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Atraída pelo CEO - Paixões Avassaladoras

Atraída pelo CEO - Paixões Avassaladoras

Laís Olly

4.9
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740.4K
Leituras
46
Capítulo

Sinopse Kleber Galvão é filho único, criado para ser um homem frio e ambicioso pelos negócios como seu falecido pai. Ele só não contava que Célio Galvão, seu progenitor, deixaria metade da sua fortuna para sua namorada, que nada mais era que uma garota de programa. Kléber, não medirá escrúpulos para recuperar o que é seu por direito e conseguir tudo que almeja. Que diabos Gabi fez com a própria vida? Ela viu seu mundo desabar quando chegou em casa e flagrou seu pai alcoólatra negociando a venda da sua irmã mais nova com um desconhecido. Em meio ao caos Gabi acabou cometendo um crime e agora precisa fugir para que ela e sua amada irmãzinha sobrevivam. Foi no meio desta fuga desastrosa que o destino resolveu colocá-la no caminho, na verdade na vida de Kleber Galvão e embaraçar todos os seus planos. O que acontece quando um CEO vingativo se apaixona por uma garota cheia de problemas? Venha descobrir em Atraída pelo CEO.

Capítulo 1 1

Um

Gabi

- Gabi! Leva uma Brahma na mesa 5.

- Já tô indo! - gritei alto, meio nervosa porque já estava organizando as mesas para fechar o bar quando dois playboys sem ter o que fazer da vida ocuparam mais um lugar.

Droga! Qual era o problema daqueles caras? Será que eles nunca ouviram falar de uma coisa chamada senso?

Engoli minha raiva e coloquei uma garrafa de cerveja gelada sobre a mesa deles. Apesar de estar exausta e com as pernas latejando em consequência das muitas horas de pé, eu forcei um sorriso nos lábios e os atendi da melhor maneira possível, afinal de contas eu estava sendo paga para isso. E muito mal paga por sinal, porém, era com essas migalhas que eu mantinha o meu sustento, da minha irmã e até do meu pai, infelizmente.

Era sempre assim, no final do expediente sempre tinha um idiota para chegar do nada e ficar enrolando até os primeiros raios de sol baterem contra meu rosto. Desta vez não foi diferente, eles ficaram ali marcando ponto, jogando conversa fora com aquela mesma maldita garrafa de cerveja por mais uma hora. Para me recompensar pela espera, ao acertarem a conta eles me consolaram me dando de gorjeta algumas das moedas que estavam largadas no fundo do bolso do jeans que usavam. Agradeci, mas assim que eles me deram as costas revirei os olhos já entediada daquilo.

- Finalmente! - bufei aliviada quando vi os clientes entrando no carro e partindo. Ali eu não perdi mais tempo, recolhi a garrafa, as cadeiras, a mesa e corri para fechar o bar antes que outro sem noção resolvesse parar ali para tomar uma. Já se passava das seis da manhã e eu só conseguia pensar na pilha de roupa suja que teria que lavar na mão antes de cair na cama, era necessário que eu fizesse isso antes de dormir, porque quando eu acordasse provavelmente já seria hora de me arrumar para o trabalho novamente. Eu tinha que estar aqui às dezessete em ponto para limpar o salão e deixar tudo brilhando para mais uma noite. A hora de sair estava nas mãos de Deus, na maioria das vezes quatro horas da manhã eu já estava no meu colchão, mas parece que Deus tirou o dia de hoje para judiar de mim um pouco.

- Hoje à noite foi tensa, né Gabi - Lurdes afirmou com a voz embargada, enquanto anotava algo na caderneta.

Como eu tinha vontade de jogar na cara dela que o bar estava precisando de mais funcionários, mas eu só não fazia isso porque tinha certeza de que não daria em nada, ela e o marido eram dois mãos de vaca. Eu era a única funcionária, e eles sempre me pagavam com má vontade, não queria dar motivos para que ambos me detestassem ainda mais.

- Bota tenso nisso.

- Toma. Seu pagamento. - Ela me entregou um envelope onde estava escrito 220 reais, engoli em seco segurando algumas coisas que estavam entaladas há muito tempo na minha garganta.

- Só 220, Lourdes?

- Você pegou um vale de 80 reais na quarta, esqueceu?

- Mas é que minha irmã passou mal e, no posto não tinha os remédios que o médico receitou para ela.

- Gabi, isso é um problema seu, ok? Você já está grandinha o suficiente, sabe muito bem o que faz com o dinheiro que eu te pago. Quantas vezes eu tenho que te falar que você só está aqui porque eu tinha muito carinho pela dona Marluce, porque o que não falta são pessoas querendo ocupar a sua vaga. Quem aqui no bairro não quer ganhar 300 reais por semana trabalhando perto de casa?

Respirei fundo controlando minha ansiedade e a vontade absurda de gritar que nunca mais eu iria pôr os pés ali. Estava contando os meses, os dias e até as horas para o meu aniversário de 18 anos, porque assim que eu completasse a maioridade poderia trabalhar de carteira assinada, com certeza conseguiria um emprego melhor em alguma lanchonete ou restaurante lá para o lado de São Gonçalo, Niterói, ou até aqui mesmo em Araruama já que experiência não me faltava. Mas, por enquanto, teria que suportar esta exploração.

- A senhora tem razão, Lourdes. Tá certinho - disse contando as notas dentro do envelope. - Posso ir embora? Eu tô destruída.

- Pode sim, minha filha. Mas não se esqueça... - A interrompi para completar o que ela insistia em me dizer todos os dias antes que eu saísse:

- Dezessete horas em ponto!

- Exatamente.

Dei as costas para dona Lurdes, peguei minha bolsa e segui para casa. De bicicleta não era tão longe, 15 minutos era o que eu precisava. Enquanto pedalava passei por algumas crianças indo para a escola e meu coração doeu. Eu amava estudar, tinha tantos sonhos... Mas tudo se desfez quando mamãe faleceu. Ela sofreu um AVC há dois anos deixando a mim e minha irmãzinha que na época só tinha 2 aninhos à deriva. Com o nosso pai não podíamos contar, me dei conta disso quando começou a faltar comida em casa, quando cortaram nossa luz e a água. Zé Pedro preferia gastar seu dinheiro com cachaça e com a mulherada. Sempre foi assim. Mas o impacto só veio depois da morte de mamãe, era ela quem assumia as contas. Era uma mulher guerreira, batalhadora, acordava de madrugada para ir para o trabalho e poder dar o melhor para as filhas já que o marido nunca colaborou. Me arrisco a dizer que mamãe morreu de desgosto. Ela começou a ficar muito deprimida quando descobriu que papai estava tendo um caso com nossa vizinha, que até então dizia ser nossa amiga, depois disso a situação foi de mal a pior. Agressões. Humilhações. Meu pai chegou a roubar dinheiro da carteira da minha mãe para sair com aquela vadia.

Meu sangue queima toda vez que me lembro disso.

Enfim, com a morte da minha mãe sobrou para mim assumir as responsabilidades de casa e com a Malu. Dona Lourdes me ofereceu emprego, mas para trabalhar nesse horário precisei sair da escola, faltava só mais dois anos para que eu completasse o ensino médio. Porém era isso ou passar fome.

Minha casa era próxima a BR. Pequena, com algumas paredes sem emboço e as que tinha fazia tempo que não via uma demão de tinta. O telhado era comum, mas àquela altura grande parte estava remendado e tomado pelo lodo. O quintal amplo tinha um pé enorme de goiaba e, mato, muito mato. Papai ficou de capinar o quintal há alguns meses, mas até hoje isso não aconteceu. Eu não tinha tempo para fazer isso, na minha folga eu só queria dormir, o trabalho sugava todas as minhas energias. Estava pensando seriamente em pagar alguém para capinar o quintal, mas os perrengues financeiros que passei me transformaram em uma garota mão de vaca pra caramba. Eu não tinha coragem de pagar alguém para capinar o quintal sabendo que as ferramentas estavam ali e eu mesma poderia fazer isso de graça quando tivesse tempo sobrando.

Abri o portão e quando ousei a atravessá-lo com a bicicleta ouvi vozes. Uma eu sabia que era a de papai. Bêbado obviamente. A outra não me era familiar. Estranhei aquilo e rapidamente escorei a bicicleta no muro e corri para dentro de casa.

Um homem de cabelos escuros penteados para cima, com a pele clara, corpo farto vestindo uma jaqueta de couro preta que lhe dava uma aparência ainda mais cheinha estava sentado sobre o sofá esbugalhado da minha sala, com minha irmã no colo. Malu não era muito paciente, era visível o incômodo no par de olhinhos escuros que brilhava em seu rosto.

- O que é que está acontecendo, pai? - Passei pela porta caminhando a passos marcados até ele.

- Bom dia, moça! - o homem estranho vociferou com um certo sarcasmo no seu tom.

Ignorei-o e, com o olhar estreitado voltei a questionar meu pai que estava escorado contra a parede com um sorriso de satisfação nos lábios enquanto contava um maço de dinheiro. Zé Pedro costumava fazer bico de ajudante de pedreiro, ou qualquer outra coisa que pintasse para ele, mas duvido muito que aquela quantia tenha vindo de maneira honesta, ainda mais, com a presença daquele homem esquisito que até então eu nunca tinha visto.

- Quem é esse homem? E de onde veio esse dinheiro?

Papai me ignorou completamente, continuou contando as cédulas como se eu fosse invisível aos seus olhos.

- Gabi! Me ajuda! Eu não quelo ir embora com ele! - Quando olhei para trás e me deparei com minha irmã aos prantos nos braços daquele desconhecido meus batimentos se descompassaram abruptamente.

- Enlouqueceu? - vociferei chamando sua atenção. - Quem é você? E onde é que pensa que vai com a minha irmã? Solta ela agora!

Estava cara a cara com aquele otário, que de pé tinha quase dois metros de altura, mas nem por isso me intimidei. Ele era o gigante Golias e eu seria o Davi. Mas da minha casa ele só sairia com a Malu por cima do meu cadáver.

- Quem enlouqueceu foi você. Eu paguei por essa pirralha.

- E desde quando minha irmã está à venda?

- É, eu não tô a venda! - Malu gritou e começou a distribuir tapas pelo rosto do homem que franziu o cenho e fitou-a com um olhar tão intimidante que logo ela murchou e começou a chorar baixinho, murmurando.

- O seu pai me vendeu!

- O meu pai está bêbado! - gritei, com o coração disparado e os lábios tremendo.

- Eu não estou bêbado - Zé Pedro vociferou chegando mais perto, ele se apoiou nas minhas costas para manter o equilíbrio, enquanto tentava ficar de frente com o bandido. - Gabi, nesses dias... - Travou as palavras por alguns segundos, mas logo retornou a dizer num tom embargado, enquanto o hálito exalando a álcool entorpecia meu olfato: - Nesses dias a gente tá trabalhando demais... - Papai se desequilibrou quando deu um passo à frente, mas eu firmei seu corpo no meu antes que ele fosse de encontro ao chão. - Nós não temos tempo para ficar olhando essa menina...

- Essa menina é sua filha pai!

- Vai saber se é mesmo? Na época que sua mãe engravidou ela tava enrabichada com o padeiro...

- Chega! - Eu já estava farta de aturar o alcoolismo, a sem-vergonhice e até mesmo a preguiça de papai. Porém, era inaceitável que ele falasse mal de mamãe depois de tudo que a fez passar em seus últimos dias de vida. Bem que eu queria que essa fanfic ridícula que ele estava falando fosse verdade, mas infelizmente era impossível já que Malu era praticamente a versão feminina de Zé Pedro. Me afastei de papai vendo-o perder o equilíbrio e cair de maneira desastrosa contra o chão, ele tentou se levantar, mas segundos depois cerrou as pálpebras e dormiu bem ali, no meio da sala, com um desconhecido prestes a ir embora com a minha irmã.

Eu recolhi o maço de dinheiro caído do lado de papai e ofereci para o homem.

- Devolva minha irmã.

O homem revirou os olhos entediado, bufou antes de dizer:

- Eu até gostaria, mas não vou poder. Levei algum tempo para encontrar uma menina que batesse com estas características, trata-se de uma encomenda. O dinheiro é seu. - Eu estava chocada com o cinismo daquele senhor, como ele podia chegar em um bêbado e oferecer dinheiro em troca da filha dele de apenas 4 anos?

- Gabi! Gabi não deixa! Eu não quelo ir! - Malu disse choramingando, enquanto se contorcia numa tentativa falha de sair dos braços fortes do moço.

- Você não vai! - exclamei firme, antes de avançar para cima daquele homem sem alertá-lo.

Ele estava com a guarda baixa quando tomei Maluzinha do seu colo, segurei-a firme e corri para a cozinha em busca de algo para me defender, caso ele continuasse insistindo naquela loucura. Mas congelei assim que coloquei meus pés no cômodo. Fiquei completamente paralisada enquanto o via se aproximando cada vez mais com uma arma empunhada nas mãos.

- Não vamos dificultar as coisas mocinha, me dê a criança, caso o contrário vocês duas irão morrer. - Seu tom era seguro e, ele parecia ser do tipo que estava acostumado a tirar a vida de outras pessoas sem pensar duas vezes, com muita tranquilidade.

Preferi não olhar para Malu enquanto me inclinava para baixo com as pálpebras gotejando. Quando seus pezinhos tocaram o chão ela se agarrou em minhas pernas e começou a chorar ainda mais alto que antes. Um nó se formou no lado esquerdo do meu peito, mas infelizmente não havia nada a ser feito, eu precisava entregá-la para manter nós duas vivas.

- Eu não quelo ir com esse homem! Por favor Gabi, eu não quelo...

Cada palavra que ela murmurava partia meu coração em mil pedacinhos.

- Você não passa de uma pirralha! Não tem que querer nada! - ele disse antes de apanhar Malu nos braços novamente. - O dinheiro é seu. Sou um homem de palavra e sempre cumpro o que falo.

Eu havia deixado o maço de dinheiro caído na sala, mas aquilo era tão insignificante diante de tudo que estava acontecendo que acabei não dando importância. Neste instante minha cabeça estava fulminando como um vulcão, eu não conseguia acreditar que isto era real. Não. Provavelmente a exaustão do trabalho fez com que o sono me derrubasse e, agora eu estava presa num pesadelo.

No pior dos pesadelos.

Trinquei os dentes com o ódio pulsando por cada parte do meu corpo enquanto fitava com o olhar estreitado aquele filho da puta ir embora com minha irmã nos braços. Ela estava chorando, implorando com aquelas duas jabuticabinhas negras que eram seus olhinhos... Malu não queria ir.

Meu Deus!

O que aquele homem vai fazer com a Malu?

Vender seus órgãos?

Transformá-la numa Lolita? Aquelas bonecas humanas usadas para satisfazerem pedófilos ou escravizá-la de alguma forma?

A melhor das alternativas seria se ele estivesse vendendo-a para algum casal estéril adotá-la, mas a essa altura do campeonato eu duvidava muito que fosse algo do tipo.

Não.

Na minha irmã ele não encostaria um único dedo. Eu só tinha ela, assim como ela só tinha a mim.

Involuntariamente minha mão direita alcançou uma faca jogada sobre a pia. Segurei-a com toda minha força, toda minha raiva e parti. Parti a passos sorrateiros como uma cobra, tão fria e decidida quanto uma jararaca prestes a dar bote. Foi isso que fiz. Quando o vagabundo guardou a arma na cintura para poder abrir o portão eu avancei na sua direção, cravando a lâmina afiada contra sua carne, no único momento em que ele baixou a guarda eu fui traiçoeira, o pegando totalmente desprevenido.

Pelas costas.

Ao sentir o golpe ele deixou minha irmã escapar dos seus braços, em seguida foi sua vez de perder a estabilidade e jogar seu corpo contra o muro tentando manter o equilíbrio. Apesar da camiseta e sua jaqueta serem pretas, o sangue de perto estava visível, principalmente quando ele esfregava suas costas contra a parede soltando gemidos e resmungos. Ele iria pegar a arma de volta na cintura, porém eu me adiantei tomando-a para mim e batendo contra a sua cabeça antes que ele chegasse a se mover.

- Mana! O que você fez? - Malu perguntou enquanto media o homem de cima abaixo.

- Nada! - vociferei desesperada, sentindo uma espiral de medo e arrependimento me consumirem da carne a alma. - Fica quieta Malu! Não sai daí!

Tremendo, eu corri para dentro de casa, peguei a bolsa que usava para o trabalho e mais algumas mudas de roupas para Malu e para mim. Troquei minha blusa e quando cheguei no quintal retirei a faca das costas do homem desacordado e a enrolei num pedaço de pano, rapidamente enfiei-a dentro da bolsa junto com a arma.

Peguei Malu no colo e corri para o ponto de ônibus.

A única vantagem de morar próxima a uma BR era essa, nunca faltava ônibus e eu não pensei duas vezes antes de entrar no primeiro que apareceu.

Paguei o motorista e corri para os últimos bancos.

Era um pesadelo...

Não. Eu não tinha feito isso...

Eu não matei um homem...

Olhei para minhas mãos e notei que meus dedos estavam trêmulos como o galho de uma árvore no outono. O meu choque estava passando e agora a onda de realidade vinha de maneira agressiva, me atingindo como uma bala. Meus olhos não esperaram para se livrar das lágrimas e logo eu estava aos prantos, completamente entregue ao desespero, enquanto os outros passageiro me fitavam com um ar de desconfiança.

Me lembrei de mamãe...

Do meu pai...

Droga! Por que eu tinha que pensar logo no meu pai? A culpa de tudo isso era dele. Do álcool e dele! Por que ele não morreu no lugar da minha mãe?

Um homem que tenta vender a própria filha não merece viver!

- Gabi, não fica triste não...

Sequei minhas lágrimas, apertei Malu nos braços fitando dentro de seus olhos e falei:

- Malu, meu amor. Você não viu nada, tá bom? Aquilo não passou de um pesadelo, nós estávamos sonhando.

- Sonhando? - ela perguntou com as mini sobrancelhas arqueadas.

- Sim meu amor, sonhando.

- Então por que voxê tá xolando? Maninha não xola, eu te amo muito e não goxto de ver voxê xolando.

- É só emoção, porque agora vamos nos mudar.

- Mudar pra onde?

- Por enquanto vamos nos esconder - engoli em seco e rapidamente me corrigi -, morar! Isso, morar... Por enquanto vamos morar em algum canto de Niterói, que é o que o dinheiro que eu tenho vai dar.

- Nitelói! E nós vamos na praia?

Confesso que me senti aliviada com a empolgação da minha irmã, sinal de que ela já havia esquecido o que aconteceu. Essa era a melhor parte de ser criança, não dar relevância a coisas que não são tão importantes, mas eu já havia deixado de ser criança faz tempo. Tenho dezessete anos, mas às vezes sinto que tenho uns trinta no mínimo.

30.

Este é número exato para a pena máxima de homicídio.

Eu sou uma homicida e, caso eu seja pega vou apodrecer em um presídio enquanto Malu vai ter que ficar sozinha e sabe lá Deus o que pode acontecer com ela.

Meu Deus me ajude!

Eu não queria ter matado aquele homem!

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