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Capítulo

O barulho me faz quase pular da cama. O despertador me avisa pela segunda vez que preciso me levantar. Olho a hora e me assusto, já se passaram mais de meia hora. Corro para o banheiro, tenho que estar pronta em menos de dez minutos. Droga! Justo no dia em que tenho reunião com meu chefe logo cedo. Não terei tempo ao menos para um café. Pego meu casaco e a bolsa que deixei em cima do sofá, e assim que coloco a mão na maçaneta, levo um susto, pois, Rachel a está empurrando do outro lado. Ela entra com cara de poucos amigos, parece cansada. Geralmente chega mais cedo da “boate”. Analiso-a dos pés à cabeça e tento não deixar transparecer o quanto a ver vestida desse jeito me incomoda, porém, a carranca que ela me dirige é justamente por adivinhar o que estou pensando. — Você não está atrasada para o trabalho? Se não me engano, já deveria ter saído há, pelo menos, meia hora. — Passa por mim e joga a pequena bolsa no sofá, depois se acomoda nele. — E você já não deveria estar em casa há algumas horas? Te arrumaram outro trabalhinho extra na “boate”? Porque com essas roupas dá para imaginar muita coisa! — acabo falando mais do que deveria. Ela tira os saltos altos com uma força desproporcional e solta- os de qualquer jeito na mesinha de centro. — Presta atenção, Alysson, esse é o meu trabalho e preciso dele, então por favor me poupe de sermão a essa hora da manhã. — Eu sei, Rachel, mas não consigo entender, você é uma mulher inteligente e esperta, pode conseguir o trabalho que quiser, mas insiste em continuar nessa “boate”, tratada como lixo para um monte de ricos mimados. — Sei que pego pesado com ela, mas é para o seu bem, ela tem potencial para coisa melhor. — Aly, sei que está preocupada comigo, mas aquela “boate” paga bem, eu consigo assistir às minhas aulas na faculdade na parte da tarde. Falta tão pouco para me formar. Eu não gosto que você faça essas insinuações, essa roupa é somente um meio para um fim. Além disso, você sabe bem o que faço naquele lugar, nunca menti para você. Vejo tristeza quando ela me diz isso.

Capítulo 1 Vida na cama

O barulho me faz quase pular da cama. O despertador me avisa pela segunda vez que preciso me levantar. Olho a hora e me assusto, já se passaram mais de meia hora. Corro para o banheiro, tenho que estar pronta em menos de dez minutos. Droga! Justo no dia em que tenho reunião com meu chefe logo cedo. Não terei tempo ao menos para um café. Pego meu casaco e a bolsa que deixei em cima do sofá, e assim que coloco a mão na maçaneta, levo um susto, pois, Rachel a está empurrando do outro lado. Ela entra com cara de poucos amigos, parece cansada. Geralmente chega mais cedo da “boate”.

Analiso-a dos pés à cabeça e tento não deixar transparecer o quanto a ver vestida desse jeito me incomoda, porém, a carranca que ela me dirige é justamente por adivinhar o que estou pensando. — Você não está atrasada para o trabalho? Se não me engano, já deveria ter saído há, pelo menos, meia hora. — Passa por mim e joga a pequena bolsa no sofá, depois se acomoda nele. — E você já não deveria estar em casa há algumas horas? Te arrumaram outro trabalhinho extra na “boate”? Porque com essas roupas dá para imaginar muita coisa! — acabo falando mais do que deveria. Ela tira os saltos altos com uma força desproporcional e solta- os de qualquer jeito na mesinha de centro. — Presta atenção, Alysson, esse é o meu trabalho e preciso dele, então por favor me poupe de sermão a essa hora da manhã. — Eu sei, Rachel, mas não consigo entender, você é uma mulher inteligente e esperta, pode conseguir o trabalho que quiser, mas insiste em continuar nessa “boate”, tratada como lixo para um monte de ricos mimados. — Sei que pego pesado com ela, mas é para o seu bem, ela tem potencial para coisa melhor. — Aly, sei que está preocupada comigo, mas aquela “boate” paga bem, eu consigo assistir às minhas aulas na faculdade na parte da tarde. Falta tão pouco para me formar. Eu não gosto que você faça essas insinuações, essa roupa é somente um meio para um fim. Além disso, você sabe bem o que faço naquele lugar, nunca menti para você. Vejo tristeza quando ela me diz isso. Às vezes, ajo como se fosse a mãe de Rachel. Talvez isso aconteça porque tenho um espírito protetor, tal qual nasci e fui criada com os meus avós. Eles sempre participaram ativamente da minha vida, e fico imaginando o que me falariam se vissem em mim um comportamento igual ao da minha amiga. Mas pensando bem, sou incapaz de viver a mesma vida que ela. Lutei para chegar aonde cheguei, e, aliás, isso me faz lembrar novamente da reunião com o meu chefe. — Me desculpe, sabe que não quero ver você triste, eu só me preocupo com você naquele lugar. — Me aproximo para dar um beijo em seus cabelos. Rachel é como se fosse uma irmã para mim e nunca deixarei de me sentir um pouco responsável por ela. Olho para o relógio do celular e arregalo os olhos. — Já estou mais que atrasada, prometo compensar mais tarde, me espere para o jantar, vou pedir comida chinesa. — Pisco para ela e antes de sair a escuto gritar: — Quero meus rolinhos primavera em dobro, só porque me magoou! — Ela diz antes e corro para o elevador. Subo até o andar da presidência. O burburinho dos funcionários ao meu redor sobre a tal reunião me chama atenção. As especulações parecem ser muitas. O assunto termina quando percebem que estou ouvindo. Não tenho contato com os funcionários dos outros andares da Grant Investimentos, por este motivo conheço poucas pessoas no prédio, dentre elas o segurança e Ângela, a assistente júnior que está comigo há pouco mais de três meses. Segundo meu chefe, ela me auxiliaria em todas as demandas para que não ficasse sobrecarregada. Confesso que no começo pensei que fosse me substituir, então começaram a chegar tantos problemas da filial na França, que foi um alívio tê-la aqui comigo. Trabalho na empresa há um ano. Consegui minha vaga, por intermédio de uma professora da faculdade. Sou assistente de Richard, o vice-presidente, mas desde que vim trabalhar aqui ele está responsável por comandar a empresa, algo sobre o dono estar impossibilitado de exercer suas funções no momento. Chego no hall do andar da presidência. Este lugar nunca esteve tão movimentado. Os funcionários pelos corredores sussurram uns com os outros, aguardando serem chamados ao auditório onde acontecerá a reunião. Sigo pelo corredor serpenteando por entre as pessoas. Elas me seguem com o olhar, devem acreditar que sei qual o assunto que estará em pauta, porém, mal sabem eles que estou tão ou até mais no escuro que todos. Minha sala fica no final do corredor. É um tanto pequena, mas aconchegante para um ambiente corporativo. Claro que eu a deixei assim, um pouco mais feminina, apesar de seus móveis sérios em tons de cinza e branco. Digamos que acrescentei alguns detalhes como um vaso de flores e porta-retratos com a foto dos meus avós já falecidos. Entro para encontrar Ângela sentada na cadeira em frente à minha mesa. Ela esfrega as mãos na saia com mais força do que o necessário. Fecho a porta com um baque forte para que me note. — Bom dia, Ângela! O auditório está pronto para a reunião ou precisa de ajuda por lá? Desculpe, acabei me atrasando um pouco. — Está tudo como tínhamos combinado, mas estou um pouco nervosa, algo de grave está acontecendo, o Richard está na sala dele discutindo com alguém no telefone. Olho para ela intrigada com o que disse. Nosso chefe sempre foi uma pessoa pacífica apesar de exigente. — Não duvido. Com toda essa confusão lá fora, deve ter se exaltado. — Pode ser — diz, pensativa. — Vamos, então? Caminhamos juntas até o auditório. Entro na imensa sala e logo em seguida autorizo a entrada de todos. Eles vão se acomodando e então constato a figura do meu chefe passar pela porta. Seu rosto parece cansado, a mandíbula cerrada demonstra estar irritado. Ele anda até o palco onde estou.

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