando Eu estou ferido por dentro Não consigo suportar esse sentimento Então coloque a culpa na noite Não coloque a culpa em mim Blame (feat. John Newman) - Calvin Harris - Vamos, cara, você consegue! - Não sei se é uma boa ideia... - respondo, sincero. - Você sabe dirigir. Precisa deixar de ser tão medroso. - John, é uma descida alta - falo olhando para o morro. - Essa moto é para fazermos trilha. - Aponto para magrela. - Além do mais já está escuro. - Amarro o cadarço do meu tênis. Nossas roupas estão cheias de lama, John adora vir aos sábados fazer trilha no mato. Nossos pais não gostam, acham perigoso, mas acabam descobrindo só quando chegamos em casa, já que estão no trabalho quando saímos. Juntamos nossas mesadas com o dinheiro que ganhamos cortando a grama dos vizinhos e compramos esta moto. Isso foi motivo de outra briga lá em casa, mas acabaram se dando por vencidos depois de tanto insistirmos. - Deixa de besteira, mano. - Faz um gesto de desdém e sobe na moto. - Vem, vamos descer este morro logo. Preciso chegar em casa e tomar banho para ir encontrar a Hope. - Admite que está de quatro por ela - falo subindo na garupa. - A única que fica de quatro em nossa relação é ela, maninho - fala e pisca. Gargalho. Temos um ano de diferença e diferente de mim ele não é mais virgem. Olho para a descida do morro asfaltado a nossa frente e penso que se cairmos aqui vai ser pior que quando caímos no mato. John deixa o capacete pendurado no braço e liga a moto fazendo o motor roncar. Emprestei meu capacete para nosso vizinho ir trabalhar e mesmo assim viemos fazer trilha, isso vai ser motivo de mais uma briga lá em casa hoje. Nossa mãe vai encher o saco. - Se segura, pirralho! - brinca e o mando calar a boca. Ele põe a motocicleta em movimento acelerando. Sinto o vento em meu rosto e fecho os olhos curtindo o momento. - CARA - John grita -, PÕE O CAPACETE E SE SEGURA EM MIM. - Por quê? - pergunto. - Porque está me atrapalhando. - Tira uma mão do volante perdendo um pouco o controle. - Põe de uma vez e se segura! Eu o coloco e estranho estarmos indo tão rápido. - Acho melhor você diminuir a velocidade - falo. Ele tenta por um pé no chão tentando diminuir a velocidade e acho isso ainda mais estranho. - Cara, freia! - peço. - SE SEGURA! - grita jogando a moto para o lado. Tudo acontece muito rápido. Sou jogado para o acostamento, meu corpo dói com o impacto e demoro alguns segundos para voltar a pensar e me sentar. Quando faço, vejo meu irmão caído com sangue em volta. Tiro o capacete gritando por seu nome. Me levanto, sentindo minha perna latejar, paro ao seu lado gritando ainda mais por ele e entro em desespero quando vejo que o sangue no chão vem da sua cabeça. Naquela noite, eu o perdi. Ele viu que a moto ficou sem freio e deu o seu capacete para me salvar. Foi a sua vida pela minha. Naquela noite, eu também soube que nada mais seria como antes e que eu carregaria essa culpa pelo resto da minha vida.

Capítulo 1 Trabalho em dupla- tensão sexual

Trabalho em dupla- tensão sexual

- Perfeito! - falo pegando pão de forma, presunto e queijo da

geladeira. - Acredito que eu ficaria sem jeito se tudo que comêssemos

fosse diferente, sei lá. Tipo, uma come e a outra fica olhando e vice-versa.

- Tento imaginar.

- É péssimo - ela admite. - Com minha antiga colega de quarto

era assim.

- E onde ela está?

- Se mudou para a Zeta Beta Tau. Seria maldade eu dizer que fiquei

muito feliz com isso? - ela revela.

- Não! - respondo de imediato e nós duas rimos. Mordo o

sanduíche, soltando um gemido. - Um sanduíche nunca foi tão bom - falo

com a mão na boca.

Ela ri.

- Você deve estar cansada. Quantas horas de viagem?

- Em torno de nove horas - respondo após engolir.

- Porra! Meu voo é de pouco mais de três horas e já acho muito.

- É, estou mesmo cansada.

Olho para a minha cama com lençol, um travesseiro e duas cobertas

dobradas sobre ela.

- O que acha de tomar um banho? - sugere. - Deita um pouco e

mais tarde faço um macarrão com queijo delicioso para jantarmos. - Pisca.

- Acho perfeito. Obrigada por me receber tão bem.

- Estou com esperança de que seremos boas amigas - sorri, me

fazendo retribuir o gesto.

Decido seguir seu conselho e vou até a minha mala procurar uma

roupa confortável. Amanhã arrumo tudo no pequeno closet. Tudo que preciso

agora é de um banho e, quem sabe, dormir um pouco.

Talvez a razão de

Todas as portas estarem fechadas

Era para você poder abrir uma

Que te levasse para a estrada perfeita

Firework - Katy Perry

- Ei, Priscila? - Sinto mexerem em meu ombro. - Ei - chama de

novo e eu abro os olhos, vendo Taylor de pé ao lado da cama.

- Oi! - Me sento, ainda sonolenta. Esfrego os olhos, pegando o

celular e vendo a hora, são oito e meia da manhã. - Nossa! Dormi tudo

isso? - pergunto, me lembrando que quando me deitei ontem era perto dás

seis da tarde.

- Sim, você estava mesmo cansada. - Ela passa a escova por seu

longo cabelo loiro. - Te acordei porque eu autorizei a entrada dos

entregadores de uma loja e eu preciso ir trabalhar. Eles já devem estar

subindo.

- Tá, eu atendo, obrigada. Deve ser a televisão que a minha mãe

disse que compraria.

- Pelo que eu vi através da janela, é bem mais que uma televisão.

- Ah... - respondo somente.

Não duvido que minha mãe tenha comprado bem mais que apenas

uma televisão.

- Falando em compras... - ela fala agora, calçando suas

sapatilhas -, entregaram mercado ontem e... nossa, é bastante coisa. E eu

não sei como vamos fazer para guardar tudo...

Suspiro alto.

- Eu deixei um pouco no closet, chego perto dás 13hrs hoje. Posso

te ajudar a arrumar tudo.

- Você tem planos? - pergunto, sem jeito. - Podemos sair para

comer algo ou... bom, se você não tiver planos.

- Eu não tenho planos. Na verdade, tenho poucos amigos, você vai

ver.

Não tenho tempo de responder, pois, batem na porta. Taylor atende e

eu logo me levanto, atendendo aos entregadores enquanto minha colega se

despede. Quando eles deixam a televisão e um espelho, dizendo que já

voltam, eu corro ao banheiro. Faço xixi, depois lavo as mãos e o rosto no

lavabo. Quando acabo de secar o rosto, a porta volta a ser abrir com os

entregadores.

A porta volta a se abrir várias vezes, na verdade.

Primeiro eu fico nervosa, porque eu não sei onde enfiar as várias

coisas que a minha mãe mandou. Então, pego meu celular em meio ao

desespero para ligar para ela, mas à essa hora eles já estão voando de volta

para o Brasil e o celular está desligado. Vou no app mandar uma mensagem

para ela, me deparando com várias suas.

Ela pensou em tudo.

Desenhos em uma folha de caderno indicam os lugares onde cada

coisa deve ser colocada. A partir de seus esboços, começo a indicar onde

tudo deve estar disposto aos homens e fico deslumbrada com o resultado. O

frigobar dá lugar a uma geladeira de modelo menor que as usuais. Um novo

armário com uma gaveta com porta talheres e um nicho para micro-ondas

também de tamanho menor. Em cima, um fogão elétrico de duas bocas.

Um móvel aéreo de três portas, que segundo a descrição da minha

mãe, é para guardar as louças. Ela comprou o básico, tudo quatro peças, a

não ser pelas panelas, que são apenas duas. Em frente à minha cama, onde só

havia um suporte para TV ontem, quando cheguei, agora há uma televisão

média e um armário estilo cômoda.

Segundo ela, podemos usar umas duas gavetas para guardar comida e

duas para produtos de higiene pessoal. No caso, uma gaveta para cada uma.

Em cima da cômoda, uma cafeteira e uma sanduicheira. Um espelho grande,

que agora está pendurado na porta do banheiro, um pequeno e estreito balcão

para papel higiênico, toalhas de rosto e corpo. Isso, sem contar com dois

jogos de roupa de cama que ela comprou e algumas toalhas.

Os armários são todos em branco, a geladeira em estilo retro em um

tom de azul. O micro-ondas, cafeteira e sanduicheira em tons de amarelo. Tal

como as roupas de cama. Não preciso perguntar para saber de quem é quem.

Eu amo amarelo. Então sei que o jogo de roupa de cama amarela é meu, o

azul com certeza é de Taylor, já que tudo no seu lado é nesse tom.

Dona Andreia não só pensou em mim, como em minha colega de

quarto, e isso me faz a amar ainda mais. Em uma corrida contra o tempo,

começo a arrumar tudo que consigo. Não mexo na cama da Taylor, só deixo a

sacola com o presente em cima dela. Quando começo a arrumar minhas

malas na minha parte do closet, a porta do quarto se abre e eu fico

momentaneamente nervosa de ela ficar chateada pela "invasão" da minha

mãe.

- Porra - escuto.

Respiro fundo e saio do mini closet. Olho para Taylor, que passa os

olhos por tudo boquiaberta, e instantaneamente sinto minhas mãos suarem,

com medo da repreensão ou até de sua rejeição.

- Eu... - gaguejo - não sabia que ela faria essa revolução. Ela

disse que já que substituiu a geladeira e o micro, você pode ficar com

esses...

Ela tira as roupas de cama azuis de dentro da sacola e fica por um

tempo olhando, não vejo seu rosto, ela está de costas.

- Olha, me desculpa... eu não sei, posso dar um jeito... - Ela se

vira e vejo seus olhos marejados.

Mordo o lábio, sem saber o que falar mais, então ela me surpreende

vindo até mim e me abraçando. De início, fico surpresa, mas logo retribuo o

abraço respirando fundo.

- Obrigada - ela murmura e se afasta, limpando os olhos. -

Porra, eu não costumo chorar - ri em seguida e eu faço o mesmo.

- Já eu, sou bem chorona - admito.

- Na verdade, isso me lembrou meus pais e o cuidado deles e...

- Faz tempo que não vê seus pais?

- Três anos e meio.

- Nossa, então já está no quarto ano? Eu nem perguntei que...

- Meus pais morreram um pouco antes de eu entrar na universidade

- conta e fico sem saber o que falar. - Minha mãe morreu de câncer e meu

pai... não aguentou..., tirou a própria vida.

- Sinto muito - falo - nossa, sinto muito mesmo - ela apenas

sorri fraco. - Você tem irmãos?

- Não. Tenho uma tia, não somos próximas.

De repente, sou eu quem sente a necessidade de a abraçar e é isso

que faço. A aperto firme contra os meus braços, tentando mostrar através

desse gesto o que não consigo expor em palavras.

- Bom, nós temos uma à outra - falo e me afasto. - Você gostou?

- Aponto com as mãos para tudo ao nosso redor, tentando afastar o

momento melancólico.

- Quê? Eu amei! Porra, eu amei tudo! - ela sorri. - Nosso

dormitório é o auge do luxo! Me deu até vontade de fazer amigos só para

mostrar isso tudo ao mundo.

Gargalho alto.

- Nós temos um fogão! Sabe o valor de poder comer um arroz com

bife à noite? Menina, sua mãe é um gênio!

- Então você vai comer meu arroz agora. Vou te mostrar como se faz

um arroz com calabresa acebolada a lá brasileira!

Ela volta a gargalhar.

- Super topo. Só uma coisa - ela fala -, quando precisar lavar

louça no lavabo, precisa tirar bem os resíduos de comida. Eu consegui a

façanha de entupir isso ano passado e não foi nada legal.

- Recado anotado! - respondo pegando o prato e a calabresa que

minha rainha também fez o favor de enviar. - O entregador de comida

entrou aqui, comigo dormindo? - me lembro de perguntar.

- Sim, conversamos alto e nem assim você acordou.

- Eu estava realmente cansada - admito. - Qual curso você faz?

- Fisioterapia. Vou iniciar o quarto ano e você?

- Produção Fonográfica, são dois anos só.

- Então vamos nos formar juntas, já que tenho mais dois anos aqui.

- É, nossa, isso é reconfortante - admito e ela ri concordando.

- Pretende entrar em alguma fraternidade? - pergunta.

- Talvez, fazer parte... me mudar para uma, não. Quer dizer, isso se

você não me chutar ano que vem.

- Não vou fazer isso. - Ela fecha a porta de acesso ao lavabo,

banheiro e closet. - Só para garantir que nossas roupas não fiquem

cheirando a cebola.

Rimos juntas.

- Será que alguém pode reclamar? - Ela nega com a cabeça.

- Acho difícil. Muita gente faz comida aqui também e eu me

perguntava como, já que tem o esquema do gás. Mas agora, vendo esse fogão

elétrico pequeno, tive minha resposta.

- Pois é..., você saiu para trabalhar? - pergunto.

- Trabalho na Coffe Academics desde que me mudei para cá...,

pretendo trabalhar ali durante esse ano letivo, já que no próximo vou

estagiar e vai ser difícil achar algo remunerado.

Penso em como deve ser complicado ser sozinha e trabalhar para se

manter. Eu trabalho desde os dezesseis, mas na produtora com meus pais.

Não é um serviço braçal e meu salário sempre foi para gastos supérfluos.

- Tomara que consiga achar algo remunerado - digo, por fim.

- Se não achar, tudo bem. - Dá de ombros. - Esses quatro anos

na cafeteria me renderam uma boa reserva. Sou bolsista, alugo a casa dos

meus pais... minha casa - se corrige - por um valor considerável e tenho

o dinheiro do seguro guardado. Não tenho muitos gastos. - Volta a dar de

ombros.

- Você disse ter poucos amigos - comento, enquanto despejo as

calabresas picadas sobre a cebola.

- Eu não tenho. As vezes que saio é com o pessoal do café, ou para

algum trabalho em dupla. - Ela me entrega o arroz já lavado e coberto de

água para ser cozido. Eu ponho sal e coloco a panela sobre o segundo bico

do fogão.

- Eu também não tinha muitos amigos...

Pelo menos, não amigos de verdade. Penso.

- Nenhum namorado? - pergunta e eu suspiro.

- Ex.

- Faz tempo que terminaram?

- Não. Faz quinze dias.

- Sério? Então você está na merda.

Não. Na verdade, nunca me senti tão bem. Penso comigo mesma.

- Se não quiser falar sobre isso, tudo bem...

- É bom falar sobre o assunto com alguém que não seja a minha mãe

- admito. - Comecei a namorar Erick quando eu tinha quatorze anos.

Estudamos juntos, amigos em comum. Eu sempre quis seguir os passos dos

meus pais, eles vivem para a música. São produtores musicais. Erick não

achou isso muito legal, então eu cedi e comecei administração com ele. Fiz

um ano e meio. Eu não estava feliz.

- Porra..., por que parece que ele é um babaca manipulador?

- Porque ele é - respondo e é a minha vez de sorrir fraco. - Pela

primeira vez na vida, me sinto livre.

- Nossa, Pri - sorrio por me chamar pelo apelido. - Sinto muito.

- Foram tantos episódios infelizes. Eu não sei como deixei as

coisas chegarem ao ponto em que chegaram. Entrei em um limbo e...

- Ei, tudo bem. Você não tem culpa.

Não concordo com ela, mas prefiro evitar entrar nessa questão. Eu

sou culpada. Me deixei manipular, me coloquei na posição de vítima e não

fiz nada para mudar a situação.

- Então, nem pensar achar um americano?

- Nem pensar! Eu só quero viver.

- Viver - ela repete o que eu disse para si mesma.

- Talvez, possamos começar a desbravar esse mundo acadêmico

juntas - sugiro, risonha.

- É. Nós podemos - ela sorri. - Algumas festas de

fraternidades? - ela fala e meche as sobrancelhas.

Gargalho.

- Podemos tentar.

- Se você faz música, então... toca algo?

- Violão. Porém, meu lance é cuidar do processo de gravação.

- É o que seus pais fazem?

- Também. Eles focam no uso correto de direitos autorais, na

distribuição do material.

- Ou seja, você pretende fazer a parte divertida e eles a

burocrática.

- Talvez - acabo rindo da sua conclusão. - E você? Quer ter uma

clínica?

- Sou fascinada por Fisioterapia Desportiva - faço uma expressão

confusa e ela emenda -, é uma prática da medicina do esporte que

identifica, trata e recupera lesões causadas pelo exercício físico. Seu

objetivo é promover melhor desempenho e rendimento dos atletas em treinos

e competições, além de contribuir para redução dos riscos de lesões e dores.

- Uau, doutora - brinco. - Isso é realmente surpreendente. - Ela

rola os olhos, bem-humorada.

- Preciso ser a melhor da turma - admite -, quero muito a vaga

de estágio do ano que vem no time de futebol americano da universidade.

- Tipo, lidar com os gostosões?

Ela gargalha.

- Tipo isso. Lidar com eles tudo bem, me render a algum? Jamais.

- Você vai conseguir a vaga.

- Que os anjos digam amém - ela brinca, implorando aos céus,

fazendo nós duas rirmos.

- Estou ansiosa para segunda.

- Eu também. Tudo bem, não sou caloura..., mas fico ansiosa como

no início.

- Aqui existe aquele lance nerd/populares e toda essa coisa de

filme?

- Sim - suspira. - Não vamos dividir o mesmo campus, porque a

área musical tem um prédio para isso, mas o refeitório onde vendem almoço

é o mesmo para toda a universidade e lá você vai ter uma noção de quem é

da elite.

- Que saco.

- Eu não me importo - dá de ombros -, sou invisível. Eu não

incomodo ninguém, ninguém me incomoda.

- Você? Invisível? Menina, se olhe no espelho enorme que temos na

porta do banheiro, agora, por favor. Você é linda demais para ser invisível.

- Obrigada. De qualquer forma, sou boa em afastar as pessoas.

- Nem tente fazer isso comigo.

- Não vou - ela sorri.

Começo a servir nosso almoço perto das duas da tarde. Continuamos

conversando e conhecendo um pouco mais uma da outra. No fim da tarde,

assistimos um filme com direito a pipoca e brigadeiro. Sei que vou sentir

saudades dos meus pais, mesmo assim, me sinto bem. Viva. Livre.

Pela primeira vez, as decisões sobre o que fazer ou não fazer estão

nas minhas mãos. O controle é meu e eu não poderia estar mais feliz por

isso.

Houve um tempo

Em que me colocaram em várias direções

e esqueci de qual queria

Mas eu não desejaria

Aqueles pensamentos para o meu pior inimigo

Melon Cake - Demi Lovato

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tamborilava o tampo de vidro da mesa do escritório com uma caneta de cem dólares sem importar-me em danif ci á-la. Aquele caso estava me tirando do sério. O cliente insistia em uma ação que não tinha mérito e que não nos levaria a lugar algum - apenas a f alência do escritório. Não estava nada interessada em perder o único emprego decente que tinha conseguido desde o f im do tratamento. Já tinha pesquisado todos os precedentes possí veis e ainda não tinha encontrado uma brecha que pudesse signif icar sucesso na demanda. Meus olhos estavam cansados de tanto olhar para a tela do computador, mesmo estando de óculos o dia inteiro. Respirando f undo, levantei-me e caminhei até a cozinha. Precisava de um caf é bem forte e provavelmente os pensamentos iriam clarear. Enquanto esperava a ruidosa caf eteira preparar-me um expresso, lembrei-me da primeira vez em que pisei no Metcalf e & Matthews Advogados Associados. Tinha acabado de sair de uma clí nica de reabilitação. Nunca tinha usado drogas nem nunca tinha bebido além do admissí velem sociedade. Eu tinha dois problemas que me levaram a f icar internada para tratamento por um ano - era maní aco-depressiva e tinha tentado o suicí dioduas vezes. Na segunda vez a f amí liaachou que deveria importar-se comigo e conseguiu uma ordem judicial para me trancar em uma clí nicae f orçaruma medicação que eu não desejava. Foi um ano excelente. No iní cio, detestei o lugar e as pessoas com quem tinha que conviver. As regras eram insuportáveis. Com o passar do tempo, a compreensão do problema e o vislumbre de que sairia curada f ez com que aceitasse o tratamento. Meus antecedentes, no entanto, não auxiliaram na busca por trabalho. A f amí lianão iria me sustentar; eu já tinha vinte e nove anos, então. O namorado não iria mais me aturar depois de ter tido que lidar com meu comportamento por quase três anos. Meu único bem, um apartamento, f oi vendido para pagar o tratamento. Eu precisava de um emprego que me garantisse uma renda razoável para alugar um novo apartamento e sobreviver. - Terra chamando Layla. - A voz de Melanie me tirou do transe de vários minutos. O caf éjá estava pronto há bastante tempo, mas eu continuava divagando sobre o passado recente. - Está tudo bem com você? Melanie era a melhor amiga desde minha contratação pelo Metcalf e& Matthews. A vida tinha mudado completamente - eu era mais f eliz e tinha relacionamentos mais saudáveis. Melanie era parte f undamental naquele processo. - Sim, é o caso Gandini que está me tirando do sério. Não sei por que aceitaram esse cliente nem por que me passaram esse pepino. - Jura que não sabe? - Melanie baixou o tom de voz e também serviu-se de um caf é. - Olson não gosta de você. Ele vai f azer de tudo para te sacanear e mostrar que você não é capaz de dar conta do cargo que assumiu. - Ele tinha pretensões para a minha vaga, não é? - Recordei- me que Jeremy Olson, um advogado que estava há mais tempo no escritório, ansiava pela vaga de advogado júnior que eu consegui apenas alguns meses depois de contratada.

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- Está morto? - Ouço uma voz perguntar, mas ela parece vir de muito longe. - Quase, mas ainda respira. O que quer que eu faça com ele? Posso acabar com a agonia do garoto com uma única bala. - Não. Valorizo a lealdade. Ele foi contra o próprio pai para proteger a Organização. Esse aí entendeu que a Irmandade[4] está acima da família. - Dizem que ele é meio maluco. - Quem de nós não é? De qualquer modo, o rapaz é corajoso. Não é qualquer um que enfrentaria um avtoritet[5] para cumprir com seu dever de lealdade ao Pakhan[6]. - Não costuma ser tão generoso, Papa[7]. Alguns diriam que um fruto nunca cai longe da árvore. E se for como o pai? - Nesse caso, por que não permitiu que o maldito seguisse com o plano para me matar? Não, o menino é água de outra pipa. E o que estou fazendo não tem a ver com generosidade, mas com pensar no futuro. Conto nos dedos de uma mão quantas pessoas morreriam realmente por mim e por minha família. É mais novo do que os meus netos. Um dia, Yerik e Grigori[8] vão estar no comando e precisarão de homens de verdade ao lado deles. Eu acho que eles continuam conversando, mas não tenho certeza. Acordo e perco a consciência várias vezes. Entretanto, entendo que o Pakhan acha que eu fiz o que fiz por ele, mas não foi. Minha decisão não teve nada a ver com alguém, mas com algo. Regras. É por elas que eu vivo. Eu nunca as quebro. Elas são o meu verdadeiro deus, muito acima do que as pessoas chamam de sentimentos ou emoções. Não tenho amor e nem raiva dentro de mim. Não consigo entender esses conceitos, já as regras, são simples: siga-as ou quebre-as. Há sempre somente duas escolhas. Preto ou branco. O cinza é uma impossibilidade e também uma desculpa para quem não consegue se manter fiel à sua palavra. Não me ofendo com xingamentos ou me dobro à tortura. Não temo a morte e nem sinto medo de nada, a não ser ter minha vida fora de padrões que estabeleci. Eu preciso dos padrões e os procuro em qualquer lugar. Quando descobriu essa minha habilidade de pensar em cem por cento do tempo de forma lógica, meu pai usou-a por muito tempo em seu trabalho na Organização. O que ele não entendeu, é que essa não era apenas uma característica minha, mas quem sou. Em tudo, todas as áreas da minha vida, busco padrões. É assim que consigo compreender o mundo ao meu redor. Foi assim que descobri a traição dele. Ele não estava somente roubando, planejava entregar o Pakhan nas mãos dos inimigo e isso desordenaria meu plano de continuar servindo à Organização. Atrapalharia as entregas de carregamentos de armas, cujas rotas calculei com precisão matemática. Traria um novo chefe para a Irmandade, que talvez quisesse modificar a planilha de lucro. Iniciar guerras desnecessárias. Eu odeio mudanças. Qualquer alteração me desestabiliza. Até mesmo uma solução alternativa para mim, tem que ser analisada de antemão. Tusso e me sinto sufocar. O ar está impregnado com uma mistura esquisita. Um dos odores é sangue, eu sei. Estou acostumado a esse cheiro desde pequeno. Aos treze anos, matei pela primeira vez. Uma ideia destorcida do meu pai para que eu fosse iniciado dentro da Organização. O outro odor, acredito que seja álcool, então acho que devo estar em um hospital. Eu não me importo, só quero ficar curado. Preciso que me costurem para que eu possa seguir com o meu trabalho. Se demorar muito, vai atrapalhar meu cronograma e eu não tolero imprevistos.

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